A Vilma estava me deixando louco de tesão. Naquele mesmo dia, ela me chupou umas quatro vezes — nós estávamos sozinhos.
Minha mãe ligou no dia seguinte, dizendo que voltaria apenas na semana seguinte, e que eu fosse ficar na casa do tio Flávio — era óbvio que eu não iria para lá, e logo com o Ulisses?
“Vilma?” Falei quando acordei, no dia seguinte, no sábado. “Tá aqui, Vilma?” Ela não respondia. Olhei a casa toda e nada dela responder. “Vilma?” Vilma não tinha chegado ainda. Tudo bem que no sábado ela não trabalhava, mas sempre estava lá para terminar algo que tinha deixado de fazer na sexta-feira. Achei estranho! No WhatsApp não tinha mensagem. Até mandei uma mensagem, mas não obtive respostas. Meu pau já estava duro, só de pensar que naquele dia a gente poderia fazer tudo que fizemos no dia anterior. Fui no meu quarto, tirei minha roupa toda e fiquei olhando para minha pica bem dura, grande, latejando, me dando aquele orgulho por eu ser aquele moreno cheio de tesão para ela. “Queria mesmo era ter acordado com a Vilma”, pensei várias vezes. “O garoto tá apaixonado”, qualquer pessoa poderia dizer.
Os meninos chegaram umas dez da manhã pra gente ir jogar bola, como de costume. Saímos com nossas bicicletas e, na quadra, o jogo estava morno.
“O que foi, Patrick?” Ana, amiga da escola perguntou.
“Nada!” Falei, depois de parar de jogar cansado e me sentar nos bancos do lado. “Corri demais, Ana”, suspirei. Não me lembro de muita coisa, só lembro de ter acordado dentro do vestiário, e todo mundo ao meu redor gritando meu nome. “O que aconteceu?”
“Saiam!” Gritou alguém longe.
“O que foi? E o jogo?” Eu lembro de ter dito isso ainda.
Eu tinha desmaiado. Fui suspenso dos jogos por tempo indeterminado. Tinha um campeonato de futsal interiorano com a escola, e eu estava escalado. Eu era muito competitivo, e nós estávamos fazendo estratégias de jogo muito boas contra os times veteranos. Fiquei muito chateado. Não comuniquei o que tinha acontecido aos meus pais, nem a ninguém.
“Você já foi no hospital?” Alison perguntou, na segunda-feira.
“Sim, no mesmo dia.”
“O que era?”
“Ele me deu um esporro; fiquei morto de vergonha, mano”, falei ainda constrangido.
“Médicos dão esporro nos pacientes?” Alison era sempre assim.
“Pelo menos em mim sim. Viu uns exames meus, disse que não tinha nada, olhou para meu corpo, e disse...”
“Disse?”
“Que eu parasse de bater punheta, ou iria morrer!”
Alison não se aguentou e riu da minha cara. Também iria rir se tivesse ouvido uma história tão fantasiosa igual a essa.
“A verdade é que transei muitas vezes na sexta. Mas, como ele poderia ter chegado a essa conclusão? Você sabia que tinha uma enfermeira na sala? Na hora em que ele disse isso eu olhei pra ela, e ela parecia ter tido vontade de rir também. Nunca mais vou nos hospitais!”
Não adiantaria eu ter explicado muita coisa ao Alison que ele não teria acreditado, mas ter falado que bati 10 punhetas em um dia e por isso desmaiei pra ele foi o suficiente para acreditar em qualquer coisa.
Vilma tinha chegado cedo na segunda-feira, mas parecia sempre estar fugindo de mim. Nesse dia, principalmente, ela fez tudo tão rápido, que quando acordei, sem ter a obrigação de ter ido à escola, quase 11 da manhã, nenhum sinal dela — a rola estava dura, como sempre.
“Caralho, vou bater uma hoje”, e fui para o quarto. Minha rola cuspiu tanta porra, mas tanta porra, que eu fiquei impressionado. Nunca tinha cuspido esperma desse jeito. Nunca! “Acho que vou passar alguns dias sem punhetar”, pensei. E me segurei por duas longas semanas sem punheta.
Vilma só passava a falava comigo, não interagia em nada mais, só fingia, mas às vezes provocava legal. Eu estava me segurando para não bater punheta. Inclusive, teve um dia que ela quase pulou em cima de mim. Estávamos conversando na mesa, enquanto eu olhava o pacote dela.
“Para, menino, para de ficar olhando aqui pra baixo”, ela falou.
“Como? Inchado assim, é impossível”, falei, bem safado.
“E você falando assim não ajuda”, ela estava partindo tomates para o almoço.
“E a gente, quando vamos fazer aquilo de novo?” Perguntei.
“Não sei do que está falando”, respondia sempre com um sorriso safado.
Me levantei e fui até ela.
“Para garoto, para. Sua mãe está no quarto”, ela sempre com medo.
“Olha como está dura. Faz quase duas semanas que não gozo”, falei no ouvido dela, e senti ela suspirar mais forte.
“Para, para!” Ela saiu de lá.
Ela gostava de me provocar também, mas eu não estava me aguentando mais. Nesse dia até entrei no quarto, coloquei minha rola para fora e bombei por um tempo, quase sentindo o esperma vir. Prendi, pois me arrependi. Queria fazer isso com a Vilma, gozar dentro dela, não na minha barriga. Ainda ficou escorrendo um pouco de tesão da pica, mas guardei a pica na cueca, ainda muito dura, e ficava mostrando a Vilma do quarto, apontando para ela como estava dura. Ela mordia os lábios para me provocar. Nesse mesmo dia não tivemos nada. Eu até estranhei quando sai depois e vi que ela não estava lá.
“Que proximidade é essa sua com a Vilma?” Perguntou minha mãe, à noite, durante o jantar.
“Proximidade? Como assim?” Fiquei gelado.
“Você deve saber. Passa tanto tempo conversando com ela aqui na cozinha ou na varanda, ou quando ela estava limpando a casa, ou quando está cortando a grama ou limpando a área da piscina, e se brincar, até quando ela está tomando banho”, minha mãe era implacável.
“Está exagerando, mãe”, falei, mas engoli seco.
“Espero que sim”, falou terminando a comida. “Eu e seu pai estamos pensando em nos associarmos a uma construtora em São Paulo. Uns amigos dele estão negociando uns contratos, e ele acha que não deve perder essa oportunidade. O que acha?”
“O que eu acho? Acho ótimo!” Eu falei o que sempre falei.
“Não seja infantil, pense no que eu falei agora mesmo”, ela exigiu.
“Vocês nunca me incluíram em conversas sobre negócios. O que mudou agora?”
“O que mudou é que você precisa entender que vamos nos mudar”, ela foi implacável mais uma vez.
“Não, não quero”, quase gritei.
“Você ouviu o que eu falei? São Paulo, novas coisas, mais dinheiro, nova casa, muita coisa nova”, ela insistia.
“Não quero, já falei”, fiquei muito enraivecido.
“Não era você que sonhava com São Paulo?”
“Disse bem: sonhava!”
“Não entendo”, ela sentou-se novamente.
“É complicado”, falei, mas a verdade é que eu estava pensando na Vilma. Não sei explicar os motivos, mas era isso.
“Se abra comigo”, ela falou.
“Nunca no Brasil!”, disse em voz alta. “A senhora só estava falando comigo agora porque é algo que faz jus ao papai.”
“Não seja ingrato!” Ela disse, ainda mais calma e com voz baixa.
“É simples de resolver, como sempre a senhora resolveu: viagem com ele, façam seus negócios e me deixem aqui. A Vilma sempre está fazendo tudo, é sempre ela mesmo quem eu vejo quando acordo...”
“Vamos ter que demiti-la”, ela disse, para piorar a situação.
“Não faça isso!” Gritei.
“Baixe a voz”, ela continuou.
“Por que tem que ferrar comigo? Não a demita!” Falei novamente.
“É, parece que não vamos chegar a lugar nenhum desse jeito”, ela levantou-se e saiu para o quarto dela.
Fiquei no meu quarto pensando se eu tinha exagerado. Mas a verdade é que eu estava louco pela Vilma, e ela também parecia estar louca por mim. Me levantei da cama enfurecido e fui até a casa dela — demorei um tempo para achar.
“É aqui a casa da Vilma?” Perguntei a um senhor que estava na porta.
“É sim”, ele disse; logo gritou por ela.
“Obrigado”, falei, me virando e esperando ela do lado, na esquina. Quando ela apareceu tomou um susto. “Oi”, falei, tímido.
“Oi, Patrick, o que está fazendo aqui?” Ela veio até mim.
“A gente precisa resolver umas coisas, é sério”, falei angustiado.
“Calma, calma, o que foi? Aconteceu algo lá, com vocês?”
“Sim, sim! Minha mãe quer se mudar para São Paulo”, quase choro falando isso pra ela.
“Calma, fica calmo”, ela disse.
“A gente precisa ver como vamos fazer, porque, eu não te disse, mas estou gostando de você, e muito, não quero te perder”, disse quase chorando.
Vilma parecia incomodada com isso, eu percebi. Ela ajeitava os cabelos o tempo todo, olhava para os lados e para trás o tempo todo.
“Patrick, a gente vai conversar sobre isso, mas não aqui, tudo bem? Pode ser amanhã de manhã na sua casa?”
“Tudo bem”, falei.
“Vai pra casa, se acalma e dorme um pouco... ou vai conversar com seus amigos, você nem está mais indo na casa deles.”
“É, você tem razão”, disse querendo abraçar ela. Nos abraçados — um abraço rápido —, e me virei para ir embora.
Ela parecia não ter entendido muito bem, mas no dia seguinte, foi a primeira coisa que fez: ir no meu quarto.
“Acorda!”, falou, embora eu já estivesse quase acordado.
“Oi”, falei, me espreguiçando.
“Levanta, toma um banho que eu quero falar com você”, disse.
Minha rola estava rasgando a cueca. Peguei a mão dela e disse: “olha como está”. Ela puxou a mão rápido dizendo: “precisamos conversar”.
Meu banho foi rápido. Vesti meu short branco e uma blusa verde de listras verde escuro horizontais e fui até a cozinha. Ela estava sentada, olhando sério pra mim.
“Senta”, ela falou.
“Então, pensou no que eu falei ontem?” Fui falando.
“Não podemos mais falar sobre o que aconteceu naqueles dias”, ela foi curta e grossa.
“Por quê?” Perguntei.
“Você acha que foi certo?”
“Por que foi errado?” Falei.
“Olha sua idade e olha a minha”, ela completou.
“O que tem a idade? Nós não nos demos bem? Não rolou uma química?”
“É rolou, mas eu não era virgem; você era virgem”, ela falou sério.
“O que foi bom, pois foi com você, ou não foi bom?”
“A questão é que...” ela ficou calado por um tempo, virou o rosto e voltou a olhar par ao meu rosto sério. “A questão é que eu tenho alguém”, foi curta e grossa novamente.
“Alguém?” Não tinha entendido.
“Sim, alguém”, ela não parecia querer falar tudo.
“Namorado? Marido? Amigo?”
“O pai da minha filha”, ela disse rápido.
“Filha? Você tem filha?”
“Sim!”
“E como nunca vimos ela? Você nunca disse aqui que tinha filha. Trabalha aqui há quase cinco anos, e nunca vimos sua filha.”
“Não quero muito falar sobre isso, mas é, eu tenho uma filha. E esse alguém é o pai dela. Ele estava ontem lá em casa. Estávamos conversando sobre algumas coisas, e acabou que a gente... transou.”
“Transaram?” Fiquei boquiaberto.
Aquilo parecia não estar acontecendo. Não posso dizer que era como se fosse traição, porque eu nunca tive esse sentimento, mas o que eu estava sentindo naquele momento era algo realmente difícil de sentir, difícil de entender, difícil de engolir.
“Então você nunca gostou de mim?”
“Não é isso. Gostei tanto que fiquei confusa”, olhou para mim com aquele olhar de piedade que eu odeio. “Acho que tudo isso sobre São Paulo e você se mudar pode ser bom para nós.”
A minha infantilidade falou mais alto novamente. Me levantei e me virei e fui para o meu quarto. Tranquei a porta. Esperei ela vir atrás de mim, mas ela não veio. Hoje eu compreendo, mas naquele tempo eu só chorei. Chorei tanto que nem estava me reconhecendo mais. Só saia do quarto quando Vilma ia para casa, depois das 6 da tarde. Comia só que eu trazia à noite e nem estava indo para a escola.
Certa manhã, depois de vários dias evitando-a, a raiva passou. Me levantei, pensei que deveria parar com isso e fui à cozinha: ninguém estava lá. Andei pelo corredor que a Vilma geralmente estava estendendo roupas: ninguém estava lá. Na piscina, no jardim, nos quartos ou em qualquer lugar, nenhum sinal da Vilma. Eu estava sozinho em casa. Fiquei na borda da piscina pensando em tudo que tinha acontecido, e paralisado com o que eu tinha me tornado: primeira depressão pós alguma coisa parecida com relacionamento.
“Vilma não trabalha mais aqui”, disse minha mãe, depois de eu perguntar por ela.
“Hum...” foi só o que eu consegui dizer.
Eu demorei para processar tudo, mas conversando com o Marvio, outro amigo da escola, disse a ele: “cara, eu passei por tantas coisas...” e ele ouviu toda minha história. Me encorajou cegamente a procurá-la novamente, pois era tinha realmente gostado de mim. Eu pensei: “será que ele viu algo que eu não vi?” Fui novamente na casa dela nesse dia, empolgado como sempre, dizendo a mim mesmo “que iria pedir ela em namoro, que a gente deveria ficar juntos, etc e blá, blá e blá”. Ninguém estava naquela casa mais. O que foi estranho mesmo é que o senhor que ficava lá de frente não falava nada sobre ela. Perguntei várias vezes: “ela se mudou? O que aconteceu?”; ele só falava: “não sei, meu jovem, não sei”.
Muitas semanas depois, quase no meio do ano, eu estava “on” novamente. Nas minhas punhetas de sempre, eu ficava lembrando dela — a pica ficava querendo explodir de tesão —, gozava pensando nela, e sonhava com ela. Até que resolvi malhar com o Alison.
Meses depois eu estava ficando mais forte, maior, com um corpo que realmente estava chamando a atenção das pessoas.
“Que corpão”, disse Alice.
“Fraquinho ainda”, disse a ela, enquanto a gente assistia a uma apresentação vergonhosa dos meninos da informativa. Nunca vou esquecer.
“Ah, mas não vai ficar boby builder não, cara, é feio demais”, ela disse sorrindo, mas muito séria.
“Não quero não. Acho que assim está bom. Vou só ficar preocupado com minha saúde mesmo”
“Perfeito, então”.
Alice era uma amiga desde a segunda série do fundamental. Ela era sempre gente boa comigo, falava o necessário, era linda (lembra muito a Key Alves que atualmente está no BBB23, só que mais nova, é claro), e sempre me dava espaço em tudo. Pensei: “será que ela namoraria comigo? Mas eu não tenho coragem de pedir ela em namoro não. Será que vamos ser um bom casal? Será que vai ser legal? Como eu chego nela, pelo amor de Deus?” Pensei tanto nisso ao longo de duas semanas, que aconteceu de a professora de português organizar um evento em uma cidade, e eu tomar a liberdade de chama-la para se sentar do meu lado a viagem toda — “que pretexto infantil”, pensei.
“Que bom que você aceitou!” Falei.
“Eu que agradeço, está vendo logo na entrada quem está sozinha? As gêmeas. Eu com toda certeza, se não fosse você, estaria em uma daquelas cadeiras. Obrigado!!!” Falou bem empolgada e me deu um abraço.
Era normal nos abraçarmos, mas nesse dia o abraço dela foi diferente. Fiquei até vermelho.
“Então, você já fez os exercícios?”
“Ah... os...”, não tinha feito nenhum exercício como combinado no dia anterior. Fiquei tão sem jeito que ela percebeu.
“Já entendi”, ela sorriu. “Típico de vocês, garotos, que só pensam em jogar bola”. Ela retirou os exercícios da bolsa, parou e olhou para mim. “Por falar nisso, por que mesmo que você desmaiou na quadra?”
Quase surtei de vergonha ao pensar nisso. “Má alimentação!” Me virei para olhar o mundo pela janela.
“Caramba!” Ela parecia está sendo irônica (risos).
CONTINUA...