Confissões I - Fran, a mãe das minhas amigas

Um conto erótico de Giovanna
Categoria: Heterossexual
Contém 2183 palavras
Data: 21/01/2023 12:51:46
Última revisão: 22/01/2023 18:56:06

Apoiaram uma garrafa no piso, no meio de um círculo de pessoas sentadas ao chão. Uma leve pressão, somente a pontas dos dedos o suficiente para mover o objeto cilíndrico sobre o próprio eixo. Qual um planeta girando no espaço.

Girando, girando cada vez mais rápido. A cada momento apontando e voltando a girar, girar, girar sem parar. Até ir aos poucos reduzindo e finalmente apontar com firmeza, e um certo ar denuncia, como um dedo oco de frente pra ela.

- Você Giovanna, conta. Sua vez de confessar a sua verdade.

A jovem de cabelos lisos, presos num rabo de cavalo no alto da cabeça suspira assustada. O peito arfando, o riso cúmplice se insinuando e lhe afastando as bochechas.

- Tudo? Tudo mesmo?

- Tudo.

Falam em coro os que estão a sua volta. Mais que aliviados.

- Então tá, foi assim...

***

Eu era, na verdade eu sou muito amiga da Bruna e da Luana. Elas agora já sabem. Luana ficou enciumada depois que ficou sabendo, já a Bruna não disse nada. Sorriu como quem passou por algo semelhante.

Viajamos num feriado prolongado para Alto Paraíso. Francesca, a mãe, alugou a casa onde íamos passar os próximos dias. Uma casa grande, não são tantas por ali. Eu me lembro que eram três quartos. As meninas com os namorados e eu e Francesca como companhia.

Elas dormiam com eles, cada um no seu quarto e no terceiro dormia Francesca. Eu dormia no sofá da sala. Até porque no quarto de Francesca havia só uma cama de solteiro. Não conhecia muito a mãe das garotas, passei a ter maior contato ela naqueles dias. Já os namorados, o Felipe e o Raphael. Eu os conhecia da Faculdade.

Na época eu estava solteira, o Mario tinha me trocado por outra. Foi até por isso que as garotas insistiram que eu fosse com elas no tal passeio. Eu nem queria ir, estava meio deprê. Vontade de ficar sozinha ou de me enfiar num buraco. Acabei numa cabana em Alto Paraíso como dama de companhia da mãe das minhas amigas.

Chegamos na quinta bem cedo, a turma foi logo caminhar. Nunca foi muito a minha praia, o trekking. Eu fui, mas acabei voltando antes. Meio cansada, meio desanimada.

Acabei tendo umas boas conversas com Francesca. Muito simpática, muito elegante, viúva. Adorável. Quem diria eu vivia as turras com a minha mãe, elas quase da mesma idade. Pouco mais de cinquenta talvez. E eu ali num papo muito gostoso, super agradável. Nem vimos as horas passar.

Ela contando estórias da Itália, da época que ainda era solteira. O casamento, o nascimento das meninas. A gente arrumando a casa, preparando uns petiscos e bebendo um vinho suave, um rosê delicioso.

Tomamos o banho e sentamos pra ver TV. Já eram quase oito e nada das meninas e os namorados chegarem

- Ah! Minha filha se bem conheço aquelas ali já devem ter ido direto pra algum barzinho. Não perdem tempo quando vem aqui.

- E a senhora fica sozinha?

- Claro que não, eu também gosto de um furdúncio, como falava o Bernardo, meu marido. Também dou minhas escapulidas quando venho.

- E a senhora quer sair? Se quiser, vamos juntas?

Ela riu bebericando a taça de vinho. As pernas cruzadas juntas, muito elegante, mesmo numa roupa mais leve, florida, mostrando os joelhos e as coxas musculosas. A pele bronzeada.

- Pra quê? Tem horas que é melhor ficar em casa. A não ser que você queria sair?

Na hora eu nem dei muita bola pra aquele olhar. Eu conhecia dos homens quando me queriam. Mas ali, na hora, não levei muito a sério. Achei estranho, mas não me importei. Nem fiquei com ideias na cabeça.

- Se a senhora não quiser, eu até prefiro ficar tomando um vinho e comendo esses frios. Tô meio cansada.

- Então tá, então liga a TV. Que tal um filme, me falaram de um na Amazon. Vê se acha. Aproveita e apaga a luz, adoro assistir um filme como se estivesse num cinema.

Encontrei o que ela queria, um romance com uns toques sensuais. Umas cenas mais quentes do que eu esperava. Não era exatamente o meu tipo de filme, mas o vinho, o papo, os risos da Fran, tudo aquilo foi me deixando à vontade.

Até que aconteceu. Meio sem querer.

Um beijo do galã na mocinha da trama. Nossa! Um beijo daqueles de tirar o fôlego, uma cena mais demorada do que o normal. A trilha sonora a embalar as emoções. Ainda mais as minhas meio machucadas.

Fiz displicente, como Francesca coloquei minhas pernas dobradas no sofá da sala. Ficamos quase de frente uma para outra, os nossos joelhos roçando. E já olhando a TV meio de lado.

- Ai, ai. Não posso ficar vendo essas coisas. Me deixa, sei lá, meio... louca!

- Louca porque, Gio?

Foi a primeira vez que ela me chamou assim. Me olhando nos olhos, minha cabeça girando pelo efeito da bebida, a cena terminando e eles se abraçando na cama.

- Ora porque? Porque tem tempos que ninguém me beija assim. Não posso ficar vendo essas coisas!

Rimos as duas, a cena rolando, eles se despindo, e a gente cruzando os olhares. Vi que tinha falado demais, era o começo de um flerte. Temi que ela estaria pensando de mim, mas o que aconteceu logo mostrou que a minha confissão só facilitou as coisas para ela.

- Tá precisada de um beijo, é isso Gio?

Francesca linda, os olhos meio azulados brilhando, a mão apoiando seu rosto, o cotovelo no encosto do sofá. Aquela mulher madura, segura, ela transpirava uma coisa, sei lá, um amor, uma paixão. Aquilo era tão estranho e ao mesmo tão interessante.

- Puxa, e como? Mas não tem jeito, não tem ninguém pra me ajudar.

Eu ri meio envergonhada, ajeitando minhas pernas sobre o sofá. Francesca audaciosa se aproximou, ficou mais perto. Dava para sentir o perfume amadeirado que ela usava. Fui ficando cada vez mais sem jeito, nem conseguia mais encarar a mãe das minhas amigas.

- Que foi, fica assim não? Acha que eu também não ando precisando? Faz tempos, muito mais que você. Pode apostar.

- Acho que eu falei demais.

Abaixei os olhos e ela me segurou o queixo com os dedos.

- Já foi beijada por outra, Gio?

Eu quase não conseguia respirar, só balancei a cabeça em negação. Ela riu, esticou a cabeça e eu fiz o mesmo fechando os olhos, senti o toque dos seus lábios nos meus. Uma coisa suave, quase romântica. O alisar dos nossos lábios foi se transformando num selinho, até se tornar um beijo de verdade. Meu coração batia descompassado como se fosse o primeiro namorado. Fra fez um carinho com a mão no meu rosto.

A gente se encarou. Olhos dela brilhando, o sorriso de uma mulher experiente. Um silêncio pesado. O proibido tomando conta. Aquilo foi ficando intenso e ao mesmo tempo gostoso. O beijo cúmplice, ainda mais numa mulher como Francesca.

- Vem cá.

Ela ordenou e eu desci as pernas, nós nos encostamos de vez. Num abraço meio de lado. O dedo dela me acariciando a face, seu nariz fazendo um carinho suave no meu rosto. Duas namoradas, faltava tão pouco.

E o medo que eu tinha se desfazendo, fui querendo, cada vez mais desejando. Meus mamilos endurecendo, minhas virilhas suando, as pernas tremendo. Eu cada vez mais ansiosa, como virgem.

Lembro do olhar dela, aquilo me enfeitiçava. A gente nem se falava, o filme rolando e Francesca me preparando para momento que eu não conhecia.

Ela abriu a boca e deslizou seus lábios sobre os meus, eu fui sedento, deixando e deitando sobre o encosto do sofá. Senti seu hálito se misturando com o meu. Fechei os olhos e aconteceu. A língua da Franme penetrou, me invadiu a boca, e foi aos poucos me possuindo. A coisa mais incrível foi acontecendo, fogos de artifício explodindo envolta de nós, o meu corpo tremendo, eu me arrepiando.

Parei, cortei o nosso beijo proibido. Ela sussurrou ao meu ouvido.

- Fica tranquila. É assim que acontece.

Eu fui retrucar, mas Francesca sorrindo colocou o indicador nos meus lábios. Ela me encarou fundo, aquele olhar hipnotizante, tão dentro de mim como nunca foi antes. Ela me segurando pelo pescoço. Fran voltou a abrir a boca, eu fiz o mesmo.

Meu coração quase vindo à boca e o beijo insano aconteceu. Um beijo apaixonado, quase depravado. Francesca me lambendo por dentro, me sugando a saliva, me mordendo a língua, como uma louca esfomeada.

- Frannnn, aaahh!!

Ela deitou minha cabeça no encostou do sofá, o beijo ficou mais profundo, as nossas línguas se misturando, brigando, sugando. Eu perdendo a noção do perigo, do tempo. Eu fui me entregando, me expondo, fazendo aquilo que o meu corpo pedia. Descruzei os tornozelos, afastei as pernas como podia.

Eu estava pronta para ela. Pronta para ser possuída pela mãe das minhas amigas. Era tudo o que eu mais queria naquele momento.

Nós duas gemendo unidas, Francesca desceu a mão me acariciando as coxas, o beijo grudando as nossas bocas. As salivas escorrendo nos nossos queixos. E os dedos dela me acariciando a vulva, a testa dura dentro do short. Fran começou a me masturbar, mesmo por cima do calção.

Veio um barulhão da porta, um estrondo.

Ela sendo destrancada. Foi nossa sorte, deu para nos ajeitar, mas a sorte mesmo era a briga deles. Os quatro ao mesmo tempo, as meninas na maior gritaria.

- Não enche Raphael, chega? Para!

- Mãe que coisa! Essa mania de ver TV no escuro!

Eles não perceberam. Luana falando acendeu a luz, eu limpando o rosto molhado e Francesca sentada como uma lady, a expressão de quem estivesse enjoada com toda aquela confusão. Nem parecia a doida que beijava como uma tarada.

- O que foi que aconteceu com vocês? Por que voltaram tão cedo, minhas filhas?

- Advinha?

Bruna, muito puta, parada na nossa frente os braços cruzados. Um ar de menina que perdeu o pirulito.

- Esses dois não prestam, é isso! Bastou um minuto, eu e a Bruna fomos ao banheiro e quando a gente voltou. Já viu, né?

- Que isso dona Fran a gente tentou explicar. Elas estão confundindo tudo.

- Confundindo uma ova Felipe! Me respeita cara!

Voltou a gritaria, a confusão montada, os quatro falando ao mesmo tempo. Aquilo foi ficando fora de controle até Francesca perder as paciência.

- Chega! Chega, os quatro! Parem de gritar, igual crianças, estão atrapalhando o nosso filme, sabiam? Para tudo mundo!

- Pra mim chega, viu Raphael? Essa noite você e o Felipe vão dormir no mesmo quarto. Não quero nem saber.Vem Luana, vem dormir comigo.

- Não Bruna, não faz assim!

- Chega, não quero mais papo!

As duas se deram as mãos e saíram pisando firme na direção do corredor.

- Lu, Lu me ouve. Não foi nada disso, foi só um mal entendido.

A porta do quarto bateu com um estrondo. Visto de fora era muito engraçado aquela briga toda, os quatro ao mesmo tempo, igual meninos. Mas foi a nossa sorte, sei lá o que seria se eles desconfiassem do beijo assanhado que nós duas trocávamos.

***

- E isso. Foi o que aconteceu.

- Só! Duvido?

- Tem que contar tudo. Foi o que a gente combinou, lembra?

- Se não contar, vai ter que pagar. E pode ser até pior.

***

Não aconteceu nada naquela noite. Os meninos foram para o outro quarto e nós ficamos nos recuperando do susto ali na sala.

- Essas meninas, ciumentas como elas só.

- Mas eles também não prestam. Homem nenhum presta.

- E eu... eu presto, Gio?

Ela riu e brincou com o meu nariz passando o dedo. Um pouco do clima foi voltando. Voltando aquela vontade.

- Ai! Eu não tenho coragem, hoje não Gio. Do jeito que eles estão, só falta descobrirem que a gente... Imagina eles descobrirem nós duas na mesma cama?

Ela esticou o braço e cruzou seus dedos com os meus. Os nossos olhares se prenderam de novo. Meu coração não parava de pular.

- Tudo bem, garota. Não vai faltar oportunidade, eu dou um jeito.

Ela riu parecendo uma mãe dando um conselho para uma filha. Se espreguiçou e depois se levantou. Passou um dedo no meu rosto fazendo um carinho.

- Nem sei se eu vou conseguir dormir essa noite, sabia?

- Nem eu, Fran.

Ela deu aquela risada gostosa. Se inclinou e falou no meu ouvido, quase num sussurro.

- Dorme com os anjos, mas sonha comigo. Eu sei que eu vou sonhar muito com você.

Eu quase tive um troço, quase implorei pra ir pro quarto dela. Acho que ela entendeu e me provocou mais ainda.

- Não é de hoje que eu te desejo garota. Entendeu por que você veio?

Fiquei de boca aberta, eu não sabia o que falar. Eu nem imagina que a Fran pudesse ficar interessada numa menina da idade das filhas.

Ela me segurou de novo o queixo e me deu outro beijo maravilhoso. Eu quase perdi o fôlego.

- Fran, deixa eu ir com você?

- Hoje não, amanhã, quem sabe?

Fran esperta, ela sabia como deixar a gente desnorteada. Eu pronta para fazer uma loucura e ela se foi subindo as escadas.

Foi uma tortura aquela noite. Juro que foi.

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Comentários

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Muito Bom. Gostaria de receber vídeos e fotos se possível no e-mail hetero71ras2020@gmail.com. Muito Obrigado.

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Como é bom ler um conto bem escrito, parabéns!

Espero que continue

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Caralho, q delícia de conto!!

São contos detalhados assim que me deixam louco!

Parabéns!!

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