Eu cheguei em casa e Gabriel estava me esperando sentado no sofá. Ele parecia calmo, na verdade calmo até demais. Eu estava cheia de dor de cabeça, e falei com ele que iria descansar.
Gabriel - Você precisa de alguma coisa? Quer algum suco, água de coco, algum remédio?
Fabi - Não, meu amor. Só quero dormir.
Gabriel - Você vai na faculdade hoje?
Fabi - Sem condições…
Gabriel - Eu vou na empresa pedir a minha demissão.
Fabi - Achei que você seria promovido…
Gabriel - Não ia dar certo. Eu tive uma conversa séria com o Bruno e o Fausto. Eles me propuseram algo fora do comum, e eu não quis aceitar. Eles então falaram sobre o desfalque e acabamos chegando num acordo que foi bom para ambas as partes.
Fabi - Que bom, meu amor! Sabia que você iria conseguir.
Gabriel - Eu tinha muitos anos na empresa, férias vencidas, etc. Acabou que não existe mais dívida, e ainda recebi uma graninha. Ja paguei o agiota, e paguei tudo que estava pendente, e ainda sobrou um pouco de grana.
Fabi - Isso me deixa feliz. Eu sabia que você era capaz.
Gabriel - Acho que agora você vai poder se dedicar aos estudos e trabalhar menos.
Fabi - Eu gostei de trabalhar. Aquela semana no Hotel Ribalta rendeu uma boa grana. Essa semana eu devo receber a grana.
Gabriel - Ótimo. Eu vou então terminar de resolver umas pendências e na volta a gente conversa melhor e janta.
Fabi - Boa sorte, meu amor!
Deitei na cama e apaguei. Não sei quanto tempo dormi, mas acordei totalmente relaxada e renovada. Fui ao banheiro fazer minha higiene e depois fui na cozinha beber água. Abri a geladeira e vi que tinha água de Coco com suco de abacaxi que eu adoro. Procurei por Gabriel, e encontrei um bilhete no fogão que dizia que a lasanha estava no forno. Eu estava com muita fome, e não consegui esperar você acordar.
Fui ver a hora no celular, e eu havia dormido quase 8h. Fui abrir o whatsapp pra ver as mensagens e tinha mais de 1000 mensagens e de vários telefones que eu não conhecia. Fiquei com medo de abrir, e então vi que tinha várias mensagens de colegas da minha faculdade.
Comecei a ver as mensagens e tudo o que eu mais temia, estava acontecendo. Eu tinha sido exposta, mas não com vídeo vazado. Uma das minhas amigas do curso me mandou uma foto de uma espécie de panfleto. Pelo que fui lendo e entendendo, foi colocado no banheiro de vários andares da faculdade, esses tais panfletos expondo minha nudez de frente e de costas empinando a bunda, e com 3 fotos menores fazendo sexo oral num homem, outra de sexo na posição de frango assado e outra de quatro. No panfleto dizia "Se quiser um sexo inesquecível, é só me mandar uma mensagem. Sou completinha e faço de tudo", e ainda tinha o meu "nome" Fabiana Scarlett com o meu número de celular com a observação somente para whatsapp.
Fiquei em choque e comecei a chorar. Tudo o que eu mais temia estava acontecendo. Algumas amigas da faculdade me mandaram mensagens perguntando se era verdade, outras me xingando e os homens na maioria esmagadora me mandando propostas de programa. Até alguns que eu julgava mais do que colegas estavam perguntando quanto era o programa e mandando propostas de sexo.
Eram muitas mensagens, cada uma mais vexatória que a outra. Alguns eram verdadeiros animais que se refestelavam daquele banquete sórdido que era a minha exposição. A vontade era jogar o celular na parede. Entrei no outro whatsapp e mandei mensagem de voz ao Coringa.
Fabi - Você me prometeu que tinha acabado. Prometeu que a minha vida iria voltar ao normal. Por que você fez isso? Por que, seu canalha filho da puta? Seu monstro!
Fiquei aguardando uma resposta, mas os minutos foram passando e nenhuma resposta chegou. Olhei atentamente e vi que a mensagem ainda não tinha sido entregue. Só me restava chorar, e resolvi desligar o celular, pois mais mensagens chegavam.
Escutei o barulho da porta, e logo em seguida ouvi a voz do Gabriel.
Gabriel - Fabi, hora de acordar sua dorminhoca. Trouxe um pão doce que você adora. Aquele colegial com açúcar em cima.
Fiquei calada, só ouvindo os barulhos vindo da sala ou cozinha. Em seguida, eu ouvi Gabriel se aproximando do quarto, e aí que o choro aumentou de forma exponencial me causando soluços.
Gabriel - Fabi, o que houve meu amor?
Fabi - Gabriel, me perdoe! Eu não queria…eu juro! Eu te amo! Me perdoe!
Gabriel - Por que o choro? O que aconteceu?
Fabi - Eu virei uma puta! Estou fazendo sexo por dinheiro pra poder te ajudar nas contas. Me desculpe, eu não queria…mas não vi outra saída.
Gabriel - Sério isso, Fabi? Não acredito que você fez isso comigo…
Fabi - Eu fiz pra te ajudar! Eu te amo! Achei que fazendo isso durante algum tempo, iria resolver… Que vergonha, meu Deus!
Gabriel - E por que você está me contando isso agora?
Fabi - Acho que foi remorso. Eu vi você se esforçando tanto pra manter esse casamento, que isso me deixou com a consciência culpada. Eu te amo, meu amor!
Gabriel - Porra, Fabiana!!! Sua filha da puta! É assim que você me ama? Mentindo e escondendo isso de mim?
Fabi - Eu sei, meu amor! Eu sei que fiz merda, mas fiquei com medo de você morrer. Esses agiotas são pessoas perigosas. Me perdoe, por favor! Faço qualquer coisa pra provar que eu te amo! Não me abandone, por favor!
Gabriel - Você acabou com o nosso casamento, Fabi! O que você quer que eu faça? Que eu te perdoe? Como irei confiar em você novamente?
Fabi - Eu juro que serei a melhor esposa do mundo pra você. Serei a mais fiel a partir de hoje. Farei tudo que você mandar…
Gabriel - Cala a boca, Fabi! Cala a tua boca!
Eu me calei, e fiquei olhando pra ele. Esperando o que ele faria. Ele se sentou no sofá, e eu me joguei em seus pés, abraçando suas pernas, e beijando seus pés, como um cachorrinho pedindo atenção ao seu dono. Eu chorava, e o beijava. Fui subindo e sentei no sofá ao seu lado e fui beijar o seu rosto, mas ele não deixou.
Gabriel - Não, Fabiana. Sei lá o que você andou fazendo com essa boca.
Fabi - Eu nunca faria isso! Nunca faria mal a você!
Gabriel - Corta essa, Fabiana! Quantas vezes você deve ter chegado com a boca cheirando a porra e me beijou. Aposto que fez isso!
Fabi - Isso não! Acredita em mim. Eu nunca faria isso contigo. Gabriel, meu anjo, eu te amo!
Gabriel - Sua forma de me mostrar esse amor é estranha.
Fabi - Me perdoe! Faço tudo que você quiser. Você quer me bater? Quer descontar essa raiva em mim? Eu deixo. Pode me dar uma surra, que eu mereço. Só não me deixe!
Gabriel - Eu preciso pensar. Estou muito magoado contigo. Não sei se conseguirei te perdoar.
Fabi - Eu sei que será difícil, mas eu vou dar o máximo de mim. Eu prometo.
Gabriel - Me dá uma semana. Eu vou fazer uma viagem e acertar umas coisas.
Fabi - Posso ir junto? Uma viagem seria bom pra nós dois. Eu adoraria…
Gabriel - Preciso ficar sozinho. Não entendeu ainda?
Fabi - Desculpa! Você é tudo pra mim. Não sei o que eu faria sem você.
Gabriel - Com certeza daria esse cu por dinheiro…
Fabi - É foda ouvir isso, mas eu mereço.
Comecei a chorar novamente, escondendo o meu rosto. Senti que ele colocou as mãos na minha cabeça e ficou acariciando ela. Foi tão bom sentir o seu toque novamente. Olhei pra ele como se implorasse pelo perdão, mas ele apenas me disse que hoje dormiria na sala. Se levantou e foi ao banheiro. Fiquei sentada ali esperando ele voltar, até que ouvi ele me chamando.
Fabi - Sim, meu amor!
Gabriel - Esqueci a toalha. Você pega pra mim?
Fui correndo pegar a toalha, e levei até ele que abriu a porta do banheiro. Aproveitei para entrar, e tirei a minha roupa. Queria ver como ele reagiria ao me ver nua.
Fabi - Posso tomar banho junto contigo?
Gabriel - Não, Fabiana! Eu não quero uma puta agora.
Fabi - Eu sou a sua puta. Só sua agora.
Gabriel - Não quero puta! Quero uma esposa!
Fabi - Desculpa, eu não sei o que fazer pra você acreditar em mim.
Gabriel - Não é com sexo, que você vai me convencer. Oferecer sexo agora, é coisa de puta. Você se esqueceu quem você é. Aposto que é a convivência com aquela Graziele. Aquela sim é uma puta.
Fabi - Por que você tem tanta implicância dela?
Gabriel - Você não vê que começou a mudar depois que se juntou a ela?
Meu silêncio denunciou que realmente tinha um pouco de verdade nisso.
Gabriel - Aquela puta dos infernos transformou a minha esposa em puta igual a ela, mas o que é dela está guardado.
Pela primeira vez fiquei com medo do Gabriel, pela forma que ele falou isso.
Gabriel - Se você realmente me ama, a primeira coisa é você cortar todos os laços com a Graziele e as outras. Aposto que elas transformaram você em puta colocando ideias na sua cabeça.
Fabi - Elas não têm culpa. Eu fiz isso só pra te ajudar.
Gabriel - Muito obrigado, mas esse tipo de ajuda eu dispenso. Quero que você se desfaça dessas amizades tóxicas. Quando eu voltar de viagem, quero ver se você ainda fala com elas.
Saí do banheiro e fui para o quarto sem roupa mesmo e fiquei deitada de bruços, pois sabia que ele iria pegar roupa no quarto e me veria peladinha com o bumbum arrebitado.
Alguns minutos se passaram, e ele entrou no quarto. Eu estava deitada de bruços, mas eu sentia a sua presença, e imaginava que ele estava parado me olhando e me desejando.
Gabriel - Fabi, já disse que não preciso de sexo agora.
Fabi - Do que você precisa?
Gabriel - Eu preciso que você seja sincera comigo e isso agora vai ser complicado.
Fabi - Eu sei, mas é que eu queria uma segunda chance.
Gabriel - Semana que vem a gente conversa, a não ser que você queira me falar mais alguma coisa.
Fabi - Eu tenho uma coisa pra te falar.
Gabriel - O que?
Fabi - Fica comigo esta noite! Eu te amo.
Gabriel - Não vai dar. Estou com muita raiva de você no momento.
Fabi - Então, grita comigo! Me xinga! Bate em mim, se você quiser!
Gabriel - Melhor, não. Eu preciso botar minhas idéias em ordem e só depois de fazer isso poderei conversar melhor contigo.
Ele então saiu do quarto e foi pra sala arrumar a mala pra viajar e preparar o sofá pra dormir.
…
…
Dois dias haviam se passado, e Patrícia ainda estava se recuperando. Ela não se alimentava direito, e não queria saber de conversar sobre o assunto. Dizia estar envergonhada e não me deixava abraçá-la, quanto mais beijá-la. Pra dizer a verdade, ela mal me encarava nos olhos e agora eu via que o estrago tinha sido grande. Eu não sabia o que fazer, mas a única coisa que pensei nesse momento foi orar a Deus e pedir que tudo isso acabasse logo, e que minha esposa pudesse se recuperar o quanto antes.
Mais uns dias passaram, e fomos ao médico buscar o resultado de alguns exames. Patricia estava apreensiva, pois estava com dores abdominais e corrimento. Ela não me falava, mas comecei a observar melhor e reparei que o uso de absorventes e remédios eram maiores. As náuseas e vômitos também eram frequentes, e isso sem falar no odor não muito agradável, que ela disfarçava com perfumes e óleos aromatizantes.
Ficamos aguardando o médico e ela estava em frangalhos, temendo o pior. O médico então nos chamou para a sala e nos disse que aquela era só a primeira etapa, e que novos exames teriam que ser feitos. O resultado foi negativo para HIV, sífilis e hepatite, porém deveria voltar em alguns dias para fazer novos testes para gonorréia, clamídia, HPV e tricomoníase.
Patricia começou a chorar desesperada. Eu tentei abraçá-la, mas acho que ela percebeu meu movimento, e foi ao banheiro. O médico me passou como seria o tratamento, e que era de certa forma longo. E que nós dois deveríamos cumprir com exatidão tudo, se não o tratamento poderia não surtir efeito. Aproveitei a ausência dela, para explicar ao médico que ela tinha sido estuprada numa favela, e que eu com certeza não precisaria fazer exames, e nem tomar medicação, pois eu não tenho vida sexual fora do casamento.
O médico ao ouvir o meu relato, me deu um cartão de uma amiga que é psicóloga e psiquiatra, pois seria melhor para a Patrícia fazer também um tratamento mental. Quando ela voltou do banheiro, estava um pouco menos abatida e o médico explicou novamente os procedimentos e disse pra ela não se preocupar, porque tudo tinha tratamento, mas que novos exames deveriam ser feitos para o HIV e que ela continuasse a tomar os remédios. Fomos embora e não trocamos uma palavra pelo caminho, somente quando chegamos próximo a uma farmácia trocamos meia dúzia de palavras e então voltamos a ficar mudos, como se fôssemos dois estranhos. Patrícia parecia estar viajando em seus próprios pensamentos e eu daria 1 milhão de reais para saber o que se passava naquela cabeça.
Chegamos em casa, e Patrícia foi direto para o banheiro tomar um banho. Ao entrar no quarto pra organizar algumas coisas, escutei um choro vindo do banheiro e logo em seguida escuto gritos e xingamentos. Ouvir aquele choro junto com palavrões vindo da pessoa amada era de cortar o coração... Deitei na cama, olhando para o teto e comecei a chorar calado, pensando no que eu poderia fazer. Resolvi orar e pedir a Deus que me guiasse, mas a minha fé estava abalada. Eu fui um fraco em não proteger a minha esposa, mas de novo, pensei, sou um homem de Deus e da paz.
Deus, onde está a minha fé? Onde está a minha coragem? O que tem nas minhas veias afinal? Eu tenho vergonha de mim por nunca ter coragem e força suficiente e lá estava eu novamente em choque e congelado. Meu sangue era como água e eu me sentia um derrotado. Meu choro agora era maior, quando sinto então um leve carinho na minha cabeça. Abro os olhos e vejo minha esposa enrolada na toalha e sentada na cama. Ela se deita ao meu lado e continua a fazer carinho na minha cabeça e a primeira coisa que eu reparo é o cheiro do seu sabonete e shampoo que vai me deixando anestesiado e num movimento rápido, eu resolvo lhe dar um abraço.
Leonel - Eu te amo.
Ela começou a chorar e disse que também me amava.
Leonel - O que fizeram contigo, meu amor?
Paty - Acho que tudo de ruim que se possa fazer a uma pessoa. Não me lembro ao certo, e nem sei se quero lembrar. Tenho tanta vergonha e eu acho que não quero lembrar de nada daquilo. Por favor, não me peça isso.
Leonel - Tudo bem. Eu só quero esquecer tudo isso também. Passar uma borracha em tudo.
Paty - Amor, preciso que você saia do quarto. Quero botar uma roupa.
Leonel - Qual o problema? Você está muito machucada? Com muitas marcas? Nós nunca tivemos vergonha da nossa nudez. Por que está agindo assim agora?
Paty - Eu agora tenho vergonha. Não quero que você e nem ninguém me veja nua. Eu preciso de um tempo, tá? Tenho que viver um dia de cada vez até eu me sentir confortável novamente.
Leonel - Não precisa ter vergonha de mim. Eu sou seu marido. Estou aqui pra te ajudar. Por favor, confie em mim.
Paty - Tudo bem, já que você insiste, mas eu não quero que você tenha um surto, OK? Promete?
Balancei a cabeça afirmativamente, enquanto Patrícia se levantou e ficou no meio do quarto. Ela estava muito apreensiva e com muito medo. Ela parou na minha frente e ainda perguntou se eu tinha certeza. Eu disse que sim, e quando ela abaixou a toalha, eu simplesmente não acreditei no que eu vi. Seu corpo estava todo marcado com várias manchas vermelhas e roxas. Acho que eram marcas de chupões em diversas partes do corpo e acho que tinha alguns arranhões também que já estavam começando a cicatrizar.
Quando olho para seu ventre, eu vejo uma tatuagem que estava escrito "O bonde passou por aqui." Eu fiquei em choque e ela com vergonha, virou de costas e vi mais marcas. Eu notei que na bunda parecia até que tinha marca de dedos e mãos, provavelmente por causa de tapas muito fortes, mas o pior foi ver outras tatuagens. Uma dizia putinha e outra, era uma imagem de um pênis, bem naquela área triangular que o bikini cobre e por fim, na lateral de seu corpo, abaixo dos seio, pra acabar de vez comigo e me deixar sem chão, eu vi a pior das tatuagens. Aquela que me deixaria arrasado e com pesadelos. Parecia ser um touro com chifres e estava escrito "Para o meu corninho Leonel." E logo abaixo, vários risquinhos que eu não entendi o que significava, mas parecia uma espécie de contagem igual se vê em presídios nos filmes.
Comecei a chorar e me ajoelhei socando o chão. Na hora me deu vontade de voltar no morro e tirar essa história a limpo, mas o que eu poderia fazer. Senti minha coragem se esvair e acho que minha pressão baixou porque fiquei meio zonzo e pensei que fosse desmaiar. Por que isso meu Deus? Por que? Eu queria fazer algo, mas faltava fé. Faltava coragem. Faltava sangue nos olhos e meu sangue era ralo como água.
Leonel - O que fizeram contigo meu amor? Como isso aconteceu?
Paty - Eu não sei. Eu não me lembro. Me perdoe meu amor, mas eu acho que seria melhor se nós dormíssemos em quartos separados durante algum tempo.
Leonel - Por que isso?
Paty - Eu não sou mais digna de dormir ao seu lado e estou com medo de ter pesadelos e acabar falando ou fazendo algo que te magoe ou te humilhe mais ainda. Você não merece isso e quando eu estiver melhor, a gente dorme junto de novo.
Leonel - Eu quero cuidar de você. Não faça isso.
Paty - Leo, você não me entende. Eu não consigo nem olhar pra você. Eu tenho nojo de mim e nojo do meu corpo. Eu tenho vergonha de fazer você passar por isso. Se eu pudesse, eu sumia pra nunca mais ninguém me ver.
Leonel - Nós vamos dar um jeito nisso. Deus irá nos guiar. Ele nunca desampara.
Paty - O único jeito por enquanto é ficarmos em quartos separados.
Leonel - Patricia, eu te amo!
Paty - Por favor, não faça isso comigo. É como se você enfiasse um punhal no meu peito.
Leonel - Mas você é minha esposa. E eu cuidarei de você.
Paty - Eu virei uma puta, Leonel. Como você pode amar uma puta? Você está vendo essas tatuagens? Está vendo essa aqui em sua homenagem? Está vendo? Como você ainda pode me amar? Eu sou uma P - U - T - A. PUTAAA! PUTAAAA!! PUUUUUTA AAAA!!!
Então tudo aconteceu tão rápido, que quando eu dei por mim, Patrícia estava batendo a cabeça dela contra o espelho do armário, mas por sorte, ela não conseguiu quebrar e eu me levantei rapidamente e consegui segurá-la a tempo, antes que ela tentasse novamente.
Ela desabou no chão a chorar, e eu a abracei. Em pensamento, prometi a mim mesmo e a Deus que nunca mais eu deixaria que alguém se aproveitasse dela novamente sob nenhuma circunstância.
Leonel - Meu amor, não fique assim. O médico me indicou uma psicóloga pra você se tratar, e além disso faremos acompanhamento espiritual na igreja também. Nós iremos nos curar de tudo isso, e eu estarei ao seu lado, sempre que você precisar. Juro por Deus.
Paty - Você é um homem muito bom Léo. Bom até demais. Como você consegue?
Leonel - Deus é a minha fortaleza.
Paty - Assim que eu me sentir mais forte, voltarei a frequentar a igreja contigo. Participarei de todas as atividades que eu puder. Deus também será a minha fortaleza.
Quando ela disse isso, meus olhos se encheram d'água, e eu tive minha fé renovada.
…
…
Alguns dias se passaram após o fatídico dia da ida à favela e eu estava com tanta raiva da Patrícia, que eu nem queria saber como ela estava. Não queria contato também com a Fabiana e nem com a Grazi.
Fui abrir uma garrafa de vinho para relaxar e minha mente começou a viajar em minhas memórias.
Fiquei me lembrando da minha vida na faculdade, quando eu estava no 5°período. Nessa época eu dedicava meu tempo inteiro aos estudos. A fase das chopadas já havia passado e eu não quis namorar ninguém nesse momento. Claro que eu tinha os meus rolos, mas eu era discreta. A vida me ensinou a ser assim, desde o dia em que minha mãe me pegou com o Sr. Dário na cama dela.
Meu foco nos estudos era tão intenso, que eu custava a sentir falta de sexo e quando eu sentia, procurava uns contatinhos de pau amigo ou simplesmente eu ia em alguma festinha, conhecia alguém, e se eu agradasse, íamos pro motel.
Paty nessa época estava muito doida. Ela de vez em quando aparecia na minha casa buscando algum conselho, mas era complicado botar juízo naquela cabeça, até que um dia ela parou de vir. Achei estranho, mas eu estava tão focada nos estudos, que às vezes me esquecia de procurá-la.
Algumas semanas passaram, e o Sr. Ulisses foi me visitar. Já tinha mais de um ano que ele não vinha me visitar. Depois daquela tentativa de sexo após o jantar de aniversário, as coisas ficaram meio esquisitas e ele suspendeu as visitas. A gente se falava por telefone, e algumas vezes eu aparecia na casa da Patrícia num fim de semana pra pegar uma piscina, quando ela me convidava e nós nos cumprimentávamos e mantinhamos a discrição.
Ulisses - Kelly, minha querida. Preciso de sua ajuda urgentemente.
Kelly - O que foi, Sr. Ulisses?
Ulisses - Patrícia está usando drogas mais pesadas e eu não sei o que fazer. Quando ela usava só a maconha, eu detestava, mas achei que era só uma fase de rebeldia que iria passar, mas agora chegou ao meu conhecimento que ela está cheirando.
Kelly - Sinto muito, Sr. Ulisses. Eu tentei ajudá-la e dar bons conselhos, mas ela se afastou de mim.
Ulisses - Eu só queria que a minha filha fosse mais responsável e tivesse mais juízo.
O Sr. Ulisses então sentou no sofá e começou a chorar e ver aquele homem de mais de cinquenta anos chorando que nem uma criança era difícil de ver. Sentei ao seu lado e fiquei fazendo carinho nos seus cabelos e cabeça. De vez em quando eu dava um abraço e beijava seu rosto.
Num desses beijos, quando ele foi me retribuir que nossas bocas se encontraram. Tivemos um pequeno susto, mas nossos olhos também se encontraram e aí não teve jeito. Continuamos o beijo que no início só tinha lábios, mas agora duas línguas duelavam numa batalha sem fim, querendo dominar a outra.
Eu fui deitando no sofá, e ele se deitando sobre mim, colocando suas mãos sobre meus seios e acariciando ambos. Pra não perder tempo, eu tratei logo de tirar a minha roupa e fiquei peladinha.
Ulisses - Você é maravilhosa!
E sua boca que antes beijava-me o rosto, agora beijava os meus seios, que rapidamente evidenciou a rigidez de meus mamilos. Enquanto um era abocanhado, o outro ganhava leves puxões e torções, me arrancando gemidos. Como era bom sentir a bica daquele homem!
Kelly - Isso, meu gostoso! Mama bem gostoso a sua putinha safadinha. Que boca deliciosa! Hummmmmm….
Ele colocou então um dedo na minha boca, e depois mais outro, e eu comecei a chupar aqueles dedos como se fosse uma piroca. Eu lambia de leve a ponta dos dedos e chupava com força, colocando os dois dedos inteiro na boca.
Ele agora revezava os meus seios e com a mão que estava na minha boca, cheia de saliva, ele foi descendo ate chegar na minha bucetinha e me penetrou com esses dois dedos, fazendo-me gemer novamente.
Seus dedos estavam me levando a loucura e em pouco tempo eu estava gozando e suspirando. Eu estava tão molhada que eu escutava o barulho que o meu melzinho fazia na minha buceta com os seus dedos. O cheiro da minha bucetinha foi impregnando a minha sala, e aquele coroa gostoso ficou inebriado e sua boca em direção da minha bucetinha como se fosse atraída por um imã.
Tentei parar essa investida para recuperar o meu fôlego, mas eu tinha acabado de gozar e estava tão molinha, que eu não tive forças pra impedí-lo. Eu estava em êxtase, pois aquela língua tão hábil fez eu gozar novamente em menos de trinta segundos, mas dessa vez eu dei um grito em vez de gemido, e cheia de tesão, acabei dando uma chave de buceta em sua cabeça, que o deixou vermelho e sem ar.
Nós rimos da situação, e ficamos recuperando o fôlego. Meu cheiro agora estava mais forte e minha buceta estava mais encharcada ainda.
Enquanto fiquei recuperando o fôlego, ele se levantou e começou a tirar a sua roupa. Por um momento, ele parou e vi qua ainda restava uma certa indecisão em seu olhar e por isso tratei logo em ajudá-lo a se livrar de sua calça e cueca. Fiquei sentada no sofá e ele em pé na minha frente com o pau duro a poucos centímetros de mim.
Segurei com uma das minhas mãos e comecei a chupar enquanto eu olhava nos seus olhos para ver a reação que eu causava nele. Eu chupava a cabeça e passava a língua na fenda provocando imenso prazer nele e causava algumas contrações.
Logo em seguida eu fiz nele uma garganta profunda e coloquei fundo até a minha garganta. Eu achei que conseguiria devido ao tamanho do pau dele e com algum esforço consegui. O Sr. Ulisses falava que era a melhor chupeta que já tinha recebido e nessa hora eu ainda consegui lamber de leve o seu saco, tornando ainda mais prazeroso. Foi uma gozada incrível, pois eu senti ele inchar na minha boca e a sua porra foi direto no fundo da minha garganta. Era a primeira vez que eu fazia isso dessa forma e adorei a sensação.
Senti seu pau amolecendo, mas continuei a chupá-lo e fui tirando a boca e batendo punheta pra ele e batendo seu pau na minha cara, até deixar ele duro novamente. Comecei a dedilhar a minha bucetinha porque eu estava com muito tesão e sentia a minha excitação escorrer pelas minhas pernas. O sofá estava molhado com o meu suor e com meu melzinho. Eu não sei porque, mas eu estava me sentindo a pessoa mais feliz do mundo. Podia ser tesão, a vontade de desobedecer minha mãe, gratidão por poder agradecer esse homem que tanto me ajudou na pior fase da minha vida, ou simplesmente amor.
Eu me levantei do sofá, e fui puxando ele pelo pau até o meu quarto. Eu deitei em minha cama, e ele se deitou por cima de mim beijando a minha boca e os meus seios. Chupava meus mamilos e mordia-os de vez em quando me causando arrepios e uma dorzinha que me deixava maluca.
Senti que ele guiou seu pau para a entrada da minha bucetinha. Pensei em interromper e pedir que colocasse uma camisinha, mas o tesão era tão grande que eu fechei os olhos e só esperei aquele pau invadir as minhas carnes.
Seu pau entrou todo de uma vez em mim, provocando um leve gemido. Eu estava tão molhada que não houve resistência alguma e tão pouco algum atrito. Foi uma entrada profunda e ele logo tratou de se movimentar em cima de mim num papai-e-mamãe bem cadenciado que eu estava adorando.
O Sr. Ulisses alternava a velocidade com estocadas mais profundas, arrancando gemidos de mim constantemente, provocando imenso prazer em mim.
Kelly - Aaaaaai… Sr. Ulisses, aaaaai meu Deus, você me deixa doida. Aaaaaaai… estou gozando de novo. O que está fazendo comigo?
Ulisses - Que loucura! Que tesão é esse? Você tem um fogo, menina, um fogo que me deixa maluco.
Kelly - Me come gostoso…eu sou só sua…serei só sua…me come, vai, me come…
Senti que ele estava começando a se cansar, e fui dar uma ajudinha.
Kelly - Vamos mudar de posição porque eu quero ficar por cima de você.
Ulisses - O que você quiser, minha menina, o que você quiser, eu faço.
Ele saiu de cima de mim e deitou-se ao meu lado, e eu já fui logo por cima dele, procurando seu pau e encaixando na minha bucetinha. Ele fechou os olhos e colocou as mãos na minha cintura, enquanto eu subia e descia, cavalgando aquele cinquentão gostoso.
Eu acelerava os meus movimentos porque mais uma vez eu sentia que estava chegando a mais um orgasmo. Minhas subidas e descidas estavam tão rápidas e eu estava tão lubrificada que num momento infeliz, o seu pau saiu um pouquinho da minha bucetinha e quando desci novamente, acabou entrando no meu cuzinho. Na mesma hora dei um grito, mas o tesão era tão grande, que a dor que eu senti durou menos de quinze segundos.
Continuei a movimentação e gozei novamente de forma intensa e fiquei meio molinha sorrindo para o Sr. Ulisses, mas ele ainda queria mais e ficou se movimentando de baixo pra cima e tentando controlar a cavalgada com as mãos na minha cintura.
Eu já estava sem forças, mas meu corpo queria mais, e depois de mais alguns minutos dando meu cuzinho pra ele, senti o pau dele inchar e gozar dentro de mim. Era tamanha excitação que eu também gozei mais uma vez, mas pedi um tempo. Ele concordou e ficamos abraçados na cama e conversando.
Kelly - Foi a melhor foda da minha vida! Estou sentindo meu corpo tremer todo, só com seu simples toque.
Ulisses - Meu Deus, o que fizemos? Nós somos dois loucos hahaha
Kelly - Estou louca mesmo! Gozei várias vezes.
Ulisses - Se sua mãe souber disso, ela vai fazer um escândalo.
Kelly - Só a minha mãe?
Ulisse - Minha esposa nem liga mais pra mim direito. Ela acha que eu não sei, mas descobri que ela tem alguns amantes.
Kelly - Sinto muito!
Ulisses - Não se preocupe com isso. Eu também não sou santo, mas ela é muito "dada".
Kelly - Por que não se separa?
Ulisses - Assim é melhor pra mim. Se eu me separar, terei que dar metade dos meus bens a ela. Sem falar que é bom mantermos esse casamento falido pra sociedade ver e achar qie está tudo bem. Um término pode acabar afetando meus negócios, ainda mais se houver algum tipo de escândalo.
Conversamos durante mais algum tempo, principalmente sobre Patrícia, e combinamos que ele voltaria na semana seguinte, para mais momentos de prazer. Assim aconteceu, e as semanas foram passando e a gente se encontrando.
Em casa, por causa dos vizinhos, eu tinha que me controlar muito, e acabou que ele me levou para um motel. Lá eu pude me entregar e gemer e gritar tudo o que eu podia e sentia.
Após essa ida ao motel, começamos a sair pra fazer outras coisas, e logo começaram alguns pequenos boatos, apesar de que em público, nós nunca sequer dávamos as mãos.
O tempo foi passando e a Paty voltou a frequentar a minha casa. Por várias vezes, ela vinha sem me avisar, e isso estava ficando muito perigoso, mas o que talvez tenha sido pior foi numa véspera de Natal, que a Paty estava muito mal por ter terminado com mais um de seus namorados, e praticamente me obrigou a passar o Natal na casa dela.
Tentei convencê-la a desistir dessa história, mas em vão. Tentei uma última cartada e disse que a minha relação com minha mãe estava melhorando, e eu queria passar com ela. Paty não se deu por vencida e conseguiu convencer os pais, a receberem eu e minha mãe para o Natal.
Durante a ceia, eu fazia o impossível para não cometer algum ato falho. Toda mãe sabe a filha que tem, e a minha estava de olho em mim, observando tudo o que eu fazia, para onde eu olhava, esperando que eu me traísse de alguma forma, mas eu estava muito alerta e procurava focar na Paty, conversando só com ela e minha mãe.
Quando chegou a hora da sobremesa, Paty me chamou para ajudá-la. Ela mesmo tinha feito uma torta de limão, e pediu que eu pegasse as rabanadas. Voltamos da cozinha e começamos a servir os pais dela e a minha mãe.
Ulisses - Que maravilha, minha filha! Sua torta está divina!
Eunice - Acho que tem dedo da Luzinete nessa torta.
Luzinete - Tem não, Dona Eunice. Patyzinha fez tudo sozinha. Só tirei algumas dúvidas.
Fui recolher os pratos da mesa e poupar um pouco a minha mãe de ter que lavar a louça. Quando fui pegar o prato do Sr. Ulisses, nossas mãos se tocaram e eu olhei pra ele e devo ter ficado vermelha, deixando o prato cair no chão. Na mesma hora, olhei pra minha mãe e na minha cara devia estar escrito culpada, pois fiquei muito sem graça, principalmente por minha mãe olhar nos meus olhos e balançar a cabeça negativamente?
Fui pra cozinha pegar uma vassoura e minha mãe foi atrás de mim.
Luzinete - Você é uma putinha mesmo, né?
Kelly - Que isso, mãe? Olha o respeito!
Luzinete - Eu sou sua mãe e falo contigo do jeito que você merece.
Kelly - Mãe, por que está fazendo isso comigo? Por que você está sempre me perseguindo?
Luzinete - Eu te conheço. Você disfarça muito bem, mas não me engana. O que você tem com o Sr. Ulisses, minha filha?
Kelly - Nada, mãe. Ele me ajuda porque ele gosta de mim e de você. É grato por você ter cuidado da Paty e ele também me pediu pra ajudá-la e ficar de olho nela.
Luzinete - Só isso mesmo? Por favor, filha, me promete que nunca vai se deitar com o Sr. Ulisses.
Kelly - Prometo, mãe.
Luzinete - Quero que você jure pra mim agora.
Kelly - Cruzes!!!
Luzinete - Jura agora! Se você estiver mentindo pra mim, que eu morra agora.
Kelly - Eu juro! Tá vendo, você está viva ainda. Não entendo porque não confia em mim…
Luzinete - Talvez porque você tenha dormido com meu homem.
Kelly - Você nunca vai me perdoar, né?
Luzinete - Um dia, quem sabe…
Paty - Gente, onde está essa vassoura? Minha mãe está reclamando lá.
Kelly - Eu vou embora, Paty. Não estou me sentindo muito bem.
Paty - O que houve?
Luzinete - Problema de falta de vergonha na cara.
Paty - Vocês duas são não podem dar uma trégua nem no Natal?
Luzinete - Desculpa, Patyzinha. É que a minha filha é muito sonsa quando quer.
Kelly - Me dá essa vassoura que eu vou arrumar a merda que eu fiz.
Peguei a vassoura e fui catar os cacos no chão. Enquanto eu fazia isso, todos já tinham ido pra sala e eu ainda estava arrumando algumas coisas, até que deu meia noite e trocamos presentes.
Estava tudo transcorrendo normalmente, até que o Sr. Ulisses anunciou que tinha dois presentes especiais para entregar. Ele foi até a árvore e pegou 2 caixinhas pequenas, entregando uma para a Paty e outra para mim. Nós abrimos a caixa e havia uma chave dentro. Eu não estava acreditando naquilo, mas era a chave de um carro.
Paty estava eufórica e gritando comemorando o presente. Eu fiquei sem reação e não sabia o que dizer, mas a minha mãe sabia.
Luzinete - Sr. Ulisses, o Senhor já faz muito pela minha filha, inclusive faz até mais do que ela merece.
Sr. Ulisses - Ela merece ter uma chance na vida. O carro é usado, até porque ela nem tem carteira ainda. Acho importante para o futuro dela.
Luzinete - Tudo bem! Se me dão licença, eu irei para o meu quarto dormir. Boa noite a todos.
Paty - Nete, fica mais um pouco…
Luzinete - Melhor, não.
E ela se retirou para o quarto. Eu fui atrás e dei um abraço nela dizendo que a amava e desejei Feliz Natal.
Passado esse episódio, continuamos ainda sendo amantes e tomando todo o cuidado para não sermos descobertos, mas infelizmente uma tragédia aconteceu justamente num dia que o Sr. Ulisses estava lá em casa. Eu faltei a faculdade nesse dia e também não fui ao trabalho, e ficamos quase o dia inteiro namorando na minha casa.
Ele foi embora no final da tarde, mas alguns minutos depois ele retornou com uma cara muito preocupada. Eu logo imaginei que ele poderia ter brigado em casa, ou que alguém pudesse ter descoberto, mas não era isso.
Ulisses - Minha menina, eu nem sei como te falar isso. Você é uma garota tão forte! Vai ter que ser forte mais uma vez!
Kelly - O que foi, Sr. Ulisses? O que aconteceu?
Ulisses - Sua mãe morreu.
Kelly - O que? Por favor, não diga isso! É mentira! Me diz que é mentira!
Ele me abraçou e ficou me consolando, enquanto eu chorava sem parar. Ele me beijava a testa de vez em quando e tentava me acalmar. Depois de 1 hora chorando, eu consegui parar e ele me levou ao hospital.
Eu era só tristeza, mas todos me apoiaram e até a Dona Eunice estava triste e foi gentil comigo. Paty ficou comigo durante duas semanas me apoiando e fazendo companhia pra mim. Eu era muito agradecida por ela me dar esse apoio, mas eu queria muito a companhia do homem que eu estava amando.
Eu senti muita falta do Sr. Ulisses, mas com a Paty ali, era impossível alguma coisa. Aos poucos a vida foi retornando ao normal, e rapidamente passou um mês da morte da minha mãe. Na faculdade, estava cada vez mais difícil, mas não desisti e consegui um estágio remunerado.
O Sr. Ulisses estava começando a ter conversas mais sérias comigo. Fui percebendo que a nossa relação estava evoluindo, e ele já falava em separação. Ao mesmo tempo que eu desejava continuar esse relacionamento, eu pensava que a Paty iria me matar se soubesse, e eu pensava também no juramento que fiz pra minha mãe, mas será que eu estaria disposta a continuar com isso?
De repente fui trazida de novo à realidade, quando tocaram a campainha do meu apartamento. Fui atender, e era um cara meio estranho que estava na porta. Terno preto, óculos escuros e parecia meio afobado.
Fred - Boa tarde, Sra. Kelly. Meu nome é Frederico Freitas e eu sou amigo do Daniel. Estou aqui para lhe comunicar que o Daniel está morto.
Kelly - O que? Isso é alguma brincadeira?
Fred - Infelizmente não, Sra. Kelly. O Daniel estava numa missão muito importante, talvez a mais difícil…
Kelly - A Sueca?
Fred - Ele falou contigo? Interessante! Eu não posso dar detalhes da missão, mas já que ele contou a você, não vejo razão para esconder isso.
Eu estava em choque e comecei a chorar. Eu amava o Daniel e gostava da sua companhia. Havia momentos em que ele era mais calado e outros que ele era muito engraçado e brincalhão.
Kelly - E o que eu faço? Onde está o corpo dele?
Fred - Não tem corpo. Eu vou mostrar um vídeo pra você que é confidencial.
Ele pegou o celular e me mostrou um vídeo que aparecia uma mulher loira correndo e entrando num carro, que sai em disparada cantando o pneu. Logo em seguida, aparece o Daniel correndo e entrando num carro, próximo ao que a loira entrou, mas de repente o carro explode, e eu tomo um susto.
Fred - Fizemos um enterro simbólico, e traremos as cinzas o quanto antes.
Kelly - E o que eu falo com meu filho? O que eu vou fazer?
Fred - Você não pode contar a verdade, é lógico. Você vai dizer que ele sofreu um acidente e que o corpo não foi localizado. Pode fazer um enterro simbólico se você quiser, mas eu não recomendo. Sei que é difícil, mas o Daniel deixou uma quantia bem generosa pra você e nós iremos levar todo o equipamento dele que está no esconderijo. Pagaremos por isso também.
Kelly - Vocês irão mandar outros atrás dessa Sueca?
Fred - Já enviamos. É questão de tempo até ela ser eliminada. Tome aqui esta maleta, e eu irei agora pegar todo o armamento no esconderijo. Faremos um cálculo e enviaremos um cartão com uma senha para você acessar e receber o restante do dinheiro.
Sentei no sofá ainda não acreditando nisso tudo, enquanto o Frederico ia até o meu quarto e fazia a limpa no esconderijo que ficava dentro do meu armário. Senti uma dor em meu peito e uma tristeza enorme. Esperei o Frederico ir embora, e deitei na minha cama procurando entender o porquê de tudo isso. Será que Deus estava me castigando por todas as sacanagens que eu fiz na vida? Levar o meu Daniel assim não era justo. Acabei chorando novamente até que eu peguei no sono.
…
…
Depois de dormir várias horas, eu acordei e vi Armando sentado na cama.
Grazi - Oi, Armando! Tudo bem contigo?
Armando - Sara e Regina ficaram preocupadas. Inventei que tinha acabado de chegar de viagem e vim pra cá.
Grazi - Que bom que você veio.
Armando - Não que seja da minha conta, mas parece que a farra foi boa. Não teve a capacidade nem de dar um aviso para suas filhas. O que está acontecendo?
Grazi - Eu fui numa festa, e o local não tinha uma boa recepção e meu celular descarregou a bateria também.
Armando - Bem, eu já vou indo. Na próxima vez que você for cair na gandaia, avisa. Elas já estão imaginando que a gente está se separando e você está dando mais motivos.
Grazi - Armando, vamos conversar. Eu tenho tanto pra te falar. Por favor…
Armando - Grazi, você me traiu! A minha vontade é de arrebentar você e aquele merdinha. Só Deus sabe a força que estou fazendo pra me segurar e tentar ficar calmo.
Grazi - Eu imagino…
Armando - Nunca mais terei confiança em você, Grazi.
Grazi - Armando, acho que não estou me sentindo bem. Você poderia me examinar rapidamente?
Armando - O que você tem? Por acaso está grávida?
Grazi - Vira essa boca pra lá… Só um pouco de tontura.
Armando fez um exame clínico bem rápido, examinando meus olhos, pulsação, pressão e batimento cardíaco.
Armando - Parece tudo bem, mas se continuar assim, melhor fazer um exame de sangue pra começar. Você tem transado usando preservativo? ISTs estão cada vez mais comuns, porque parece que o número de pessoas que não estão usando preservativo aumentou.
Grazi - Vou fingir que não ouvi a primeira parte do que você disse. Você poderia me ajudar a ir ao banheiro e quem sabe me ajudar no banho…
Armando - Grazi, deixa de joguinhos…
Grazi - É sério… Se quiser, só precisa ficar dentro do banheiro, caso eu passe mal ou desmaie.
Armando - Tudo bem! Eu te ajudo.
Fomos até o banheiro e eu tirei a minha roupa e vi que ele virou o rosto pro outro lado. Liguei o chuveiro, e comecei a tomar meu banho.
Nisso escuto batidas na porta, e a voz da Regina.
Regina - Mãe, posso entrar? Preciso ir ao banheiro.
Grazi - Melhor não, filha…
Regina - O que você está escondendo?
Grazi - Filha, vai no outro banheiro.
Eu não tinha muito tempo. Liguei a torneira da pia e comecei a contar tudo o que aconteceu, quer dizer, não tudo. Eu contei a minha versão omitindo várias partes, porque seria melhor ele saber por mim do que por outras pessoas.
No início, ele achou que tudo era mentira e que era invenção, mas aí fui mostrando no celular algumas conversas e imagens. Fui controlando tudo que ele podia ver.
Armando - Grazi, eu quero ler tudo e ver tudo.
Grazi - Não vou deixar você ver tudo. Entenda que existem coisas aqui sobre outras pessoas e eu não tenho o direito de expor a vida delas ainda mais.
Armando - Então é isso? Você está sendo chantageada e não pensou em procurar a polícia?
Grazi - Armando, essa pessoa que está fazendo isso tem muito dinheiro e muitos recursos. Ela parece estar sempre dois passos na nossa frente, antes mesmo da gente dar o primeiro passo. Ela está determinada a ferrar com a gente. Ameaçou você e nossas filhas.
Armando - Então aquele dia que você me disse que transou com o Nando, é mentira? Você fez isso pra pensarem que a gente se separou e então ganhar algum tempo?
Grazi - Sim.
Armando - Que plano de merda, Grazi! Você não imaginou que eu poderia ter te dado uma surra? Aliás, eu quase fiz isso. Não imaginou que eu poderia ficar transtornado e enfurecido e ter batido com o carro e ter causado um grave acidente? Que eu poderia sair pra dar o troco na mesma moeda, ou até pedir o divórcio? Coisa que eu estava conversando já com o advogado…
Grazi - Meu amor, é que…
Armando - Que amor o que, Grazi? Quem ama não faz isso que você fez.
Grazi - Entenda o meu lado. Eu estava sendo pressionada e torturada psicologicamente.
Armando - Realmente algumas coisas estão fazendo muito sentido. Preciso pensar, mas o que você quer é que nós continuemos separados pra todos acreditarem nessa farsa, mas quer que eu volte a morar aqui?
Grazi - Isso. O que você acha?
Armando - Não faz sentido. Se é pra estar separado, que eu fique então onde estou.
Grazi - Acho que faz mais sentido mesmo.
Armando - Me responde uma coisa então.
Grazi - O que?
Armando - Você realmente me traiu com o Nando? Sim ou não?
Eu sabia que essa pergunta iria surgir mais cedo ou mais tarde. E no momento, não posso contar tudo. Até esse pesadelo acabar, não posso contar. Sou péssima jogadora de poker e não sei blefar, mas vim treinando isso faz tempo.
Grazi - Você acha que eu faria isso contigo? O Nando foi um grande amor do passado que ficou no passado. Meu presente e futuro é você! Uma das três pessoas que eu mais amo nesse mundo. Vamos botar uma pedra nisso.
Armando - Sim ou não, Grazi?
Grazi - Não, Armando! Eu não te traí com o Nando naquele dia. Eu já disse. Nós só ficamos conversando. Ele bem que tentou, mas acabou entendendo que eu te amo e desistiu.
Armando - Grazi, eu não estou confortável com isso, mas já que você foi sincera comigo e me mostrou algumas evidências desse Coringa louco, eu vou acreditar nessa história maluca. Até porque estou envolvido de certa forma.
Grazi - Não entendi.
Armando - Pelo pouco da história que você me contou, eu lembro desse acidente. Eu estava de plantão nesse dia, e me lembro vagamente. A Kelly estava muito nervosa nesse dia porque era a segunda vez que ela ficava no posto de enfermeira chefe em caráter de urgência, pois a Chefe mesmo estava de férias e a substituta ficou doente.
Grazi - Eu nem me lembro disso.
Armando - Pra maioria era só mais um dia com mais um acidente, mas eu me lembro porque a Kelly estava muito nervosa, e a Kelly sempre foi muito disciplinada e ponderada no hospital.
Grazi - Você se lembra de algum detalhe?
Armando - Acho que a família veio reconhecer os corpos, mas não lembro direito. Talvez uma irmã ou irmão.
Regina - Mãe, você não vai sair do banho? Mais de uma hora com o chuveiro ligado! Se acabar a água do planeta, a culpa é sua.
Grazi - Melhor você sair e conversar com ela.
Armando - Já que eu estou aqui, você poderia resolver um problema pra mim.
Ele tirou as calças e a cueca, me mostrando aquela pica que tanto gosto.
Chupei seu pau e ainda massageei seu saco, fazendo-o gozar em minha boca e deixando escorrer até os meus seios. Continuei chupando até deixar sem um vestígio de porra, deixando bem limpinho. Ele ainda me disse um monte de sacanagens e fomos aos poucos nos arrumando.
Armando - OK. Então pra todos os efeitos, continuamos separados?
Grazi - Isso! Com o devido tempo, a gente vai resolver isso.
Assim que ele sai do banheiro, já começa o falatório.
Regina - Por isso essa demora no banheiro… Agora entendi tudo.
Armando - Filha, não é nada disso que você está pensando. Estávamos conversando sobre você, a Sara e outros assuntos.
As vozes foram diminuindo até que não escutei mais a voz deles. Pelo menos consegui convencer o Armando. Isso vai me dar um tempo até a gente resolver as coisas. E eu já sei o que vou fazer com aquele safado do Ricardo.