A prisão do senador foi a notícia do ano. A FBI se meteu no caso, e finalmente conseguimos fazer com que aquele filho de uma puta fosse preso.
Infelizmente, nem tudo são flores. A Polícia de Nova Iorque começou pressionar a nossa capitã, eles queriam entender como uma equipe policiais da homicídios puderam realizar uma prisão tão grande como essa e ela nem desconfiar. A pressão foi tanta que eles pediram a cabeça de todos nós.
Consegui fazer com que apenas eu assumisse a culpa e fosse dispensado do meu cargo.
Alguns meses se passaram e Rick voltou para quântico, onde ele ficou na ativa novamente e voltou ao seu trabalho.
No fim dessa história, eu fui o único que saiu perdendo. Na verdade, perdi em partes, pois apesar de tudo eu ainda tinha Daniel ali comigo.
Daniel chegava da delegacia todos os dias e me contava sempre sobre como tinha sido seu dia, e eu ficava lá, escutando tudo e tentando manter uma normalidade, mas a verdade é que aquilo estava me afetando muito. Ser policial sempre foi a minha maior paixão.
Aos poucos as contas começariam a chegar e eu não queria ficar em casa vivendo as custas do meu namorado.
-Amor? - disse Daniel fazendo um cafuné em meu cabelo enquanto estávamos deitados no safa assistindo televisão.
-Sim?
-Me desculpa? - disse Daniel chorando - eu não queria estragar sua vida, eu sei que seu trabalho era tudo pra você.
-Daniel...
-Me perdoa - ele chorava descontroladamente - às vezes eu sinto que só te trouxe problema, eu não queria, não queria mesmo.
-Daniel, você me trouxe muitos problemas sim, mas você também me trouxe amor. Quando você me conheceu eu estava totalmente amargo com a vida, eu jamais imaginei que eu poderia me apaixonar novamente, jamais. Então por favor, não se culpe. Eu faria tudo isso novamente por você.
Depois de alguns dias em casa Daniel me convenceu procurar algum emprego para.ocupar minha mente.
Kate, como uma boa amiga me recomendou uma amiga dela que tinha uma agência de detetive particular e foi lá que eu comecei a trabalhar durante um tempo.
Não era o emprego dos meus sonhos, mas dava para ocupar a minha cabeça e fazer um pouco do que eu gostava. Geralmente, os casos que caiam na agência era sempre de alguma mulher que achava que o marido estava traindo e etc.
Alguns meses já haviam se passado, e era uma sexta-feira a noite.
Eu estava na agência mexendo em alguns papéis e terminando de arrumar minha sala para fechar quando a campainha tocou.
-Boa noite - disse abrindo a porta e dando de cara com um homem alto, loiro, e moreno. Ele usava um terno e possuía um ponto eletrônico em seu ouvido.
-Boa noite, Detetive Lucas?
-Sou eu - respondi - como posso ajudar?
-Eu gostaria de saber o que um policial com seu potencial, que conseguiu acabam com um esquema oculto por anos por um cara extremamente influente está fazendo em uma salinha no centro da cidade trabalhando como detetive particular.
-Infelizmente a polícia de Nova Iorque não pensa isso tudo sobre mim.
-Mas nós da CIA não pensamos assim - ele disse.
-CIA? - repeti me engasgando com o próprio ar.
-Eu vim aqui pois tenho um convite para te fazer - disse ele puxando um carrão do bolso do seu terno. - nós queremos você conosco.
-Como assim? Espera. Eu fico honrado e tudo mais, só que CIA? Vocês são extremamente sigilosos, eu teria que...
-Abandonar tudo o que você tem agora. - disse ele - Nós somos uma agência que preza pela descrição. Você simplesmente teria que sumir por diversos dias. Nós podemos inventar um emprego para sua família não desconfiar, e você estaria quase sempre viajando.
-Eu não posso, eu acabei de...
Na minha cabeça eu só pensava em Daniel. Como eu iria fazer isso com ele? Isso seria quase que um fim em nosso relacionamento. Eu não podia fazer com ele o que Rick fez comigo.
-Eu não posso te dar muito tempo para pensar, no máximo uns 2 dias. - disse ele virando as costas em direção a porta.
-Eu não preciso pensar - falei fazendo com que ele parasse no meio do caminho - eu tenho um cara que eu amo muito, e que me ama. Eu jamais poderia abandonar ele. Eu sei que essa é a chance da minha vida, mas eu não vejo minha vida sem ele.
-É uma pena...
-Sim, é uma pena. E por favor, quando for se reportar ao seu superior diga a ele que não aceitei pois nessa vida ninguém faz nada sozinho. Eu não prendi o senador sozinho. Eu tive pessoas maravilhosas me ajudando, e eu jamais poderia virar as costas para elas.
Cheguei em casa algumas horas depois e fiquei bastante pensativo. Será que eu fiz o certo?
-Amor! Você não sabe o que aconteceu hoje - disse Daniel entrando em casa correndo e me abraçando, fazendo que caissemos os dois no tapete da sala.
-Eu fiz o certo - falei em voz baixa.
- O que? - ele perguntou
-Daniel, antes de você me contar o que aconteceu hoje, eu preciso te contar uma coisa.
-O que aconteceu? - ele disse saindo de cima de mim e sentando no chão.
~~ 1 ano depois... ~~
Trilha sonora: A tu lado - RBD
-Eu me lembro que exatamente um ano atrás, eu perguntei a você o que tinha acontecido - disse Daniel - e você me disse que eu aconteci. Eu fiquei tão em choque aquele dia que eu não consegui te responder. Mas hoje, um ano depois, eu vou te responder. Mas não só a você, eu vou responder logo a todos que estão aqui em nosso casamento. Vocês sabem o quanto eu sou péssimo com as palavras, por isso, eu escrevi uma carta, carta a qual eu quero ler para vocês.
"Querido Lucas,
Casais normais se conhecem na fila de uma boate, em um bar, no museu, na faculdade e até mesmo no trabalho. Nós nos conhecemos em um homicidio.
Aliás, ao invés da Kate e o Rick serem os padrinhos desse casamento, deveria ser a Amanda, que mesmo depois de morta conseguiu nos unir, não é mesmo?
Brincadeiras a parte, em uma de nossas conversas eu falei pra você que eu te trouxe muitos problemas, e você me respondeu que eu também te trouxe o amor. Fiquei pensando nisso e não é que realmente eu te trouxe bastante amor?
Se lembra da primeira vez que ficamos de vigia na viatura da polícia? Então... Tá aí a prova.
A verdade Lucas, é que eu nunca imaginei que eu me daria bem com você. Quem imaginaria que aquele cara extremamente grosso, que não queria um ajudante de jeito nenhum, seria esse homem com quem estou me casando hoje.
Eu te amo, muito.
Sabe aquela frase "se você matasse alguém, quem você chamaria para ajudar esconder o corpo?".
Então, voce foi a pessoa que me ajudou a achar, a desenterrar o corpo.
Se hoje eu tenho um pouco de paz dentro de mim, eu devo isso a você.
Lucas, eu te amo, e eu não quero me casar apenas essa vez com você. Eu quero renovar nossos votos sempre, pois eu não sei mais ter um vida sem você ao meu lado
Eu estarei sempre ao seu lado, até o fim."
-Por isso - disse uma voz entre nós - por todo esse amor, os noivos podem finalmente se beijar.
E foi assim que Daniel e eu tivemos o melhor dia de nossas vidas.
A irmã de Daniel estava presente, e como por um milagre, naquele dia a mãe dele estava lúcida de tudo o que estava acontecendo.
No fim da noite, quando já estávamos completamente bêbados, entramos em um carro que estava esperando a gente na porta do salão de festas e seguimos rumo a nossa lua de mel.
-Amor - disse Daniel - o que é isso na sua calça?
-Voce sabe - respondi com um tom de voz assanhado.
-Não seu bobo, seu celular eu acho, está vibrando.
Peguei meu celular e era a ligação de um número desconhecido.
-Não é ninguém.
-Atende logo e depois desliga, vai.
-Alo - falei.
-Boa noite Lucas, soube que se casou hoje.
-Sim, quem fala?
-Aqui é o agente Carter da CIA, como presente de casamento nós vamos deixar que você monte sua equipe. Você pode trazer todos seus amigos que te ajudaram para trabalhar com você, nós queremos te dar uma equipe de comando.
Fim.
PS: Daqui a alguns dias terá um capítulo especial da lua de mel, bem quente.