PAULO E MIGUEL
- Quero matar aquele filho da puta, mano! – desabafei meio choramingoso para o meu irmão mais velho que sentado na poltrona da minha cama me olhava com seus olhos arregalados e interrogativos. – Ele se aproveitou do meu estado de porre e se aproveitou de mim. Ele abusou de mim, se aproveitou do meu estado de bêbado. E fez comer ele e... abusou...de mim
- Se aproveitou de você? Como? – perguntou mais uma vez meu irmão mais velho erguendo suas sobrancelhas em sinal de interrogação e em uma voz quase inaudível respondi.
- Me fudeu!
- O Paulo fez isto? – Pulou da cadeira – Mas...Como então? Tu és?
Acho que meu irmão mais velho arregalou bastante os seus olhos e quase se levantando da poltrona.
Olhei para ele aborrecido e cansado, respondi para ele que não era gay e sim o meu amigo, que julgava ser o meu melhor amigo até aquela fatídica festa onde bebemos demais até perder a noção de qual seria o limite do álcool no cérebro.
- Não! Não sou gay. Gosto de mulheres e ele me enganou, mas, dei-lhe, bati-lhe muito...
- A violência nunca foi solução para nada – respondeu aborrecido meu irmão e levantando-se dirigiu-se para a porta, mandando eu descansar, pois com a decepção que eu tivera, acabei sofrendo um pequeno acidente. Saiu. Como ele pode imaginar isso de mim? Eu, o “cara” que só gostava de mulheres?
O leitor deve estar se perguntando que diabos de conversa foi esta? Eu explico tudo em ordem, por que precisava contar para mim mesmo o porquê de tudo e de estar acamado e medicado.
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Eu, Miguel, de família classe alta e tendo como profissão; piloto de aviação de uma empresa de médio porte. Sem grandes preocupações na vida, há não ser viver de festa em festa, de mulheres em mulheres e até acabar em uma cama qualquer. Esta era a minha preocupação: festas, bebidas e mulheres. Como parceiro; Paulo, o meu melhor amigo. Esse rapaz era meio assim: parceiro de aventuras e farras e meu copiloto. Trabalhávamos sempre juntos desde que nos nós conhecêramos dentre desta firma. Temperamento menos farrista do que eu. Paulo, percebo agora, que funcionava mais como a voz de um grilo falante, sempre me chamava a atenção dos excessos, das paradas sem limites, aguentando os meus porres e enfim; Éramos uma dupla e que confiamos um no outro, entregava minha vida e colegas assim em uma profissão perigosa, confiava até aquele dia em que inusitadamente ele fez o contrário do habitual; ele é que ficou embriagado e eu também.
E neste dia ou momento inusitado é que chegamos em um ponto que se dá o imbróglio na minha mente, ou melhor; a ausência dela durante uma festa cheia bebidas e outras “coisas” só para relaxar.
Apareceu em casa a noitinha. Meio cabisbaixo, com um ar de menino desamparado.
- O que é que tu tens puto? – perguntei.
Deu de ombros. Que estava chateado. Queria beber para esquecer algo. Paulo era assim: moreno claro, um rosto de um nariz meio arrebitado, cabelos pretos que sempre os trazia bem cortado e um jeito de topete a frente da cabeça e uns olhos negros como sempre estivessem abismados para alguma coisa e a boca, sempre os lábios meio entreabertos e aquela barba, sempre aparada a pele do rosto quadricular. Isto, fazia de ser o meu amigo Paulo, um rapaz bonito e misterioso. Fomos ao bar que estava lotado e aquele ar de garoto triste, uma vez lá, se transformou em um bebedor pelas tampas, e de postura sempre contido, começou a virar todos os copos de bebidas que lhe chegavam à boca. A borboleta saia do casulo
Aquilo me chamou atenção.
- Epa, epa! Se continuares assim, vais perder a cabeça..., mas afinal? O que tu tens? neste rumo, vais perder a cabeça, me dá este copo – gritava eu no meio daquele barulho ensurdecedor que estava no bar.
Paulo negava ...
- Não. Hoje – dizia-me ele já de porre – É isto que quero. To triste, Miguel. Hoje só quero me divertir. Então vamos beber, beber até esquecer... – e falava neste “esquecer”. Sempre fui um pouco egoísta, não liguei. Afinal, estava mais encantado com uma morena que já conhecia de outras festinha e minha final de noite acabaria com ela e talvez Paulo. Os três juntos na cama, onde nos dois poderíamos usufruir daquele corpo espetacular. Pensava. Mas não foi possível pensar mais. Paulo já estava naquele estado que não falava “lé com cré” e eu o alertava:
- Vais devagar com isto Paulo! Tu não estas acostumado a ficar assim – e desabou seu corpo sobre mim. Cambaleava. E, falava, falava muito de como gostava de mim como irmão que não tivera. Amava-me e muito.
Enfim, ficamos os dois bêbados e perdemos a noção de como chegáramos no apartamento que dividia com a irmã. Lembro vagamente que a bebedeira era tanto em nossas cabeças, que entramos na casa com ele sendo carregado em minhas costas e na inútil tentativa de não fazermos barulho, para que a irmã não acordasse e, acho que funcionou. Só sei que trocávamos tropeços naquela sala, trocas de frases e cuidados, mas o inevitável aconteceu; caímos um em cima do outro naquele sofá, ou melhor, eu tropecei e cai sobre ele, ficando o meu rosto em cima do dele e no que a memória me deixa escapar é que uma vez naquela posição de deitados no sofá.
- Tu és meu amigo, se não fosses tu, não sei onde eu estaria...
E num impulso e rápido, ele me beijou e eu correspondi em um beijo louco como se eu quisesse sorver todo o íntimo do amigo através da chupada de línguas, lábios e bocas masculinas. Eu, o maior desdenhador de homossexuais, caia ali no sofá com o amigo em uma troca de beijo que jamais dei na minha vida, até mesmo em mulher que nunca chegara ao meu coração e aqui, a memória apaga em uma providencial amnésia alcoólica. Para acordar no dia seguinte e sem roupa no quarto de Paulo, isto eu lembro.
E antes que vocês me perguntem como lembro do beijo inusitado? Simples: lembrei depois de um certo acontecimento do qual não gostei nem um pouco de saber.
Mas voltando naquele momento do dia seguinte em que acordei pelado e debaixo das colchas da cama do quarto do meu amigo. Paulo me emprestou uma muda de roupa e dizendo que depois devolvesse, as minhas estavam imundas...
- Você tirou minhas roupas? – perguntei – Não lembro de nada. Nada mesmo.
- Não lembras de nada mesmo?
Não. Não lembrava de nada, tinha apenas uma bruta dor de cabeça devido a ressaca e um grande vazio na cabeça;
Dias passaram. Voltamos a voar de um canto para o outro. Esticamos algumas vezes para tomar uns goles e...um olhar que vez ou outra flagrava de Paulo. Um olhar curioso, expectativas...
- Tudo bem Paulo?
- Sim – respondia ele e tornava a entornar um copo de bebida, mas com percebida cautela.
- Tu tá estranho! Desde daquele dia que bebemos muito e que não lembro de nada.
- Não sentisses nada? Nós entornamos todas, né?
Não sentia nada. Ou melhor, senti pequenas dores nas partes intimas, mas que julguei normal para quem trabalha boa parte do tempo sentado e tenso. Coisas que me incomodaram de pouco importância.
Depois de mais alguns dias, começaram os sonhos e o cenário meio nebuloso era sempre o quarto de Paulo. Eu e ele, debaixo das colchas. Falávamos algo e beijávamos, ardor e nos embolávamos e acordei no chão e suado.
Odeio gays.
E... Aqueles sonhos em que me agarrava com o meu melhor amigo...Nem pensar.
E os dias passaram. Farras, amigos, bar e algumas garotas e preocupação; os sonhos eróticos com Paulo, de intercalados passaram a ser frequentes e nestes sonhos e pesadelos, para o meu horror, ganhavam mais contornos detalhistas. Entravamos cambaleantes e via Paulo desabotoar e arriar minhas calças e por meu pau rígido e meio amorenado na boca e no qual eu correspondia com ardor passando minhas mãos em seus cabelos. A sensação era boa...e acordava, suado e para o meu espanto: de pau duro; aquilo por demais estava beirando o ridículo.
- Tu está cada vez mais esquisito – comentava Miguel quando saíamos juntos.
Dizia que dormia e sonhava com ele e que aquilo já estava ficando deverasmente preocupante.
- Não aconteceu nada demais naquele dia?
- Eu estava bêbado também, esqueceu? – respondia ele um pouco irritado.
E assim fomos vivendo. Um dia aconteceu algo na casa do meu irmão que não me lembro direito o que era. Naquele dia não quis sair, estava cansado por demais e naquela bagunça de entra sai de jovens que eram meus sobrinhos, meu irmão e cunhada agitados também por causa de uma inauguração de uma de suas lojas, resolvi dormir cedo. Paulo estava cada vez mais estranho também, e um pouquinho distante naqueles dias. Percebo agora que sempre tratava de me fazer desviar do assunto quando eu contava sobre os malditos sonhos que eu estava tendo com ele, ficava esquivo. Como disse, neste dia em que me recolhi cedo para dormir, deitei-me em minha cama e peguei no sono e neste entremeio que aos poucos a sonolência entorpecia o meu cérebro, divaguei com a falta do corpo e do cheiro do meu amigo ao meu lado e como o meu pau fica em ponto de “bala” ao sonhar que meus lábios afagavam seu rosto barbudo e como o seu perfume me fazia sentir bem...Acordei com um pulo. Que porra de sonho maluco! Que viadagem era aquela que eu andava sentindo e sonhando? Seria como um trecho em um rolo de filme que estivesse sido cortado. Perdi o sono.
Em uma manhã em que eu acabara de voltar da rua, a serviçal da casa do meu irmão veio ao meu encontro:
- Ah, seu Miguel! Aqui está a roupa que o senhor veio vestido da casa de seu amigo Paulo outro dia. Esta limpinha e passada. Ele usa uma loção muito forte, quase que não consegui tirar na lavagem. Entregue para ele, está bem?
- Obrigado – respondi.
E entregou-me a roupa lavada e passada. Tirei-as de uma pequena sacola e fui para o meu quarto e sempre olhando para aquelas peças, cheirei-as. Paulo gostava daquela fragrância da marca Ralph Lauren; Polo. Era um odor extremamente amadeirado com tabaco e alguma coisa cítrica com gosto de bebida que dava ao beijo um sabor único...
...e dava ao beijo um sabor único - e horrorizado eu lembrei de nossas bocas se tocando e tudo veio como cascatas a descer no cérebro que explodia em imagens. Lembrei que nos beijávamos em uma troca de língua e se levantando colados pela boca e corpos do sofá, fomos para o quarto de Paulo. As camisas, não sei como, já tinham sido retiradas, os sapatos há muito tinham sidos jogados lá pela sala, e naquele momento eu não tinha raciocínio algum, só sabor de beijar um outro macho e cheiro do seu pescoço misturado com vestígio de seu perfume, aquilo me embriagara as narinas. O tesão subia, meu pau estourava por dentro das calças e ainda mais quando sentia o pau do meu amigo a roçar-se com o meu. Paulo diante de mim, se transformava de um amigo quieto em um macho atrevido, suas mãos se tornavam pior do que os tentáculos de um polvo, pareciam estar em todos os lugares do meu corpo, tal como sua boca, ora chupava-me a língua, como também brincava com os meus mamilos que se arrepiava ao contato dos lábios e de sua língua. O álcool nos liberava de todas as censuras, preconceitos e pudores. Atracávamos de forma afoita, agoniados e famintos.
-Sou louco por ti, Miguel – sussurrava rouco nos meus ouvidos – Sou doido por ti...
E eu passava os dedos em sua boca para que se calasse...
-Mostra teu corpo para mim. Quero te ver nu – dizia ele em dado do momento com a voz rouca e as mãos bastante ativas, baixava-me a cueca e admirado dizia algo tipo:
- Tu és um sonho, Miguel! Tu és um sonho para mim... - e caia de boca para o meu pênis que era comprido e meio fino na cabeça. Chupava-me de uma vez só e até a base. Chupava-me voraz e guloso. Era – agora me lembro – a mamada mais sensacional que já recebera em toda minha vida. O filho da puta arrancava de mim, chiados e murmúrios de prazer em que minhas mãos obrigavam a querer afastar sua cabeça daquele meu pedaço de carne rígida tamanha sensação de prazer. Minha vaidade de macho metido a ser alfa, delirava ao ver meu amigo Paulo a chupar-me até os ‘bagos’ e num átimo de prazer e movimentos, sua cabeça se movimentava mais para o íntimo do meu corpo e, em uma ousadia sem igual para mim, enfiou o nariz e foi metendo entre as minhas bandas da bunda até alcançar o meu anel, no qual só papel higiênico tocava. Mas o diabrete passou a língua e tirando de mim, um urro de prazer intenso e surpresa. Me deitei de bruços na cama e ele se aproveitou de minha fraqueza devido a bebida, chupou-me a bunda como se eu fosse um reles fresquinho querendo pica. Quando lembro disto, eu dou soco no ar de tanta raiva de mim mesmo, como deixei acontecer? Pelo contrário, rebolei ao sabor da boca que chupava meu cuzinho, dando mordidinhas em toda minha musculatura, eu ria, gemia e dava abafados gritinhos sob a direção daquele indecente e safado... e senti pela primeira vez na vida o que era uma chupada no cu. Era algo úmido, que tentava entrar no meu ‘furico’, e, era uma sensação tão boa que me arrepiava toda a pele da bunda e logicamente o cu e que arrancava de mim gemidos profundos
- Pára Paulo.
- Deixa! por favor deixa! – suplicava com a voz rouca, carinhoso.
- Estas abusado – mas o deixei montar na minha costa e senti uma pontada aguda como se um dardo quisesse furar o meu anus, virei-me – Que tu queres fazer?
Como resposta recebi uma língua nos meus ouvidos, que me provocou arrepios e prazer, a voz rouca a falar coisas absurdas de obscenas.
- Deixa!
E não sei o que aconteceu mais com a minha razão, só senti o envolvimento dos seus braços e lábios que apertavam o meu cangote e minhas costas e caricias que faziam perder os sentidos que me faziam desfalecer. A dor horrível que me rasgavam as carnes e mais o prazer que Paulo me proporcionava em sentir um prazer sádico de ser possuído, me fazia ver um lado meu desconhecido e devasso. Aquele petardo chamado pica entrava e saia do meu cu em que eu empinava a minha bunda querendo escapar dos seus braços e ao mesmo tempo não. Delirávamos.
- Desgraçado! -resmungava e me contorcia debaixo dele.
Ele, só resfolegava com palavras desconexas.
- Vou gozar...Vou gozar...- gemia de prazer ao sentir meu pau corresponder com aquele orgasmos maluco que já se pronunciava.
Não gozei assim. Ele se desatracou-se de mim e me fez virar de peito para cima e encontrei um rosto antes dócil de Paulo para um rosto de um macho dominador
- Eu te amo. - Dissera ele e cuspindo em suas mãos e melou o meu pau que tremia de tão duro e melado que estava. Sentou-se nele com fome de vara como se sempre estivesse feito aquilo de levar no cuzinho, se gemeu de dor, não lembro direito, só sei que gemeu foi de felicidade, “quicou” ou rebolou com a pica dentro da bundinha lisa. Cavalgava com ferocidade animal e com aquele movimento, meu pau gozou dentro daquele cuzinho macio e apertado que nem as mais gostosas da vaginas que tinha metido a caceta, jamais tinha experimentado tal aperto e gozo, e o diabo do amigo tipo uma putinha gemia e urrava de olhos fechados. Era bom enrabar e ser enrabado por uma macho e Paulo me proporcionou ondas de prazeres que meu corpo sacudia ao sabor dos despejo da porra que eu despejava dentro dele e ele, creio, também.
Depois. Só o teto do quarto. luminosidade a meia luz, respirações ofegante e o mais escuro e completo mergulho da inconsciência e não lembrei de mais nada.
Tudo isto lembrei e pasmo comigo mesmo e com que acabava de recordar: Atirei num rompante de raiva aquelas roupas ao chão. Como ele tivera coragem de fazer aquilo comigo? Me aproximei do espelho do banheiro e me olhei enojado comigo mesmo. O reflexo da minha fisionomia era de puro desprezo e indignação. Não sei quanto tempo fiquei por ali pelo meu quarto remoendo tudo aquilo. Depois de algum tempo, sai de casa. Não sei como consegui dirigir até lá, no apartamento de Paulo que dividia com a irmã. Ela me atendeu.
- Olá Miguel. Entra.
- Paulo está em casa?
- Sim, está no quarto! Quer que vá chamá-lo?
- Não. Não é preciso.
Entrei e fui direto ao quarto onde Paulo estava no banheiro. Entrei no quarto e chamei-o
- Paulo!
- Miguel! – gritara ele de dentro do banheiro – Entra, entra que eu já ir vou!
- Eu vim trazer as roupa que tu me emprestasses outro dia – respondi.
- Ok, ok! Coloca sobre a cama. Já chego aí.
Enquanto ele estava no interior do banheiro do seu quarto, eu olhava ao redor do ambiente. Era um quarto grande e bem decorado, que refletia a personalidade do dono. Alegre. Uma estante cheia de livros e objetos decorativos como pequenos aviões que refletia o gosto ou paixão que tínhamos pela profissão que era ser pilotos de aviões e uma espécie de um pequeno “closet” e aquela cama. De tudo isto consistia no ambiente e principalmente aquela cama que era de casal que repousava sobre um estrado fixado ao chão e era aquela cama que me avivava as cenas que de nós dois se enroscando um com outro aos beijos e nus...
Finalmente Paulo saiu do banheiro do seu quarto e veio ao meu encontro.
- Oi Miguel! – sorriu ele – Sente aí! Que se passa?
Estava explodindo de raiva por dentro diante daquela face que estava curiosa, como se não soubesse o que tinha acontecido, e ele sabia.
- Depois daquele dia. - Pausei a fala – Nunca mais tinha estado aqui. E agora, olhar esta cama, este lençóis...Nós dormimos mesmos juntos, não é?
- Desculpe..., mas eu...
- Não foi um sonho. Nós dormimos mesmos juntos não foi Paulo?
E desferi um soco em seu rosto que o derrubou no chão e arrebentando-lhe o canto da boca. Talvez surpreso, levantou-se para revidar no qual não foi hábil suficiente para minha raiva. Desferi mais socos, a raiva cegava-me a vista. Queria lhe esganar o pescoço... – “Tu não vales nada, tu és um viado. Viado!”
Gritava sobre ele que estava com a cara ensanguentada e tossia, talvez estivesse se afogando com o apertão que lhe dera no seu pescoço e foi aí que entrou Joana, irmã dele.
- Miguel! Miguel! – gritava ela desesperada para nós apartarmos – Solta meu irmão. Solta!
- Ele é gay. Tu és judas! O patrão vais ser o primeiro a saber que tu és viado! Tu não vales nada – gritei para os dois irmãos.
- Miguel! Não faças isso...Não faças...
- Será primeira coisa que o patrão vai saber quando sair daqui – ameacei-o – Tua não sabias que não gosto de gays, lésbicas? É assim que eu penso. Tu estas fodido comigo.
E foi quando a irmã dele interveio afrontando-me dizendo que eu não faria nada daquilo que eu, e com raiva, estava ameaçando fazer.
- Miguel! – gritou a irmã dele – Se tu disseres a quem quer que seja que meu irmão é gay. Eu não tenho o menor problema em dizer que tu também és.
-Eu nunca fui pra cama com um homem antes.
- Quem me garante? Pelo jeito não foi tão difícil assim, né? Bastou um copo e foste para cama com ele!
- Tua sorte é que eu não bato em mulheres
Me deu uma raiva porque no fundo ela estava certa. Minha reputação era algo que não sabia explicar. Sai de lá sem olhar para trás. Acho que ao chegar em casa, peguei a primeira garrafa de bebida e entornei toda. Tinha sido humilhante constatar que aquela situação me encurralava. E aquilo me provocava um ódio e uma impotência; um machão ultrajado e cada vez que pensava, percebia como fui de uma idiotice sem tamanho e uns copos, tinha cedido ao meu ex amigo; a minha bunda.
Ele agora ele era meu inimigo e ocara que mais odiava na vida.
Para resumir caro leitor; de tão bêbado tropecei em alguma coisa e cai na piscina. Não morri. Mas faltou pouco. Se não fosse Zefa a empregada, e, meu irmão mais velho(que chegava) a atirar-se na agua para resgatar-me. Não estaria aqui a relatar.
Depois de tudo isto que levaram-me ao hospital, estava ali, no meu quarto a ter aquela conversa estupida que eu queria esquecer. (continua: a publicar segunda e ultima parte)
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