Paulo questionou Ivan ainda no portão
-Quer saber mesmo detalhadamente da minha proposta ou veio disposto a arrumar confusão? Se for o segundo caso, é melhor nem entrar.
-Só quero ouvir a merda que você tem em mente, isso não quer dizer que irei aceitar.
-Então entre.
Paulo apontou o sofá para Ivan como que dizendo para se sentar e ele o fez.
-Como citei naquele dia, posso salvar seu negócio, sua casa e até a sua pele, mas em troca, quero passar a dormir com a sua mulher, digamos, umas cinco noites por semana.
Ivan se enfureceu, mas procurou se controlar:
-Tá, só me diz uma coisa, senhor esquisitice, quem te garante que não vou te dar uma banana e não o deixarei nem chegar perto da minha mulher depois que você quitar minhas dívidas?
Com toda calma do mundo, Paulo disse:
-Eu explico! É lógico que não faremos um negócio apenas de boca, seria um completo idiota se confiasse em sua palavra. Faremos um contrato, onde eu me tornarei o dono da sua casa e do mercadinho, além disso, você assinará promissórias com o valor total das outras dívidas que têm, não só a do agiota, mas de meio mundo que fez por aí. Nesse contrato, estará claro que quando você pagar 50% de tudo, corrigido pela inflação, automaticamente, voltará a ser dono dos imóveis. Até pagar esses 50%, você e sua família poderão viver normalmente na casa e tocar o mercadinho, só que claro, terá que trabalhar duro, coisa que pelo visto nunca foi o seu forte. Agora, antes que pergunte por que exigirei apenas 50%, já respondo, porque os outros 50%, serão pagos pelo tempo que passarei com sua esposa. Ah! Um detalhe importante, colocarei uma cláusula de que a qualquer momento, posso mudar de ideia, assumir o comando do mercadinho e despejá-los da casa, mas isso só ocorrerá se Isabel não dormir comigo ou se fizerem uma merda muito grande e eu não queira mais esse acordo. Sobre os rendimentos do mercado, claro, que ficarei com a metade, pois seremos sócios, mas se você tocá-lo corretamente, parar de fazer dívidas tolas e de jogar baralho, sobrará um bom dinheiro todo mês e aí, pode ir me pagando aos poucos, levará tempo, mas se tiver foco, conseguirá.
-Você é muito mais louco do que eu pensava...
-Opa! Opa! Se for começar com baixarias, pode pegar teu rumo. Sei que não é fácil aceitar uma proposta dessas, mas pense bem, existe uma solução melhor?
Nervoso, Ivan se levantou e caminhou pela sala.
-O meu maior medo é que o agiota de Rio Preto me deu uma semana ou mandará me arrebentar todo. Esse cara não é brincadeira, dizem que até mandar matar, já mandou, sem contar, que outros tiveram braços quebrados, perderam dedos, dentes e até orelhas.
-Ah! Quer dizer que o fato de perder o teto para abrigar sua esposa e filho te incomodam menos que levar umas boas pancadas?
Ivan caminhou bravo e após um tempo saiu sem nada dizer. No fundo, já cogitava a hipótese de entregar a esposa para o vizinho, pois era um covarde e sabia que tinha se envolvido com gente da pesada. Também temia que vendo-o chegar ao fundo do poço por pura irresponsabilidade, Isabel se cansasse e decidisse largá-lo. Isso seria uma vergonha para ela, já que nos anos 80, em cidades pequenas do interior, havia muita gente tola que não aceitava bem que se separasse, apesar disso, ele sabia que tinha ido longe demais com sua vagabundagem.
Certo de que não arrumaria dinheiro com ninguém nem mesmo para pagar o agiota, Ivan decidiu contar a absurda proposta a Isabel, mas tratou de aumentar um pouco o drama dizendo que se em uma semana não pagasse a dívida, seria morto. Obviamente, além de chocada, ela nem cogitou aceitar tamanha loucura, porém o marido começou a falar que se fosse morto, a esposa ficaria com o peso na consciência para o resto da vida. Também citou que a casa e o mercadinho seriam salvos com o acordo e que passaria a trabalhar sério, além de parar com jogatina de baralho e bilhar. Ficou por três dias infernizando a cabeça dela que chegou a passar mal com um pico de pressão alta que a levou ao pronto-socorro.
Isabel olhava para a casa do vizinho com ódio, tinha vontade de sentar a mão com todas as forças na cara daquele homem, mas, ao mesmo tempo, ficava com medo das consequências que viriam. Ainda amava Ivan, não queria perder seu lar nem ver o filho passar por maus-bocados. Após mais uma noite em claro, criou coragem e num sábado de manhã foi falar com o vizinho sem que o marido soubesse.
Paulo ficou surpreso ao vê-la no porta. Com uma cara amarrada, Isabel entrou e se sentou:
-Minha vontade era de cuspir na sua cara por tentar se aproveitar de um problema familiar para fazer uma proposta tão imunda dessas, acha que serei sua prostituta particular?
-Bem, se veio aqui para me dar sermão, poupe seu tempo, fiz uma proposta, não aceitaram, tudo bem, desejo boa sorte seja lá para onde forem.
-Você é um canalha! Chantagear um casal para ter sexo sem que a mulher queira.
Isabel começou a chorar bem alto. Paulo ficou surpreso, levantou-se, foi até o quarto, trouxe um lenço e estendeu para ela:
-Recomponha-se, mulher! Os vizinhos vão acabar ouvindo esse escândalo e virão até aqui.
Isabel empurrou a mão dele, recusando o lenço.
-Escute uma coisa, Isabel, tenho 32 anos e nunca fiz sexo com uma mulher que não quisesse e não será agora que farei isso. O que propus ao seu marido é que eu passasse a dormir com você, mas o que eu não revelei e nem quero que ele saiba é que será sem sexo...
Em meio às lágrimas, Isabel olhou confusa e desconfiada:
-Não tente me enrolar! O Ivan me explicou detalhadamente o acordo que quer fazer, além disso, só se você fosse mais louco ainda do que dizem para querer fazer um negócio onde uma das condições é ir se deitar com uma mulher para apenas dormir.
-Posso explicar?
-Diga!
-Muita coisa que vou dizer, você sabe de cor e salteado, seu marido é um irresponsável, um vadio que não sabe nem de longe a sorte que tem por ser casado com você e terem um lindo filho. Poderiam estar vivendo bem, trabalhando e curtindo a vida, mas desde que me mudei para cá, nunca os vi fazerem uma viagem mesmo que curta, tudo o que vejo é ele você se dedicando ao trabalho e à casa e o vadio chegando bêbado e acordando tarde. Ele também já prejudicou muita gente com seus calotes, até comigo, o pilantra já aprontou só porque não topei ser uma vítima dos golpes dele, saiu espalhando pela cidade que matei minha própria família... – Paulo parou por uns instantes aparentando que ficou emocionado, com a voz embargada. Isabel o olhou curiosa, notando que o mesmo parecia ter se segurado. Ele continuou.
-Essa história... Esse monte de merda, poderia ser só mais uma mentira como muitas que disseram sobre mim e nem liguei, a do lobisomem até acho engraçada, mas sem saber o palhaço do teu marido mexeu numa coisa muito difícil para mim. Sou viúvo, há alguns anos, perdi minha esposa durante o parto da nossa filha, as duas não resistiram, não quero fazer drama, pois não necessito de piedade alheia, mas é só para entender que esse boato criado pelo Ivan me feriu muito, vira e mexe alguém cochicha “Esse grandão aí matou a família e fugiu para cá”.
-Bem, se for verdade isso mesmo, meus sentimentos por sua dor, mas o que isso tem a ver com a tal proposta? Não poderia ter chamado o Ivan de canto e contado a sua história ou até mesmo, sei lá, lhe dado umas bofetadas para não inventar mais asneiras?
-Sim, mas esperei o momento certo. Quero humilhá-lo, por isso, a história de dormirmos juntos, poderá mexer com os brios dele, especialmente se você cooperar.
-Cooperar?
-Sim, se ele pensar que estamos transando, talvez, e digo talvez porque é arriscado ter certeza quando o assunto é um vagabundo mudar de vida, mas quem sabe, ele resolva se esforçar, passe a levar a sério o trabalho e pague as dívidas, recuperando assim o mercado, a casa e você.
Isabel ficou pensativa, se aquilo fosse verdade, ao invés de um canalha, Paulo seria um salvador que estaria disposto a assumir todas as dívidas do marido e no final só receberia metade do que deu. Era bom demais para ser verdade, ela desconfiou:
-Eu ainda acho que tem coisa errada aí. Suponhamos que eu aceitasse, você se deitaria do meu lado na cama e não encostaria em um fio de cabelo meu? Não sei o que seria mais assustador, me deitar com um estranho que quer me possuir ou com um maluco que só quer dormir para dar uma lição no meu marido. Consegue perceber a maluquice da sua proposta?
Paulo respirou fundo e mediu as palavras, havia algo que ele não poderia revelar ainda, um outro interesse oculto, mas não poderia se furtar em dizer ao menos parte do que pensava:
-Não mentirei, você é linda e claro que se quisesse algo comigo, eu não demoraria um segundo para aceitar, mas sei que é uma mulher decente, por isso nunca tentei uma aproximação. Entretanto, se nesse longo tempo em que ficaremos juntos até seu marido quitar metade das dívidas que terá comigo, um dia, você quiser...Podemos ser discretos...
-Se enxergue! Eu não faria isso com meu marido, mesmo ele tendo seus vários defeitos!
Paulo ficou visivelmente contrariado, por dentro até ferido e resolveu encerrar o assunto:
-Tudo bem. Não há necessidade de me ofender. Acho que não precisamos mais esticar essa conversa.
Isabel foi embora e passou o dia pensativa, em alguns momentos achava que Paulo era um louco e que seria perigoso ficar com ele no mesmo quarto, em outros, se lembrava do que ele falou brevemente sobre perder a esposa e a filha durante o parto, aquilo explicaria muito sobre o jeito calado do vizinho.
Ivan estava se borrando de medo do agiota e mesmo com seu ego estraçalhado só de imaginar a esposa com outro, voltou a fustiga-la para que aceitasse. Até que no dia seguinte, para sua surpresa, Isabel disse:
-Tudo bem, eu aceito!
Ivan engoliu seco e antes que dissesse algo, a esposa completou:
-Mas quero que entenda uma coisa, ao contrário das outras vezes que você prometeu endireitar e ficou ainda mais preguiçoso, dessa vez, se eu notar que não está se esforçando, passo a mão no nosso filho e vou embora, dane-se a língua do povo.
Ivan se ajoelhou e fez uma cena agradecendo-a e prometendo que iria mudar. Naquela mesma noite, procuraram Paulo e disseram que aceitavam o acordo. Tudo foi resolvido rapidamente, o vizinho pagou as dívidas e fizeram um contrato em cartório, a partir dali, ele seria o dono da casa e do mercadinho e ficaria com metade dos rendimentos do estabelecimento.
Quanto à parte mais difícil, acertaram que Paulo dormiria quarto ou cinco noites na casa deles, na cama deles com Isabel. Ivan ficaria no quarto de hóspedes. O filho dormia sempre às 20h, 20h30, por isso o Paulo chegaria por volta das 21h. Pularia o muro lateral, já que as casas eram coladas.
Na primeira noite, apesar do calor, Isabel colocou uma calça de moletom e uma blusa, não queria que Paulo a visse com suas camisolinhas curtas ou shorts. Ele chegou exatamente no horário combinado. Assistiu um pouco de TV na sala. Ivan estava presente, mas trocaram apenas algumas poucas palavras.
Após uns 40 minutos, Paulo foi se deitar, Isabel, que já estava nervosa, quase teve uma parada cardíaca ao ver aquele homem grande entrando em seu quarto. Já Ivan se desesperou e correu para o quarto de hóspedes, onde, se tremendo todo, colou o ouvido na parede e tentou ouvir o que se passava ao lado, porém o máximo que escutou foi um leve barulho na cama enquanto o vizinho se arrumava.
Na primeira noite, Isabel e Paulo não trocaram uma palavra e assim foi por mais algumas noites. Ivan passou a enchê-la de perguntas sobre como tinha sido o sexo, mas, para seu desespero, ela deixou claro que jamais contaria o que fez ou deixou de fazer. O marido também estranhava não ouvir nenhum som “Talvez ela só o esteja chupando ou fazem rapidamente no chão”, pensou.
Como combinado, Paulo não dormia todas as noites da semana com Isabel e quando não ia, era porque tinha algum encontro para sexo casual. Geralmente, era em um motel na estrada que dava acesso à cidade, mas, às vezes, era em sua própria casa.
Quando Paulo não vinha, Ivan pegava a esposa com vontade e transavam numa voracidade que só mesmo no começo do relacionamento. Ambos estavam mais quentes na cama e não entendiam o motivo.
Após um tempo em que nem se falavam, Isabel e Paulo começaram a trocar algumas palavras antes de dormirem. Ele perguntava sobre o que tinha ocorrido na aula e ela contava brevemente, mas aos poucos, sem perceber, começou a gostar de contar ao “companheiro de cama”, já que Ivan nunca queria saber desses assuntos. Descrevia uma atividade que tinha feito em sala de aula, conversas com as professoras, algo engraçado com os alunos. A troca de ideias foi ficando cada vez mais longa e sobre diversos temas.
Aos poucos, Paulo foi contando um pouco de sua vida e ao descrever a história da esposa que faleceu durante o parto e de como depois daquilo as coisas perderam sentido para ele, Isabel se emocionou e passou a vê-lo como alguém muito machucado e confuso que talvez só quisesse viver uma fantasia de ainda ter uma esposa. Ivan ficava confuso, pois ouvia vozes, mas não entendia bem o que estavam falando.
Isabel já não se importava mais de dormir com roupas leves com Paulo, claro que não usava camisolas transparentes, mas shortinhos de algodão e blusinhas passaram a fazer parte do seu vestuário ao se deitar. Ele notou a mudança, mas fingia naturalidade.
Entretanto, houve uma noite em que as coisas quase saíram do combinado. Estava bem quente, Isabel dormia de lado com um shorts curtinho e a polpa de seu bumbum ficou à mostra. Paulo começou a olhá-la e ficou com muito tesão, seu pau endureceu, ele se virou para o lado dela, que percebeu sua aproximação, seu coração disparou, mas fingiu dormir. O vizinho a olhou por um longo tempo, teve vontade de encher a mão naquele bumbum delicado, mas ao invés disso, apenas tocou levemente com as pontas dos dedos no braço dela e rapidamente os tirou. Isabel se arrepiou toda e ficou até trêmula, demorou depois para pegar no sono e só se acalmou quando notou que Paulo dormia profundamente.
Com as dicas de Paulo, Ivan melhorou a oferta de produtos no mercadinho e os ganhos foram melhorando. Já havia se passado três meses do acordo. Até que ele começou a dormir um número menor de vezes com Isabel, antes eram quatro, até cinco vezes em uma semana, agora passaram a ser três e na última, apenas duas. Ivan comentou:
-Tô achando que o Paulo tá enjoando de transar com você.
Isabel e se irritou com o comentário:
-Isso é coisa para dizer à esposa, Ivan?
-Você o ofendeu em algumas dessas noites?
-Claro que não, por quê?
-É que no contrato tem uma cláusula que diz que se o Paulo quiser pode solicitar o mercado e a casa a qualquer momento, mas ele disse que só faria isso se não cumpríssemos com a nossa parte ou fizéssemos uma merda grande, mas vai saber, talvez tenha enjoado e queira arrumar uma desculpa.
Isabel ficou pensativa, acreditando que talvez Paulo tenha se dado conta que fez um péssimo negócio e por isso estava prestes a desistir, o que significaria perderem a casa e o mercadinho. Naquela noite, uma sexta, novamente o vizinho não veio e para completar, o marido foi a uma festa de aniversário com uns amigos. Por volta das 23h30, ela ouviu risos e gritinhos femininos vindos da casa de Paulo. De sua janela, dava para ver parte do quintal dele e ao decidir olhar o que estava ocorrendo, se deparou com uma cena impactante. O vizinho estava nu agarrado com uma bela mulher loira. Os dois estavam encostados em uma mesa de madeira feita por ele mesmo e como a luz desse quintal estava acessa, era possível vê-los com clareza.
Paulo colocou a mulher deitada sobre a mesa e começou chupá-la com maestria. Algum tempo depois, a loira começou a gemer e dizer alto “Que delícia!!”, trocaram de posição num determinado momento, ele ficou sentado na mesa e ela começou a lhe fazer um boquete. Aproximadamente dois minutos depois, Paulo se levantou e Isabel pôde ver o seu pau totalmente duro, era um pouco maior que o do marido que tinha 18cm, talvez o dele tivesse uns 20cm, mas o que chamava a atenção era a grossura descomunal, com veias grossas e uma cabeça roxa que parecia até inchada. Ela estava com uma camisolinha transparente branca e só de calcinha, e ao vê-lo daquele jeito, sentiu seus seios enrijecerem. Paulo colocou a parceira apoiada na mesa e de costas para ele e passou a penetrá-la. Foram vários minutos assim, Isabel não resistiu e quando se deu conta já estava se tocando, olhando a transa, admirando a pegada feroz do vizinho que arrancava berros e mais berros de prazer da loira. A recatada professora alisava seu clitóris com dois dedos estava hipnotizada, de vez em quando, os colocava dentro da bocetinha e tentava socar no mesmo ritmo em que Paulo estava enfiando na parceira, e foi assim que ela obteve um forte orgasmo, praticamente no mesmo momento em que ele soltou um urro demorado e gozou na loira que a essa altura já tinha chegado ao clímax duas vezes.
Ofegante e espantada, Isabel voltou para cama. Alguns minutos depois ficou brava consigo, já que tinha uma formação um tanto conservadora. Tentou dormir, mas pouco depois de conseguir, foi acordada pelos gemidos da loira. “Esse dois não vão parar nunca?” Pensou irritada, porém, alguns minutos depois, já estava excitada novamente e resolveu ir olhar, mas para sua decepção os dois estavam transando em outra parte de onde não dava para ela ver. Só lhe restava voltar para a cama.
Na noite seguinte, Paulo foi dormir com Isabel, começou a conversar com ela e notou que a mesma estava emburrada:
-Ocorreu algo no serviço ou algum problema com o Ivan?
-Precisamos conversar sobre dois assuntos.
A partir dali, muitas coisas começariam a mudar no acordo e na vida dos dois.
(No próximo capítulo as partes com sexo entrarão com tudo).