Quando os destinos estão escritos nas estrelas
Pré-púbere, filho único de um casal de sitiantes em Dourado no Estado de São Paulo, minha vida se resumia a frequentar a escola rural mais próxima do sítio na estrada vicinal que liga o distrito de Santa Clara ao centro de Dourado, ajudar meu pai na lida de alguns bichos que criávamos no sítio, minha mãe em algumas tarefas para as quais ela me requisitava, e vagar pelo pomar repleto de árvores frutíferas saboreando, sem pressa, as frutas da estação, com nossos dois cachorros como companhia. Apesar da pouca interação com outras crianças, exceto no período escolar, eu não me sentia solitário. Era, sem dúvida, quieto e até um pouco retraído, mas isso fazia parte da minha natureza e não da falta de convívio social.
Até entrar na escola eu não tinha nenhum apelido. Passei a tê-lo, Galego, quando a turma achou por conveniente, associar minha pele muito branca e meus cabelos ligeiramente aloirados, bem como o tom azulado dos meus olhos a esse adjetivo, características essas herdadas na verdade por parte de mãe, cuja família se instalara no Paraná, migrada da Polônia. A essas características somavam-se outras, e que me faziam ser rapidamente notado onde quer que fosse. Um corpo esbelto de quadril largo e polpudo, maçãs do rosto harmonioso quase sempre levemente rosadas, mesmo quando não estava afogueado, mas que ruborizavam com muita facilidade, e lábios carnudos de um rosado intenso que sorriam com espontaneidade, levavam as pessoas a logo simpatizarem comigo, o que me fez de certa forma popular e desfrutar de boas amizades entre os colegas.
Também foi por essa época, bastante tarde para os padrões convencionais, que entrei na puberdade. O surgimento de não mais do que uma dúzia de pelinhos claros dispersamente distribuídos pelo púbis me deixou inicialmente intrigado. Eu nunca tinha visto um homem pelado na vida, conversas sobre sexo dentro de casa eram coisas inimagináveis, os garotos mais velhos e mais maliciosos não me queriam na rodinha quando falavam sobre os mistérios do sexo e das garotas, achando que eu era pirralho demais para desfrutar desse privilégio. No entanto, a coisa não parou naqueles pelos esquisitos, de uma hora para outra, meu pintinho resolveu ficar duro nos momentos mais constrangedores, sem eu nem ao menos tocar nele. A primeira vez aconteceu durante a aula de ciências, a professora falava sobre os critérios de classificação dos seres vivos quando, do nada, uma sensação estranha foi empinando meu pinto e levantando o short do uniforme. Quanto mais eu empurrava aquela coisa dura para baixo, temendo que alguém visse aquilo, mais ele teimava em formar aquela tenda. Desesperado, perdi o fio da meada da aula, olhei compulsivamente para os lados, a Renata e a Claudia nas carteiras adjacentes não podiam ver aquilo de forma alguma.
- Theo! Segundo esses critérios que eu expliquei, como você classificaria uma borboleta? Theo! Theo! Você está prestando atenção na aula, Theo? – quando notei que todos estavam me encarando, quase caí da cadeira.
- Hein, professora? – gaguejei sentindo meu rosto pegando fogo e, miraculosamente, o pinto murchar como num passe de mágica.
- Você anda muito disperso nas aulas ultimamente, talvez eu deva mandar um bilhete para seus pais, o que acha? – fala sério, minhas notas estão entre as melhores da turma e só porque eu estou passando por esse perrengue que surgiu sabe-se lá de onde, você quer me dedurar para os meus pais, quanta injustiça.
- Ordem dos passeriformes? – chutei aflito, passando a anos-luz da trave, e fazendo a turma toda cair na risada.
- Passeriformes? Está me parecendo que nesse momento é você que pode ser classificado nessa ordem, uma vez que está voando por aí feito um pardal perdido. – sentenciou ela, extraindo ainda mais risos da classe. Sou mesmo um azarado, por que esse pinto resolveu endurecer justo agora? Vai ver peguei alguma doença e, se isso for verdade, vou ter que arriar as calças na frente do médico, mais um vexame.
À medida que as semanas e meses passavam, eu me convencia de que estava realmente doente, até porque, meu pinto não parava de endurecer espontaneamente, como também resolveu soltar uma secreção que deixava minhas cuecas molhadas e, que definitivamente não era mijo; pois, meus pais se orgulhavam de eu nunca ter mijado na cama depois de sair das fraldas. Então que raios era aquilo?
Eu fazia o trajeto até a escola a pé, dois quilômetros para ir, dois para voltar, pela estrada vicinal de terra batida e cascalho. Quanto mais perto chegava, mais colegas ia encontrando pelo caminho. O único e primeiro a cruzar comigo, por morar num sítio depois do nosso, era o Roberto. Devido a distância ele costumava ir a cavalo, deixando o animal amarrado debaixo da sombra de uma mangueira gigantesca que ficava no terreno do colégio. Ele estava uma turma adiante da minha, vivenciava os meados da adolescência e era o caçula de quatro filhos. Chamavam-no de Betão, pois ele quase tinha o porte de um adulto, era troncudo, tinha músculos desenvolvidos na lida do sítio, crescia uma barba em seu rosto anguloso que ele precisava fazer a cada três ou quatro dias para não parecer desleixado, e simplesmente não podia ver uma garota sem virar o pescoço e ficar olhando para a bunda dela, ou quase babar quando parte dos peitinhos de alguma colega aparecia no decote da blusa. Ele me cumprimentava quando passava a galope por mim, chegando normalmente uns quinze minutos antes ao colégio. Uma vez, em anos anteriores, ele tinha se oferecido a me levar na garupa, o que recusei por ter pavor de montar em cavalos. Eu tinha caído de um quando meu pai tentou me ensinar a montar, tinha me esborrachado todo quando o bicho resolveu empinar, me derrubar da sela com um dos pés ainda preso ao estribo enquanto me arrastava até me lançar numa vala à beira da estrada. Enquanto me recuperava do susto, das escoriações distribuídas pelo corpo e do braço quebrado, jurei nunca mais subir num bicho daqueles, intempestivo, imprevisível, bestial.
- O Apolo é bem mansinho, não precisa ter medo! Além do mais, sou eu quem vai conduzir as rédeas, você só precisa sentar na garupa e a gente te leva. – afirmou resoluto o Betão
O Betão e eu não éramos propriamente amigos, ele tinha a turma dele e eu a minha, por sermos vizinhos, vez ou outra nossos pais se encontravam ora no sítio deles, ora no nosso, e em poucas dessas ocasiões cheguei a trocar algumas palavras com ele, que não era de falar muito. Isso era motivo mais que suficiente para eu ter lá as minhas desconfianças em relação a ele, e muito mais em relação aquele mestiço Mangalarga que, apesar de muito bonito e fogoso, também era enorme e assustador. Nossas caminhadas ficavam, portanto, restritas às raras vezes em que ele não ia cavalgando, o que nos deixava sem assunto.
Havia mais um motivo para eu me manter longe do Betão, a fama espalhada pelos colegas com quem ficava cochichando sobre todo tipo de sacanagens nas rodinhas fechadas para os demais. Não se fazia segredo algum da fama de sua pica. Diziam que era muito grande e especialmente bastante grossa para um garoto da idade dele, o que lhe rendeu a alcunha pouco professada de punheteiro. O que ele, reservadamente, sabia ser verdade. Com os três irmãos mais velhos, todos homens, enchendo a cabeça dele de detalhes sobre sexo, mulheres, bucetas, trepadas e tudo o mais relacionado aos prazeres carnais, ele sofria de um tesão constante que o fazia subir pelas paredes quando não saciado.
As garotas, por conta dessa fama, ou também fugiam dele, ou o perseguiam feito moscas no mel. Ele se engraçava com elas, mas havia elegido uma das mais assanhadas como sua namoradinha oficial. Foi ela quem ajudou a corroborar a fama de pegador do Betão, num dia em que ambos cabularam as duas últimas aulas e foram se meter num bambuzal de um sitiante que ficava quase às margens da estrada. Ambos com o fogo ardendo nas partes pudendas, não perderam tempo. O Betão enfiou a mão debaixo da saia dela, sentiu a calcinha e a puxou com força até ela vir parar nos joelhos da garota, quando então passou a roçar a protuberância rachada e peluda no meio das pernas dela, fazendo-a gemer, agarrada ao pescoço dele. Tudo o que ela queria era constatar se aquele troço duro no meio das pernas dele era mesmo tão grande como diziam e, do que era capaz de fazer com ela para aplacar aquele fogo que a consumia. Com a mesma ligeireza que ele tinha enfiado a mão debaixo da saia dela, ela abriu a braguilha dele e puxou a jeba reta e grossa para fora, confirmando a monstruosidade cavalar do cacete dele. A mãozinha macia dela trabalhando inquieta no pauzão estava deixando o Betão fora de si. Os relatos dos irmãos e as sacanagens contadas pelos outros colegas não chegavam nem perto do tesão que aquela mão estava provocando nele. Ele só percebeu o quanto a garota era pilantra quando pediu que ela lhe fizesse um boquete, e ela se recusou alegando ter nojo de colocar o pau de um garoto na boca, ficando só na punheta. Ele, então, resolveu agarrá-la pelas ancas, fazendo-a dar um salto e enroscar as pernas ao redor de sua cintura, enquanto amassava a bunda dela e chupava um de seus peitinhos, fazendo-a soltar gritinhos histéricos ao caminhar a esmo de um lado para o outro com ela em seus braços, procurando um jeito de enfiar o pau na buceta molhada dela. Ela rebolava, se esfregava nele num agite tão intenso que ele mal conseguia segurá-la, quanto mais guiar o pinto para dentro daquela buceta alvoroçada. No frenesi de fodê-la, ele acabou gozando antes de conseguir entrar na fenda molhada, ejaculando uma infinidade de jatos de porra na região genital dela, o que a deixou horrorizada e com nojinho levando-a a terminar o namoro. Ele ficou confuso, esperava que ela fosse se apegar ainda mais a ele depois daquilo e não esboçar aquela repulsa. Com o orgulho de macho ferido, porque achava que estava apaixonado pela garota, ele foi se aconselhar com os irmãos devassos, recebendo deles o conselho de tratar as mulheres como se fossem putas, evitar demonstrar qualquer sentimento por elas para não sofrer daquilo que lhe oprimia o peito depois daquela quase transa. Não ia ser fácil entender as garotas, isso tinha ficado bem claro. Mas, o tesão dele continuava tão ou mais ferrenho do que antes, e só havia um jeito de saciá-lo, procurar outras até encontrar uma que lhe desse o devido de valor e reconhecimento como seu macho.
Talvez ele não tivesse as feito as coisas direito, conjecturaram os irmãos e, a fim de que não cometesse o mesmo erro com nova frustração, levaram-no ao puteiro, onde a experiência das garotas lhe ensinaria tudo que precisava saber. Foi mais uma experiência frustrada. A primeira que lhe caiu nas mãos era uma mulher de mais de trinta anos, bem rodada, podendo ostentar um título de PhD nas façanhas sexuais que se aproveitou de sua juventude, inexperiência e dote para fazer daquela trepada quase uma aula, como as que ele tinha no colégio, deixando-o com a sensação de ser um parvo incurável. A segunda, no mesmo dia, porque o tesão dele dava para tanto e, muito provavelmente, para muito mais, foi uma pequete fácil, pouco mais velha do que ele e que pirou ao ver o tamanho da jeba que ele carregava. Sem demora, ela caiu de boca na rola dele, chupando-o alucinadamente, revezando a boca com a buceta com tanta celeridade que ele mal conseguia saber onde a pica estava enfiada; quando gozou, ela segurava a pica na mão fora dos buracos e a porra espirrando feito um chafariz foi desperdiçada sobre os lençóis. A esse desperdício ele estava acostumado, pois uma infinidade de manchas de porra nas cuecas e nos lençóis da sua cama desde há muito atestavam sua sexualidade precoce e exacerbada. E também eram o motivo principal dos sermões que o pai lhe dava, temendo que ele acabasse engravidando uma daquelas piriguetes adolescentes que corriam atrás dele. O jeito, concluiu o Betão, era se contentar com os boquetes que sempre acabavam quando ele se via forçado a sacar a jeba antes de gozar porque nenhuma delas deixava ele esporrar na boca delas, ou ter que interromper o coito porque ficava traumatizado só de pensar em engravidar alguma delas. Nisso, sentia ele, que estava deixando de gozar de todo prazer a que tinha direito. Apesar disso, ele só pensava em sexo, o dia todo, como se fosse uma fixação. Chegava a bater uma meia dúzia de punhetas por dia e, mesmo assim, elas não davam conta de aplacar a febre de sexo que o torturava.
Eu nunca me importei muito com o que diziam do Betão, com sua fama de ser caralhudo, ou com a pecha de fodedor; embora, depois daquelas coisas estranhas que estavam acontecendo com o meu pinto, eu subitamente me interessar pelo físico dos homens. A primeira vez que isso aconteceu, eu fui levar água fresca num botijão térmico para dois rapazes que meu pai havia contratado para roçar uma área que ele havia demarcado e onde pretendia plantar milho para servir de ração aos animais. Ao me aproximar e, vendo-os sem camisa com todos aqueles músculos se contraindo em grandes contornos, torsos brilhando de tão suados e aqueles jeans agarrados às suas coxas grossas, eu senti meu pau endurecer e um calor abrasador se apossar do meu corpo. Eu usava uma camiseta regata e um short daqueles com sunga interna, e tentei cobrir a ereção com a camiseta, mas ela era curta e não chegava a esconder aquela obscenidade toda. Ambos se entreolharam e piscaram um para o outro. Desconfiados do que tinha me deixado naquele estado, começaram a levar as mãos as picas onde o jeans de ambos estava mais descolorido e puído. Cada um deles tinha um volumão naquele lugar e eu fiquei me perguntando se eles também padeciam da mesma moléstia que eu, sentindo aquelas coisas endurecerem e vazarem secreções impudicas a noite toda. Um deles, sem tirar os olhos da minha bunda, me disse que eu era muito gostosinho. Sem compreender muito bem o que ele quis dizer com aquilo, eu, mesmo assim, o interpretei como um lisonjeio, pois o olhar do sujeito tinha um brilho que até então eu nunca tinha visto. Depois de uma prosa rápida na qual nos sentamos à sombra de uma árvore para que fizessem uma pausa enquanto bebiam a água, eu constatei que eles também não conseguiam evitar do pinto deles endurecer, e fiquei olhando estarrecido para o tamanho dos pintos deles, parecia que tinham enfiado um salame dentro da calça.
- Vem aí mais tarde, para a gente ir tomar um banho no rio. – convidou um deles, e eu os deixei trabalhando, sem conseguir tirar as imagens daquelas rolas da minha mente a tarde toda. Acabei tendo afazeres que não consegui voltar.
Já estávamos no outono, mas o dia estava quente e abafado. O Betão e eu voltávamos para casa depois das aulas, ele viera caminhando naquele dia. A aula de educação física tinha sido a última do dia, e, ao fim dela, ele se juntou a uma turminha para uma pelada rápida. Me pediu que o esperasse uma meia hora para voltarmos juntos para casa, e eu fiquei sentado com mais alguns colegas assistindo à partida e aqueles garotões sarados disputando ferozmente aquele pedaço de couro que rolava pelo campinho de grama seca. Nunca achei graça nesse jogo, primeiro o cara chuta a bola para longe, depois sai correndo atrás dela e, no caminho, vão lhe acertando as canelas, tudo para meter a bola entre as traves onde um sujeito quase sempre intercepta todas antes do infeliz marcar um gol. Éramos poucos garotos a não gostar de futebol, e os demais nos chamavam de viadinhos quando nos recusávamos a completar algum time desfalcado, mesmo eles sabendo que éramos um bando de pernas-de-pau. O Betão não voltou a vestir o uniforme quando nos pusemos a caminho de casa, carregou-o sobre o ombro e enfiou cadernos e livros debaixo do sovaco suado.
- Preciso dar uma mijada! – disse ele, quando nos aproximávamos de uma densa moita alta de bougainvilleas que um sitiante plantara rente à cerca de arame farpado, a uma dezena de metros da estrada.
- Acho que também preciso! – exclamei, pois estava mesmo precisando mijar depois de ter engolido quase um litro de água enquanto assistia a pelada.
O Betão logo reparou que eu fiquei encabulado quando ele tirou o caralhão dele para fora, uma vez que meu olhar olhava fixo e paralisado para aquele troço enorme e grosso; a primeira pica de um homem sobre a qual eu punha meus olhos; exceto é claro, o meu próprio pinto, mas que estava muito longe de se parecer com aquilo que o Betão tinha na mão. Até a vontade de mijar passou, e meu embaraço era notório.
- Não vai mijar? – perguntou ele, vendo que eu continuava ali parado feito uma estátua, só olhando para aquele bagulhão.
- É, vou! Acho que vou. – balbuciei envergonhado.
Timidamente arriei o short do uniforme e peguei no meu pinto para apontar o mijo. Eu quase podia jurar que ele havia encolhido, sabe-se lá como. Estava tão pequeno que mal dava para segurar. O Betão olhou para mim e riu, minha bexiga bloqueou de vez e nem sequer uma gota saiu do meu pinto.
- É só isso, o seu pinto? – questionou, me fazendo corar. – Como você consegue bater punheta com essa coisinha? – eu queria evaporar no ar naquele momento. Que raios de punheta era essa para a gente bater?
Ele continuou me observando, até mais do que isso, estava me analisando, e eu quase podia ver o que se passava dentro daquela cabeça.
- O que foi, por que está me olhando com essa cara? – perguntei desconfiado.
- Nada, ora! Só estou olhando! Não pode? – respondeu ele, enquanto sua mente fervilhava por ter reparado em mim pela primeira vez com um olhar de cobiça.
Ele logo sacou que eu era ingênuo, ao não saber o que era uma punheta. Deve ser completamente virgem, pensou e, sem muita discrição, foi examinar aquele bundão proeminente que se destacava das coxas grossas, muito branquinho e lisinho; de imediato sentiu a jeba dar um pinote em sua mão. Eu o encarava com meu rostinho redondo, todo ruborizado de vergonha, o suor tinha feito a camiseta colar ao meu tronco em alguns lugares e deixava perceber o corpo bem estruturado e roliço, nem magro, nem gordo, os lugares mais cheinhos e propensos a serem palpados estavam sensualmente distribuídos. De repente, uma das hipóteses mais malucas que já teve, passou pela cabeça dele, esse tesão de moleque muito provavelmente é viado. Ele pouco sabia sobre viados, só que serviam para serem zoados. Mas, se sua teoria estivesse certa e eu fosse mesmo um viado, ele não queria zoar comigo, ele queria fazer tudo o que fazia com as garotas. Em mim ele podia esporrar dentro sem ter receio de me engravidar e, nisso ele viu surgir diante si um monte de possibilidades.
- Você tem uma bunda muito gostosinha! – exclamou, me elogiando. Eu continuava segurando o pintinho à espera do mijo sair.
- Obrigado! – respondi, começando a entender o que aquele ‘gostosinho’ usado pelos dois rapazes que o meu pai havia contratado e agora pelo Betão significava.
O Betão quase enlouqueceu ao me ver agradecendo o elogio, subitamente começou a sentir um tesão incontrolável e, ousado, arriscou tudo.
- Quer segurar no meu pau? – perguntou, vendo que eu não tirava os olhos da jeba que ele balançava para se livrar da última gota de mijo.
- Para que eu vou segurar no seu pinto, você já terminou de mijar? – santa inocência.
- Só para você sentir como é! – respondeu ele. Mais curioso do que nunca, aceitei a proposta.
Ele se aproximou de mim sem guardar a benga, me abraçou todo suado, desceu a mão que estivera esse tempo todo segurando a pica sobre a minha nádega e a acariciou. Quando a mão do Betão se fechou agarrando minha nádega, foi como se eu tivesse levado um choque elétrico que percorreu meu corpo de cima abaixo. Ele sentiu meu estremecimento e gostou, abrindo um sorriso doce e cativante. Lentamente ele levou uma das minhas mãos sobre o cacetão duraço; eu mal conseguia movê-lo de tão rijo, embora sentisse o latejar forte pulsando na palma da minha mão. Sussurrando uma porção de indiretas e insinuações rente ao meu ouvido, eu fui sentindo o pinto endurecer e se fazer notar dentro do short.
- Está com tesão por segurar no meu pau? – perguntou ele, desvendando de vez a palavra tesão e dando nome àquela sensação que fazia meu pinto endurecer.
- Estou! – respondi tímido.
- Você já pegou na rola de outros garotos?
- Não! Nunca! – respondi tão rápido e enfático quanto pude.
- Está gostando de segurar a minha?
- Estou!
- Não quer colocar ela na boca?
- Na boca? – questionei perplexo. – Isso é que é punhetar? – perguntei curioso. Ele riu, mas sem deboche.
- Não, punhetar é diferente. – respondeu ele. Pelo jeito como ele me olhava, quase consegui ler seus pensamentos – É hoje que eu ensino esse moleque a punhetar, a fazer um boquete, a cuidar do cacete de um macho – então ele foi me falando sobre coisas que eu nem imaginava existir.
- E como é? – parecia que era a pergunta que ele queria que eu fizesse.
- Punhetar é assim. – começou ele, fechando minha mão ao redor de sua verga, cobrindo-a com a dele e iniciando os movimentos da masturbação. – Viu como é fácil! Você nunca bateu uma punheta?
- Não! – respondi sincero. Nunca tive uma aula tão legal. – Seu pau está crescendo na minha mão.
- Ele vai crescer bem mais, você está fazendo tudo direitinho.
- O que eu faço depois?
- Vai colocar ele na boca. Isso se chama boquete. Você põe ele na sua boca e chupa como se fosse um pirulito. Quer tentar?
- Quero! – aquela coisa parecida com um enorme cogumelo, arroxeada e soltando um visgo mal cabia na minha boca, mas eu me esforcei e fechei meus lábios ao redor dela. O Betão soltou um gemido rouco, o que me fez soltar aquilo na hora, pensando que o estava machucando.
- O que foi? Não gostou? – questionou ele
- Não, não é isso, é bem gostoso, mas eu não quero te machucar. – respondi
- Você não está me machucando, eu estava gostando muito, pode continuar.
- Mas você gemeu!
- Gemi porque seus lábios são uma delícia, macios e quentes, e me enchem de tesão.
Eu também estava gostando daquilo, particularmente do sabor ligeiramente salgado daquele visgo transparente, e do cheiro que vinha daquele montão de pelos que circundavam o pauzão e o sacão dele. Não era só o cheiro de suor, que por sinal também era muito gostoso, mas um outro mesclado a ele, almiscarado e mais intenso que estava me deixando inebriado.
- Seu cheiro é gostoso! – exclamei, olhando na direção dele e encontrando o olhar atônito dele me sorrindo.
- É cheiro de macho! Fico contente que esteja gostando. – retrucou ele, afagando minha cabeleira. – Agora chupa o meu pau, chupa! Tenho certeza de que também vai gostar.
Ele estava certo, aquela babinha me fazia salivar de tão saborosa, e eu chupei e lambi devotamente o cacetão indômito que tinha na mão. O Betão se contorcia, gemia meu nome, suas mãos agarravam meu cabelo e afundavam meu rosto nos pentelhos suados dele. Se ambos estavam gostando, por que não explorar todas as possibilidades? Bem diante dos meus olhos estava aquele sacão enorme, que me lembrava o do nosso touro Simental, Coringa, que meu pai usava para cobrir as vacas do curral. Apalpei delicadamente os dois enormes bagos que havia dentro dele e, tentado por um desejo que superava meu bom-senso, comecei a lamber e chupar aqueles bagos, enquanto o Betão grunhia e repetia como se fosse um mantra.
- Theo do caralho, assim você me mata! Theo do caralho, assim você acaba comigo. Theo do caralho, que boquinha aveludada.
Quanto mais ele grunhia e falava aquelas sacanagens, mais eu me empenhava, chupando, lambendo e mordiscando a caceta dele. Ele prendia minha cabeça entre as mãos e socava a piroca na minha garganta num frenesi ensandecido. Aos poucos, fui notando que o ventre dele se retesava, o sacão enrugava, a cabeçorra se insuflava na minha boca, o Betão puxou o caralhão um pouco para fora e me mandou abrir a boca, esporrando seu gozo em jatos abundantes e cremosos diretamente dentro dela. Eu engolia um atrás do outro degustando aquele néctar viril num prazer sôfrego. Em êxtase, o Betão admirava minhas goladas apaixonadas devorando sua porra, finalmente realizando seu grande sonho, ter seu esperma engolido sem ressalvas, sem nojo, sem nada além de puro deleite. Um resto de porra esbranquiçada que havia ficado nos meus lábios ele colheu com o polegar e o enfiou na minha boca para que eu a engolisse. Nunca antes alguém tinha idolatrado a sua pica como eu estava fazendo, valorizando sua virilidade. Ver aquele sorriso brilhando no rosto dele me encheu de satisfação, como se eu lhe tivesse dado um presente que ele há muito desejava. Desde aquele dia, o Betão vinha mais vezes a pé para o colégio, o que nos dava tempo para uma parada pelo caminho para um boquete, o mesmo acontecia pelos cantos ermos do colégio quando, seguros de que ninguém nos flagraria, houvesse tempo para eu mamar sua rola até desoprimir seus colhões, e ambos estavam felizes com esse novo arranjo. O Betão nunca se vangloriava de suas aventuras, nunca expunha as garotas com quem tinha transado, e isso me deixou seguro de que o meu segredo ele também guardaria.
Começamos a nos ver com mais frequência, inventando os mais diversos pretextos para isso. Quando sabia que não estaria muito ocupado ajudando o pai e os irmãos no sitio, ele me pedia para ir ter com ele, especialmente depois do dia em que ele me enrabou pela primeira vez num paiol que ficava um pouco mais distante da casa e das outras edificações do sítio. O mesmo rio que cortava nossa propriedade, margeava um trecho do sítio da família do Betão. Eu me dirigi para lá pouco depois do almoço, conforme tínhamos combinado pela manhã no colégio, após mais uma saborosa mamada em sua jeba. O pai e o irmão mais velho tinham ido à cidade, e os outros dois, aproveitando a ausência do pai, resolveram estender a cesta tarde adentro, desfrutando daquela pequena folga. Fazia calor e resolvemos tomar um banho de rio. No trecho do rio que margeava a propriedade deles, ele fazia uma queda por entre o leito pedregoso, formando uma piscina natural onde a água sempre estava com a superfície espumosa. Eu não tinha levado nenhuma sunga ou short além daquele que estava usando, e o Betão estava usando apenas um jeans. Nos desnudamos na margem e corremos para dentro da água fresca. Alguns trechos do rio tinham o fundo formado por bancos de areia e a água era bem transparente nesses locais, o que me permitiu enxergar o cacetão do Betão com toda nitidez. Ele se aproximou de mim, levou uma das mãos até meu peitinho saliente e, após acaricia-lo por um tempo, espremeu meu mamilo castanho-pálido entre os dedos, me fazendo soltar um gemidinho manhoso. Depois me puxou pelas nádegas até encostarmos um no outro, e ele lamber e beijar o mamilo que tinha torturado. Quando olhei para baixo, onde eu sentia a ereção em formação dele roçando minha coxa, os densos pentelhos dele boiavam feito juncos varridos pelo vento. Levei minha mão até eles e afaguei seu sexo taurino, alternando entre o caralhão e o saco que também boiava livre balançando ao sabor da correnteza. Enquanto ele chupava e mordiscava meu peitinho, abocanhando o biquinho saliente e enrijecido pelo tesão, entre os dentes incisivos, tracionando-o até eu me contorcer, foi enfiando devassamente um dedo no meu cuzinho. Eu estava nas nuvens, minha mão se fechou ao redor o caralhão dele e eu o masturbei. O Betão me encarava soberano, intimidador, movendo aquele dedo libidinoso com dominância, como se estivesse reivindicando sua posse. Há tempos eu o admirava como macho dominante e não tinha nenhum problema em admiti-lo. Era sua postura máscula, precoce para um garoto daquela idade, seu jeito taradão, forte, mas gentil e distinto que haviam me conquistado e me levado a aceitar sua dominância.
- Quero foder o seu cu! – exclamou ele, me encarando, ainda com o dedo se movendo assanhado dentro dele.
Eu baixei recatadamente o olhar, voltei a focar no cacetão que latejava na minha mão e o apertei com delicadeza. Pelados mesmo, corremos em direção ao paiol, ele à frente, me puxando pela mão. Com a respiração ofegante, fomos nos deitando sobre um monte de feno seco. Ele beijava minhas tetinhas, cravava os dentes nelas, beijava meu pescoço e deixava as marcas dos chupões desenfreados, suas mãos percorriam meu corpo numa avidez libertina, palpando meu tronco, apertando minhas coxas, amassando meus glúteos, enquanto rolávamos sobre o feno fofo, até eu ficar debaixo dele, numa posição quase de quatro que franqueava o acesso à minha bunda proporcionando um encaixe perfeito com sua virilha. Eu soube o que ia acontecer, tinha tido noites insones e sonhos lascivos com ele naquela posição dominante sobre mim consciente e voluntariamente submisso; assim como tinha presenciado cenas parecidas com o Coringa cobrindo uma das vacas, ou um dos cavalos montando numa égua, e ainda, o galo se apossando de alguma das galinhas. O Betão posicionou as mãos nos meus quadris, cravou os dedos vigorosos com força na carne tenra, e posicionou a cabeçona melada do cacetão sobre o diminuto orifício rosado que piscava no fundo do meu reguinho liso. Com um impulso brusco, o caralhão grosso deslizou apertado para dentro do meu cuzinho virgem, fazendo meu grito ecoar pelo paiol abafado. Após uma breve estagnada, o Betão continuou metendo o cacetão devagar, aos trancos lubrificado apenas pelo pré-gozo que minava dele, rasgando os esfíncteres ao atravessá-los. A dor me levou a querer fugir, mas o Betão, muito mais forte, continuou me segurando firme, e me descabaçando movido pelo tesão e por uma obstinação aferrada. Ainda gritei de dor mais algumas vezes, após a lubrificação secar e o atrito da jeba grossa machucar minha mucosa anal. Porém, eu sabia que não podia continuar gritando, por mais torturante que a dor fosse, pois isso poderia despertar a atenção de alguém. Enquanto descobria meu destino de ser um gay passivo, aceitando aquela dominância consentida, meus gemidos pungentes exacerbavam o tesão do Betão, que metia sem se mexer muito, com cuidado, ciente da preciosidade imaculada que apertava sua rola. Ele imprimiu um vaivém cadenciado, lento, que, aos poucos, foi ficando lubrificado e mais quente. A dor havia diminuindo um pouco depois disso, e a sensação de prazer ganhava força, mas eu ainda precisava gemer para descarregar o frenesi que se apossara do meu corpo trêmulo. A pentelhada que circundava o cacetão do Betão foi ficando empapada com o sangue vertido pelas minhas preguinhas dilaceradas, tornando o shlap shlap cada vez mais audível ritmando na mesma cadencia do vaivém. Quando ele olhou fixamente para baixo ensandecido com a cena de seu caralhão mergulhando e aparecendo no meu cuzinho distendido, ele passou a meter mais forte e mais rápido. Cada estocada vigorosa reverberava nas minhas entranhas, e as mãos do Betão nos meus flancos sentiam a onda que se espalhava pelo meu ventre. Ele observava fascinado aquela entrega submissa, ficava cada vez mais excitado, o pauzão cada vez mais sensível e duro, pelo qual subiam espasmos de prazer que lhe chegavam até fundo no peito. Ambos gemíamos envoltos num ciclo de prazer que aumentava a cada nova estocada. Já não pensávamos mais em nada que pudesse existir fora daquele paiol, fora daquele universo que agora era só nosso. Eu dirigi meu olhar para o Betão, ajoelhado impávido rente à minha bunda, como um bom fodedor. Ele fixou o olhar dele no meu, e enxergou a dor evidente, sem lamúria, sem sofrimento, só a realização de estar sentindo um macho dentro de mim pela primeira vez. Ele nunca tinha visto um olhar como o meu naquele momento, mas decifrou-o facilmente, minha expressão era carregada de amor; sim, amor e cumplicidade. Ao compreender a extensão daquele sentimento, ele meteu o caralhão até o talo, fundo, segurando-o lá dentro com a pelve toda retesada, e inundou meu cuzinho com uns nove jatos de porra, enquanto um urro alto e grave emergia do fundo de seu peito. Depois, desabou seu peso sobre mim, os pelos do peito suado colando nas minhas costas. O caralhão dele continuava pulsando no meu rabo, eu o apertava travando os esfíncteres querendo mantê-lo indefinidamente ali, juntinho de mim, e já me imaginava namorado do Betão. Meu cuzinho latejava e ardia, mas eu conseguia sentir a porra espessa e pegajosa escorrendo dentro dele. O Betão arfava na minha nuca, o ar morno de sua respiração roçava e deixava minha pele ouriçada, ele tinha me envolvido em seus braços como se quisesse segurar a fonte de todo aquele prazer que estava sentindo. Enquanto sua jeba relutava em murchar, ele acariciava minha tetinha, e eu mal me atrevia a respirar, estático sob aquele corpão másculo, temia quebrar aquele momento de encanto.
A partir daí eu mamava o caralhão dele todos os dias, ou no colégio ou no caminho. Também nos encontrávamos mais amiúde, frequentando nossas casas conforme as circunstâncias se mostravam favoráveis para uma transa sem interferências. Era ele quem vinha mais frequentemente ao nosso sítio, uma vez que praticamente só havia o meu pai com quem teríamos que nos preocupar para não sermos flagrados em pleno coito, e sempre havia um jeito de saber em que parte do sítio ele estava. Na casa do Betão havia mais com que se preocupar, pais e irmãos circulando de um lado para o outro e, portanto, mais propensos a descobrirem nossa sacanagem.
Eu me sentia seu namorado, embora ele nunca tenha feito qualquer alusão nesse sentido. Era algo que não precisava ser explicitado, fazia parte daqueles encontros, daqueles coitos cada vez mais frequentes e tórridos. Ele passou a exercer um sentimento de posse sobre mim, não gostava de me ver com outros rapazes, me cobrava explicações e tinha ciúmes que alguém viesse a desfrutar das minhas carícias e do prazer que meu cuzinho lhe proporcionava. Eu só tinha olhos para ele, me sentia realizado por tê-lo como meu macho, embora nunca tivesse revelado isso a ele, não o queria convencido, já bastava a fama de comedor da qual tirava suas glórias. Por quase dois anos vivemos aquela relação intensa, de uma cumplicidade ímpar, sem nunca ter expressado abertamente nossos sentimentos. Éramos jovens demais para juras de amor, para sonhar com um futuro juntos, para assumir compromissos que o tempo talvez se encarregaria de tornar impossíveis. Vivemos o presente, vivemos os momentos que nos eram permitidos.
O fim deles se afigurou no horizonte no dia em que meu pai expressou sua vontade de vender o sítio e se mudar para a capital, alegando que estava cada vez mais difícil fechar as contas no final do mês. Apesar de muito trabalho, os rendimentos vinham despencando, os custos para manter a propriedade se elevavam dia-a-dia, e a concordância da minha mãe acabou fechando a questão.
- Mesmo você sendo muito prestativo e ajudando da melhor forma que pode, apenas nós dois não vamos dar conta de tornar o sítio lucrativo. Outro fator é a sua educação. Para continuar os estudos e talvez almejar uma faculdade você vai precisar sair de casa de qualquer forma. – ponderou meu pai, ao perceber que o mais relutante com aquela mudança era eu, mesmo sem saber quais eram os motivos da minha renitência.
Obviamente andei mais tristonho depois daquela conversa. Eu sabia que meu pai tinha a melhor das intenções para com o cuidado da família, mas me privar do convívio com o Betão era algo para o que eu não estava preparado.
- O que está acontecendo com você? Algum problema? – perguntou o Betão, após uma trepada, num domingo à noite quando ele, eu e mais uma rapaziada, que o padre da paróquia havia requisitado para ajudar a desmontar as barracas de uma quermesse anual, terminava o serviço.
Fomos os últimos a deixar o local, próximo a casa paroquial, onde armazenamos as estruturas das barracas e, ficamos responsáveis por trancar o depósito e levar a chave até a casa paroquial no final do serviço. Aproveitamos a ocasião e o lugar deserto para saciar o tesão que havia se acumulado em nossos corpos. O Betão estava tão sedento para me pegar que parecia um daqueles cachorros com a língua de fora depois de uma corrida. Várias vezes durante o dia tinha me mostrado as ereções que se consumavam ao pensar no meu cuzinho. Eu não estava menos ávido, cada vez que meu olhar se deparava com seu tronco maciço sob a camiseta justa, eu sentia as preguinhas anais comichando de desejo.
- Nada! Você não gostou? Fiz alguma coisa que te desagradasse? – questionei ainda choroso da dor e ardência no cu, sem lhe revelar o motivo da minha tristeza, que só aumentava à medida em que eu me conscientizava de que aqueles estavam sendo nossos últimos encontros.
- Pelo contrário! Você anda tão carinhoso, muito mais do que antes. Trata minha pica com tanto desvelo quando está me mamando e a aperta com tanto empenho no seu cu quando estou te fodendo que fico achando que não sou mais suficiente para sua tara por ela. – respondeu.
- Sou apaixonado por seu cacetão, por você inteiro, não podia querer nada melhor nessa vida. Você me fez gay, é meu único homem, e estou muito feliz por ter você. – devolvi comovido.
- Também sou apaixonado por sua meiguice, seu corpo tesudo, seu cuzinho assanhado que sabe como nenhum outro satisfazer a minha rola. – retrucou.
Cerca de dois meses depois, na mesma semana, meu pai recebeu três interessados na compra do sítio. Mostrou-lhes os limites da propriedade, as edificações, os dois tratores e seus implementos, as culturas que já estavam a termo de serem colhidas e todos os animais do curral e galinheiro. Um deles cobriu as propostas dos demais e o negócio foi fechado.
Naquela manhã meu pai tinha ido à cidade tratar dos assuntos da venda do sítio no cartório e assinar a papelada, enquanto eu enfrentava a nossa última semana antes das provas finais. Eu tinha combinado com o Betão de ele dar uma passada em casa no meio da tarde para podermos ficar um pouco juntos, com mais privacidade. Ele topava esses convites com uma rapidez impressionante e sempre com um sorriso ladino afogueando sua expressão. Ele chegou antes do meu pai voltar da cidade, o que me deu tempo de fazer um boquete no cacetão dele, que veio babando profusamente desde a casa dele até a minha, devaneando com minha boca trabalhando nele. Quando ele desceu o jeans a cueca tinha uma rodela empapada de pré-gozo, sobre a qual eu logo guiei meus lábios, aspirando o aroma de sua virilidade e lambendo a cabeçona que se encontrava debaixo dela. Devotamente minha boca trabalhou o falo dele, endeusando-o, pois era assim que eu reconhecia seu valor. Só parei depois do Betão encher minha boca com sua porra e eu engolir até a derradeira gota cremosa que havia caído sobre os pentelhos dele.
Pouco depois do meu pai chegar em casa, um temporal que vinha se armando há algumas horas, despencou sobre a terra como se fosse um dilúvio. Fazia tempo que um temporal daqueles não atingia a região. Os ventos quentes que varreram tudo que encontravam pela frente e precederam a chuva, eram o prenúncio de uma tempestade forte. Convidei o Betão a passar a noite conosco e, dadas as condições em que a estrada ficou logo após a primeira meia hora de chuva torrencial, ele já sonhava com a bonança envolvido nos meus afagos e agasalhando sua verga. Não era a primeira vez que ele passava a noite em casa, assim como eu também tivera a oportunidade de dormir algumas vezes na casa dele, embora lá nunca tivesse acontecido de a gente transar, pois ele compartilhava o quarto com um dos irmãos.
Meus pais não viam o Betão com bons olhos. Nada tinham de concreto contra ele, era uma cisma. Achavam-no, pela compleição física, muito maduro para estar na minha companhia, embora fosse apenas dois anos mais velho do que eu. Assim como também não aprovavam a maneira como ele olhava para mim, não saberiam dizer o que havia naqueles olhares, mas eles não gostavam deles. Vieram abordar o assunto uma vez comigo, sem me darem muitas explicações, apenas expressando suas implicâncias. Diante das minhas respostas e de afirmar que o tinha como um dos melhores amigos, não seguiram adiante com suas restrições, embora não as tenham abandonado. Isso se repetiu naquela tarde quando ele foi ficando por conta do temporal que não dava trégua. Após o jantar o Betão ligou para a família avisando que passaria a noite conosco, e não via a hora de nos recolhermos para ele me enrabar e dar mais umas boas esporradas no meu cuzinho, uma vez que seus colhões já o estavam atormentando outra vez.
Mal passava das 22:00 horas quando nos vimos obrigados e seguir para os quartos, a tempestade interrompera o fornecimento de energia há algumas horas e apenas velas e lampiões mantinham um mínimo de claridade. O Betão já estava acomodado na cama sobressalente montada no meu quarto, tinha as mãos cruzadas embaixo da cabeça, estava completamente nu e tinha propositalmente tirado o lençol de cima do corpo quando sai do banheiro apenas de cueca.
- Vem cá! – ordenou ele, abrindo um sorriso libidinoso. Obedeci sem pestanejar, lançando minha cueca sobre a minha cama e me entregando em seus braços.
Tão logo meu corpo começou a se esfregar contra o dele, o caralhão endureceu. Ele enfiou um dedo no meu cu enquanto me encarava sem dizer nada. Isso havia se tornado quase um hábito, ele mexendo licencioso no meu cuzinho a seu bel prazer, era como se estivesse exercendo seu direito de macho e dono daquela fendinha estreita disponível para saciá-lo. Eu nunca me opus, gostava quando ele me dedava devassamente, e procurava gemer baixinho junto ao ouvido dele para atiçar seu tesão. O Betão me virou de bruços, apartou minhas nádegas e começou a mordiscá-las enquanto se aprofundava no meu reguinho estreito. As linguadas demoradas e vorazes me levavam à loucura, fazendo meu corpo todo tremer e ondas quentes de desejo e tara perpassarem por ele. De tão ingurgitadas que minhas preguinhas ficavam quando ele me lambia o cu, elas se projetavam num montículo e, ao piscarem alucinadamente, deixavam ver um pouco da mucosa avermelhada e úmida preparada para o coito.
- Vou enfiar o pau no teu cu, lembre-se de que seus pais estão aí no quarto ao lado. – avisou ele, quando pincelou a cabeçorra sobre a portinha do meu cu, me dando tempo de morder o travesseiro e afundar meu rosto nele, para que o ganido fosse devidamente abafado.
Naquela posição mesmo, ele meteu a pica no meu cu aveludado, que a recebeu com a intensidade e paixão de sempre. Com uma noite inteira a nossa disposição, não carecia ter pressa, e as posições foram se sucedendo, cada uma sendo explorada até que todo prazer que podiam oferecer tivesse sido provado. A cada nova penetração, um ganido pungente, a cada novo puxão que doía muito ao distender os esfíncteres dilacerados, um ‘Ai’ acompanhava a soltura do caralhão pulsante e melecado. A última posição foi a de frango-assado, o Betão fazia alguns minutos socava meu cuzinho sem parar, o suor acumulado em suas têmporas pingava sobre o meu rosto, meu cuzinho ardia, eu já tinha gozado sobre a minha barriga e a porra escorria pelos flancos; eu me agarrava aos ombros sólidos dele, cravava angustiantemente as pontas dos dedos em suas costas, e gemia a centímetros de sua boca. Ele tinha aguentado o quanto pode, adiando o gozo num esforço hercúleo, só para poder continuar fodendo aquele cuzinho aveludado e submisso. Mas, seus colhões estavam tão abarrotados que a urgência para esporrar se manifestou como um vulcão expelindo lava, e ele se despejou todo dentro do meu cu. Ao terminar, e sem tirar o pau do meu rabo, ele deitou a cabeça no meu peito, arfando e bramindo feito touro. Com a chuva caindo lá fora, eu afagava seus cabelos sob o peso de seu corpo suado, o que não o permitiu sentir de imediato as minhas lágrimas gotejando sobre seu ombro. Ele só percebeu que eu estava chorando, em silêncio, quando saiu de cima de mim, afagou meu rosto e cobriu minha boca com a dele, num beijo demorado e apaixonado, nosso primeiro beijo desde que tudo começou. Aquele seria nosso primeiro e único beijo, pois não voltaríamos mais a nos encontrar, seria nossa última transa e eu nunca me senti tão triste e desamparado quanto naquele momento.
As provas finais findaram naquela semana, e pouco nos vimos nesses últimos dias. No dia da mudança, fui até o sitio dele. Ele, o pai e os irmãos faziam os consertos do que o temporal havia destruído. Achei melhor assim, pois em meio a toda aquela agitação ele receberia a notícia com menor impacto.
- Vim me despedir! – comecei, procurando controlar a emoção. – Estamos nos mudando para a capital, partimos assim que eu voltar para casa. – revelei. De início, ele nem atinou com as minhas palavras, ele e um dos irmãos, estavam fincando um mourão que a enxurrada havia levado, destruindo parte da cerca.
- Como assim, mudando? – ele não havia atinado com os desdobramentos do que falei.
- Sim, estamos nos mudando definitivamente para São Paulo. Meu pai vendeu o sítio e vai montar um pequeno negócio na capital. – esclareci.
- Quer dizer que a gente não vai mais se ver? Quer dizer que não vou mais comer .... – ele se interrompeu antes de expor nossa intimidade impensadamente.
- É, acho que não! – retruquei, evitando encará-lo, pois sabia que começaria a chorar assim que tivesse seus olhos atônitos me fitando.
- Espera, me explica isso direito! Vocês estão deixando Dourado para viver na capital? – ele largara tudo que estava fazendo, pegara meu braço e me afastava um pouco dali.
- Ei, aonde você vai, Roberto? Volta aqui que ainda tem muito serviço para fazer. – determinou o pai dele.
- Dá um tempo, pai! Já volto, são só uns minutinhos! – respondeu ele. – Você não pode fazer isso com a gente, Theo! Já pensou, não vamos mais transar! Caralho, como você deixa uma coisas dessas acontecer e não me avisa de nada? - na aflição, ele caminhava de um lado para o outro amassando a terra aos seus pés enquanto passava a mão na cabeleira.
- O que eu podia fazer, não sou dono do meu nariz, preciso seguir as orientações dos meus pais. – respondi.
- Não! É! Eu sei! É, eu sei, você não pode! – exclamava ele, completamente atordoado. – E nós, como ficamos?
- Está sendo muito difícil para mim também, Betão. – as palavras saíram no meio do choro que não consegui mais controlar. – Isso é um Adeus, Betão! Um adeus para sempre!
- Não pode ser! Eu não quero! Não quero te perder, Theo! – ele me abraçou, sabendo que nunca mais me teria em seus braços. O pai dele voltou a chamar, e eu me desvencilhei dele e, sem olhar para trás, voltei apressado para casa. Era o fim da nossa história.
Havia onze anos que minha família deixou a pequena Dourado e se instalou em São Paulo. De sitiante, meu pai passou a comerciante, abrindo uma modesta papelaria no mesmo bairro em que morávamos e, que agora contava com mais quatro filiais espalhadas pela cidade. Do ponto de vista financeiro, a troca foi positiva. No que tange a minha formação, também não havia do que reclamar, eu consegui cursar uma boa universidade e após algumas especializações e pós-graduações alcançado um bom emprego num cargo gerencial numa multinacional voltada a soluções empresariais na área de TI. Contudo, aquela vida pacata do interior nunca nos deixou. Enquanto meu pai dedicava suas horas de lazer ao cultivo de hortaliças e frutas no quintal de casa, minha mãe preparava disputadíssimos almoços de domingo num fogão a lenha montado na área de lazer voltada para o jardim bem cuidado, e eu optava por diversões longe do burburinho das inúmeras e grandes baladas que agitam a vida noturna da metrópole, preferindo a companhia de uns poucos amigos e dos meus dois fieis companheiros caninos.
- Theo, tem um sujeito na linha 4 querendo falar com um diretor ou gerente, ele está soltando os cachorros alegando que o sistema de informática da empresa para qual trabalha não para de bugar depois que instalamos o novo programa. Ele exige uma solução imediata, e está berrando dizendo que só mandamos incompetentes para verificar o que está acontecendo. – disse a minha secretária, mal eu tinha chegado à minha mesa de trabalho numa segunda-feira chuvosa de trânsito caótico que me fez atrasar mais de uma hora.
- Bom dia, Rita, para você também! Semana começando com o bicho à solta, é isso? – retruquei.
- Bom dia, chefinho, desculpe! É que esse sujeito já ligou uma dúzia de vezes e você precisa ver como ele é educado e gentil com o palavreado que usa, nunca ouvi tanto desaforo junto. – avisou ela.
- Joga a fera na minha mesa, vamos ver o que se pode fazer para amansá-lo! – exclamei, pois não estava disposto a perder o bom humor apesar dos acontecimentos.
- Alô, com quem eu falo? Você é um diretor, gerente ou alguém com poder para me dar uma resposta satisfatória, ou outro incompetente que vai empurrar meu problema com a barriga? – questionou a voz alterada do outro lado.
- Bom dia! Meu nome é Theo, sou o gerente administrativo, e não só estou pronto para ouvir sua queixa como solucioná-la. – respondi, gentil e calmo, fazendo a Rita me encarar com um risinho debochado. Subitamente, percebi que meu interlocutor havia se dado conta de seu desatino, e procurava um meio de continuar a conversa sem a mesma agressividade. Isso aconteceu assim que mencionei meu nome.
- Ainda bem, Sr. Theo! Estou desde a sexta-feira à tarde tentando obter um posicionamento de vocês quanto aos problemas que nosso sistema está apresentando desde que vocês modificaram o programa.
- Segundo me consta, três dos nossos funcionários estão atuando na modificação da plataforma e relatam não haver nenhum problema de desempenho do sistema. – afirmei, após ouvir um dos meus funcionários relatar que o sistema corria perfeitamente bem, e que as falhas pontuais que estavam acontecendo em alguns terminais se deviam a instalação de programas paralelos nesse terminais.
- Então o senhor está me chamando de louco ou mentiroso, uma vez que seus funcionários não querem admitir o problema? É assim que devo interpretar a sua resposta vazia e que, mais uma vez, está me deixando na mão. – a voz do sujeito voltou a se alterar
- Posso saber como se chama? Prefiro tratar as pessoas com quem converso pelo nome e não no anonimato. – indaguei
- É o meu nome que o senhor quer, para depois se reportar diretamente à diretoria e se queixar da minha revolta com os serviços de vocês, pois bem, se é o meu nome que o senhor quer, vai ter. É Roberto! Anote aí num papelzinho para não esquecer, é Roberto Eduardo de Freitas! Anotou? – dessa vez fui eu a ficar momentaneamente atordoado e mudo.
Não podia ser, seria muita coincidência. Roberto Eduardo de Freitas era o nome que estava escrito em letras grandes carcadas com força nas capas dos cadernos do garoto que, pela primeira vez, esporrou na minha boca e meteu seu cacetão no meu cuzinho virgem. De repente, eu sentia falta de ar, meu coração palpitava como se eu fosse enfartar, flashes de cenas do passado surgiam na minha mente como num filme acelerado; olhos cheios de cobiça, um rosto safado, músculos, muitos músculos num corpão atlético, mãos grandes e vigorosas, cabelos num tronco maciço, um pau enorme, cabeçudo e grosso, pentelhos, tão densos que pareciam um tapete, um sacão do tamanho do de um touro, jatos de porra, muita porra, esbranquiçada e deliciosa, uma ardência dolorida e prazerosa no meu cuzinho, tudo passando tão rápido diante de mim que chegava a me deixar zonzo.
- Alô! Alô! Caralho, esse também vai me deixar vendo navios! – exclamava a voz grave e furiosa do outro lado, me trazendo à realidade.
- Betão? É você, Betão? O Betão de Dourado? – sem o perceber, eu estava chorando, meus olhos embaçados pelas lágrimas. E aquele silêncio do outro lado da linha, só a respiração, nada mais. Parecia que ambos estavam no vácuo do universo, só silêncio, um silêncio que já durava uma eternidade.
- Alô! Sim, sou eu! E você é o .... Você é Theo! Aquele Theo ... o meu Theo! – balbuciava a voz aturdida.
- Sim, o seu Theo, Betão! – confirmei, não conseguindo mais reter aquele nó na minha garganta.
- Chefinho! Chefinho! Pessoal, acode aqui, o Theo está passando mal! Rápido, pessoal! – berrava a Rita, depois de casualmente haver se voltado para mim para ver em que pé andava a minha conversa com o sujeito mal-educado que ela havia transferido para minha mesa.
- Acalme-se Rita! Está tudo bem! Disperse esse pessoal e me traga um copo d’água, por favor! Vai Rita, estou bem, anda! – ordenei, pois tudo o que eu não queria e precisava naquele momento era gente bisbilhotando aquela conversa.
- Alô! O que está acontecendo por aí? Você pode falar, Theo? Você também está chorando, Theo? Eu não acredito que é você, o meu Theo! – só então percebi que aquela voz grave também estava embargada.
- Estou sem chão! – consegui pronunciar
- Precisamos conversar! Só você e eu, pessoalmente! Precisa ser agora, Theo! Não vou aguentar nem mais um minuto se não tiver a certeza de que vou te ver. – a voz ia se tornando mais reconhecível, o timbre baixo talvez estivesse ligeiramente mais grave, mas certos acentos na pronuncia de algumas sílabas continuavam os mesmos que tantas vezes, em momentos de muita intimidade, tinham me feito estremecer.
- Aonde? – eu não estava acreditando que ia acontecer. Anotei o endereço que ele me passou numa papeleta com uma letra em garranchos de tanto que minha mão tremia.
- Sua água, chefinho! Está melhor? Você continua pálido como uma estátua de mármore. O que foi que esse sujeito te falou? Não acha melhor envolver a diretoria nesse assunto? Não precisa deixar essa carga toda nas tuas costas. – sugeriu a Rita, toda solícita e empática.
- Pode deixar, Rita! Está tudo bem, não se preocupe! Tenho que dar uma saída, não sei quando volto! Dá uma controlada geral por aqui e no pessoal, por favor. – pedi, juntando minhas coisas e saindo em disparada.
No endereço que alcancei driblando o trânsito feito um piloto de rali, ficava um barzinho que estava fechado, com a calçada delimitada por floreiras com ciprestes, um toldo verde que cobria toda a fachada e uma porta de entrada com a parte superior envidraçada. Foi por ela que coloquei minhas mãos em concha contra o vidro para espiar o interior. O pequeno salão estava às escuras, cadeiras recostadas nas mesinhas, indicavam que o expediente ainda não havia começado. Só ao fundo havia luzes iluminando um longo balcão de madeira, onde dois homens conversavam em lados opostos do balcão. Um deles era o Betão. O outro veio abrir a porta para mim, e me encarou com um sorriso discreto quando passei por ele cumprimentando-o. Não o vi mais depois disso.
O Betão se pôs em pé e parecia estar concretado ao chão, sem conseguir dar um passo adiante. Eu caminhei até ele sentindo minhas pernas cada vez mais bambas à medida que me aproximava dele. Abri um sorriso, mas já estava chorando novamente. Ele abriu os braços após secar as próprias lágrimas esfregando os olhos com as mãos cerradas.
- Theo! É você mesmo! Como você está lindo, Theo! – exclamou ele, sufocando o choro.
- Betão! – mais não dava para dizer, eu só precisava sentir aqueles braços se fechando ao meu redor para saber que aquilo estava realmente acontecendo.
Não sei por quanto tempo ficamos abraçados, o calor dos nossos corpos unidos novamente era tudo do que precisávamos. Nos desvencilhar seria quebrar aquele encanto, e nenhum dos dois ousou. Apesar do salão vazio, nos dirigimos a uma mesinha num canto discreto formado pelo enquadramento das paredes onde a claridade mal chegava. O Betão passou suavemente os dedos no contorno do meu rosto sem desviar o olhar do meu, enxugou as lágrimas que rolavam dele com os polegares e sorriu.
- Você é tão lindo! – exclamou, quebrando o silêncio. – É maravilhoso poder olhar para você outra vez! Senti tanta saudade!
- Eu também, Betão! Eu também!
Levou um tempo para a conversa engrenar e aquela perplexidade toda passar, e ser substituída pela descontração que regia nossa amizade na adolescência.
- O que anda fazendo, além de ser insultado por um cara descontrolado em pleno início de semana e expediente? – questionou ele, rindo.
- Nada de muito glamoroso! Tenho uma vida pacata. – respondi
- Difícil de acreditar! Esses onze anos te fizeram muito bem, você é um cara bonitão, numa cidade como São Paulo não faltam pessoas cobiçando caras como você. – afirmou
- Pois pode acreditar! Acho que aquela timidez interiorana nunca me abandonou. Mas, me sinto feliz assim. – devolvi – Mas, e você? Além de continuar o mesmo invocadão de sempre, só que maior e mais forte, tem feito o quê?
- Pois é, como você vê também deixei aquela vidinha em Dourado para trás. Meus pais continuam morando no sítio, mas meus irmãos e eu fomos nos dispersando a procura de oportunidades em um futuro que lá não havia como alcançar. O mais velho se casou e toca um restaurante com a ajuda da esposa em Bauru. O seguinte, veio comigo para a capital, cursou engenharia e atualmente trabalha na Bolívia num projeto petro-químico. Eu terminei a faculdade de administração fui contratado como gerente de produção na empresa de auto-peças para a qual vocês estão fornecendo o novo programa de TI. O mais novo fez agronomia e é gerente regional de vendas de uma empresa de produção de sementes. – revelou, hesitando antes de prosseguir. – Tem alguém na sua vida? Um marido, um namorado?
- Não, estou bem solteiro! Tive alguns casos, mas não foi o que eu esperava. – respondi. – E você, comprometido? – depois que fiz a pergunta me arrependi, ele certamente estava num relacionamento, e a última coisa que eu queria ouvir era que estava casado, tinha filhos e estava feliz com isso. Não era porque eu fosse um cara ruim, um invejoso que não se alegrava com a felicidade de um velho amigo, mas porque ter esse amigo ali bem na minha frente, me fazia sentir que ainda o amava, e que agora havia uma possibilidade desse amor vingar, a depender de sua resposta.
- Comprometido! Bem, isso depende do que você considera comprometido. Se duas peguetes entrarem nesse rol, então sim, estou comprometido. – disse rindo. – Uma baita confusão com uma casada, que felizmente já acabou, pode te dar uma ideia das bobagens que andei fazendo.
- Como assim, o que você aprontou? – indaguei curioso
- Durante o último ano da faculdade estagiei numa empresa onde não que não faltava eram secretárias, uma mais gostosa do que a outra. Boa parte delas não me dava sossego, nunca vi tanta mulher tarada por um macho. Depois que uma magricelinha miúda me fez uns boquetes dentro do carro durante as caronas, a mulherada caiu em cima de mim, parecia um vespeiro. As que eu não comi dentro da empresa, acabei traçando nos motéis. Cara, você não faz ideia, tinha de tudo, desde solteironas encruadas até casadas insatisfeitas. E foi com uma dessas que quase me ferrei. – eu já não conseguia segurar o riso, parecia estar revivendo os tempos de colégio, com todas aquelas garotas disputando o cacetão dele. – Você ri, mas a coisa ficou feia para o meu lado. – continuou ele. – A fulana tinha uns 35 anos, uma porrada de filhos, uns quatro, eu acho, era um macho espirrar do lado dela e ela já engravidava. Eu tonto, só pensava naquelas tetas querendo pular fora do decote e naquele rabão que ela ficava esfregando na minha rola toda vez que surgia a chance, nem em ser discreta a safada pensava. Um dia ela me pegou na salinha do xerox, foi logo agarrando minha pica e enfiando as tetas na minha cara. Lógico, eu pirei, a caceta virou uma rocha. A safada quando viu o volumão crescendo, abriu minha braguilha e tirou o bichão para fora, ajoelhou e não tirou da boca enquanto eu não eu a enchi de porra. O marido a vinha buscar no final do dia, mas numa tarde parecida com o dia de hoje, chuvoso e uma puta zorra nas ruas congestionadas, ela me pediu uma carona. Eu nem ia para os lados onde ela morava, mas já conseguia sentir aquela boca mamando meu caralho outra vez. Assim que ela entrou no carro e foi me indicando o caminho, já começou a me punhetar. Mandei ela chupar, mas ela disse que queria mais. Embiquei no primeiro beco que encontrei e estacionei o carro junto a um muro alto que dava certa privacidade. Me desvencilhei do cinto de segurança e arranquei a calcinha dela que já estava molhada. Baixei o encosto do assento e pulei em cima dela, não tinha nenhuma porra de camisinha no porta-luvas, na minha carteira e eu alucinado para enfiar a rola nela; a safada disse que também não tinha nenhuma, que só dava para o marido e seria estranho ela explicar o porquê de levar camisinhas na bolsa, enquanto ela erguia a saia e abria as pernas para me receber. Àquela altura do campeonato eu entreguei para sorte e soquei a jeba na buceta dela por uns cinco minutos, ouvindo-a gemer feito uma cadela e a enchi de porra. Ela passou os dois meses seguintes me perseguindo por tudo que é canto da empresa, ficou até chato, porque o pessoal começou a desconfiar. De uma hora para outra ela parou com aquilo, achei que tinha me livrado do encosto e estava dando um trato em outras secretárias. Até ela me esperar no estacionamento num final de tarde. Pensei que ela fosse pedir uma carona e já estava com a resposta pronta para me livrar dela. Aí ela solta a bomba. Diz que é o segundo mês que não menstrua, que é sempre regular, que acha que está grávida e começava a ter um chilique, desabando no choro. Enfiei ela no carro, parei na primeira farmácia que encontrei e comprei um teste, mandei ela fazer ali mesmo para a gente tirar a dúvida. Cara, você precisava ver ela voltando do banheiro toda chorosa, uma porrada de gente no balcão da porra da farmácia e ela me vem com aquela merda do teste na mão, nem toquei naquela porra, só vi aquele sinal de “+” no meio do visor. Engoli em seco e perguntei que merda era aquela – deu positivo – ela respondeu. Soltei um – puta merda! – que fez todo aquele povo se voltar para nós. Desesperado, falei que tinha mais uma caralhada de testes nas prateleiras, que era para ela pegar outro e ir fazer. Alegando falta de ar e tontura, ela quis se sentar, aquilo parecia um circo de horrores, eu puto da vida queria mandar ela à merda, mas precisei segurar a onda. A desgraçada ficava repetindo feito uma matraca que estava grávida, a mulherada em volta olhava para ela e para mim e algumas até nos parabenizaram, acredita. Se tivesse como, eu enfiava ela numa mala e despachava para a puta que a pariu. Respirei fundo e para tentar consolá-la, disse que a levaria a um ginecologista no dia seguinte para ver se confirmava o teste e o que podia ser feito. Sem pregar o olho a noite toda, levei-a ao médico no dia seguinte, faltando na faculdade e no estágio. Jurei que se ele me dissesse que ela estava mesmo grávida, dava um soco na cara dele. Só que entrei em transe quando ele confirmou a gravidez. Eu estava fodido. Antes mesmo de sairmos do consultório, ela ficava perguntando como ia contar isso para o marido, corno filho da puta, o que eu ia fazer, e uma porrada de perguntas que eu nem quis ouvir mais. O médico, sentado na mesa dele, parecia estar assistindo a uma peça de teatro, não sei para quem ele estava torcendo, pela cara dele não dava para saber. Algo me dizia que ele estava vendo alguns cifrões cintilando diante dos olhos dele e mandei ver – o lance é o seguinte, meu amigo, ela é casada, rolou uma parada entre a gente na empresa e deu nessa porra que você acabou de confirmar, como é que a gente resolve essa cagada o mais rápido possível? – o risinho sarcástico dele me deu a resposta. Dois dias depois, ela simulou um mal-estar na empresa e pediu para ser dispensada. Tudo arranjado, um belo desfalque na minha conta bancária poupada para trocar de carro, e estávamos numa clínica, ela com as pernas abertas dessa vez para o médico, e eu caminhando pela porra da sala de espera rezando para aquela merda terminar logo. Até o final do estágio nem cheguei mais perto da desgraçada, que mesmo de longe me dava tchauzinho com uma risadinha de piranha. – revelou ele.
- Esse é o velho Betão de sempre! Você não mudou nada, continua o mesmo garanhão da época do colégio. – afirmei. – Não, não dizer que nada mudou seria ignorar que está mais adulto fisicamente, mal o reconheci num primeiro momento. Não sei se é a barba hirsuta, ou se são ombros que ficaram bem mais largos desde aqueles tempos, enfim, não importa, está diferente na aparência. – conclui
- Já você mudou bastante! Está mais solto, mais confiante, nem lembra aquele garoto tímido que corava por qualquer sacanagem que a gente falasse. Também ficou muito mais lindo, foi a primeira coisa que eu reparei ao vê-lo entrar aqui. – afirmou ele
- Está aí a comprovação do que acabei de falar, você continua caçando como fazia naquela época, caiu na rede é peixe e você traça. Ou seja, continua sendo um tarado safado. – declarei
- Você gostava desse tarado safado pelo que me recordo, e não era pouco! – devolveu, esboçando um sorriso cúmplice. – Senti sua falta! Em todos esses anos nunca me esqueci de você! – emendou, com uma expressão séria e genuína. – Você disse que teve uns casos, mas que não foram o que você esperava, o que aconteceu? – perguntou, após me fazer sua confissão.
- A desventura de se envolver com casados não é privilégio apenas seu! Também embarquei nessa canoa furada! Assim que entrei na faculdade conheci um colega de turma. Ele era mais velho, não muito, mas o bastante para já estar casado há uns quatro anos e ter um filho pequeno. Quando ele veio se enturmar comigo, não disse que era casado, aliás, ninguém da turma sabia que ele era casado. Eu achei ele legal e viramos amigos....
- Quando você diz que achou ele legal quis dizer que achou ele um tesão, e ponho a minha mão no fogo se o sujeitinho também não estava a fim de te comer. – interrompeu-me o Betão.
- Posso continuar? – ele fez uma cara de tédio. – Como eu ia dizendo, nos tornamos amigos, e começou a rolar um clima. Quando não tinha uma aula muito importante, ele me convidava para sair, e numa dessas saídas acabei revelando que era gay, o que alegou já suspeitar pela maneira diferente como eu me relacionava com as garotas da turma e os rapazes. Não nego que ele me atraiu com seu jeitão másculo, a maneira sedutora como me tratava, e que o primeiro beijo que ele me deu me encheu de tesão. Daí a ir para cama com ele foi um pulo, seguidos de dois anos nos quais lhe dediquei uma paixão sincera. Tudo o que eu sabia sobre relacionamentos gays foi o que rolou entre a gente, e como tudo o aconteceu entre nós, não dava para saber o que significava uma relação entre dois homens, e nisso é que eu digo que ele foi legal me ensinando uma porção de coisas que eu não sabia....
- Se aproveitando de você, essa é que a verdade! Salafrário, abusando da sua ingenuidade! – exclamou ele, me interrompendo novamente.
- Estava mais do que na hora de eu deixar de ser ingênuo! Não é disso que me ressinto! Eu fiquei magoado quando descobri que ele estava mentindo, que tinha uma família e eu devia ser uma espécie de fuga dos compromissos de um casamento, uma fantasia sendo realizada, e não alguém com quem ele pretendesse um envolvimento mais sério. E terminamos, foi assim! – revelei.
- O filho da puta só estava a fim de te comer! Tomara que acabe corno como a marido da fulaninha rabuda! – precisei rir da observação dele. – Foi só esse ou teve mais? Quantos? – perguntou ele
- Teve mais um, esse só durou alguns poucos meses. Foi nosso vizinho por algum tempo, era solteiro e morava com uns tios porque também era do interior e estava trabalhando na cidade. Tinha uma cara de machão, jeito de machão, tamanho de machão....
- E o seu cuzinho se assanhou todo!
- Não conto mais nada, se você continuar me interrompendo. Não quer saber o fiz durante todos esses anos, não devia ter me perguntado. – retruquei.
- Quero sim, desculpe! Só não quero saber de detalhes! Guarde-os para si, não quero ouvir pormenores seus com esses caras. – disse ele
- Bem, continuando! Começamos a namorar, curtíamos os amigos um do outro, saiamos para baladas e transávamos numa boa, embora só depois eu tivesse me dado conta de que eram poucas as transas para um casal engajado. Não posso dizer que ele me deixava nas nuvens, a coisa até que rolava, mesmo eu sentindo que faltava aquela pegada forte de macho, e outras coisas que não vem ao caso. Eu era bem carinhoso com ele, mas sentia que lhe faltava alguma coisa, e sempre achei que era eu quem não conseguia saciar seus desejos. Passado um tempo, e durante uma transa que me fez brochar na hora, ele me pediu que enfiasse um dedo no cu dele. O tesão morreu ali. Ele chegou a trazer uns brinquedinhos para eu enfiar no cu dele, achando que eu tinha nojo de meter o meu dedo ali, mas a questão não era essa. Eu sempre deixei bem claro, tanto para ele quanto para o casado, que era exclusiva e 100% passivo, que nem mesmo gostava me mexessem no meu pinto; quanto mais eu enfiar meu dedo no cu de um cara que se dizia ativo e era tão ou mais passivo do que eu. Para que mentir, para que fazer o cara que você curte pensar que você é uma coisa que não é? Nunca vou entender isso! Enfim, acabou e isso meio que me deixou traumatizado e desisti de procurar alguém que me entenda. Vai ver o problemático sou eu, ou estou sendo exigente demais. – conclui
- Ainda bem!
- O que?
Nada, não! – respondeu, desviando da pergunta. – Foram esses dois, ou teve mais?
- Foram só esses dois!
- E já foi demais!
- O que? – voltei a indagar, pois ele parecia estar falando consigo mesmo. – Pergunta alto!
- Eu nunca te esqueci, Theo! Aquela nossa última noite na tua casa, no meio daquele temporal, nunca saiu da minha cabeça. Cada vez que pensava nela, sentia uma dor no peito me sufocando. – revelou.
- Também nunca me esqueci de você! – confessei, fazendo-o voltar a sorrir, e pegar na minha mão.
- Achei que tinha te machucado mais do que das outras vezes e que por isso você estava chorando. Comovido e me sentindo culpado por te machucar toda vez que transávamos, eu te beijei pela primeira vez, e você fez daquele um beijo inesquecível. Eu tinha prometido a mim mesmo que jamais beijaria um outro homem na boca, que beijar na boca era algo muito íntimo e levava a sentimentos que eu não queria sentir por nenhum homem, era de certa forma, admitir que também era viado. Só que naquele dia, as tuas lágrimas me fizeram esquecer e superar essa bobagem, eu não ia deixar de ser macho, ou menos homem só por te beijar. E ao sentir a candura com a qual você me retribuía aquele beijo, eu senti uma coisa estranha que nunca mais senti por outra pessoa, nem mulher nem homem. Quando vocês se mudaram poucos dias depois, eu compreendi que aquele choro era de tristeza por a gente não se ver mais, e não por meu cacete ter te machucado de novo. Desde então, penso em você sempre com muita saudade, um vazio no peito. – confessou ele.
- Todos esses anos me perguntava o que podia estar sendo feito de você, por onde andava, o que fazia, quantos filhos tinha e isso só aumentava a minha saudade, chegava a dar um nó na garganta. – confessei.
- Por sorte o destino conspirou a nosso favor. Agora estamos aqui, cara a cara. Você todo lindo, esse olhar meigo, essa boca que eu estou louco para beijar, esse corpo onde quero me perder. – sentenciou, levantando-se, puxando-me para junto dele e me beijando com furor e volúpia. – Eu te amo, Theo! Sempre tão depravado, fodendo a torto e a direito, a verdade é que nunca cheguei a amar ninguém. Tudo o que eu sei do amor foi você quem me ensinou. É com você, só com você, que eu quero ficar até o meu último suspiro.
- Vou ser a criatura mais feliz desse mundo estando ao seu lado, te chamando de meu homem. O único homem que me levou até as estrelas. – tornamos a nos beijar naquele refúgio fechado para o mundo, sabendo que a nossa história recomeçava ali.