Ele me ajudou e depois voltamos para a mesa. Aline e Cíntia saíram logo depois para se servirem. Ao me sentar, acabei olhando para uma das portas do restaurante, que dava acesso ao saguão, e vi o Rick nos olhando. Não era uma expressão de ódio, raiva, talvez um pouco de inveja, mas certamente não era de uma pessoa que se daria por vencida tão facilmente.
Tentei disfarçar da melhor forma possível, dando atenção às minhas filhas e ao meu marido. Exagerei! Mark logo notou que eu estava sendo um pouco artificial e levantou suas antenas, olhando, discretamente, tudo ao nosso redor. Aline, sempre ela, notou o Rick nos olhando e fixou sua visão nele por um momento, chamando a atenção do Mark que seguiu o rastro de sua visão diretamente de encontro a ele.
Meu marido, pela nossa própria vivência dentro do meio liberal, desenvolveu um tipo de “sentido aranha”, fazendo alusão ao personagem dos filmes. Então, ele saca quase de imediato quando alguém está interessado na gente, no caso em mim, às vezes até antes de mim mesma. Com o Rick não foi diferente, aliás, nem poderia ser, porque ele tinha um baita buquê nas mãos e não parava de olhar em direção à nossa mesa. A princípio, ele o encarou sutilmente e depois a mim, tornando o meu desconforto ainda maior. Claro que ele sacou e quis se levantar, mas eu coloquei minha mão sobre seu braço e o segurei:
- Não faz isso! - Pedi extremamente constrangida e assustada com o que poderia acontecer num encontro entre eles.
Ele me encarou por uns segundos e ficou imóvel na cadeira. Depois voltou a encarar a porta, mas o Rick já não estava mais lá. Não sei se ele se tocou ou notou que o meu marido quis se levantar para enfrentá-lo, mas ele sumiu. Depois o Mark me olhou novamente e deu um sorriso espremido, de canto de boca para mim. Entendi na hora a mensagem: “Por enquanto está tudo bem, mas a gente vai conversar, Fernanda Mariana! Ah, se vai…”
Terminamos nosso almoço sem maiores percalços. Subimos para descansar brevemente e logo saímos com nossas filhas para turistar. Levei-os aos locais que eu sabia que curtiriam, tais como museus, praças, parques e parque de diversão. Voltamos ao hotel no início da noite e nossas filhas estavam mortas de cansaço. O Mark também estava bem abatido, talvez porque teve que carregar nossa caçula por boa parte do percurso, mas, enfim, ossos do ofício de ser um bom pai. Assim que as colocamos para dormir, sem banho mesmo, eu o ataquei novamente. Coitado! Usei e abusei do meu marido como nunca havia feito antes. Pela primeira vez, ele pediu água, mas nem por isso deixamos de ter uma de nossas melhores noites. Depois de uma merecida ducha, deitamos na cama e ele foi naturalmente objetivo:
- Certo! Pode falar.
- Ah, Mor, não pode ser amanhã. Estou molinha de sono…
- Não me enrola, Nanda. Sabe que eu não gosto disso.
- Tá! - Acabei me sentando de frente para ele: - O que você quer saber?
- Era o Rick, não era? O tal cara com o buquê, era ele, não era?
- Era. Ele não sabia que vocês estavam aqui, aliás, ninguém sabia, nem mesmo eu. Acho que ele veio tentar me convencer a ficar com ele outra vez, mas eu juro que não ia ficar, nem se vocês não estivessem aqui. Eu juro.
- Não duvido de você, mas por que você não me contou que ele estava aqui? Eu poderia ter ido lá conversar com ele.
- Conversar, Mark!? Você ia mesmo conversar civilizadamente com o homem que disse estar apaixonado pela sua mulher?
- Você nunca me disse que ele tinha confessado estar apaixonado por você, Nanda! Embora eu já desconfiasse disso há tempos…
Emudeci imediatamente, mas era verdade. Meu marido, com o raciocínio objetivo e rápido de um bom advogado, havia me pegado no contrapé e agora eu não sabia o que responder. Preferi concordar com ele:
- Então… Acho que você sacou antes dele próprio. - Eu o encarava, tentando decifrá-lo e sorri, brincando com um ditado verdadeiro: - Mas como você mesmo me disse uma vez, quando um não quer, dois não fazem. Eu não o quero. Pronto. Acabou!
- Mas a questão é exatamente essa, Nanda: os dois querem. - Falou, fazendo com que eu engolisse meu sorriso: - Só que aparentemente, apenas ele está disposto a insistir no “relacionamento”, né?
Eu sorri, porque ele próprio havia entendido que apesar de eu estar gostando do Rick, talvez até apaixonada mesmo, eu não queria investir mais nada com ele. Fiz questão de deixar isso bem claro novamente para o meu marido, me sentando em seu colo, de frente para ele, segurando seu rosto de modo que nos encarássemos a dedos de distância:
- Escuta bem o que vou te falar do fundo do meu coração: EU… TE… AMO! Ele foi só uma “paixonite” de verão. Meu homem é você e vai continuar sendo para sempre. Entendeu?
Recebi um dos mais belos sorrisos que ele poderia dar. Eu o havia atingido em cheio e o abracei com uma vontade louca de chorar de tanta saudade que ainda estava sentido dele. Eu queria transbordar sobre ele, mas achei que seria injusto conosco naquele momento, afinal, eu ainda queria dar umazinha com meu marido e não queria correr o risco de melar minha noite com lágrimas. Ainda bem que de safadeza ele entende bem, já falando em seguida:
- Se me ama de verdade e ele não significa nada para você, prove!
- Provar!? Como?
- Uai! Usa sua imaginação, mulher. Oxi…
Ah! Quando ele disse esse “Oxi!”, meu sangue ferveu! Eu o peguei pelas orelhas e o esfreguei nos meus seios até eles doerem. Depois, o encarei mordendo os lábios de raiva:
- Filho da puta! Você não esqueceu daquela baiana ainda? - Perguntei e ele caiu numa gostosa risada: - Não ri, não, safado! Vou te fazer chorar hoje pra você aprender nunca mais a me trair com a sua ex. Aliás, quem tem que provar que me ama é você depois daquela!
- Oi!? Eu?
Levantei-me, ficando de pé e praticamente colocando minha púbis à altura de sua boca. Ele sorriu maliciosamente e já se preparava para abocanhá-la, mas eu me afastei um pouco dele e me virei, deixando agora minha bunda. Seu sorriso aumentou ainda mais quando eu me abaixei deixando um convite inesperado à sua mercê. Ainda para deixá-lo mais excitado, abri as bandas de minha bunda e ele ficou até boquiaberto e, não perdendo mais tempo, beijou em cheio o meu cuzinho desprotegido. O beijo veio acompanhado de lambidas, chupadas e pequenas mordiscadas, me fazendo gemer alto. Quando minhas pernas começaram a amolecer, ele me empurrou para a frente, colocando-me de quatro sobre a cama e me penetrou o cu sem a menor cerimônia. Como eu queria estar sozinha para berrar todo o tesão que estava sentindo naquela hora, mas tive que me conter e gemer com o rosto enfiado no travesseiro. Foi uma das melhores gozadas que já tive e da forma que gozei, fiquei, me estiquei e pedi para dormir, inclusive aos pés da cama, com ele ainda engatado em mim.
[...]
“Filha da puta! Não acredito que vai me deixar na mão.”, pensei ao ver a Nanda se esticando e praticamente desmaiando depois de ter um forte orgasmo anal, coisa rara em se tratando dela. Fui para cima dela, intencionado em ter a minha parte naquele prazer todo, mas ela só resmungou:
- Ai, amor, eu te amo demais. Só um cochilinho, prometo.
Eu concordei e fui fazer uma higiene rápida para poder dormir. Então… Nanda prometeu e não cumpriu! Ela hibernou como um urso polar, inclusive às vezes rugindo como o tal. Apesar de não ter gozado essa última vez, fiquei satisfeito por tê-la satisfeito. Acabei dormindo pouco depois e, apesar de ter acordado duas vezes durante a madrugada, minha digníssima não acordava de sua hibernação. Acordei antes de todos na manhã seguinte e uma insegurança me fez descer para o saguão e para o restaurante antes de todos, afinal, o criminoso poderia voltar à cena do crime. Não voltou e talvez tenha sido melhor assim. Depois de dois cafés e três pãezinhos de queijo, retornei ao quarto, onde a Nanda já havia acordado e andava de um lado para outro no quarto, claramente nervosa:
- Aonde você foi?
- Imaginei que seu amante voltaria para te importunar e acordei mais cedo para lhe dar uma ou duas lições.
- Você não fez isso?
- Lógico que eu fiz. Por que? Qual o problema?
- Mark, você não foi fazer papelão lá embaixo, né!? Estou aqui a trabalho. - Ela insistiu, inconformada com minha atitude.
- Primeiro, ele não apareceu, então nada aconteceu. Segundo, se ele tivesse aparecido, eu teria uma conversa civilizada com ele. Pensei que já me conhecesse o suficiente para saber que eu não faria nada para te prejudicar.
- Desculpa. Eu sei.
- Mas e aí, qual o roteiro para hoje?
- Sei lá. O tempo está meio nublado, então pensei em passearmos num shopping aqui perto e depois, se ele melhorar, podemos turistar novamente. O que acha?
Concordei com sua sugestão e quando eu estava saindo para acordar as meninas, ela me puxou pelo pescoço, praticamente me jogando na cama:
- O que é isso, Nanda? Vamos ou não vamos?
- Daqui a pouco. Agora eu tenho que relaxar o meu homem.
Nem bem terminou de falar e subiu em mim, beijando minha boca. Eu não havia gozado em nossa última transa, então minha excitação estava alta e meu pau subiu rápido, ficando em posição de sentido. Não sei como ou quando, mas ela já estava praticamente nua quando se penetrou com meu pau e começou a cavalgar com vontade, rápida e profundamente, me fazendo gemer:
- Ai! Me fode, seu gostoso. Me fode! - Ela dizia hipnotizada por sua própria excitação.
- Eu!? É você que está acabando comigo! - Falei na primeira chance que tive ao descolarmos nossos lábios: - Devagar, caramba…
- Ai… Deixa eu aproveitar. Eu preciso tanto disso. - Falou praticamente choramingando: - Ahhhh. Delícia! Eu quero gozar. Eu quero… Ui! Eu quero…
E não é que, pouco tempo depois, a filha da mãe gozou novamente! Revirou os olhos e tremeu forte, se jogando sobre mim. Fiquei injuriado com aquilo, porque novamente ela estava me deixando na mão! Assim que ela se recuperou, me encarou com um olhar safado e se desengatou de mim. Eu já ia reclamar, mas ela se virou e, sem me perguntar se queria, sentou sua boceta em minha cara, esfregando-se suavemente e me melando com o mel que agora já transbordava:
- Me lambe, Mor! Limpa direitinho essa bucetinha, vai! - Pediu, ou mandou, não consegui entender bem a entonação de suas palavras.
Não me fiz de rogado e caprichei mesmo. Ela, enquanto isso, me punhetava bem de leve, alternando com fortes apertões no pau que só não terminaram em altos gemidos da minha parte porque ela fazia questão de abafar meus sons com sua buceta. Ela estava insaciável e ainda mais safada, quase fora de si:
- Lambe essa bucetinha, lambe meu corninho safado. - Ela falava, entre seus próprios gemidos parcialmente contidos pela lembrança de nossas filhas no quarto ao lado: - E imaginar que há alguns dias tinha um pauzudo me esfolando sem dó. Você não fica com ciúmes, hein? Não fica, não!?
Sinceramente eu não sabia se ficava excitado ou inconformado com a brincadeira dela. A princípio, me parecia meio fora de hora e num contexto que mais ofendia que excitava, mas ela estava tão elétrica e tomada por um tesão louco que deixei prosseguir com aquilo. Ela continuou:
- Lambe. Isso! Lambe a buceta que o meu alemãozão fudeu bem gostoso, lambe. Deixa ela bem limpinha e quem sabe eu não me animo a dar para ele novamente antes de ir embora. - Brincou e riu, agora se abaixando em direção ao meu pau: - Aliás, você precisa deixá-la bem molhadinha, tá bom!?
- Nanda. - Resmunguei, inconformado comigo mesmo por ter me enganado com ela e, rindo, falei: - Olha só, eu… eu até achei que você estivesse falando do tal Rick.
- E se fosse? Mudaria alguma coisa? Ele foi só um comedor como qualquer outro? Veio, me fudeu e passou. Acabou! Pronto. Agora só resta a gente e nossas lembranças.
- É, mas ele…
- Quieto, corninho! - Ela me interrompeu: - Na hora de trepar com a baiana safada, você não pensou duas vezes, né? Então, agora lambe a minha buceta enquanto eu vou tentar tirar o cheiro “daquelazinha” do seu pau.
Ela então encerrou a discussão com um argumento muito persuasivo: simplesmente abocanhou meu pau engolindo-o completamente, ficando um tempo com ele todo em sua boca e praticamente me tirando o ar num suspiro de surpresa. Depois começou a punhetá-lo usando uma mão e sua boca, enquanto, com a outra, acariciava minhas pernas e meu saco:
- Goza, meu Mozão! Enche a boca da sua esposinha, enche, por favor… - Resmungou, enquanto o esfregava no próprio rosto: - Eu não tomei meu café da manhã ainda.
Eu curtia aquela buceta transbordando em meu rosto e, sinceramente, não queria que aquilo acabasse logo. Ela voltou a me punhetar e sugar com vontade, fazendo com que eu gemesse. Meu tesão estava a mil e pedi para fodê-la, mas ela não deixou e me manteve preso entre o colchão e seu corpo, voltando a dar carga total em meu pau. Deixei que me levasse então ao clímax e minutos depois avisei que iria gozar:
- Então goza. Enche a minha boca. Eu quero! - Disse e voltou a punhetá-lo com a boca.
Não aguentei muito mais e logo enchi sua boca com a minha porra, cuidando para não gemer alto e correr o risco de acordar nossas filhas. A safada recebeu tudo em sua boca, mas não o engoliu, deixando-o escorrer boa parte pelos cantos de sua boca. Depois saiu de cima de mim e, mudando sua posição, passou a me encarar, enquanto voltava a lamber minha púbis, recolhendo a porra que havia escapado de sua boca:
- Pode cuspir, Nanda. Eu sei que você não curte.
Ela me surpreendendo, veio até perto de mim e abriu um pouco de sua boca, mostrando a porra que havia recolhido. Então a fechou novamente e engoliu tudo, abrindo sua boca apenas para mostrar e me deixar surpreso. Aliás, acho que minha cara denunciou muito a surpresa, pois ela se viu na necessidade de justificar:
- Eu… eu tive vontade de engolir. É que, sei lá... Acho que é fome do meu marido.
Eu a puxei para mim e a beijei na boca, mesmo com algum resquício de meu recente gozo. Ela se entregou tranquilamente, pois já não era a primeira vez e, por mim, não seria a última. Ainda assim, depois que nos desgrudamos, ela me perguntou:
- E se fosse um outro cara? Por exemplo, se o Andreas tivesse gozado na minha boca. Você me beijaria mesmo assim?
Eu a encarei por um momento sem saber o que responder, mas preferi ser sincero:
- Eu não tenho o menor nojo de minha porra, mas da de outro, eu sei lá. Talvez te beijasse por ser você, para não cortar o clima da transa. - Falei, mas eu próprio ainda estava em dúvida: - Mas sei lá, viu!? Acho que certeza mesmo eu só teria na hora.
- Uhummm… - Resmungou e colocou um dedo na própria boca para depois sorrir e falar: - Acho que vou ligar para o Andreas e marcar umazinha para hoje.
- Tá louca, mulher!? E nossas fi…
Fui interrompido por um novo beijo na boca e uma risada debochada na sequência, terminada com um olhar apaixonado dela para mim:
- Mas é muito bobo mesmo, sô! Eu só estou brincando, Mor. É claro que não dá para fazer nada com as meninas por aqui, né! - Então, ficou séria e continuou: - E não estou reclamando delas terem vindo, viu? Adorei a surpresa que vocês me fizeram. Foi a melhor que tive na minha vida toda.
Ficamos namorando mais um pouco e decidimos acordá-las para o café da manhã e para mais um dia de passeio, na verdade, o último, pois iríamos embora na segunda-feira pela manhã. Então, aproveitar o tempo em família era imprescindível.
Fomos fazer uma rápida higiene matinal, mas minha excitação estava a toda e meu pau subiu novamente, me “obrigando” a roçá-lo na bunda nua da Nanda. Ela, sendo ela, já arrebitou a bunda e o introduziu em sua própria buceta. A cena era no mínimo estranha: nós dois nos olhando pelo espelho, com as escovas de dente na boca espumada pela pasta dental e fazendo aqueles leves movimentos cadenciados de uma foda gostosa:
- Não acredito que você já está de pau duro outra vez! - Ela me falou, após cuspir a espuma e enxaguar a boca: - E como vou conseguir ficar sem você amanhã?
Ri de seu comentário e me desengatei dela, dando-lhe um bom tapa na bunda e a deixando com uma expressão inconformada no rosto:
- Então, vou parar para não te deixar mal acostumada. - Disse, após enxaguar minha boca, virando-me e saindo do banheiro.
- Ah, volta aqui já, mocinho! - Ela disse me pegando pela cintura e puxando para si.
Me virei e a beijei, pressionando meu pau em sua púbis. Ela amoleceu em meus braços e o tesão agora foi substituído por carinho. Depois do beijo, a encarei e acariciei seus cabelos:
- Relaxa! Vamos curtir o dia com as meninas. Não podemos só ficar trepando, né?
- Quer nem terminar? - Ela insistiu.
- Depois a gente brinca mais um pouco. Vamos nos vestir e aproveitar o último dia.
- Poxa! Nem me lembre. - Retrucou, cabisbaixa.
Nos vestimos e fomos acordar as meninas que hibernavam forte. Após resmungarem o cansaço do dia anterior, se vestiram e descemos para o restaurante do hotel. Elas tomaram o seu café da manhã e nosso passeio teve que ser abortado, porque o clima havia mudado e já caía uma chuva fraca mas constante. Decidimos ir para um shopping center passar o tempo. Chamamos então um Uber e não mais que trinta minutos depois, chegávamos ao Manauara Shopping. Após andarmos um pouco, a paciência das meninas acabou. Encontramos então um espaço dedicado para crianças, uma espécie de brinquedoteca e Miriam adorou a ideia, correndo para os brinquedos. Maryeva não queria muito, mas se rendeu ao ver a possibilidade de utilizar a internet local e os jogos eletrônicos do espaço. Compramos um pacote de uma hora para cada e avisamos que iríamos dar uma volta pelas redondezas.
Antes que saíssemos, precisei usar um banheiro próximo e a Nanda ficou aguardando num banco próximo o meu retorno. Acabei demorando um pouco mais que o que eu queria. Acho que um bolinho do meu café da manhã não caiu bem e desarranjou meu bucho. Quando recobrei minhas funções intestinais, ainda que minimamente, saí do banheiro em busca da minha cara metade. A Nanda não estava mais sentada no banco em que ficara. Olhei ao redor e não a vi em lugar algum. Naturalmente, eu estranhei sua ausência e pensei que pudesse ter voltado a brinquedoteca onde havíamos deixado as meninas, mas me enganei, elas continuavam lá se divertindo e nada da mãe delas.
Dei mais uma volta por perto de onde ela havia ficado, imaginando que, talvez, ela pudesse também ter ido ao banheiro, mas ela não apareceu. Então, liguei para seu celular. Ela me atendeu na primeira chance e desligou a chamada. Insisti e então ela me atendeu:
- Onde você está? - Perguntei sem rodeios.
- Já estou voltando, amor. Tive um imprevisto, mas já estou chegando. Só uns minutinhos, tá bom?
- O que está acontecendo? Você parece tensa. - Falei, notando o óbvio em sua voz e a estranheza em sua atitude.
- Já estou chegando. É rapidinho… - Disse e desligou sem sequer se despedir.
Peguei uma casquinha num quiosque próximo e me sentei no mesmo banco em que ela esteve há algum tempo. Os minutinhos dela já se acumulavam e se tornavam quase duas dezenas. Então, vi que ela se aproximava vindo do lado direito do corredor. Andava rápido, cabisbaixa e parecia nervosa. Ela nem se deu ao trabalho de me explicar nada e me pegou pela mão, arrastando pelo corredor. Tive certeza de que algo havia acontecido pela forma como ela apertava minha mão e acelerava as passadas para longe da brinquedoteca. Empaquei e a segurei no lugar:
- O que foi? Fala! - Eu disse.
- Nada! - Respondeu, emburrada e sem me encarar: - Eu te conto depois. Vamos passear apenas? Eu quero desanuviar.
- A gente pode passear, sim, claro, mas eu quero saber o que está acontecendo. Pode começar. - Insisti.
Voltamos a andar, agora um pouco mais lentamente e ela parecia procurar as palavras. Eu insisti:
- Estou esperando, Nanda. Desembucha!
- O Rick apareceu, sei lá de onde. - Ela começou a falar, encabulada, sem me encarar: - Ele disse que foi só coincidência, mas o fato é que apareceu bem na hora que você foi ao banheiro.
- Tá, e qual o problema, então?
- Ele começou a vir com aquele papinho de eu e ele, ele e eu. - Dizia constrangida: - E eu falando que você podia chegar a qualquer momento e dar um baita problema ali no shopping. Daí, para evitar uma situação constrangedora, ele me propôs que tomássemos um café numa cafeteria próxima e…
- E você foi? Você preferiu me deixar plantado e saiu com ele para tomar um café? - A interrompi sério e depois emendei sorrindo: - E logo eu que adoro tanto um “cafezin”…
- Não. Não é nada disso. Eu insisti que ele fosse embora, porque aquilo ali poderia virar uma baita discussão, mas ele disse que só sairia se eu fosse com ele. - Agora ela me olhou envergonhada: - E eu fui! Eu… eu achei que ele poderia querer arrumar confusão com você e ainda tinha as meninas no parquinho. Daí, eu… Ah, Mor…
Eu a encarava inconformado com sua falta de confiança em mim, mas pessoalmente, eu também não sabia como reagiria quando me visse frente a frente com o caso de paixonite dela:
- Tá bom! Foi só isso? Só um café?
Ela nos parou e me encarou, mordendo os lábios, com o semblante nervoso:
- A gente conversou um punhado de coisas e, no final, ele me pediu um beijo. Disse que se eu não desse, não deixaria eu vir embora ou viria junto comigo.
- E você caiu nessa chantagem barata?
- Não! Eu fiquei irada com a baixeza dele e lhe dei um tapaço no rosto. Toda a cafeteria nos olhou. Aí eu fiquei constrangida, lógico, e ele mais ainda. Saí irada de lá e ele veio no meu encalço. Então, vi que ele realmente viria atrás de mim e vocês acabariam se desentendendo. - Disse, constrangida e temerosa para mim: - Acabei dando um beijo naquele desgraçado.
- Só isso? - Perguntei, também chateado.
- Por ele não seria! Aquele maluco queria me levar para o carro e, dali, sei lá para onde, mas eu não topei e voltei para onde você estava, olhando para trás para ter certeza que ele não me seguia.
- Tá! - Eu a olhava sem saber o que dizer, mas não estava bravo exatamente e algo me ocorreu: - Deixa eu te perguntar uma coisa: o que você sentiu?
- Raiva! Muita raiva. Foi canalhice dele, Mor. Onde já se viu isso? - Resmungou brava e zombou: - “Se não me der um beijo, não te deixo ir ou vou junto com você”. Pelo menos, ele cumpriu a palavra e sumiu.
- Não sumiu muito não. - Contrariei suas conclusões e apontei para o corredor atrás dela: - Olha ali seu amante apaixonado vindo em nossa direção.