A NEVASCA DO SÉCULO - 4 - PAZ

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Gay
Contém 1480 palavras
Data: 22/02/2023 02:47:16

Valeu, galera! Espero que estejam aproveitando o finzinho do carnaval. Eu fiquei em casa e descansei bastante. Adorando ler os comentários e os respondo assim que possível. Vamos ao capítulo de hoje:

***

Estou trancado no quarto tem uma hora. Eu devo ser o adolescente mais patético de Nova York. Os sinais estão me atrapalhando. Na verdade, que sinais são esses? O Jake está arrependido de ter parado de falar comigo? Estou confuso.

Um grito alto me tira a concentração. Preocupado, saio do quarto e sigo para o andar de baixo. Encontro o Rayb sendo 'atacado' pelos furões. O Jake assiste de longe e tem um sorriso no seu rosto. Aparentemente, ver dois animais em cima do seu amigo é divertido. Os nerds são sádicos?

— Socorro! — grita Rayb, correndo de um lado para o outro.

— Essas feras vão me matar.

— Calma. — peço, segurando o riso, diferente do Jake, que está gargalhando.

— Eles não são feras. São furões. — pegando Avalanche e Tornado. — Vocês dois quietos. Nada de assustar as visitas.

— Meu Deus. — solta Rayb, antes de sentar no sofá. — Pensei que ia morrer.

— Dramático. — diz Jake se aproximando de nós. Ele me olha de maneira estranha, mas os dois pestinhas nas minhas mãos me atrapalham.

— Vou colocá-los no quartinho. — aviso.

Retorno e os nerds estão assistindo um documentário sobre moléculas ou algo do tipo. São 19h da noite, então decidi fazer alguma coisa para jantar. A Sra. Harris vai ter um plantão longo, eu não quis preocupá-la e esquento uma lasanha que a minha mãe deixou no congelador. O cheiro chama a atenção dos rapazes.

O Rayb é um cara diferente. Ele conversa, questiona e interage sem problemas. O Jake é mais observador. É o tipo de cara que mais escuta e pouco conversa. Antigamente, eu costumava fazer diversos monólogos com o meu vizinho. Sério, eu ficava com dor de garganta.

A cozinha da minha casa é no estilo americano aberto. Os meus pais adoram receber os seus amigos para a noite de jogos. Jake e Rayb sentam nos banquinhos que estão no balcão. Eles aplaudem quando coloco a lasanha em cima da mesa.

Entre uma conversa e outra, descobri que o Jake é um ótimo cozinheiro. Como assim? Eu dormi e parei em um universo paralelo? Dou uma risada e explico que o Jake de antigamente não sabia fritar um ovo. "As coisas mudam", ele explica, ficando vermelho, algo que eu amo nele. Durante o jantar, recebemos uma mensagem da prefeitura de Buffalo.

As autoridades estão preocupadas com a tempestade Elliot. Ela é conhecida como 'ciclone bomba', um fenômeno que faz a temperatura cair rápido e congela tudo. Por enquanto, estamos seguros em casa. O Jake manda uma mensagem para a mãe, que saiu de uma cirurgia de sete horas.

A Sra. Harris faz um longo trajeto do trabalho para casa. Por isso, o meu amigo se preocupou com algo ter acontecido. Já houve casos de pessoas morrendo congeladas dentro do carro. É horrível.

Está tudo bem com a mãe do Jake. Alguns colegas de plantão a ajudaram na instalação de correntes em seus pneus. Quando estiver vindo para casa vai compartilhar a sua localização. Como eu esquentei a janta, os meus convidados lavam os pratos. Aproveito para tomar um banho e preparar o meu quarto para o Rayb. Vou ficar no quarto dos meus pais, já que os Harris estão no quarto de visitas.

Com a higiene em dia, pego meus pertences e levo para a suíte presidencial, como eu chamo o quarto dos meus pais. A cama é gigante e a calefação funciona que é uma delícia, tanto que nem preciso de um cobertor extra. Já o Rayb adora o meu quarto, mesmo tendo a mesma idade, sinto que ele é mais maduro.

O meu quarto é como o de todo adolescente americano. Posters de filmes e bandas nas paredes. Uma prateleira cheia de livros e um canto dedicado ao estudo, que transformei em um setup para games. Não sou um gamer, mas gosto de me distrair um pouco no universo virtual.

O Jake empresta um dos seus pijamas para Rayb, porém, as peças ficam folgadas. Antes de dormir, Rayb desfaz as tranças dos seus dreads. O seu cabelo chama a atenção dos furões, que tentam subir no amigo de Jake para brincar. A relação entre eles vai ser conturbada.

Decidimos assistir um filme, mas eu que tomo de conta do controle remoto, caso contrário vamos acabar em algum documentário chato. Eu escolho 'Simplesmente Amor', que para a minha surpresa nenhum dos dois assistiu.

— Como assim? — questiono, pausando o filme, que está nos créditos iniciais.

— Uê. — Rayb me olha de maneira engraçada. — Nunca assisti. É um crime?

— Eu não vou nem me dar o trabalho de responder. — digo, dando play e tentando não me sentir atacado pelos dois nerds.

Qual é? "Simplesmente Amor". Um filme que se tornou um queridinho do público. Fora que tem estrelas como o Hugh Grant, Colin Firth, Emma Thompson e a Keira Knightley. É uma sessão obrigatória para quem curte comédias românticas. Eu não canso de assistir essa obra de arte.

O Andrew Lincoln está no elenco e no auge de sua beleza. Como o olho desse homem tem uma cor tão linda. Anos atrás, o meu protetor de tela era uma foto dos olhos dele. #estranho (eu sei).

No fim da sessão, o Rayb está dormindo e o Jake mexendo no celular. Sério, eu poderia surtar agora, mas não faria bem para o meu orgulho. A Sra. Harris entra pela porta e a sala fica geladinha por alguns minutos.

Eu vou até a cozinha e esquento o prato de lasanha que separei para ela. A mãe do Jake explica que ficará no hospital em tempo integral devido ao Elliot. Ela nos pede cuidado e pede que evitemos as ruas, principalmente, no período da noite. A gente sabe dos riscos, mas ela nos deixa um sermão imenso. Quando estou subindo para o quarto, recebo uma ligação dos meus pais.

— Não, mãe. Não vou sair de casa. Vou ficar com o Jake. A senhora sabe que ele é um bom garoto. Vai me manter na linha. — falo, querendo acabar com a conversa. — Tudo bem. Eu amo vocês. Beijo.

— Sou um bom garoto? — questiona Jake me fazendo gritar.

— Que droga, garoto. Para de chegar assim. — esbravejo. — E falei só para tranquilizar os meus pais. Boa noite. — me despeço e entro na suíte presidencial.

O quarto dos meus pais é básico, apesar de confortável. Os tons pasteis foi ideal da minha mãe. Ela adora assistir 'Irmãos à Obra' e sua imaginação viaja por demais. A cama é um espetáculo à parte. Eu quase sumo dentro dela. Envio algumas mensagens para a Pam e tranquilizo os meus outros amigos que estão tensos devido ao Elliot.

O vento já aumentou. Consigo ouvi-lo batendo na janela do quarto. Aos poucos, vou me perdendo no sono, mas sinto um corpo deitado ao meu lado. De início eu me assusto, só que sinto o cheiro do Jake e durmo. No dia seguinte, acordo com uma respiração diferente. Abro os olhos e percebo que o Jake está dormindo ao meu lado. Não foi um sonho. Ele repousa a cabeça no travesseiro e seus lábios estão um pouco abertos. Bonito até dormindo.

O meu celular começa a tocar e me assusto, mas o Jake não se mexe. Talvez, ele tenha o sono pesado. Atendo o celular e vou para o banheiro. É a Pam. Ela questiona sobre um trabalho que não enviei. Corro para o meu computador e envio o arquivo em tempo recorde.

— Mark Davis sempre atrasado. — escuto a voz de Jake, um pouco sonolento.

— Sempre. — digo, encostando a minha cabeça na cadeira. — E você, invadindo o quarto alheio?

— A mamãe tomou a cama para ela. Não queria atrapalhar, então, lembrei que a cama dos seus pais é enorme. Espero que não tenha problema e...

— Ei, tudo bem. Você foi um bom companheiro de sono. Mal senti você entrar no quarto. — disse, levantando e deitando ao lado dele. — Eu estou preocupado.

— Com a tempestade? — ele questiona e balanço a cabeça em sinal de positivo. — Sabe que eu nunca deixaria nada acontecer, não é? E quero pedir desculpa, desculpa por sumir e desistir da nossa amizade. Eu pensei que estava fazendo um favor, mas...

— Eu sei. — respondo.

Não sei de onde surgiu a coragem, mas me aninho nos braços do Jake e adormecemos de novo.

Por algum motivo, ele me passa uma segurança enorme. É assim desde a nossa infância. Eu senti falta do Jake. E mesmo com a distância, eu sinto que o sentimento continua vivo. A respiração do Jake fica mais constante e o seu peitoral sobe e desce com constância.

Eu o abraço e fecho os olhos. É tão bom estar aqui. É bom me sentir e seguro. Eu poderia ficar assim por muitos anos. Abraçado ao garoto que eu amo.

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Comentários

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Amor adolescente, uma possível descoberta da homossexualidade e a dificuldade em se aproximar mais intimamente de seu amigo com medo de perder a amizade...

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quando o Jack estiver dormindo, da um selinho de amor ❤️

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esses dois tímidos em assumir a relação que estam vivendo 😍

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