Encontro com Moriarty

Um conto erótico de Paulo_Claudia
Categoria: Heterossexual
Contém 5044 palavras
Data: 26/02/2023 16:39:30
Última revisão: 27/02/2023 07:52:48

Lembro como se fosse ontem, embora já tenham passado alguns anos. Peguei o jornal da manhã, que tinha como manchete mais um crime solucionado pelo famoso detetive, Sherlock Holmes.

Minha esposa, Adeline, ainda dormia placidamente, nua, afinal passamos boa parte da noite fazendo amor intensamente. Estávamos em uma viagem de férias, e, por coincidência, nos hospedamos no Marylebone, um Hotel que ficava a uma quadra da Baker Street, em Londres. Obviamente, sequer imaginávamos que poderíamos vir a encontrar o grande investigador em pessoa, ainda mais após os rumores de que ele estaria por se aposentar, e iria viver em sua propriedade em Sussex Downs, onde se dedicaria à apicultura e leitura de livros de Filosofia. Algo certamente inusitado, pensei.

Creio que já mencionei minha esposa em um conto anterior. Adeline é uma mulher belíssima. Nós nos conhecemos em uma exposição de quadros, há alguns anos. Após algum tempo juntos, nos casamos de papel passado.

A ideia de viajarmos para Londres foi dela. Achei curioso, porque Adeline gostava mesmo de praia, de tomar sol pelada em praias afastadas, ficando com um bronzeado de dar inveja a todas as mulheres que a viam, e que provocava desejo nos homens. Eu estava distraído, divagando, nem percebi quando ela se aproximou de mim.

- Amor, no que você está pensando?

- Nada de mais, querida. É que estamos pertinho da Baker Street. Você escolheu este Hotel de propósito, não foi?

- Nãão, de jeito nenhum (risos). Claro que foi. Imagine se a gente dá de cara com o Sherlock ou com o Dr. Watson.

- Mas eu li que ele está em vias de se aposentar, vai morar em uma fazenda e cuidar de abelhas. Talvez o escritório dele até já esteja vazio.

- Acho que não. Ele deve estar apenas despistando, afinal o Professor Moriarty ainda está vivo.

- De jeito nenhum! Ele morreu quando caiu nas cataratas de Reichenbach!

- Amor...da mesma forma que o próprio Sherlock sobreviveu, certamente o Napoleão do Crime também o fez. Ele deve estar por aí, tramando mais alguma coisa.

- Querida, quanta imaginação!

- Não estou imaginando nada, amor.

- Vai me dizer então que esta viagem não foi apenas para aproveitar as férias... tem a ver com “aquilo”.

Sempre evitávamos falar sobre nossas atividades, já que muitos hotéis têm microfones e câmeras ocultos, e não havíamos tido tempo de verificar tudo assim que chegamos ao Marylebone.

- Você sabe que não é apropriado tocar nesse assunto.

Decidi encerrar a conversa por ora, e nos dedicamos a prescrutar todos os cantos do nosso duplex. Felizmente, nenhum microfone ou câmera. Descemos ao restaurante para o “British Breakfast” e depois fomos a pé até a Oxford Street, que ficava a umas seis quadras do Hotel. Adeline resolveu comprar alguns produtos de beleza, e também algumas roupas. Passou um bom tempo escolhendo lingeries sexy, e me pedindo para ajudá-la a escolher.

- Querida, você sabe que eu prefiro você pelada.

- Ah amor, mas é bom você ver algo bonito antes que eu tire, não é mesmo?

Conhecendo bem minha esposa, eu sabia que ela estava com alguma coisa em mente, talvez algum novo trabalho. E eu já havia aprendido que não adiantava ficar perguntando, porque ela não iria responder.

- Essas roupas sexy não são apenas para me agradar, não é mesmo? O que você está escondendo?

- Nada, amor. Nadinha mesmo.

O sorriso maroto dela durou apenas um segundo, mas percebi que ela já estava com todo um plano esquematizado e definido. O que seria extremamente perigoso, já que eu desconfiava que ela iria tentar se aproximar justamente do mais perigoso de todos os criminosos, o Professor Moriarty.

Não é que eu duvidasse das habilidades de minha esposa, mas se o próprio Sherlock não havia conseguido eliminar o “Gênio do Crime”, como é que ela conseguiria fazê-lo? Era algo inimaginável. E o grande detetive Holmes estava por se aposentar, então ele não iria socorrê-la caso algo desse errado, o que era mais do que provável.

Após as compras, fomos almoçar em um restaurante perto do Hyde Park, onde serviram uma cerveja ótima. Depois, retornamos ao hotel para descansar um pouco.

Quando chegamos ao nosso quarto, Adeline me alertou:

- Alguém esteve aqui.

- Com certeza, foi a camareira que arrumou o quarto.

- Não. Estou sentindo um leve odor de cigarro. Os funcionários não fumam.

Voltamos a sondar o quarto. Desta vez, encontramos uma minicâmera escondida dentro do espelho do interruptor da luz do quarto.

- Esta é fácil de analisar, está usando o Wi-Fi do Hotel.

- Mas não acredito que quem colocou isso seja tão ingênuo.

- É óbvio que não. Alguém está querendo que localizemos quem instalou o dispositivo.

- Uma isca. E, certamente, uma armadilha.

- Mas já é um ponto de partida.

Localizamos o local de destino do sinal da câmera. Ficava nos fundos de um restaurante indiano, próximo à Euston Station. Claro que seria imprudente ir lá naquele momento. Decidimos ir jantar na noite seguinte.

- E se estivermos sendo observados? Vão saber que somos nós do mesmo jeito.

- Esse é um risco que vamos ter que correr, amor.

Chegamos ao restaurante ao redor das 19 horas. A maioria dos estabelecimentos fechava às 21h, algo que considero difícil de entender.

Entramos no local, e o garçom nos indicou uma mesa. Pedimos um Tikka Masala, que estava excelente. A cerveja, ótima.

Notei que havia um homem sozinho em uma mesa, ele olhava regularmente para nós. Como estava na penumbra, não pude identificar suas feições. Mas tive a certeza de que não era Sherlock Holmes, ele era inconfundível.

Quando estávamos terminando nossa refeição, ele se aproximou de nós. Educadamente, convidei-o a sentar-se conosco, visto que não parecia estar mal-intencionado.

- Por favor, sente-se. Vejo que o Senhor deseja conversar comigo.

- Agradeço. Permita-me que me apresente. John Hamish Watson.

Adeline, visivelmente impressionada, apressou-se em cumprimentá-lo.

- Doutor Watson! É uma honra conhecê-lo! Sou Adeline, este é meu marido.

- Muito prazer, bela dama! Sou apenas um...como eu diria...cronista.

- De maneira alguma, Doutor! É graças ao Senhor que ficamos sabendo dos grandes feitos do Sr. Holmes!

- Senhora Adeline, é meu dever informá-la que estará correndo um grande perigo se continuar em Londres. Existem pessoas que já sabem de seu...como eu diria...trabalho. Seu nome não é de todo desconhecido, principalmente nos meios especializados.

- Não sei se isso é bom ou ruim.

Resolvi interferir.

- Doutor... e qual seria esse perigo? Desculpe, mas gostaria que fosse mais específico.

- Claro. Se puderem me acompanhar...

Como já havíamos terminado de jantar, pagamos a conta e o acompanhamos até a saída do restaurante. Ele pediu que o seguíssemos pela calçada, à direita.

Para minha surpresa, Adeline viu um táxi e acenou nervosamente. Assim que o motorista parou, ela abriu a porta e me puxou para dentro do carro. Watson ficou atônito , sem ter tempo de reagir.

- Vamos sair, daqui, rápido! ( Ela pediu em inglês para o chofer)

- Adeline, o que houve?

- Aquele cara não era o Dr. Watson !

- Mas como você sabe?

- O verdadeiro Watson manca de uma perna. E esse aí, embora tenha tentado fingir, andou normalmente quando estávamos saindo do restaurante. Além disso, vi que mais abaixo havia dois indivíduos mal-encarados esperando.

- Nossa, nem reparei.

O motorista do táxi falou então:

- Desculpe me intrometer na conversa...mas aqueles dois por quem passamos são conhecidos escroques, provavelmente vocês seriam assaltados.

- O que faremos agora?

- Ir para nosso hotel pode ser perigoso no momento. Mas sei onde podemos ir.

- Para onde, senhora?

- Baker Street, 221-B.

- Ah. Certamente, madame.

O motorista nos deixou bem em frente do famoso número. Tocamos a campainha, mas ninguém atendeu.

- Acho que não tem ninguém.

- Duvido. Vamos continuar tentando.

Lá pela décima vez que tocamos a campainha, uma senhora atendeu a porta.

- Pelos Céus! Vocês não se cansam...

- É uma emergência, Mrs. Hudson!

Ela olhou para os dois lados, encarou-nos firmemente, e disse:

- Se vocês sabem meu nome, devem ser conhecidos do Sr. Holmes. Podem entrar. Mas já aviso que o Sr. Holmes não está. Vou lhes fazer um chá, é o mínimo que posso fazer.

- E o Doutor Watson?

- Hum. Ele saiu ,mas não deve demorar.

A Sra . Hudson, muito solícita, nos serviu um delicioso chá com torradas, geleia e uns pãezinhos chamados scones.

Enquanto estávamos tomando chá, ela comentou:

- Vocês são estrangeiros. Não reconheci o sotaque.

- Somos do Brasil.

- Brasil! Então vieram de bem longe. Deve ser algo importante, para procurarem o Sr. Holmes. Mas já aviso que ele não faz mais viagens longas. A idade, sabem.

- Ah não, não queremos que ele vá até o Brasil. Na verdade, é um assunto local. Mas só poderemos discutir o caso com ele. Ou com o Doutor Watson, se Sherlock está ausente.

Enquanto conversávamos, alguém tocou a campainha. Era o Doutor Watson.

- Boa noite, Mrs. Hudson. Vejo que tem visitas. Não vou atrapalhar.

- Doutor, eles vieram para vê-lo.

Adeline me deu um cutucão com o cotovelo, não entendi o motivo.

- Ah... e a que devo o prazer de sua visita?

- Creio que devemos falar em particular, se for possível.

A Sra. Hudson interferiu:

- Mas isso depois do chá. O Doutor certamente está com fome.

- Certamente.

Watson ficou sabendo que éramos do Brasil, e que Adeline estava ansiosa para conhecer pessoalmente o maior detetive de todos.

- Bom, infelizmente, como já devem saber, ele está se aposentando.

- É o que dizem. Mas ele pode muito bem ter divulgado essa história para fazer alguma investigação especial.

- Ah, bem que eu gostaria que fosse isso. Sentirei muita falta das aventuras que passamos juntos.

Adeline olhou bem para o Dr. Watson, e disparou:

- E a aventurazinha de agora há pouco, Doutor? Será que estava investigando algo por conta própria?

- Não entendi.

Ela olhou pra mim.

- Amor, você não reparou? O bom Doutor estava dirigindo o táxi que nos trouxe até aqui. Seu bigode falso não mudou suas feições.

- Eu...

- Mas foi ótimo, nos salvou de uma boa. Como sabia que estávamos em perigo? Não foi por acaso que apareceu bem naquele momento.

- Mycroft Holmes . Ele nos informou que um casal havia chegado recentemente a Londres e se hospedado no Hotel Marylebone. Segundo ele, a esposa era lindíssima, impossível não reconhecer.

Adeline ficou ruborizada.

- Agradeço, mas não sou tudo isso.

- Na verdade, fiquei espantado ao vê-la. Eu jamais imaginaria alguém tão linda como uma agente a serviço do governo.

- Eu? Eu não sou nada disso.

- Não precisa esconder seu disfarce, na verdade sabemos tudo a seu respeito. Inclusive que é uma das agentes mais letais, selecionada quando ações mais complexas são necessárias. A câmera no seu quarto foi colocada por ordem de Mycroft, para que pudéssemos fazer com que viesse até aqui.

- Muito engenhoso.Só que eu não tenho a habilidade detetivesca do seu ilustre parceiro, esperava que ele pudesse trabalhar comigo, com toda sua experiência.

- Não seja modesta. Já pude ver, desde o restaurante, que sua capacidade de observação é muito boa.

- Doutor Watson...eu esperava encontrar Sherlock Holmes porque minha missão é eliminar de uma vez por todas o “Napoleão do Crime”.

- Impossível. Ele já está morto. Caiu nas Cataratas de Reichenbach.

Adeline não mudou sua expressão facial. Pegou o celular, escolheu uma foto.

- Esta foto foi tirada há uma semana. Quem o Doutor acha que é?

- Inacreditável!

- Mais uma coisa: tenho a clara impressão de que a “aposentadoria” de Holmes está diretamente relacionada a essa descoberta. É impossível que ele não tenha descoberto isso.

- Se descobriu, não me contou.

- Talvez para não colocar sua vida em risco.

- Isso seria típico dele.

Então... tenho informações de lugares onde ele poderia ser encontrado. Mas preciso de sua ajuda para me localizar na cidade, bem como informações sobre determinados assuntos e locais, que só um morador local poderia me dar.

Foi então que fiquei sabendo qual era o real propósito de nossa viagem. Adeline teria que se infiltrar em um lupanar de luxo, discretamente situado no anexo de um famoso hotel londrino. Felizmente para ela, o Doutor Watson sabia onde era localizado, e um de seus contatos poderia indicar como era realizada a seleção das “escort girls” para o local, frequentado regularmente por Moriarty. Embora já com uma certa idade, o vilão, segundo constava, ainda “dava no couro” e apreciava sexo com uma mulher diferente a cada visita.

Linda como era, Adeline esperava ser escolhida logo de início, mas era apenas uma possibilidade. E se Moriarty aparecesse tarde da noite, e ela tivesse que fazer sexo com vários homens antes dele?

- Ah amor, o local não deve ser tão cheio de gente assim, afinal deve ser caríssimo. Apenas uma diária do hotel já assusta qualquer pessoa de classe média.

- Querida, existem muitos milionários circulando por Londres.

- Bom...vou ter que arriscar.

Após receber as indicações e inúmeros conselhos por parte de Watson, que tentou por todas as maneiras dissuadi-la de prosseguir com seu plano, Adeline se arrumou especialmente para impressionar Madame Claudine, uma francesa que administrava a casa de tolerância. Usando um disfarce e um terno bem alinhado, eu a acompanhei, fazendo o papel de segurança, afinal ela seria uma “escort girl” de primeira classe, com trabalhos anteriores em outros países.

Adeline já tinha documentos preparados pela Agência, incluindo identidade e passaporte falsos, com os carimbos que confirmavam sua passagem pelos países que ela iria citar em sua entrevista com Mme. Claudine.

Chegamos ao Hotel à tarde. Houve uma certa dificuldade em convencer o gerente a admitir a existência do bordel de luxo, mas Adeline foi bem insistente, inclusive citando um político famoso, e afinal consegui que Mme. Claudine a recebesse.

Claudine era uma mulher muito linda, aparentando cerca de cinquenta anos, e olhou com certa admiração para minha esposa. Adeline me apresentou como seu segurança, e não pareceu haver desconfiança por parte dela.

- Entendo que precise de seu guarda-costas, mas peço que ele aguarde enquanto conversamos.

As duas entraram em um escritório luxuoso, fiquei ao lado da porta, fazendo pose, afinal eu estava ali para protege-la.

Após cerca de meia hora, a porta se abriu e Madame Claudine, sorridente, falou para minha mulher:

- Esteja aqui na próxima quarta-feira, às dezoito horas. Seu guarda-costas poderá acompanhá-la até a porta do anexo, mas deverá aguardar do lado de fora ou marcar um horário para vir buscá-la.

- Pode ter a certeza de que serei pontual.

Após sairmos, perguntei:

- E então, como foi a entrevista?

- Tudo bem, ela foi muito agradável, explicou as regras da casa, o valor a ser recebido, a comissão dela, o compromisso de sigilo absoluto já que figurões da alta sociedade e mesmo da nobreza costumam frequentar o lugar, apelidado de “Hellblaze Club”.

- Hellblaze Club. Certamente inspirado no antigo “Hellfire Club”. Já li a respeito.

- Mas Mme. Claudine me disse que inicialmente eu não irei participar das orgias e bacanais. Ela me quer para agradar às personalidades mais importantes.

- E como ela sabe que você tem as “habilidades” necessárias?

- Fui bem convincente ao descrever minha experiência anterior.

- Então, vamos voltar ao nosso hotel.

- Ah, um detalhe.

- Qual é, querida?

- Ela disse que as moças usam máscaras, apenas tiram quando estão a sós com os clientes.

- Então vamos ter que comprar algumas.

Retornamos ao Marylebone, e fizemos amor bem gostoso. Ela fingiu que eu era um cliente, e ficamos algumas horas fazendo sexo intenso. Depois saímos para jantar em um bom restaurante. Tomamos o cuidado de pedir ao Doutor Watson para nos acompanhar, o que ele fez de bom grado, afinal teria companhia, visto que Sherlock Holmes não estava presente.

- Uma pena que ele não esteja em Londres, amor. Eu queria tanto conhecê-lo pessoalmente.

- Realmente. Mas Sherlock é uma pessoa muito importante, enquanto somos meros mortais.

Doutor Watson interferiu:

- Discordo. Sherlock Holmes, embora famoso, não discrimina as pessoas. Tenho a certeza de que vocês seriam muito bem recebidos por ele e teriam conversas agradáveis.

- Isso seria bom.

Terminamos o jantar, e Watson nos deixou em frente ao nosso hotel. Depois, seguiu seu caminho.

Os dias seguintes foram tranquilos. Fizemos compras na Oxford Street, conhecemos diversos pubs, e enfim a quarta-feira chegou. Adeline estava ansiosa. Ela normalmente não se impressionava, tinha experiência de missões anteriores. Mas neste caso, o objetivo era de suma importância.

Deixei minha esposa na porta do Hotel ( o acesso ao anexo era por um corredor interno, privativo e bem vigiado) e, após receber uma mensagem dizendo que estava tudo bem, resolvi aguardar na Baker Street, com o Doutor Watson me fazendo companhia. Ele me repreendeu educadamente.

- Sua esposa não regula bem da cabeça. Sei que ela é uma agente experiente, mas o que ela pensa em fazer é arriscado demais.

- Também acho. Mas ela é teimosa. Já se meteu em enrascadas antes, no entanto sempre se saiu bem no final.

- Só que ela não faz ideia da engenhosidade e inteligência de Moriarty. Ele é capaz de detectar um mínimo sinal de risco à sua volta, e isto o torna o mais perigoso de todos os adversários.

- E você acha que Sherlock Holmes suspeita que ele esteja vivo?

- Se suspeita, não seria naquele bordel que ele iria procurá-lo. Não tem os dotes físicos necessários, se é que me entende.

- Mas o lugar não tem funcionários do sexo masculino?

- Não, apenas mulheres trabalham no anexo. Muito raramente, alguém da manutenção elétrica ou telefônica.

- Mas há os clientes.

- Os clientes são muito bem selecionados, não creio que Sherlock ...ah meu Deus!

- O que, Doutor Watson?

- Sherlock poderia ir disfarçado! Ele é capaz de se passar por um Lord inglês com facilidade. Mas, na idade dele, um confronto com Moriarty pode ser o seu fim!

- Mas Moriarty também é idoso.

- Ele tem sérios problemas de saúde. Fumou por muitos anos, e ainda fez uso de certas substâncias que debilitaram seu organismo.

- E o que podemos fazer?

- No momento, apenas rezar para que Adeline não se arrisque demais. E que Sherlock não tenha tido a ideia de ir até lá.

- E como ele saberia que minha esposa iria procurar Moriarty?

- Nem preciso dizer. Ele é Sherlock Holmes, não preciso falar mais nada.

Eu já estava preocupado, naquele momento mais ainda. Tanto Adeline como Sherlock poderiam estar em apuros, e não havia nada que pudéssemos fazer.

Embora eu já tenha dado algumas informações, vou esclarecer aos leitores que ainda não leram as histórias de Adeline. Nós dois trabalhamos para a “Agência”, um órgão internacional que presta serviços em vários lugares. Minha belíssima esposa Adeline , uma “super-agente” com acesso nível 5, tem por especialidade eliminar criminosos perigosos, e geralmente suas técnicas envolvem a sedução do inimigo, seguindo-se sua eliminação. Ela não costuma dar detalhes de suas missões por ordens superiores, e aprendi a não ficar questionando porque ela dá respostas evasivas. Minhas missões têm sido mais em termos de espionagem, embora por vezes eu também precise fazer sexo com mulheres para obter alguma informação importante.

Enquanto esperávamos, eu e Watson conversamos sobre os casos anteriores dos quais ele participou, confirmando o que eu havia lido em livros anteriormente.

As horas foram passando, e eu olhava constantemente para o celular, esperando uma mensagem de Adeline para que fosse buscá-la. Já eram quase duas da manhã, e resolvi ir até ao Hotel, já que se ela chamasse, eu estaria na porta esperando. Watson resolveu me acompanhar.

- Se Holmes estiver por perto, não custa nada eu estar lá para ajudá-lo, embora ele não tenha me convidado.

Fomos até lá, e nossa surpresa não poderia ser maior. Ambos ficamos atônitos.

- Meu Deus, o que aconteceu aqui?

O Hotel estava em polvorosa. Pessoas saindo apressadas, uma fumaça escura e espessa envolvia o prédio! Corri até a recepção, mas não havia ninguém por lá. Era o caos, todos correndo como baratas tontas.

Nisso, vejo uma figura inconfundível. Era Adeline, totalmente nua, completamente suada, os cabelos desalinhados. Estava arrastando um homem, e tinha uma sacola de plástico na mão. Ela me viu e gritou:

- Amor, ajude aqui!

Watson arregalou os olhos.

- Meu Deus, é Sherlock Holmes!

Ele estava vestido, mas semiconsciente, respirando com dificuldade.

- Ele inalou muita fumaça! Vamos tirá-lo daqui!

Fiz menção de tirar meu paletó para cobri-la, mas ela recusou.

- Deixa pra lá! Não vamos perder tempo! O carro está perto?

Felizmente, o táxi que Watson estava usado estava bem em frente ao Hotel. Colocamos Sherlock no banco de trás, Adeline ( ainda completamente pelada) sentou junto dele, colocou o saco plástico no piso do carro. Watson foi dirigindo, eu no banco do passageiro.

- Mas, querida, o que aconteceu??

- Depois eu conto. Vamos sair daqui, mas não para o Marylebone. Nosso quarto pode estar comprometido.

- Baker Street então?

- De jeito nenhum, descobriram que Sherlock estava lá.

Watson virou à esquerda na primeira rua.

- Sei onde podemos ir.

Ele dirigiu até um bairro mais afastado, acionou um controle remoto, e uma porta de garagem se abriu. Depois que o carro entrou, ele a fechou rapidamente.

- Aqui estamos seguros, ninguém sabe deste lugar.

Ajudei a carregar Sherlock Holmes por um corredor curto, e entramos em uma ampla sala, simples porém confortável.

- Este é um refúgio onde venho às vezes para escrever com mais tranquilidade – disse Watson.

Deitamos Sherlock no sofá. Watson trouxe um aparelho de inalação e colocou a máscara no rosto do famoso detetive.

- Nessas horas é que é bom ter um médico por perto – falei.

Ele foi lentamente recuperando o fôlego.

- Meu amigo... eu sempre disse que fumar fazia mal.

- Pois...é...meu caro Watson... seria algo elementar... que eu parasse, mas é um vício ...terrível.

Ele olhou atentamente para minha esposa, ainda nua e bela, apesar da situação.

- Moça... o que você fez foi imprudente e arriscado!

- Mas deu certo...pelo menos acho que deu. Bom, tenho certeza que deu certo.

- O que deu certo, Adeline?

- Eliminamos Moriarty.

- Tem certeza?

- Tenho. Mas antes, vou contar o que aconteceu.

Adeline, então, contou com detalhes tudo o que ocorreu desde que entrou no “Hellblaze Club”.

Conforme combinado com Madame Claudine, ela foi ao vestiário, colocou um corselet branco rendado, uma calcinha fio dental mínima, uma máscara também branca, e sapatos de salto alto transparentes com detalhes prateados. A cafetina ficou muito impressionada, afinal minha esposa, que já é linda naturalmente, ficou ainda mais maravilhosa vestida daquele jeito.

Quando ela entrou no salão principal do “Hellblaze Club”, houve um silêncio geral. Os homens presentes, personagens importantes da sociedade, políticos, duques, condes, megaempresários, todos voltaram seus olhares para ela. As mulheres expressaram claramente sua inveja. No entanto, Madame Claudine a tomou pelo braço e a conduziu a um outro salão, mais reservado, mobiliado como se fosse um daqueles palácios antigos.

Ali, ela pediu para que Adeline aguardasse. Minha esposa pediu permissão para dar uns retoques em sua maquiagem, o que foi permitido, já que sua bolsa havia sido examinada na entrada, sendo constatado que havia apenas itens de maquiagem, batons, lubrificante e preservativos. Ela informou que tinha alergia por outras marcas, então utilizava apenas aqueles. Claudine concordou.

Após alguns minutos, um homem entrou, e se dirigiu a um quarto mais ao fundo daquele salão, fazendo sinal para que ela o acompanhasse, e assim ela fez.

Ao entrar, ela viu que se tratava de uma suíte luxuosa, parecia com os aposentos da nobreza britânica.

O homem era grisalho, magro, bem vestido. Ela a olhou atentamente, da cabeça aos pés.

- Difícil imaginar que uma mulher tão bela seja uma acompanhante de luxo. Você certamente poderia estar casada com um príncipe, ou um Sheik.

- Não me vejo levando uma vida monótona de princesa. Gosto de emoções fortes. Gosto mais ainda de sexo.

Ela se aproximou dele, ele tocou seu rosto com uma das mãos, em seguida beijou seus lábios.

- Deixe-me apreciar sua beleza. Confesso que nunca vi alguém tão linda como você.

Ela foi soltando lentamente as alças do seu corselet, expondo em seguida seus seios perfeitos. O homem não hesitou, e beijou-os, inicialmente de maneira delicada, depois os acariciou, chupou e lambeu com avidez. Adeline suspirava e gemia suavemente.

Ele foi descendo com a boca, e foi abaixando a calcinha mínima. Ela ficou completamente nua, apenas com os sapatos de salto alto, que ela retirou em seguida.

- Você parece uma Deusa grega!

O homem faz com que ela se sentasse na beira da cama, e passou a beijar e lamber sua virilha, os grandes lábios, depois se deteve no clitóris, que começou a estimular ritmicamente com a língua.

Adeline suspirava, gemendo cada vez com mais intensidade, até que atingiu o primeiro orgasmo. A este se seguiram vários outros. Em êxtase, ela pediu:

- Vem, querido...vem ! Quero sentir seu cacete dentro de mim!

Ela pegou o preservativo de sua bolsa e vestiu o membro do macho, que pulsava, ereto.

Ele então abriu bem as pernas dela, segurando pelos tornozelos, e lentamente foi enfiando sua pica na bucetinha dela. Ela gozou rapidamente, excitada pelos orgasmos anteriores.

- Ai que tesão! Mete mais!

Ele continuou bombando dentro dela, com uma expressão de felicidade, afinal ela estava demonstrando extremo prazer sendo comida por ele.

Ficaram assim por muito tempo. Enfim, ele gozou com um urro:

- UURGHHHH!!!!!!

Ambos estavam suados, as gotas pingando na cama.

- Ai querido, você é tão potente! Me fez gozar até ficar acabada!

- Fico feliz que você gostou.

- Ah meu macho...nem sei o seu nome.

- É James. E o seu?

- Adel...Adele. Na excitação em que estava, quase deu seu nome certo.

- Quer continuar?

- Claro que quero. Só preciso ir ao toalete, já volto.

Ela levantou da cama e foi ao banheiro. James ficou aguardando, o cacete ainda duro.

Assim que ela voltou, ele disse:

- Agora eu quero esse cuzinho.

- Ah, seu cacete é grande, pode doer...

- Você nunca deu a bundinha?

- Poucas vezes. Mas nunca para alguém com o cacete grande como o seu.

- Pode deixar que eu coloco primeiro a cabecinha, depois vou bem devagar.

- Está bem, mas deixa eu passar o lubrificante antes.

Ela untou o cacete dele bem, depois ele passou no cuzinho dela, e encostou a cabeça no anelzinho.

- Uhn...é grande.

- Pode deixar, vou com cuidado.

Ele enfiou a cabeça do membro, e foi empurrando. Adeline gemia, e suspirava a cada centímetro a mais.

- Hmmm... devagar...

- Está doendo?

- Não...está bom...

James foi enfiando devagar até encostar as bolas. Depois, passou a bombar devagar, em seguida acelerando.

- Aiii...vemmm... mete mais...está gostoso...mete...mete...

O homem não resistiu e gozou rapidamente.

Sua bunda é maravilhosa! Seu cuzinho...é...

Nisso, ele foi esmorecendo e caiu sobre ela, o cacete ainda todo enfiado na bundinha dela.

- Hum...demorou...

Ela foi se esgueirando por baixo dele, e o deixou deitado na cama. Em seguida, pegou os batons. Ela contou que continham um explosivo conhecido como PE-4, e também bombas de fumaça. Assim ela poderia escapar sem ser vista. Antes disso, tirou da bolsa uma outra coisa, que deixou para dizer o que era depois.

Ainda segundo ela, correu para o banheiro tomar uma ducha, e depois acionou duas bombas de fumaça.

Foi então que ela percebeu que havia mais alguém no quarto. Ouviu um barulho vindo de um dos armários embutidos. Não teve tempo de se vestir, estava totalmente nua. Abriu a porta do armário, e viu que ele estava passando mal com a fumaça. Ela reconheceu o homem, e o ajudou a sair, mas no caminho ele foi perdendo a consciência. Acabou retardando sua fuga devido ao peso dele, e várias pessoas começaram a se aproximar. Quando viu seguranças armados, prestes a atirar, acionou os explosivos.

Com muita dificuldade, Adeline conseguiu sair do anexo e ir em direção à entrada principal do Hotel, onde nos encontrou.

Enquanto ela contava a história, Sherlock Holmes estava quase recuperado. Ele falou:

- Eu...( cof cof ) já sabia desde o início do seu plano de encontrar Moriarty. Também sabia que ele estava vivo, e isto há um bom tempo. Simulei minha aposentadoria para que ele pensasse que eu não seria mais um entrave para ele, enquanto isso eu mapeava tudo o que ele fazia. Eu só não contava que Adeline, a famosa “super-agente” fosse aparecer. Eu já tinha um disfarce pronto, como funcionário da empresa telefônica que presta serviços ao Hotel, e já havia programado uma manutenção nas dependências do “Hellblaze Club”.

Adeline falou, chateada:

- Então eu atrapalhei sua investigação...estraguei seu plano!

- Não, Adeline. Eu nunca seria capaz de fazer o que você fez.

Watson falou, rindo:

- Claro. Você jamais treparia com Moriarty!

- Não me referi a isso. Adeline, vi que você estava com um saco plástico quando me achou no armário.

- Desculpe, Sherlock...era a única maneira de ter certeza que ele estaria realmente morto.

- O que foi, Adeline? O que você fez?

Ela nos olhou com uma expressão indescritível, parecia algo entre tristeza e pavor. Ainda completamente nua, foi em direção ao carro. Nesse momento, percebi que ela estava com alguns respingos de sangue no corpo.

Sherlock Holmes olhou para mim e disse:

- Ela tomou uma ducha, mas na pressa não conseguiu tirar tudo.

- Mas sangue? De onde?

Adeline voltou do carro com o saco plástico nas mãos. Com todo aquele caos, não percebemos que havia sangue escorrendo, agora coagulado.

- Adeline!!! O que tem aí dentro? Sherlock, o que ela fez que você nunca faria?

Ela abriu o saco plástico e mostrou seu conteúdo.

Eram o cacete e as bolas de Moriarty, ensanguentados !!!

- Eu tinha uma lâmina escondida na parte de metal da bolsa! Após perfurar o coração dele, cortei seu membro e suas bolas! Agora é certo que Moriarty está morto! Eu não podia arriscar, o veneno que havia na camisinha e no lubrificante poderiam não ser suficientes!

- Mas se havia veneno neles, como você não foi afetada?

- Eu tinha tomado o antídoto antes. Mas ele poderia também ter feito o mesmo, então eu não quis arriscar.

Adeline concluiu:

- Eu sei que matei aquele homem. Se quiser me prender, Sherlock, estou à sua disposição.

- Para todos os fins, Adeline, Moriarty morreu em Reichenbach. E ninguém vai querer expor os membros do “Hellblaze Club”. Tudo será abafado, nenhum político ou membro da nobreza vai querer se envolver. E o desaparecimento do “Napoleão do Crime” deve ser um alívio para todos eles.

- Esperemos que sim.

Abracei e beijei minha esposa.

- Querida, agora você pode vestir alguma roupa, não é mesmo?

- Ah amor...estou bem assim.

Sherlock Holmes me encarou e disse, enfaticamente:

- Meu caro, o que é belo é para ser apreciado. Vamos tomar um chá para descansar desta aventura, e só depois, então, procurar uma roupa para Adeline.

Adeline gargalhou:

- HAHAHHHHHAHHH!!!

Pela expressão de Sherlock Holmes, ele estava com segundas intenções.

FIM

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Comentários

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Como fã de Conan Doyle,meu tesão foi dobrado aahahahaa. Parabens, 3 estrelas. Venham visitar meus contos também!

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Kkkkkkk que bela aventura , mais uma vez , Adeline em ação...rs...pronta para abaixar qualquer tipo de picas que ousa endurecer diante dela...rs...👏👏👏...👁

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Foto de perfil de Maísa Ibida

Uau, Paulo_Cláudia, além de bem escrito, gostei da narrativa em primeira pessoa... super votadssmo.

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Foto de perfil de Beto Liberal

Maravilhoso.

uma verdadeira aula de literatura

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Foto de perfil de P.G.Wolff

Muito obrigado pelo elogio, mas nem de longe penso que poderia dar aulas de literatura. Leio muito,tenho a coleção completa das aventuras do Sherlock Holmes,e procurei escrever sobre uma fase que - creio - não é muito conhecida, a sua aposentadoria e seu gosto pela apicultura.

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Divertido e safado como em todos os seus textos e uma reviravolta impressionante no final. Show de bola!

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Excelente conto Paulo_Claudia, combinando ação com erotismo na medida certa. E um final feito sob medida para Moriarty, mesmo ele tendo se aproveitado da bela Adeline no final. Parabéns, desafio vencido com certeza! ⭐️⭐️⭐️

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Foto de perfil de Leon-Medrado

LUPANAR foi o toque de mestre! Só quem sabe faz desse jeito. Cultura, vocabulário e a habilidade de usar a palavra certa para dar o toque especial. Adorei. Fim do Napoleão do Crime, de um jeito visceral. E vida longa para o Holmes e o Dr. Watson. E nossa deliciosa Adeline, por quem o nosso Richard Clayderman compôs a famosa "Ballade Pour Adeline" continua secretamente na ativa (ou passiva). Coisa de gênio! Inesquecível. Estrelas? Precisa? Então toma!

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Leon,

Você sabe a dificuldade que tive em escrever este conto.Mas se a situação fosse outra, talvez eu não tivesse a ideia para o final sangrento, cirúrgico (hehe). Muito obrigado pelo incentivo!

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Na verdade, eu havia escrito inicialmente que Adeline havia retirado o coração do Moriarty. Mas seria muito difícil fazer isso com uma lâmina comum, então troquei pelo cacete e bolas, mais adequado a um conto erótico.

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Muito interessante e claro cativante e nem percebi já estava no final,e adorei a adeline super agente e nua uhuuuuuu 👏👏👏 👏👏

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Obrigado! Procurei escrever algo que representasse o ambiente das histórias do Sherlock, inclusive usei coisas que observei em uma viagem que eu e a Claudia fizemos a Londres, ainda pesquisei no mapa para dar mais credibilidade à história. Já Adeline tem um estilo de agir bem diferente, mas acho que consegui encaixar no conto.

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