Esta parte dos contos irá focar mais nas memórias de Sandra a respeito de sua vida sexual, contadas em diálogos com Osmar. Para os leitores adeptos de histórias bem picantes com cenas de sexo, esta parte pode parecer monótona. Peço desculpas se não agradar. Aos que se dispuserem a lê-las, desejo uma boa leitura e um bom divertimento.
Sempre encontrava um jeito ou outro de ficar a sós com Sandra e termos sexo. Ela agora era minha amante. Para ela, eu era… não sei o que eu era. Esse pessoal jovem não tem mais os conceitos de antigamente: namorada, noiva, esposa, amante. Para eles é ficante, rolo, crush, amigo. Para todos esses termos, duas únicas regras: ninguém é de ninguém e não existe esse negócio de fidelidade. Mesmo quando "namoram sério", é comum o rapaz ou a moça dar uma escapadinha, provar algo de fora. Para eles isso é normal. Anormal é sofrer por causa de alguém.
Sandra era minha amante e eu era corno dela. Detesto isso! Mas é a verdade. Ela não se fez exclusiva pra mim. De vez em quando saía para transar com outros caras. Ela não me contava isso. Nem eu perguntava diretamente. Quem me contava era Joana, pra quem Sandra contava. Era o jeito dela de me contar. Através da mãe. Às vezes Joana comentava comigo: "sabe aquele fulano, filho do sicrano? Lembra que a Sandra saiu no sábado à noite? Pois é, eles ficaram." Era indescritível o ciúme que eu sentia e tinha que guardar só pra mim. Eu perguntava se ela havia contado se havia dado pro cara. Joana dizia "deve ter dado. Pelo jeito que ela contou…Sabe como é essa juventude de hoje. Ah, deixa ela aproveitar! Ela tá nova. Depois que ficar velha como a gente, casar, ter filho, aí acabou". No começo me irritava com Joana. Falava como se fosse uma putona na juventude. As histórias de Joana eu conto depois. Pedia a ela que "desse um jeito na filha", ao que Joana retrucava: "eu não! A única coisa que falo pra ela é pra se precaver pra não engravidar!" E diante de minhas interpelações de que ela não podia deixar Sandra virar uma galinhona, Joana encerrava a conversa dizendo: "lá vem você com a fantasia de pai ranzinza de novo! Ah, tenha dó, Osmar!"
O que eu sentia era inenarrável. Deveria ficar feliz por Joana não suspeitar de nada, mas sentia um ciúme tremendo por Sandra entregar aquele corpo que eu amava a esses moleques que acabaram de sair dos cueiros, que até há poucos dias eram meros batedores de punheta… Não podia falar com Sandra. Sentia que se ameaçasse o esqueminha de sua vida, ela me tiraria dele, porque como falei, essa gente nova não aceita ser de uma pessoa só. E se eu bancasse o exclusivista, quem ia ficar de fora da lista de comedores da Sandra seria eu.
Mas até que estava bom. Sandra não se recusava a mim. Sempre correspondia aos meus carinhos, leves ou abusados, todos feitos "nos mais rígidos padrões de segurança”. Muitas vezes era ela que era ousada demais. Era só pintar uma oportunidade que ela vinha pra cima de mim me tocando e me dizendo putarias sussurrando: "Tô com vontade de te levar pra debaixo do chuveiro e deixar você socar essa piroca em mim!” "Vem brincar com meu cuzinho, vem! Passar o dedo ao redor dele, lamber..." "Minha bucetinha tá piscando de tesão pra dar pra você!”
Não havia uma semana que não transávamos pelo menos uma vez. E sempre achávamos um jeito de dar um escapulida e irmos ao motel. E eram nos intervalos entre uma transa e outra, no motel ou até mesmo em casa, que eu puxava a língua de Sandra e fazia ela contar seus segredos mais íntimos. Às vezes deitada brincando com os pêlos do meu peito, nós dois nus. Ou comigo alisando sua xoxotinha sempre depilada, dividindo cumplicidade, intimidade e amor.
- Qual sua primeira lembrança de putaria? - perguntei a ela.
Sandra deu de ombros e fez um muxoxo.
-Faz muuuuuito tempo... Meu primo Vinícius mostrava o pinto pra mim na casa da minha avó. Ele é uns cinco anos mais velho que eu...
- E não rolou nada?
- Nada! Não acontecia nada. Eu era muito novinha, não pensava nessas coisas… Um tempo depois, eu um pouquinho mais velha, minhas amigas, vizinhas da casa da minha avó, a Alice, a Bianca e a Manoela me chamaram para uma "suruba" com um garoto vizinho de lá, o Diogo, no quintal grande da casa de uma delas. Mas eu não fui. Tinha medo que minha mãe descobrisse… Depois elas me contavam… Não tinha penetração, sabe? Era só, sei lá… elas chupavam ele, ele chupava elas, elas se chupavam… Essas putarias delas foram longe…
- Sério?
- Aham. A Alice é lésbica, você sabe. As outras iam na onda… Curiosidade de gente nova.
- Voce que perdeu…
- Eu não! Eu não levo jeito pra lésbica, Osmar. Tenho amigas lésbicas, respeito elas, mas não quero isso, entende. Uma delas até já me deu indiretas tentando conseguir alguma coisa…
- Você não se sentiu tentada?
- Neeeeeeim!... Nem um pouco! Não me vejo atracada no corpo de uma mulher.
- Nao acha bonito o corpo de uma mulher?
- Acho, mas não a ponto de querer chupá-la ou deixá-la me chupar!
- Então, das putarias das suas amigas você não participou? E depois?
- Isso aconteceu antes de você ficar com minha mãe. Minha mãe nunca falou de sexo comigo. Nunca me ensinou ou me explicou. No máximo me dizia pra não deixar ninguém passar a mão em mim. Aprendi sozinha, ouvindo amigas, vendo em livros, internet… Pra mim era algo normal, natural… Não sentia nojo como algumas amigas nem ficava tarada como outras. Eu pensava que um dia ia chegar minha vez e eu ia fazer e dali em diante ia continuar fazendo.
- Por que essa "coisa" com sua mãe?
- Ah… nada! É minha mãe. Você ia querer ter intimidades com seu pai? Tomar banho com ele?
- Mas mulher é diferente. Vocês vão ao banheiro juntas…
- Mas é minha mãe! Não sinto vontade de ver ela pelada e também não quero que ela me veja! - e depois de uma pequena pausa:
- Só sei que ela me dava banho quando eu era pequena. A gente nunca tomou banho juntas nem íamos ao banheiro juntas. Depois fiquei mais velha e passei a me cuidar sozinha. Eu acho que não tô errada…
- Mas… E quando foi que gozou a primeira vez? Quando descobriu o orgasmo?
Sandra fez uma cara de safada e riu.
- Você já estava com minha mãe… Lembra que nós fomos na fazenda daquele tio seu e lá eu andei a cavalo? Foi aquela vez…
Foi minha vez de rir acenando negativamente com a cabeça.
- Lembra que o empregado de lá arrumou o cavalo e ficou segurando ele andando em círculos pra eu me acostumar até pegar o jeito? Minha xoxota ficava roçando na sela… Ai, que coisa gostosa! Eu sentia ela formigar, parecia que tava piscando!… Meus peitinhos ficaram durinhos!... Minhas pernas tremiam… uma coisa que não sei explicar… Quando fui no banheiro olhar, tava toda molhada! Eu pus a mão, acho que toquei meu grelo e me pareceu que ia sentir a mesma coisa de novo. Entendi que se eu mexesse ali… algo mágico acontecia! Daí passei a me masturbar.
- E o que pensava?
- No começo não pensava em muita coisa, porque não tinha visto muita coisa. Vinha em minha mente a lembrança do pinto do Vinícius, sabia que o que eu fazia tinha a ver com pintos. - disse rindo. - Mas não imaginava muita coisa. Mas pesquisava na internet e acabava vendo algumas coisas, mas não formava imagens eróticas na minha cabeça. Aí teve os DVDs na casa da Júlia e o dia que ouvi você e minha mãe transarem… Foi aí que a imagem se completou, as coisas se conectaram e sexo passou a ser, pra mim, uma coisa lógica, com tudo que existe ao redor dele: sedução, safadeza, sacanagem, prazer, amor. Vi que era algo presente na vida de todo mundo, inclusive na minha, na da minha mãe, na sua.
- E por que você se interessou por mim? Por que não desenvolveu uma repulsa por mim quanto ao sexo?
- Eu… Eu não sei explicar!... - falou isso colocando as mãos na cabeça parecendo confusa. - Talvez… talvez seja porque eu convivo com você há muito tempo e um laço forte de confiança se formou. Acho que, se uma mulher confia num homem, a atração sexual pode vir mais facilmente. Acho que foi isso que aconteceu… Você nunca riu de mim, me criticou, me maltratou, abusou de mim… E como não é meu pai de verdade, foi mais fácil, depois de certa idade, te ver como homem.
- Eu sou o homem da sua vida?
Nessas horas ela ficava nervosa, às vezes com raiva, e acabava desconversando. Nessa vez, ela se limitou a baixar os lindos olhos grandes e dizer baixinho:
- Eu não sei…
- O que sente quando faz sexo comigo? Eu sou o melhor que você já teve?
- O que eu sinto?... Você é o único pra quem eu me entrego por completo… Pra quem eu tiro a roupa com zero medo ou vergonha, sabendo que tudo que vai acontecer vai ser bom pra mim. Com os outros caras sempre fica um tiquinho de receio, de vergonha; fico sempre com o pé atrás se eles vão fazer algo que eu não goste.
- Já fizeram?
- Deixa pra lá… A sua pegada é firme, a sua entrega é verdadeira… Seu beijo e você dentro de mim… Ai, saco!... Será que é porque você me… Merda, Osmar!...
- Sandra, se não é tão bom com os outros e bom comigo, não seria porque os outros só fazem sexo com você e eu faço sexo com amor?
Sandra olhava triste para o chão. Talvez o que ela sentia por mim também era amor, só que, para os padrões femininos, um amor incompleto, porque ela jamais poderia me ter como namorado, noivo, marido; dizer de boca cheia que eu era dela. O máximo que eu poderia ser era seu amante, o que para uma mulher apaixonada, não é o melhor dos mundos.
- Sandra, eu te quero, eu te amo…
- Não! Pára!
- Sandra, pare de negar! Pare de me negar, pare de se negar!
- Não!
- Por que?
- E minha mãe?
Aí fui eu que fiquei sem palavras. O que eu podia fazer, também? Abandonar Joana para ficar com a filha dela? Abandonar as duas? Tentar voltar à minha velha vida de marido de Joana e esquecer Sandra?
- Diga ao menos uma vez que me ama…
- Não! Vou sair e dar feito uma cachorra pra…
- Pra quê? Pra me esquecer? Pra ser comida, simplesmente? E depois voltar pros meus braços pra ser realmente feliz?
- Você estraga tudo! Por que não podia ser só sexo?
- Ok! Então vamos fazer só sexo! Vem aqui, cadela, deixa eu comer sua buceta…
- Não quero assim!...
- Como não? Não acabou de dizer?…
- Não com você! - Sandra estava no limite de explodir.
- Me desculpe… Eu não quero te magoar nem te provocar.
- Eu também te quero, Osmar… Muito, muito, muito, muito, muito… Mas não complique as coisas!... Não acha que já está bom ficarmos assim?...
- Desculpe, Sandra… É que eu não consigo me conter diante desses seus olhos…Eu não consigo me esquecer do prazer que seu corpo me dá…
- Então fica só assim, tá?... Admire meus olhos, possua meu corpo e só… - Sua voz era de súplica.
Eu realmente não sabia onde pretendia chegar com esse tipo de conversa com Sandra. O que eu pretendia, se não queria vê-la triste e chorando? Invariavelmente Sandra perdia o tesão naquele intervalo de transa e a segunda vez nem acontecia. Eu era mesmo um idiota! Pra quê que eu ficava interrogando-a se eu era o que lhe dava mais prazer, se ela gostava de transar comigo?… Se me amava?... Por que eu não me contentava com nossos momentos, que eram indescritivelmente prazerosos? O que mais eu queria de Sandra e com Sandra? Fazê-la minha mulher? Ela já era! Me casar com ela? Isso significaria terminar com Joana e dizer a ela que iria ficar com sua filha, que era quem eu amava de verdade. Legal, não? Aí, era só Joana aceitar numa boa e Sandra topar. É bem como dizem: um homem apaixonado é o maior dos idiotas!
A sorte é que Sandra não guardava mágoa. No outro dia, lá vinha ela alegre, risonha, brincalhona, carinhosa, safada, me chamando e me dizendo sem-vergonhices longe da mãe. E aí, lá íamos nós de novo: amor, sexo, prazer, minhas bobagens, Sandra se descontrolando e eu me sentido mal por isso. Até quando seria assim?
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