Eu não conseguia entender. Dois coringas? Se não fosse a Luara, quem seria? Aproveitei que estava com o celular ali, mas ele não funcionou. Estava sem crédito. Como fazer pra recarregar? Eu tinha que falar com alguém. Eu tinha que falar com um advogado e com o Armando também. O tempo foi passando, e eu estava com medo de dormir. Minha cabeça pensava em um milhão de coisas. A merda era tão grande, que eu não conseguia enxergar uma saída.
Tudo que aconteceu foi culpa minha e eu tinha que proteger meu marido e minhas filhas. Isso era o mais importante. Não importava se eu passasse quinze ou vinte anos presa. Minha família não iria pagar pelos meus erros.
Eu estava preocupada com Regina. A coitadinha provavelmente teria que fazer um tratamento psicológico. Como pude ser tão burra? Eu tive tantas oportunidades de parar com as safadezas, mas sentir aquela adrenalina, aquele friozinho na barriga era muito bom.
Por que eu não abri o jogo com Armando desde o início? Por que? Se um dia eu encontrar a Luara… Num baralho existem dois coringas… esse Coringa parece ter muita raiva de mim e eu não consigo imaginar quem poderia ser…
Detenta - Oi, Princesa!
Grazi - Quem está falando?
Detenta - Sou sua vizinha de cela. Abre o olho, princesa. O pessoal aqui adora uma carne nova.
Grazi - Você sabe como eu consigo fazer uma recarga no celular? Alguém aqui faz?
Detenta - Que isso, princesa? Acabou de chegar e já está com celular?
Grazi - Qual o seu nome?
Detenta - Beija-flor
Grazi - Então, Beija-flor…Estou precisando de ajuda.
Beija-flor - Todo mundo aqui precisa, mas aqui nada é de graça.
Grazi - Eu quero usar o celular pra falar com alguém.
Beija-flor - Liga a cobrar, ué…mas se te pegarem com celular, vai dar uma merda! A agente penitenciária que te deu o envelope já está sabendo que você tem celular. Se ela quiser fazer uma revista na sua cela, vai te complicar.
Grazi - Eu vou ligar logo e me livrar desse celular.
Fiz a ligação para o Armando, mas ele não me atendeu. Provavelmente não reconheceu o número. Tentei mais duas vezes e não consegui. Decidi ligar pra Sara e ela me atendeu.
Grazi - Filha, seu pai está por aí? Preciso muito falar com ele. Estou tentando, mas ele não me atende.
Sara - Ele não está aqui. Foi no mercado comprar umas coisas pra gente.
Grazi - Liga pra ele. E diz que eu vou ligar com um número desconhecido.
Desliguei o celular e esperei 2 minutos. Fiz a ligação novamente e dessa vez ele me atendeu.
Armando - Grazi, que loucura é essa? Eu não consegui falar contigo. O delegado não permitiu.
Grazi - E o advogado?
Armando - Ele está resolvendo, mas esse delegado é meio abusado.
Grazi - Meu amor, eu preciso muito da sua ajuda.
Armando - Grazi, eu vou te ajudar pelas nossas filhas, mas eu já estou sabendo de tudo. Eu vi o seu vídeo com o Nando e com o Ricardo.
Grazi - Me perdoa, meu amor!
Armando - Grazi, porque você cortou o pau dele fora? Isso é coisa de psicopata.
Grazi - Eu fiz o que fiz porque foi necessário. Me escuta, Armando. Cuida bem da Regina. Ela vai precisar de muito apoio. Não sei como falar isso, mas ela estava lá. Ela deve estar traumatizada.
Armando - O que? Grazi, o que aconteceu lá?
Grazi - Quanto menos você souber melhor! Deixa isso comigo. Você não merece sofrer, meu amor. Eu cometi muitos erros, e agora chegou a hora de pagar por eles.
Armando - Eu não sou criança, Grazi! Eu exijo saber o que aconteceu.
Grazi - Ele ameaçou você, ameaçou nossas filhas. Eu não tive escolha!
Armando - Grazi, o problema é que eu não acredito mais em você. São tantas mentiras que eu não sei mais se algum dia você foi verdadeira comigo.
Grazi - Eu te amo! Nunca duvide disso.
Armando - Esse tipo de amor que causa dor e sofrimento pra mim não é amor.
Grazi - Olha, eu queria conversar contigo sobre isso outra hora, porque se me pegarem falando no celular, serei punida.
Armando - Acabou, Grazi! Eu vou querer o divórcio.
Grazi - Meu amor, não faça isso por favor. Eu juro que a gente vai sentar e conversar. Vou responder tudo que você quiser saber, mas não me abandone.
Armando - Eu não irei te abandonar, mas não seremos mais marido e mulher.
Grazi - Eu não posso viver sem você, meu amor! Eu não posso!
Beija-flor - Princesa, tem gente chegando…
Grazi - Eu tenho que desligar. Te amo!
Escondi o celular e deitei na minha cama. Duas agentes penitenciárias passaram pela minha cela e estavam cochichando. Só consegui ouvir uma coisa. "É essa aí".
Essa noite eu não dormi e enquanto pensava na vida, comecei a me lembrar de todas as merdas que eu fiz. Pensei em todas as coisas ruins que aconteceram e fiquei tentando achar um culpado, porque nessa hora todo mundo quer culpar alguém ou achar alguma justificativa, mas a verdade era que a culpada por isso tudo estava atrás das grades.
Comecei a chorar baixinho e ouvi minha a voz da beija-flor.
Beija-flor - Não chore, princesa! Aqui isso é uma demonstração de fraqueza e os fracos se fodem aqui. Seja forte!
Enxuguei as lágrimas e engoli o choro.
Beija-flor - Isso, princesa! Vá dormir! Descanse um pouco! Eu vou ficar de plantão pra você hoje. Confie em mim.
Eu não confiava, mas eu estava acabada emocionalmente e acabei piscando o olho e numa dessas piscadas, já era manhã. Escutei vários burburinhos e fui acordando. As celas começaram a ser abertas e eu não entendi o que era.
Grazi - Beija-flor! O que está acontecendo?
Beija-flor - Inspeção. Já se livrou do celular?
Grazi - Ainda não. O que eu faço?
Beija-flor - Enfia na buceta.
Grazi - O que? Não vai caber.
Beija-flor - E no cu?
Grazi - Piorou…
Beija-flor - É que eu ouvi dizer que o bilau que você cortou era muito grande e grosso. Achei que você estava arrombada kkkk
Grazi - Eu vou jogar na privada.
Beija-flor - Vai entupir…
Grazi - Vou entregar o celular.
Beija-flor - Ficou doida?
Grazi - Quem me deu esse celular não é confiável. Pode estar grampeado. O melhor a se fazer é entregar pra Agente Penitenciária.
Beija-flor - Essas branquelas ricas…
Duas agentes penitenciárias entraram na minha cela e me perguntaram se estava tudo bem. Falei que achei esse celular escondido embaixo da cama. Elas se olharam e riram. O que será que está acontecendo?
AP1 - Seguinte, você é muito bonita Dona Graziele e nós achamos que você vai ter muitos problemas aqui. Esse presídio não é muito seguro.
AP2 - Se você quiser, a gente pode ajudar você, mas você vai ter que ajudar a gente.
Grazi - Qual o preço?
AP1 - Minha colega aqui, adora brincar de madrugada. E eu de vez em quando recebo visitas do meu marido aqui. Ele também é AP em outro setor do presídio. Acho que você faz o tipo dele.
AP2 - O marido dela tá puto com ela. De repente assim ele a perdoa por ter dado o cu pro Jefão.
Grazi - Obrigado pela oferta, mas eu passo.
AP2 - Tudo bem, a gente tem tempo de sobra aqui e você não deve durar mais de duas semanas aqui.
Enquanto uma revistava a minha cama, a outra mandou eu tirar a roupa e fez uma revista em mim muito inapropriada. Além de apertar os meus peitos. Ela enfiou dois dedos na minha buceta e no meu cu, alegando que muitas detentas escondem várias coisas assim. Me senti incomodada, mas eu logo entendi que era uma forma de intimidação.
AP2 - Olha só esses peitos! Aposto que são 300ml. Me deu até vontade de dar uma chupadinha. Posso?
AP1 - Melhor não. Vamos esperar um pouco. Ela é novata aqui.
Uma piscou o olho pra outra e riram novamente. Foram embora e a Beija-flor apareceu na porta da minha cela!
Beija-flor - Gostei de ver, princesa! Vamos comer?
Beija-flor foi me explicando tudo que eu deveria fazer pra poder sobreviver e que inclusive eu deveria me filiar a alguma facção, assim as chances de alguma merda acontecer seriam menores.
Chegamos no refeitório e comemos pão e tomamos café com leite. Um pouco antes de terminar, uma detenta esbarrou em mim, me dando um banho de café com leite. Além de estar errada, ainda queria me bater ali e exigiu que eu me desculpasse. Achei melhor pedir desculpas e aproveitei pra ir tomar banho.
Chegando lá, no início achei meio constrangedor por não ter muita privacidade, mas como eu nunca tive vergonha do meu corpo e nem problema de ficar nua na frente de outras mulheres, eu agi normalmente.
Liguei o chuveiro e comecei a tomar banho, e em seguida entraram quatro detentas no banheiro pra tomar banho, pelo menos assim eu pensei.
Detenta 1 - Olha só! A novata está aqui!
Detenta 2 - Ela é gostosa pra caralho!
Detenta 3 - Se eu tivesse rola, tava era dura agora…
Detenta 1 - Sossega, Pezão!
Pezão - Ela vai ser a minha mulher!
Grazi - Eu já tenho marido e não sou chegada em mulher não…
Detenta 4 - Essa safada é cheia de respostinha.
Detenta 2 - Ela tá a fim de treta…
Bifão - Meu nome é Bifão e viemos aqui te dar um recado.
Grazi - Qual?
Bifão - Fumaça, Tanajura. Segurem ela!
Elas me cercaram e me dominaram segurando meus braços. Essa tal de Bifão que era uma mulher bem grande e forte junto com a Pezão começaram a me bater. Não tive chance de me defender e quando eu caí no chão, apaguei.
Não sei quanto tempo passou, mas acordei na enfermaria. Uma médica me explicou que eu ficaria na enfermaria alguns dias. Ao lado da médica, estava o diretor do presídio e o Delegado Lima.
Diretor - Como a médica disse, você ficará uns dias na enfermaria até se restabelecer por completo e para ter a sua vida preservada. Quem foi que te agrediu?
Pensei muito se falaria ou não. Se eu falasse, poderia ter represálias no futuro próximo e eu não sei se aquelas detentas tinham regalias ou se tinham proteção desse diretor.
Grazi - Eu não lembro. Eu estava no banheiro e estava de costas, quando levei um golpe na cabeça.
Diretor - Entendo. É lastimável que isso tenha ocorrido, mas infelizmente não podemos colocar câmeras em alguns locais do presídio.
Delegado Lima - Gostaria de um momento a sós com a detenta.
Diretor - Claro, Delegado Lima! Pode ficar alguns minutos. Esperaremos na outra sala.
Eles se afastaram e saíram da sala.
Delegado Lima - Grazi, Grazi! Eu te falei que você não duraria duas semanas. Por que você não me fala logo a verdade? Nós ainda estamos investigando e vamos achar a verdade.
Grazi - Eu quero falar com meu advogado.
Delegado Lima - Você está no seu direito, mas parece que encontraram um celular na sua cela. Isso pode lhe trazer problemas. Seu advogado virá amanhã. Ele foi avisado do seu incidente e está querendo processar o estado.
Grazi - OK!
Delegado Lima - Por que você não entrega logo o seu marido? Sabemos que ele brigou com a vítima. Vamos fazer um acordo? Eu entendo seu marido. Se fosse eu que descobrisse que minha esposa está me traindo com um cara que tem um pau de cavalo, eu também mataria o sujeito e cortaria o pau fora. Você deve estar se sentindo culpada e está assumindo a bronca, mas pra que? Tu vai sofrer aqui dentro e vai apanhar mais do que boi ladrão, enquanto seu marido já está vivendo feliz com outra.
Grazi - O que?
Delegado Lima - Estamos investigando o seu marido e ele tem outra. Pra que ficar protegendo esse safado? Você ainda é jovem e pode ter qualquer homem.
Grazi - Eu quero falar com meu advogado. Só com ele.
Delegado Lima - Como quiser… Eu vou descobrir tudo com ou sem a sua ajuda.
Ele saiu bufando e batendo a porta. Esse delegado está mentindo pra mim e querendo me desestabilizar. Filhas da puta! Elas me pagam. Terei que ter mais atenção daqui pra frente e quem sabe até pagar alguma proteção. Quem será esse novo Coringa?
Pelo efeito dos analgésicos, eu dormia grande parte do dia. Quando me olhei no espelho, eu tomei um susto. Meu rosto estava inchado e realmente fizeram um estrago em mim. Comecei a chorar de raiva e dois dias depois eu encontrei meu advogado.
A primeira coisa que eu perguntei era se ele sabia como estava a minha família, principalmente a Regina. Ele me disse que aparentemente estava bem e também tentou me convencer a falar a verdade. Foi me explicando que existiriam atenuantes e que meu marido teria um julgamento justo. Disse ainda que ele queria me visitar, mas eu não quis receber a visita de ninguém, muito menos nessas condições em que eu me encontrava.
Os dias foram passando e eu voltei para a minha rotina. Comecei a me exercitar pra mostrar que eu estava forte. Beija-flor queria que eu entrasse pra sua facção. Teria que fazer uma tatoo, mas o grande problema era a fidelidade que teria que jurar para com outros da facção. Isso poderia ser problemático.
Minha outra opção seria um acordo com as APs, mas provavelmente iriam querer que eu fizesse muito sexo com muita gente também.
Todas as opções eram ruins e eu não sabia o que fazer. Eu precisava conversar com uma pessoa, mas como eu iria me comunicar com ela? Luara também poderia me ajudar, mas pelo visto resolveu sumir do mapa, afinal conseguiu concluir a sua vingança.
A todo momento eu evitava ficar sozinha, mas as ameaças continuavam. Algumas eram discretas e outras beiravam a agressão física. Um tapa nas costas como se fosse uma brincadeira, só que com força. Empurrões, pisadas no pé, além de me provocarem a todo momento para que eu desse a desculpa que tanto queriam para começar uma briga.
Infelizmente, a minha situação estava começando a afetar outras detentas que pararam de andar comigo. Somente a Beija-flor ficava ao meu lado e fazíamos tudo juntas. Só que um dia o castigo chegou até ela também. Plantaram um saquinho de drogas nos seus pertences e quando fizeram revista ela foi pra uma outra ala prisional e eu me vi sozinha novamente.
Na hora do banho, eu já sabia que algo aconteceria. Já estava conformada quando entrei no banheiro e vi a Bifão, Fumaça, Tanajura e Pezão me aguardando.
Bifão - Olha quem chegou pra tomar o banho! A minha princesa!
Fiquei muda para não agravar a situação.
Fumaça - Ô Princesa, a Pezão quer ter um negocinho contigo. Se você deixar ela te chupar, você tá liberada do castigo. Parece justo, né?
Bifão - O combinado não era esse!
Pezão - Pô, Bifão! Eu tô doida pra chupar aquelas tetas e aquela buça. Libera aí…
Bifão - Ordem é ordem!
Pezão - Deixa eu me divertir antes então e depois a gente esculacha ela.
Tanajura - A gente tem que decidir rápido. Daqui a pouco as APs tão chegando.
Bifão - O que vai ser, Princesa? Se cooperar com a gente, o castigo é mais leve.
Grazi - Vem, Pezão! Vem logo!
Ela ficou radiante e seus olhos brilharam. Eu já estava nua, mas ela não quis tirar a roupa. Ela tinha a minha altura, cabelos negros bem curtos e olhos escuros como o breu. Quando ela chegou bem perto de mim, me deu um beijo no pescoço e eu dei uma banda fazendo ela cair no chão e dei um chute em sua cara. Ela apagou.
Grazi - Podem vir! Se eu vou apanhar, vou levar alguém comigo. Qual de vocês vai tentar a sorte?
Era tudo um blefe! Eu iria me foder, mas quem sabe eu conseguiria intimidar, mas eu estava errada. Elas me deram uma surra dessa vez só que de toalha molhada. Meu Deus, como isso dói e arde. Fiquei toda vermelha, mas dessa vez não apaguei. Elas levaram a Pezão e eu sabia que isso teria volta algum dia.
Mais uma visita à enfermaria e mais cuidados médicos. O diretor foi novamente falar comigo e eu disse que tive um pequeno desentendimento com a Pezão, mas não entreguei as outras. Eu precisava arrumar um jeito de me proteger melhor e falar novamente com o advogado e no dia seguinte eu tive uma boa notícia pelo menos. Ele estava tentando uma apelação para que eu aguardasse o julgamento em prisão domiciliar tendo em vista a minha segurança no presídio estar comprometida e eu tinha que ganhar um tempo até meu advogado conseguir isso.
Ah, como eu queria ver minhas filhas e meu marido, mas não queria que eles me vissem assim desse jeito. Isso nunca!
…
…
Eu estava aguardando a chegada do Pastor Miranda, mas Patrícia estava irredutível. Ela não queria mais fazer o tratamento e disse que não queria nem ver o Pastor Miranda.
Leonel - Mozinho, você não quer ficar curada? Vai ser bom pra você. Você será abençoada e a nossa casa será abençoada também.
Paty - Só se você estiver ao meu lado. Eu não quero ficar sozinha! Não me deixe sozinha!
Leonel - Eu não posso ficar junto, mas estarei perto.
Paty - Não! Eu quero você do meu lado! Se você me ama, tem que ficar ao meu lado!
Leonel - E se você me ama, tem que me escutar e obedecer! Eu faço tudo por você! Eu te perdoei! Te dei a maior demonstração de amor. Agora é a sua vez!
Ela ficou calada e lágrimas saíram dos seus olhos. Ela olhou pra mim, deu um sorriso e me abraçou.
Paty - Tudo bem! Eu farei tudo que você me pedir.
Ficamos abraçados e alguns minutos depois a campainha tocou. Fui atender e era o Pastor Miranda. Ele me cumprimentou com muita alegria e disse que o dia hoje seria especial.
Leonel - Espero que minha esposa seja curada e que tudo corra bem.
Pastor Miranda - Vamos começar então, mas antes gostaria de pedir que a sua Senhora vá até o quarto de vocês e me aguarde lá.
Paty ao ouvir isso, foi para o quarto como se estivesse indo para a prisão. Assim que ela entrou e fechou a porta, o Pastor disse que queria falar comigo.
Pastor Miranda - Meu caro Leonel, o que vou te falar agora é muito importante. Jamais, e em hipótese alguma você deve entrar no quarto.
Leonel - E se ela pedir pra eu entrar? Ela hoje me pediu pra eu ficar o tempo todo ao lado dela.
Pastor Miranda - Eu sabia! O inimigo é inteligente e ardiloso. Eu sinto a presença dele aqui. Dona Patrícia vai gritar, chorar e implorar pela sua ajuda, mas lembre-se que não é ela fazendo isso. É o inimigo agindo através dela.
Leonel - Mas eu quero ajudar de alguma forma. O que eu posso fazer?
Pastor Miranda - Fique aí fazendo orações e se você não aguentar, saia um pouco de casa e dê uma volta na rua. A luta contra o maligno será árdua, mas eu estou pronto.
Leonel - Muito obrigado! Serei imensamente grato.
Pastor Miranda - Esse caso é tão atípico, que eu trouxe até uma câmera para gravar. Espero que não tenha problemas. Tenho o seu consentimento?
Leonel - Claro, sem problemas.
Pastor Miranda - Perfeito! Perfeito! Agora fique aqui, enquanto eu enfrento o mal. Lembre-se que você não pode entrar, mesmo que a situação esteja muito complicada.
Eu assenti com a cabeça e ele me abraçou, para em seguida ir até o meu quarto, onde minha esposa o aguardava. A porta se fechou e eu ouvi o barulho do trinco da porta.
Silêncio.
Comecei a orar pedindo que Deus ajudasse a minha esposa e que nos perdoasse pela luxúria que tivemos.
Silêncio.
Não resisti e me aproximei da porta sem fazer barulho pra tentar ouvir alguma coisa. Finalmente consegui escutar alguns sons, mas não dava pra entender a conversa. A única coisa que eu conseguia ouvir era a voz da minha esposa falando não.
Paty - Não…não.
Mais uns segundos…
Paty - Não quero…não farei isso.
Eu estava ficando impaciente quando de repente…
Paty - Você é um lixo! Você não é digno, seu falso profeta!
Pastor Miranda - Finalmente está mostrando sua cara… Hoje você não me escapa!
Paty - Meu amor! Socooooorroooo!!! Não deixe ele me machucar!
Pastor Miranda - Eu vou acabar com você e essa sua luxúria!
Paty - Não se aproxime de mim! Não me toque! Leonel, me ajuda!
Pastor Miranda - Fique quieta! A única pessoa que vai te ajudar sou eu! Tire a roupa, que eu vou lhe purificar!
Paty - Não! Saia daqui, seu lixo!
Eu estava aflito e tinha que ajudar a minha esposa de algum jeito, mas como? Eu sentia uma impotência e me faltava coragem. Eu não posso interromper a cura.
Paty - Leoneeeeel, ele está rasgando e arrancando a minha roupa! Meu amoooor!
Pastor Miranda - Cale-se, vil criatura! Não há escapatória!
Escutei barulhos de luta e sons de coisas se quebrando. Meu Deus! O que fazer? Meu coração estava apertado, e comecei a chorar. Senti uma dor na cabeça e acho que minha pressão baixou, pois senti uma leve tontura. Sentia meu sangue ficar ralo. Mei sangue era como água de novo. Frio e gelado. Tive que me sentar e fiquei com as mãos na minha cabeça.
Paty - Me solta! Se afaste de mim!
Pastor Miranda - Você nunca mais irá atormentar este casal com luxúria!
Paty - O que você está fazendo? Pare com isso?
Pastor Miranda - Chegou a hora de você enfrentar a minha espada purificadora!
Paty - Nãããoooo! Leonel, me ajuda! Tire suas mãos de mim! Seu safado, escroto…
Pastor Miranda - Vou começar usando a minha espada purificadora nessa sua boca suja.
Comecei a ouvir sons estranhos e logo em seguida alguns sons de engasgo. O que poderia ser? Meu Deus, por que sou tão fraco assim? Por quê não consigo me mexer?
Pastor Miranda - Agora sim vai ficar quietinha…
Paty - Pare com isso! Eu não quero isso! Seu filho da puta!
Pastor Miranda - Cale a boca!
E novamente mais sons estranhos. Eu já não aguentava mais. Eu tinha que fazer algo, mas meu sangue era ralo. O meu sangue era água.
Paty - Leonel, seu corno filho da puta! Você é um corno!
Dessa vez os sons estranhos ficaram mais altos e eu senti um arrepio na espinha que foi dando um choque em todo o meu corpo. Eu dei um grito, e senti um calor no meu corpo. Meu sangue era quente agora. Mais quente que o próprio inferno e eu me levantei, dando um chute na porta, botando ela abaixo. Então eu vi ali na minha frente, a minha esposa nua e ajoelhada e o Pastor Miranda que também estava pelado segurando a cabeça dela com as mãos, enquanto enfiava seu pênis na boca da minha esposa.
Leonel - O que é isso? É assim que você cura as mulheres?
Pastor Miranda - Eu posso explicar! É culpa dela! Eu caí na tentação do maligno! Ele me seduziu através dela!
Leonel - Agora é a minha vez de curá-lo usando isso aqui.
Mostrei meus punhos a ele e parti pra cima dele, mesmo sem saber brigar. Minha mão estava quente e logo em seguida ficou vermelha com sangue, que por sinal não era meu porque o meu sangue era quente e aquele sangue em minhas mãos era frio. Senti um odor estranho e vi que ele tinha se mijado. Assim que ele caiu, eu dei chutes na sua barriga e em sua costela. Acho que também acertei o seu saco.
O homem estava chorando e implorando pra que eu parasse, mas eu queria continuar. Meu sangue fervia e eu sentia que meu corpo estava todo quente. Quando fui dar mais um chute nele, eu senti um abraço e um certo calor em minhas costas que me acalmou na hora.
Paty - Chega, Leonel! Você vai matar esse bosta! Não quero que você vá preso!
Minha respiração descompassada foi normalizando e eu mandei o Pastor Miranda embora da minha casa. Ele começou a catar suas roupas pra se vestir, mas eu não deixei.
Leonel - Você vai embora daqui sem nada.
Pastor Miranda - Eu já apanhei! Eu juro por Deus que não falo com ninguém que você me bateu, mas deixe eu sair daqui com dignidade.
Leonel - Você vai sair daqui pelado! Com essa espada purificadora, que está parecendo mais com uma faquinha.
Pastor Miranda - Por favor, Leonel! Tenha piedade deste pecador!
Leonel - Suma da minha frente!
Peguei ele pelo braço e saí puxando até a porta da minha rua. Ele chorava e implorava pelas suas roupas. Quando ele se virou, dei um empurrão nele e joguei pra ele uma bíblia.
Leonel - É somente isso que eu vou te dar! Espero que a palavra lhe salve algum dia…
Ele pegou a bíblia e cobriu suas partes e foi correndo até sumir da minha vista.
Voltei pro quarto e Patrícia estava sentada na cama, chorando.
Leonel - Você é uma puta! Eu deveria fazer contigo a mesma coisa que eu fiz com ele.
Paty - Eu sei e eu entendo seus motivos e a sua dor, mas eu não tive culpa. Eu juro que tentei te avisar!
Leonel - Você me traiu, Paty! E me chamou de corno ainda pouco. Debochou de mim.
Paty - Eu não estava debochando, meu bem. Eu te pedi ajuda várias vezes e aquela era a última tentativa desesperada de uma mulher que seria estuprada. Graças a Deus, funcionou e você me salvou.
Leonel - Você me traiu, Patrícia! Você me traiu!
Paty - Sim, é verdade! Eu não vou negar e nada que eu fizer vai apagar isso. Hoje, eu me envergonho profundamente do que eu fiz a você. Eu te amo!
Leonel - Ama nada…
Paty - Se eu não te amasse, por que estaria contigo até hoje? Eu sei que sou bonita e eu não estou contigo por interesse. Minha família também tem dinheiro.
Leonel - Eu não consigo mais acreditar em você.
Paty - Eu já te disse e repito. Não contarei mais mentiras, por mais doloroso que seja.
Leonel - Eu sempre vou desconfiar de tudo que você me falar! Sempre vou desconfiar quando você sair!
Paty - Eu sei disso e eu vou entender. Fui eu que dei motivos.
Leonel - Eu não sei se aguento.
Paty - Eu estou fazendo tratamento. Eu quero mudar e eu te amo, mas não quero fazer você sofrer. Você é um homem maravilhoso e não merece as coisas que eu te fiz, mas agora eu não sou mais assim e irei me esforçar todos os dias até o fim da minha vida para honrá-lo.
Leonel - Saber da traição é muito diferente de ver a esposa com um pau na boca. Não sei se consigo apagar essa imagem da minha mente.
Paty - Vamos viver um dia após o outro. Eu quero te recompensar e te dar o meu amor. Eu preciso de você na minha vida e eu quero te fazer muito feliz.
Ela falava isso tudo com os olhos cheios d'água e isso me comoveu muito. Realmente enxerguei sinceridade nas suas palavras e comecei a chorar junto com ela. Ficamos ali abraçados e era como se o tempo tivesse congelado.
Fomos tomar banho juntos pela primeira vez depois de muito tempo e nos esfregamos de forma bem sensual. Eu tirei o sangue de minha mão, que agora estava um pouco inchada e começamos a nos beijar.
Fomos pra cama e era muito bom sentir aquele calor dela irradiando pelo meu corpo e foi então continuamos a nos beijar. Um beijo levou a outro e mais outro e quando dei por mim eu já estava beijando seus seios, que rapidamente fizeram com que seus mamilos ficassem durinhos. Dei mordidinhas neles, arrancando gemidos dela e quando coloquei minha mão em sua bucetinha, percebi que ela estava encharcada. Deitei ela na cama pra chupá-la, mas quando eu encostei minha língua em sua bucetinha ela pediu pra parar.
Paty - Ainda não podemos assim! Pega uma camisinha.
Leonel - Eu quero te chupar e fazer você gozar.
Paty - Eu também queria, mas tenho medo de te passar algo e por enquanto é melhor tomarmos cuidado.
Leonel - Você tem razão!
Paty - Vem cá, meu herói! Você me salvou hoje e eu agradeço. Não quero mais a vida de antes. Eu quero ser somente sua e sempre que eu sentir algo estranho, como se fosse ter uma recaída, eu vou te avisar antes e pedir a sua ajuda.
Leonel - E eu irei te ajudar, se você continuar sendo leal a mim.
Ela fez sim com a cabeça e rapidamente colocou a camisinha no meu pênis, que já estava duro. Ela ficou olhando uns segundos admirando o meu pênis e segurando-o, até que o enfiou em sua boca e quase entrou tudo de uma vez só. Fiquei louco de tesão, mas na mesma hora me lembrei de uma coisa. Eu estava novamente caindo na luxúria e dando forças ao maligno.
Quase broxei nessa hora e acho que ela percebeu, pois tentou manter a minha ereção com uma maior dedicação em sua felação. A verdade é que eu estava em dúvida e olhei pros lados e vi a mesinha ao lado da cama quebrada, o armário com alguns amassados, a cama não estava no lugar certo e um pedaço da cortina estava rasgado. Por fim, olhei a porta que eu arrebentei e percebi que aquilo não era luxúria.
Era amor. Um sentimento que nos dá forças para nos proteger de uma situação perigosa e nos faz lutar para podermos preservar a nossa dignidade. Sentimento que nos dá forças para proteger quem a gente ama. Eu sentia amor por aquela mulher, e aquela mulher sentia amor por mim e nesse momento o meu pênis voltou a ficar duro como uma rocha daquelas que se mantém firme em qualquer tempestade.
Parecia até que meu pênis estava mais grosso do que nunca e a energia e o calor que eu sentia aumentavam cada vez mais. Meu sangue estava fervendo e sem falar nada, eu apenas conduzi a minha mulher, para que se deitasse na cama e fui por cima dela no melhor estilo papai-mamãe e fui enfiando com firmeza até nossas virilhas se chocarem.
Paty - Aaaai… Calma, Leonel! Tá muito duro! Vai com calma.
Leonel - Eu te amo, mozinho!
Paty - Meu Deus, seu pau está muito quente! Você está muito quente! Você está com febre?
Leonel - Estou doente de amor, Patrícia.
Paty - Aaaaai… você está indo muito fundo. O que está acontecendo?
Saí de cima dela, e a coloquei de bruços. Voltei a enfiar em sua bucetinha que estava muito apertada. Colei meu corpo em cima dela, e continuei a enfiar com firmeza. Entrelaçamos nossas mãos e nossas alianças se tocaram. Era a minha mulher e eu estaria sempre a seu lado para protegê-la.
Paty - Meu amor, o que você está fazendo? Você está indo muito fundo em mim. Eu não vou aguentar muito tempo.
O calor dos nossos corpos e o som deles se batendo me dava mais energia para continuar. Ela gemia alto e se antes eu tinha vergonha dos vizinhos ouvirem, agora eu queria que ela gemesse mais alto. Queria que todos soubessem que ali era o meu reino e eu era soberano.
Paty - Você está acabando comigo hoje! Está me deixando arrombadinha. Aaaaai…como está duro hoje! O que está acontecendo? Aaai…aaai…aaaaiê, assim…isso meu amor…delícia…
Saí de cima dela e botei ela de quatro. Fiquei observando aquela bunda maravilhosa e dei um tapão em sua bunda.
Paty - Ai, Leonel!
Leonel - Essa bunda maravilhosa é só minha!
Paty - Sim, meu amor. É só suaaaaaa…aaaai, você estáaáá… aaaaaie….
Dei outro tapão em sua bunda.
Leonel - Vou te dar todo o meu amor.
Paty - Sim! Me dá tudo! Eu te amooooo… vou gozaaar…Aaaaah
Leonel - Aaah… Vocêêê… ééé… sóóó.... minhaaa… porraaaa!
Ela deitou na cama e eu deitei ao seu lado e ficamos nos olhando. Olhos nos olhos. Era a primeira vez que eu via felicidade em seu rosto, depois de muito tempo e eu também estava feliz e ficamos nos acariciando e trocando palavras de amor. Ficamos alguns minutos assim, curtindo o momento.
Paty - Nosso quarto está uma bagunça.
Leonel - Mas nós iremos arrumar. Estamos conseguindo arrumar as nossas vidas. Um quarto a gente tira de letra.
Paty - Sim. Acho que você me curou com o seu amor. Acho que nunca me senti tão amada, como me senti hoje.
Eu já estava ficando duro novamente, cutucando ela embaixo e quando ela viu, deu um sorrisinho.
Paty - Me promete que nós continuaremos assim. Adorei o meu Mozão brabo e nervoso.
Leonel - Eu nunca fui assim, mas acho que tem momentos que é necessário. O que aconteceu hoje está me fazendo repensar algumas coisas.
Paty - Amor, seu pau tá quente e está muito duro. Pega outra camisinha! Vem! Eu quero a SUA espada purificadora no meu cuzinho.
Eu tive que rir quando ela falou, e ela também estava rindo. Coloquei rapidamente essa borracha maldita, mas necessária e recomeçamos os carinhos e os beijos.
Leonel - Eu quero fazer diferente.
Paty - Como assim?
Leonel - Eu quero olhar nos seus olhos.
Paty - Acho que eu nunca fiz assim…
Ela pegou os travesseiros pra colocar embaixo de sua bunda, enquanto eu fui pegar o lubrificante. Ela deitou e ficou posicionada me aguardando, mas antes eu decidi preparar o seu buraquinho pra lhe causar menos desconforto. Fiquei chupando seus seios enquanto meus dedos ficaram brincando com seu clitóris. Ela começou a gemer de forma bem manhosa porque um de seus pontos fracos são os seios. Logo eles ficaram entumescidos e fiquei mordendo de leve os seus biquinhos, enquanto minhas mãos continuavam a explorar agora a sua bucetinha. Era um dedo no início, mas agora eram dois. Sua bucetinha já estava soltando aquele molhadinho, e eu passei a colocar esse néctar no seu cuzinho.
Quando achei que já tinha colocado uma boa quantidade, tirei meus dedos da sua bucetinha e passei a colocar no seu cuzinho, que estava bem fechadinho. Aos poucos fui amaciando e ela gemendo e me chamando de meu amor, meu herói, meu tudo. Dizia que me amava mais do que a si mesmo e que sempre seria minha.
Leonel - Só minha?
Paty - Sim, meu amor. Somente sua.
Passei lubrificante em mim e subi em cima dela novamente no clássico papai-mamãe, só que dessa vez, direcionei meu pênis para o seu cuzinho. Ela me pediu pra ir devagar, pois estava com um pouco de medo e eu fui com calma, porém firme.
Enfiei a cabeça e fiquei olhando em seus olhos. Sua expressão de dor misturada com prazer era um afrodisíaco que me fez empurrar um pouco mais e ela olhando pra mim meio assustada.
Paty - Não olha pra mim! Não olha pra mim!
Beijei a sua boca pra ela se calar e enfiei mais um pouco.
Paty - Não não não não não não não Meu Deus, está muito duro! Vai devagar, meu amor.
Leonel - Estou indo…
Fiquei parado esperando ela se acostumar e fiquei olhando nos seus olhos, quando empurrei mais um pouco e dessa vez enfiei até o fim.
Paty - Aaaah, meu amor! Você está me deixando doida!
Fiquei beijando e chupando seu pescoço, enquanto ela falava que me amava e me pedia pra nunca deixá-la. Beijei sua boca e disse que não a deixaria. Comecei a bombar bem devagarzinho e ela falava que eu era maravilhoso e aos poucos fui aumentando a velocidade, arrancando gemidos dela e sempre mantendo contato visual. De vez em quando, ela virava o rosto ou fechava os olhos e nessas horas eu dava estocadas mais profundas fazendo com que ela gritasse e olhasse pra mim.
Paty - Você é muito malvado! Não faz assim…
Leonel - Vou fazer isso todos os dias!
Dei outra estocada e tentei manter a velocidade com as estocadas. Era um pouco complicado nessa posição, mas eu queria chegar no clímax junto com ela. Ela começou a morder meu pau com seu cuzinho e senti que assim não conseguiria aguentar muito mais tempo. Resolvi apelar e procurei seu clitóris com a minha mão. Era um movimento meio complicado, mas consegui com certa dificuldade e sel parar de me mexer.
Paty - Aaaaaaaaah… Meu amooooor! Assim não… asssi… vai me… v...aaaai… meu De…aiiii não Aaaaaaaaaaaaah!!!
Leonel - Aaaaaah!!! Aaaaaaah!!!
Saí de cima dela e estávamos ofegantes. Dei um beijo em sua bochecha e ficamos deitados olhando um pro outro com as mãos dadas. Suas últimas palavras antes de desmaiar foram:
Paty - Estou no paraíso! Se eu estiver sonhando, não me acorda.
…
…
Meu pai voltou a morar com a gente e disse que enquanto minha mãe estiver na cadeia, ficaria lá. Era muito complicado viver daquele jeito. Regina estava sempre chorando e meu pai não sabia mais o que fazer. Ela tinha pesadelos quase todas as noites e a situação estava ficando cada vez mais descontrolada.
Meu pai se reunia todos os dias com o advogado e a todo custo ele queria visitar a minha mãe no presídio. Ele chegou a ir lá algumas vezes, mas ela mandou avisar que não queria vê-lo.
Meu namoro estava um caos também. Fael estava cada vez mais ciumento e dessa vez eu nem tiro a razão dele porque se ele soubesse o que eu e o Abel estávamos aprontando, daria um B.O. com certeza.
Ter o meu pai em casa de novo, era a mesma coisa de não tê-lo. Ele trabalhava, se encontrava com o advogado e quando voltava pra casa, já era quase meia noite. Algumas vezes eu acordava de madrugada e tinha a sensação que ele nem em casa estava, pois a porta do seu quarto estava sempre fechada.
Numa dessas madrugadas, eu estava saindo do banheiro quando eu ouvi um choro. Fui ver a Regina em seu quarto e ela estava se revirando na cama e de vez em quando chorava. Eu tinha muita pena dela. Foi quando ela começou a falar.
Regina - Não, não! Pare com isso! Solta ela, Ricardo! Solta ela! Socorro! Alguém me ajude! Ele vai matá-la!
Que porra é essa! Será que isso é só um pesadelo? Ou será que a Regina estava lá na hora?
Regina - Solta ela, seu brutamonte! Aaaaaah, você me machucou! Não! Não!
Regina começou a debater na cama e começou a chorar e depois ficou em posição fetal na cama chorando baixinho.
Regina - Desculpa, mãe! Eu não queria! Foi sem querer! Ele ia matá-la! Eu tinha que ajudar de alguma forma!
Que loucura! Decidi deitar na cama dela e a abracei, fazendo carinho em sua cabeça.
Regina - O que a gente vai fazer? Eu não tive culpa! Eu só queria que ele a soltasse.
Sara - Shhhhh! Calma, Regina! Calma! Vai passar… Shhhhh!
Ela voltou a dormir e acabei dormindo com ela. No dia seguinte quando eu acordei, pensei em fazer umas perguntas a ela, mas achei melhor falar com meu pai antes, só que quando eu acordei ele já tinha saído de casa. Mandei mensagem a ele e mandei mensagem pro Fael, meu namorado. Ele me disse que eu precisava arejar a mente e sair um pouco de casa. Concordei com ele e marcamos de ir à praia. Chamei a Regina, mas ela não quis.
Assim que cheguei na praia, eu vi onde o Fael estava e infelizmente ele estava com os amiguinhos da faculdade dele. Nada contra, mas alguns deles eram muito metidos e não tinha nenhuma menina. Só eu no meio de 5 homens. Não gostei muito disso, mas tratei de mudar o humor.
Quando ele me viu chegar, veio correndo na minha direção e me abraçou, me levantou e me pegou no colo, me girou no ar e quando me colocou de volta no chão, me deu um beijão daqueles de novela das 9. Fiquei até sem fôlego.
Sara - Caramba, Fael! Que delícia de beijo!
Rafael - Eu estava com saudades de você. Queria muito te ver…
Sara - Fael, olha essa mão boba! Seus amigos estão ali!
Rafael - Eles nem repararam…
Sara - Deixa essa mão boba pra quando a gente ficar sozinho.
Rafael - Só que ultimamente, a gente nunca fica sozinho. Tem sempre alguém embaçando…
Sara - Vamos aproveitar hoje então.
Rafael - Falando sobre aproveitar, quando é que a gente vai transar.
Sara - Agora não é o momento. Estou muito preocupada com minha mãe. Não tem clima.
Rafael - Você já tinha até se decidido! Estou doido pra gente transar.
Sara - Já sei! No meu aniversário de 18, depois da festa, a gente faz uma festinha particular e isso vai ser o meu presente.
Rafael - Adorei a idéia! O aniversário é seu, mas quem ganha o presente sou eu hahahahaha.
Sara - Verdade, mas até lá a gente pode brincar um pouquinho.
Chegamos até o grupo de amigos dele, e trocamos cumprimentos. Eu já conhecia todos e inclusive eu não gosto de alguns deles. Quando eu tirei meu short e blusa, notei que todos olharam, e alguns deles até assoviaram.
Rafael - Porra, Vinny! Minha mulher, caralho!
Vinny - Quem mandou namorar, mulher gostosa?
Todos eles riram e inclusive percebi que eles já estavam bebendo um monte, pelo número de latinhas na areia.
Luís - Sara, desculpe a brincadeira, mas você é muita areia pro nosso amigo. Aposto que ele nem aguenta contigo.
Rafael - Cara, eu fico zoando a sua namorada assim?
Luís - Fica!
Lipe - Ô, Fael! Nós somos amigos desde a infância e a gente sempre dividiu tudo.
Rafael - Tomá no cu, seu arrombado! Que papo torto é esse?
George - Sarinha, sua pele é muito branquinha e hoje está muito Sol. Quer que eu passe um pouco de protetor solar em você?
Rafael - Hoje tá foda! Todos resolveram me sacanear!
E novamente ficaram zoando meu namorado. Eu sabia que eles viviam sacaneando uns aos outros, mas já estavam passando dos limites.
Sara - Eu entendo, mas a verdade é que eu amo o meu namorado e ele bate um bolão.
Todo mundo gritou e as zoeiras continuaram! Eles se levantaram pra comprar mais cerveja e eu aproveitei pra beber junto com eles. Eu ainda não tinha costume de beber, mas estava ali com meu namorado e não vi problemas.
Depois eles decidiram dar uma corridinha na areia. Acho que na verdade eles estavam querendo azarar a mulherada e o Fael não quis ir. Aproveitei e falei com ele que queria ficar um pouco mais afastada dos amigos dele pra gente curtir um ao outro com um pouquinho mais de privacidade.
Rafael - Tudo bem. A gente fica um pouco mais pra lá. Você sabe que eu te amo, e que você é mais importante do que eles.
Sara - Eu sei… O Luís e o Lipe passaram um pouquinho da conta. Não gostei, viu? Onde já se viu me perguntar se eu cuspo ou engulo? Criancice!
Rafael - Eles beberam um pouco mais hoje!
Sara - Você fica de brincadeira com as namoradas deles?
Rafael - Sabe como é, né? Um pouco, mas não dessa forma.
Meu celular tocou e era o Abel. Fael viu que era o Abel, e seu humor já mudou.
Sara - Oi, Abel! Estou na praia. Você está na minha casa? Poxa, que pena! Vem pra cá! Pega uma sunga do meu pai e vem. Fala com a Regina. Não sei, mas é só você experimentar. Se ficar apertado, eu vou te zoar. Estou no posto 2 da praia do Pepê.
Rafael - Achei que a gente ficaria curtindo só nós dois.
Sara - Eu também achei, quando você me chamou pra praia.
O pessoal voltou e logo começou a zoeira.
Vinny - Os pombinhos não quiseram ficar com a gente.
Lipe - Fael, se precisar de ajuda ou ficar em dúvida com alguma coisa aí, é só me chamar que eu te mostro como fazer hahahaha
Rafael - Galera, isso já perdeu a graça.
Luís - Sara, o Fael me disse que você tem uma irmã que é igualzinha a você. Verdade isso?
Sara - Ela é sim. E ainda tem um pouco mais de busto do que eu.
Luis - Eita! To olhando pra você e imaginando ela…
Sara - Vou chamar a polícia pra você, porque ela só tem quinze.
Luis - Já tá na idade de começar a brincar, não é não, Fael?
Ele olhou pra mim e eu fiz uma cara feia, e ele entendeu na hora.
Rafael - Gente, vocês estão pegando pesado hoje. Vamos um pouco na água, amor?
Eu dei a mão pro Fael e fomos em direção ao mar.
Lipe - Caralho, a Sara é muito gostosa. Olha só, que rabão!
George - Fala baixo, mané…
Luis - Imagina comer aquele cu? Deve ser apertadinho…
Fiquei puta porque o Fael não defendeu minha irmã e eles ainda fizeram mais comentários e ele fingiu que não ouviu. Entramos na água e ficamos abraçados conversando.
Sara - Fael, não quero mais sair com seus amigos. São uns escrotos filhos da puta!
Rafael - Não liga pra eles! Vamos namorar um pouquinho.
Começamos a nos beijar e a mão boba do Fael começou a apertar a minha bunda. Senti seu pau ficar duro, e dei uma apertadinha. Ele queria botar pra fora pra me sarrar, mas não deixei.
Rafael - Eu te amo, Sara!
Sara - Eu também.
Ficamos nos sarrando e namorando mais um pouco, até que o Abel chegou e eu avistei ele na areia nos procurando. Acenei pra ele, até que ele nos viu. Fael ficou tão puto, que ele resolveu sair da água. Ele cumprimentou Abel e foi na direção dos amigos dele. Abel quando chegou perto, me abraçou e deu um selinho bem rápido em mim.
Sara - Tá maluco! Aqui não! O Fael tá logo ali.
Abel - Seu namorado já viu eu fazer isso. Já devia estar acostumado.
Sara - Ele tá puto contigo, e com razão.
Abel - Nem ligo! Por que você não termina logo com ele? Vocês vivem brigando.
Sara - Antes de você reaparecer na minha vida, a gente se dava muito bem.
Estávamos abraçados quando eu senti aquela coisa crescendo e fazendo pressão na minha barriga.
Sara - Abel, melhor você não ficar colado em mim!
Abel - Foi mal, Sara! É que estou na seca há muito tempo hahahaha
Ficamos conversando sobre vários assuntos durante uns 20 minutos e o Fael retorna.
Rafael - Sara, não dá pra desgrudar um pouco não?
Abel, Calma aí! Não precisa gritar com ela…
Sara - Acho melhor a gente ir embora.
Rafael - Hoje o dia está tão lindo. Poderíamos tirar umas fotos…
Sara - Boa idéia, mas estou com preguiça de ir até lá pegar o celular.
Rafael - Eu acabei de chegar, poderia quebrar essa pra gente, Abel?
Abel - Sem problemas.
Enquanto Abel saía da água, Fael entrou e me abraçou. Eu fico com muito ciúme quando ele te abraça, e ainda por cima está usando uma sunga branca apertada pra se amostrar pra você.
Sara - Já disse que não tem nada demais entre nós dois. A gente é como se fosse irmão. Quando é que você vai entender isso?
Ficamos discutindo mais uma vez, quando de repente escuto um barulho de confusão. Olho pra ver o que está acontecendo, pensando que é arrastão, mas quando eu saio da água pra ver melhor, meu coração dispara.
Sara - Abel! Soltem ele! Fael, faz alguma coisa!
Fael sai correndo da água e fica gritando com os amigos dele pedindo pra parar. Ele praticamente se joga em cima de um deles e eu tentando correr na areia, chorando e gritando.
Sara - Seus filhos da puta! Ele é meu irmão! Seus covardes!
Rafael - Calma, Sara! Liga pra Samu! Abel, você tá bem cara?
Sara - Abel, fala comigo! Abel! Eu vou matar vocês!
Fui na direção do Lipe querendo socar o primeiro que tivesse na minha frente.
Lipe - Foi mal, Sarinha! A gente tava aqui conversando, e vimos esse cara mexendo nas suas coisas e achamos que era um ladrão.
Sara - Por quê acharam isso?
Luís - A gente nunca viu ele contigo, nem com o Fael.
Rafael - Porra! Vocês foderam ele!
Vinny - Ele reagiu, e aí a coisa saiu de controle e todo mundo partiu pra cima dele. Sinto muito, Sara!
Sara - Eu vou chamar a polícia! Vou botar pra foder seus filhos da puta! Olha o que fizeram com ele!
Rafael - Sara, foi um mal entendido. O Abel tá respirando. Ele só desmaiou.
Sara - Você tá passando o pano pra eles? É isso mesmo que eu ouvi?
Rafael - Meu amor, eu estou só justificando, mas eles erraram sim.
Abel - Aaaaaai, Sara, aaaai
Sara - Fica calmo, meu amor! Não se mexa, que o socorro já está vindo. Rafael, eu vou com ele pro hospital, quando a ambulância chegar.
Rafael - E se a gente botar ele no carro? Vai ser mais rápido.
Luís - Eu vou no posto procurar o salva vidas pra ele ajudar a gente.
Felizmente, por incrível que pareça, a ambulância do SAMU chegou e levou ele até o hospital. Rafael disse que passaria lá depois e aproveitei pra ligar pra Tia Kelly. Expliquei a situação e ela ficou muito nervosa. Liguei pro meu pai também, mas ele pra variar, não me atendeu. Deixei mensagem no whatsapp.
As horas foram passando, mas eu não estava mais sozinha. Tia Kelly e Fael estavam comigo. Era impressionante como a Tia Kelly conhecia todo mundo em um monte de hospital. Abel teve duas costelas trincadas, braço quebrado e algumas escoriações. Só pra garantir, fizeram tomografia por causa do desmaio, mas sem maiores problemas.
Sara - Fael, não quero olhar na cara daqueles seus amigos tão cedo. Foram muito covardes e eu ainda acho que deveria ter ligado pra Polícia.
Rafael - Como eu disse, foi um mal entendido, mas eu concordo com o que você decidir.
Kelly - Podem ir pra casa! Já está tudo sob controle, graças a Deus. Você avisou o seu pai?
Sara - Avisei lá na praia, mas depois esqueci. Ele nem liga mais pra gente.
Kelly - Fica assim não, filha! Ele está cheio de problemas, tendo que ver várias coisas de trabalho, preocupado com a sua mãe também…
Sara - Caramba! Tem várias ligações perdidas e mensagens também.
Coloquei os áudios pra ouvir e parece que esse dia estava fadado a ser um dia daqueles.
Sara - Caralho! Fael, vamos pra casa. Deu merda com a Regina!
Rafael - O que houve?
Kelly - Posso ajudar em alguma coisa?
Sara - Cuida do Abel, Tia. Vamos, Fael!
Caralho, meu pai vai me matar! Por que eu fui deixar ela sozinha em casa?
Sara - Mais rápido, Fael! Tá parecendo uma tartaruga, se fosse pra me comer já estaria lá em casa!
Rafael - Não dá pra passar por cima dos carros! Se controla! O que aconteceu?
Sara - Acho que a Regina bebeu e tá de porre.
Rafael - Só isso? Todo mundo já fez isso alguma vez?
Sara - Como só isso? Ela só tem quinze e estava sob minha responsabilidade! Eu não devia ter ido à praia… Merda em cima de merda. Maldita hora que eu aceitei seu convite.
Rafael - Isso quer dizer que a culpa foi minha? Vai se foder!
Sara - Eu não falei isso! Desculpa!
Rafael - Deixa quieto! Estamos quase chegando. Vai querer que eu suba?
Sara - Não! Pelo amor de Deus, não! Vai ser constrangedor! Vou tomar uma sessão de esporro sem hora pra acabar.
Rafael - Qualquer coisa me liga!
Alguns minutos depois cheguei em casa, e me despedi do Fael no carro mesmo. Fui me afastando, mas me lembrei de pegar o óculos escuro e dei meia volta e tenho certeza que ouvi algo assim.
Rafael - Caralho! Apaga essa porra! Tu é maluco?
Sara - Fael?
Rafael - Oi, amor! Algum problema?
Sara - Meus óculos de sol!
Rafael - Toma aqui! Tenho que ir, amor! Surgiu um probleminha.
E ele saiu cantando o pneu. Entrei no condomínio e peguei o elevador já me preparando para o esporro. Abri a porta de casa e lá estava ele sentado no sofá com a Regina. Seus olhos me fuzilando.
Armando - Resolveu aparecer? Se lembrou que tem família? Te dei uma única tarefa. Só uma. E olha o que aconteceu!
Sara - O que? Olha, pai! Eu já estava conformada a tomar o esporro! Agora você vem aqui como se estivesse em casa todos os dias cuidando da gente! Vai tomar no… (Calma, Sara) Vai tomar banho. Hipocrisia comigo, não!
Regina - Hipocrisia, não! Isso aí!
Sara - Pai, você não fez nada!
Armando - Ela não deixa. Se eu encosto nela, ela grita e até tentou me morder. Disse que ia esperar você pra cuidar dela.
Sara - Vamos tomar banho, Regina? Vamos tomar banho juntas?
Armando - Sara, vem aqui!
Sara - Vai escolhendo a roupa, Regina! Pai, me desculpe! Eu sei que pisei na bola
Armando - Acho que fizeram algo com ela!
Sara - Não entendi.
Armando - Cheguei em casa, e não tinha ninguém. Um tempo depois, ela chegou assim desse jeito. Bêbada, e toda vermelha. Alguém embebedou ela, e ela está com umas manchinhas roxas no pescoço.
Meu pai começou a chorar, e eu abracei ele. Ver o meu pai chorando, acabava comigo e agora mais essa. Por que tudo de ruim acontece na minha família?
Sara - Eu vou cuidar dela! Nós vamos cuidar dela! Depois que a gente entrar no banho, aparece lá e examina ela, mas de uma forma que seja de brincadeira.
Armando - Sara, antes de começar o banho, conversa com ela. Se tiver acontecido algo ruim, é melhor não lavar e levar ela pra fazer um corpo de delito.
Sara - Não, pai! Não aconteceu nada com ela, não! Não fala isso!
Armando - OK, mas faz isso que eu te falei. Ela está com a pele bem vermelhinha. Deve ter pegado Sol.
Sara - Eu fui à praia. Será que ela também foi?
Armando - Eu vou ficar escondido ouvindo. Vai lá, minha filha!
Não pode ser! Eu não quero nem pensar no que estou pensando agora, mas se for isso, eu vou matar um hoje. Ah, se vou…