O preço da vingança (Capítulo VII)

Um conto erótico de Leandro Gomes
Categoria: Homossexual
Contém 3262 palavras
Data: 17/02/2023 09:21:53

Capítulo VII

Anoitecia em Paris, e o céu estava nublado, o que tornou a noite ainda mais escura. Um vento forte soprava sobre a cidade, varrendo as folhas secas ao chão, quase arrancando os chapéus das pessoas que voltavam para casa. Os funcionários da prefeitura acendiam as lanternas a óleo pela cidade, uma a uma. Na Rue du Bac, algumas pessoas se dirigiam ao número 66, onde fica o restaurante de Marcel Bordeaux, que estava ganhando fama. Algumas iam pela qualidade da comida, outras eram a própria comida para Marcel e seus companheiros.

Assim que o sol se pôs por completo, Marcel se levantou do caixão, completamente nu, se banhou, e depois se vestiu – um terno branco muito elegante com detalhes em vermelho, uma camisa também vermelha, e sapatos pretos bem lustrados.

- Senhor, os clientes já estão chegando. – Avisou Louis Compte, um dos companheiros de Marcel.

- Já estou descendo. – Marcel ajeitava o chapéu na cabeça. – A madame Kieza já chegou?

- Sim.

- Traga-a aqui para o salão.

- Agora mesmo.

Kieza era uma linda mulher negra, esbelta, de presença marcante. Ela veio da Angola com sua mãe quando ainda era adolescente. Sua mãe era feiticeira e lhe ensinou tudo o que sabia. No entanto, Kieza foi além e se desenvolveu muito mais, tornando-se a maior em Paris. Quando Michel conheceu sobre o seu poder, há alguns meses, buscava com ela uma forma de se fortalecer, em seu objetivo de destruir Paul Cartier.

- Bonsoir, sr. Bordeaux!

- Bonsoir, madame Kieza!

- E então, conseguiu a moça para o ritual?

- Não só consegui, como já fiz o que tinha que ser feito.

- Mas por que não me esperou? Eu te avisei que o feitiço é extremamente perigoso.

- Eu aprendi isso, mas não podia esperar, precisava ser ontem.

- E deu certo mesmo?

- Sim, mas minhas forças foram drenadas rapidamente.

- É disso que estou falando. Eu nunca fiz esse feitiço, não com alguém da sua espécie.

- Bom, você precisa achar uma forma de melhorá-lo, pois só consegui alguns segundos.

- Farei isso. Mas não faça a viagem astral novamente sem mim. Preciso consultar os espíritos sobre como melhorar.

- Pensando bem, madame Kieza, o que preciso é que encontre logo uma forma para eu me desenvolver sem precisar desses rituais. Eles são muito limitados.

- Está insultando as minhas habilidades?

- De forma nenhuma. Estou apenas constatando os fatos.

Marcel colocou a mão no bolso interno do paletó e tirou um maço de dinheiro e o entregou à feiticeira. Ela agradeceu e se despediu para sair. De repente, um forte vento soprou dentro daquele salão, mesmo estando as janelas e portas fechadas. Kieza então entrou em transe e Marcel ficou em alerta – seus dentes cresceram e seus olhos ficaram vermelhos. Louis e Frédéric, o terceiro vampiro, entraram na sala já em alerta. Kieza, então, começou a falar, mas a voz não era dela.

- Então você quer se tornar um vampiro poderoso, Verme sanguessuga?

- Quero, sua maldita! Mas não me venha com essas mandingas fracas. Me traga logo uma solução!

Nesse instante, tudo o que havia de vidro naquela sala começou a explodir, e a voz que saía de Kieza ficou enfurecida e utilizando o corpo dela, os espíritos se aproximaram de Marcel, pegando-o pelo pescoço e o ergueu. Os outros vampiros se aproximaram para impedir, mas com um movimento da outra mão, Kieza os arremessou para trás e os manteve paralisados.

- Não ouse falar assim da minha escrava ou de nós. Podemos te destruir em um piscar de olhos, verme repugnante!

E jogando Marcel no chão, continuaram:

- Estamos te fazendo um favor porque você é um vampirinho fraco, mas se quer ser como Paul Cartier, então precisamos saber se você nos será útil e então iremos te mostrar o que fazer. Em breve falaremos contigo.

Os espíritos deixaram Kieza, e ela, cambaleando, se sentou em uma poltrona. Quando abriu os olhos, ela se deparou com os objetos destruídos. Frédéric e Louis estavam assustados olhando para ela.

- Vejo que você deixou os espíritos furiosos.

- Um pouco. Eles disseram que irão me dizer como ser poderoso como o Paul.

- Ah é mesmo? Que maravilha! Posso ir agora?

- Me responda uma coisa antes. Por acaso Paul Cartier utilizou a mesma magia para se desenvolver?

- Sim. Ele fez isso há muito tempo.

- E você está envolvida nisso?

- Claro que não! Pelo que sei, ele se envolveu com essa magia muito antes de eu nascer.

- Entendi.

- Agora posso ir?

- Não. Quero que fique aqui e me conte tudo o que sabe sobre o Cartier e essa bruxa.

- Mas eu já te contei tudo que sei, e tenho alguns trabalhos para resolver.

- Então vá, mas quero você aqui amanhã à noite, e venha para ficar por aqui até que tudo se resolva.

Assim que Kieza saiu da casa de Marcel, ele entrou no esconderijo no quarto para ver como estavam seus prisioneiros. Jean Roche e Nathalie Montagne se assustaram quando ele entrou.

- Marcel, deixe-me ir embora. Eu prometo não falar nada com ninguém sobre você. Se quiser eu vou embora de Paris.

- Deixe de falar bobagens, sra. Montagne. Você é muito útil para mim aqui.

- Me fale então o que quer com Pièrre?

- Já que insiste. Vou te contar.

Jean estava quieto, apenas observando os dois conversando.

- Existe outro vampiro em Saint-Denis que está atrás do sr. Montagne. O nome dele é Paul Cartier.

- Paul Cartier é vampiro?

- Sim, e um bem perigoso. Ele está atraindo seu marido, mas estou tentando impedir isso.

- E o que ele quer com Pièrre?

- Estou tentando descobrir isso. Bom, chega de papo. Tenho que cuidar dos clientes do restaurante. Volto mais tarde para um drink. Hahahaha. – Ele riu sarcasticamente.

Quando Marcel saiu, Nathalie se virou para Jean, perguntando baixinho:

- Conseguiu?

- Quase. Só preciso achar uma forma de fazer uma ponta nisso.

- Será que vai dar certo?

- Tomara que sim.

Durante o dia, Jean conseguiu soltar uma parte da cadeira e tentava quebrá-la para fazer uma ponta, e assim atacar Marcel quando ele fosse mordê-los.

- Tente desgastar a madeira esfregando-a na parede ou no chão.

- Ótima ideia. Fique perto da porta tentando ouvir se alguém se aproximar.

- Tudo bem.

_______________

Saint-Denis

No centro de Saint-Denis, Pièrre e Anthony andavam apressados rumo ao hotel, ambos ansiosos para o contato de Paul Cartier.

- Pièrre, pensa comigo.

- Diga.

- Veja bem. Marcel mentiu quando apareceu para você no hotel, dizendo que Paul é o vilão da história, e que ele matou seu pai. Mas agora é possível que na verdade, ele, Marcel, é quem os matou. E como a Marie disse, se o Paul quisesse já teria acabado com a gente, então realmente Jean e Nathalie correm perigo. Será que não devemos voltar para Paris?

- Faz todo o sentido o que você está dizendo, mas como iríamos lutar contra um vampiro perigoso como o Marcel? Marie disse que o Paul vai falar com a gente hoje. Vamos aguardar.

- Tem razão.

Os dois continuaram seu caminho até o hotel. Quando chegaram na porta do quarto, uma linda mulher, inglesa, loira de cabelos cacheados, se aproximou deles.

- Bon soir, mes chéres! - Disse ela com um sotaque.

- Bom soir, madamme...?

- Prazer. Sou Lyana Richards.

- Prazer. Anthony Baudin, e esse é Pièrre Montagne.

- Muito prazer em te conhecer, sr. Montagne. – Disse Lyana, estendendo-lhe a mão para o cumprimentar. – Que bom que já chegaram. Estávamos aguardando ansiosos.

Pièrre olhou para Anthony confuso sobre a abordagem de Lyana.

- Não temos muito tempo. Por isso, irei direto ao ponto. Sr. Montagne, o sr. Cartier te aguarda no quarto 13. E você, Sr. Baudin, vai ficar comigo.

- Não. Anthony vai comigo.

- Sr. Montagne, a instrução que você recebeu é de que deverá estar só.

- Pièrre, não temos escolhas. – Disse Anthony, abraçando Pièrre.

Lyana conduziu Anthony ao quarto onde ele estava hospedado, e Pièrre seguiu até o quarto 13, que ficava no outro corredor, paralelo ao seu. Enquanto andava pelo corredor, o coração dele batia acelerado. Ele sentia um misto de medo e curiosidade. Chegando no quarto 13, quando fechou o punho para bater na porta, esta se abriu sozinha. Ele se assustou.

- Entre, Sr. Montagne.

De costas para a porta estava Paul Cartier, sentado em uma poltrona. Ele se levantou e foi até Pièrre, que ainda estava parado na porta. Ali diante dele estava Paul, aquele mesmo homem ruivo, de cabelos curtos, barba cheia e bem feita, olhos azuis penetrantes; alto e forte; seus braços e o peito (visto pela camisa vermelho vinho aberta) com um pouco de pelos... Pièrre conhecia todos os detalhes sobre o físico de Paul através dos sonhos que teve com ele. A presença do vampiro causava admiração, assombro, luxúria... Ele era imponente, majestoso, sensual, e Pièrre não conseguia tirar os olhos dele.

- Não vai entrar?

Sem responder nada, Pièrre entrou e se sentou na outra poltrona. Um milhão de pensamentos misturados com lembranças passavam em sua mente.

- Há quanto tempo, Sr. Montagne! Me lembro da primeira e última vez que nos vimos pessoalmente. Você ainda era um garoto de 16 anos descobrindo os prazeres da vida com seu amigo Jean Roche.

Em outro contexto, com outra pessoa, Pièrre ficaria na defensiva e negaria o que Paul disse. Porém, ele estranhamente se sentia de certa forma confortável com as palavras de Paul. O vampiro o conhecia e ele não precisava esconder nada dele. A mente de Pièrre o transportou para 12 anos atrás e ele lembrou exatamente de tudo, como se estivesse assistindo a um filme sobre sua vida:

Era aniversário da cidade de Saint-Denis, e as pessoas comemoravam nas ruas do centro, um tipo de festival. Havia muitas barracas de comida e bebida dos produtores locais, e algumas pessoas dançavam alegres enquanto, no meio da praça, um flautista os encantava com sua música animada. A família de Pièrre e a de Jean estavam ali juntas, admirando o rapaz tocar. Jean e Pièrre vez ou outra aproveitavam que a atenção de todos estava no músico para se tocarem ou segurar a mão um do outro, para trocarem olhares, sentir o cheiro um do outro enquanto fingiam estar sendo apertados pelas pessoas.

Quando o sol se pôs, um outro músico entrou em cena com um violino – era Paul Cartier, recém-chegado na cidade. Ele começou a tocar graciosamente, encantando a todos. Algumas mulheres, incluindo as casadas, ao perceberem sua beleza, pareciam hipnotizadas. Elas mordiam os lábios discretamente, sentindo seu corpo incandescer de desejo. Alguns homens reagiram da mesma forma, tendo dificuldade de esconder sua excitação, e sentiram-se confusos com o motivo desse repentino efeito.

Enquanto olhava apaixonado para Jean e tentava tocar em seu traseiro sem ser percebido pelas pessoas, Pièrre ouviu a música do violinista e virou-se para ver quem era. Paul Cartier reproduzia músicas clássicas com perfeição e emoção, fazendo com que muitos ali olhassem para ele. Houve um silêncio repentino enquanto ele tocava. Foi então que os olhos de Pièrre e os dele se cruzaram pela primeira vez, e nesse instante, se deu início uma conexão entre eles.

Jean, um pouco impaciente, tentava ter a atenção do amigo, cutucando-o para lhe dizer algo.

- Vamos para a cabana? – Disse baixinho.

- Mas está escurecendo. – Respondeu Pièrre sem tirar os olhos de Paul.

- Ainda dá tempo, vamos!

Jean disse algo para seu pai e saiu entre as pessoas, olhando para trás, mas Pièrre continuou ouvindo a música.

- Vem logo Pièrre!

O jovem Montagne então saiu entre as pessoas, e foi atrás de seu amigo. Em meio aos gritos de “Anda logo” de Jean, ele ouvia uma voz sussurrando, como se alguém falasse no seu ouvido, “Pièrre, venha para mim!” Ignorando os sussurros, ele continuou o caminho e encontrou-se com Jean em uma cabana abandonada. Era para ser um encontro como os anteriores – eles iriam masturbar-se mutualmente ou esfregarem no traseiro um do outro até gozarem, mas o desejo foi tão intenso, que acabaram fazendo sexo com penetração pela primeira vez. Enquanto penetrava o amigo, Pièrre sentia um calor percorrer seu corpo, e era como se ele entrasse em transe e só existisse os dois ali. Jean, de frente para ele, com as pernas dobradas para cima, expressava uma feição de súplica por mais e mais dele dentro de si, e era atendido por Pièrre, que lhe dava estocadas firmes e profundas. Quando chegava ao orgasmo, Pièrre entrou em êxtase: seus sentidos se aguçaram e ele sentia o contrair dos músculos daquele orifício quente que agasalhava seus, até então, 19 cm de rola; ele ouvia a respiração ofegante de Jean, o bater de seu coração acelerado, e então sentiu o esperma percorrer os vasos, a uretra e jorrar dentro de seu amante. Seu membro, dando espasmos pós-orgasmo, ainda continuou duro e Pièrre desejou mais. Eles trocaram os papéis e quando foi penetrado, sentiu tudo novamente. Em meio aos gemidos deles, a voz continuava ecoando em seus ouvidos: “Pièrre, venha para mim”. Jean dava estocadas rápidas e fortes, ele estava afoito por estar penetrando em um cu pela primeira vez, e sentia-se um homem de verdade. Não demorou mais do que cinco minutos e o orgasmo veio. Encheu de sêmen o cu de seu amado enquanto ele também gozava masturbando-se.

Após o sexo intenso, enquanto se vestiam para retornar ao festival, Pièrre ouviu o chamado novamente, mas desta vez a voz falou mais forte, tanto que olhou em volta assustado, gritando:

- Me deixa em paz!!!

- Que foi, Piè? – Jean perguntou assustado.

- Você não ouviu?

- Não ouvi nada.

- Parecia alguém me chamando.

- Credo. Vamos voltar para o festival.

Eles deram um beijo intenso e voltaram para a multidão.

Sem tirar os olhos de Pièrre, Paul lhe serviu uma taça de vinho.

- Pois bem. Precisamos conversar.

_________________

Paris

Jean encontrou uma parte da parede mais áspera e começou a esfregar o pedaço de madeira no intuito de fazer nela uma ponta, enquanto Nathalie ficava ouvindo na porta caso alguém se aproximasse. Ele e Nathalie revezavam nessa tarefa. Ainda faltava um pouco para a madeira ficar pontiaguda, quando Nathalie ouviu passos se aproximando.

- Para, tem alguém vindo. – Disse ela baixinho.

Jean escondeu a estaca debaixo do colchão e se deitou. A porta se abriu; era Louis.

- Vim trazer o jantar para vocês. Afinal, precisam estar bem alimentados para Marcel também ficar bem alimentado.

- E se recusarmos a comer?

- Você não tem escolha. Se não comer, vai morrer de fome, ou morre quando te sugarmos todo o sangue.

- Louis, o que Marcel fez com minha irmã?

- Marcel não fez nada. Mas eu e Frédéric fizemos muitas coisas. Ah, é mesmo, você viu a gente fodendo a boceta e o cu dela, enquanto a cadela urrava de tesão, e de dor também porque gostamos de sexo com força. Hahaha!!

- Seu desgraçado! Vai me pagar! Onde ela está?

- Ela está descansando em paz, se é que me entende.

- Nãaaao! Desgraçados! Malditos!!

Nathalie foi para cima de Louis dando socos nele. Louis, enfurecido, se transformou e a pegou pelo pescoço, erguendo-a do chão.

- Aquela vadia não servia para nada, e se não quiser ter o mesmo fim que ela, é melhor que se comporte.

Louis ainda falava, quando Jean se levantou e, com toda força que ainda tinha, o golpeou com a estaca nas costas. Louis imediatamente soltou Nathalie, que caiu no chão, recuperando o fôlego; depois, se virou para Jean, dando-lhe um soco que o arremessou contra a parede. O vampiro tentou alcançar a estaca nas costas, mas não conseguia. Como a estaca não tinha a ponta aguda o suficiente, não atingiu seu coração, e então nada lhe aconteceria além de uma ferida, que se fecharia logo. Louis, então, começou a golpear Jean, dando-lhe fortes socos e o enforcando com as mãos.

Nathalie, aproveitando-se de um momento em que o vampiro se abaixou enforcando Jean, e pegou a bandeja de metal que caira no chão e atingiu com ela a estaca fincada nas costas de Louis, fazendo-a se aprofundar no corpo dele até atingir o coração. Louis se levantou, fazendo grunhidos. Seu corpo começou a definhar, secando-se rapidamente. Enquanto ele agonizava, Nathalie correu até a porta para sair, mas olhou para trás e viu Jean caído ao chão muito machucado. Ela foi até ele e o levantou e, fazendo-o apoiar-se em seus ombros, saiu com ele do quartinho.

No restaurante, Marcel estava conversando com o delegado da cidade e sua esposa, quando ouviu um barulho vindo do andar de cima. Imediatamente, por telepatia, ele deu uma ordem a Frédéric: “Vá lá em cima imediatamente ver o que houve”. Frédéric, que recepcionava os clientes do restaurante, saiu às pressas. Quando lá chegou, foi direto ao quarto de Marcel, e encontrou a porta aberta. Ao entrar, viu a porta do esconderijo também aberta e o corpo de Louis caído, já totalmente seco. Por telepatia, ele chamou Marcel, que veio logo em seguida.

Como havia apenas uma saída, que era a escada do restaurante, Nathalie e Jean se esconderam no salão, atrás de um sofá. Quando Frédéric entrou, Nathalie aproveitou para sair, mas deu de cara com Marcel na escada. O vampiro, já entendendo o que houve, agarrou-a pelo pescoço e em grande velocidade, levou-a para o salão.

- Então você queria fugir, sua meretriz!

- Por favor, me deixe ir!

- Frédéric, onde está Jean Roche?

- Ele não está aqui!

- Como não?! Não tinha como ele sair despercebido pelas escadas. Encontre-o logo enquanto eu cuido dessa aqui.

Frédéric procurou por todos os cantos do salão e do quarto, mas não encontrou Jean. Marcel, furioso, usou seus poderes para deixar Nathalie paralisada. Ele então, foi até um armário e pegou um punhal de prata e se aproximou dela. Colocou-a deitada no chão, no local onde havia alguns símbolos e fez começou a pronunciar palavras em língua desconhecida. Ele cortou o pescoço dela com o punhal e usou o sangue para fazer novamente o feitiço de projeção astral.

_____________________

Saint-Denis

- Pois bem. Precisamos conversar. – Disse Paul Cartier, sentando-se na poltrona de frente para Pièrre.

- O que quer comigo?

- Calma, você está muito ansioso.

- Me diz logo o que quer comigo.

- Tudo bem. Na verdade, eu vou muito te contar tudo, mas não temos muito tempo. Como já te disse, seus amados correm perigo em Paris. Marcel Bordeaux descobriu meu interesse em você assim que você veio para cá e, para te fazer retornar, ele chegou até Jean e Nathalie e os prendeu. Felizmente, eu te achei a tempo, pois se você fosse sozinho, Marcel poderia matar todos vocês.

- Por que tem interesse em mim? Você vai me ajudar a salvá-los? E por que faria isso?

- Calma, sr. Montagne. Eu tenho contigo uma ligação muito profunda, espiritual, estabelecida desde que nos vimos naquele festival. Eu não entendia porque isso aconteceu, e ao longo dos anos, você sempre esteve em minha memória, em meus sonhos, e tenho certeza de que você passou pelo mesmo.

Ao dizer isso, Paul se aproximou de Pièrre e repousou sua mão sobre a perna. Pièrre sentiu seu corpo estremecer todo e deu um suspiro, confirmando que tudo aquilo era verdade.

- Então, quero salvar seus amados por causa dessa nossa ligação, pois sei o quanto eles são importantes para você. Mas preciso e quero que se una a mim e concretize a nossa ligação.

- Do que está falando?

- Preciso que...

No mesmo instante, a projeção de Marcel apareceu diante deles. Paul Cartier transformou-se e ficou em estado alerta. Pièrre, assustado, ficou imóvel na poltrona.

- Pièrre Montagne, é melhor voltar agora, ou eu vou acabar com seu amante Jean Roche assim como estou acabando com sua mulherzinha!

A imagem de Marcel desapareceu. Pièrre se levantou da poltrona e, pegando Paul pelo sobretudo, disse desesperado:

- Por favor, faça alguma coisa!

Fim do sétimo capítulo

_______________

Estão gostando da história?

Comentem!!!

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 9 estrelas.
Incentive LeandroMineiro a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

A história está ótima!!!!

Pena vice demorar tanto tempo para postar os capítulos....😔😔😔😔😔

0 0