Eu estava no 4º período de Engenharia Mecânica quando a minha turma foi convidada para uma viagem. Essa viagem estava sendo organizada pela turma de engenharia de produção, mas por conta do baixo número de adesão, abriram vagas para nossa turma e para mais uma de administração.
Na minha turma tivemos poucos confirmados, apenas eu e mais dois colegas. Estavam quase cancelando quando a turma de administração confirmou em peso. Foi o suficiente para pegar um ônibus bom. A viagem era bem interessante, iríamos para Bento Gonçalves - RS, visitar algumas empresas, incluindo a Tramontina.
Foi contratado a empresa de viagem, alugamos quartos no hotel, 3 pessoas por quarto e marcado a data. No meu quarto, seria eu e mais esses 2 colegas da mecânica. O dia chegou e nos encontramos na frente da faculdade para embarcar no ônibus. Era uma quinta-feira à noite, iríamos virar a noite viajando e logo cedo de manhã chegaríamos no destino, íamos comer e depois para a primeira visita do dia.
Eram 23 horas quando fui para frente da faculdade, aquele dia nossa aula tinha sido cancelada, o ônibus recém tinha chegado no local. Para minha surpresa, era um ônibus de 2 andares, aquele que tem mesas no primeiro andar. Guardei a mala e fui rapidamente procurar um local para sentar e largar minhas coisas. Minha turma conhecia bem a turma de eng. de produção, volta e meia fazíamos matérias juntos, tinha amizade com algumas pessoas ali já. Eu fui direto para o fundo do ônibus no segundo andar, combinamos de pegar esses lugares para a gente, estávamos levando vodka e Schweppes para beber.
Chegando lá, só tinham dois lugares vagos, as duas poltronas do lado do banheiro, as últimas do ônibus. Não gostei muito, mas tudo bem, pelo menos eu ia sentar sozinho. Larguei minha mochila e a manta no assento da janela e sentei no do corredor O ônibus estava cheio, mas não lotado, alguns poucos sortudos iam sozinhos e eu fui um deles, pelo menos era o que eu achava.
O ônibus nem tinha partido e nós já estávamos bebendo e fazendo confusão. O andar de baixo tinha sido tomado pela turma de administração que estavam organizando um campeonato de truco. Dois professores de adm e um de produção estavam acompanhando a gente. Tinha sido proibido, pela faculdade, levar bebidas por acontecimentos passados, achei até que iam nos repreender, mas não foi o que aconteceu.
Com um pouco de álcool na cabeça, levantei do meu lugar e fui dar uma “geral” no ônibus para ver quem ia viajar com a gente. Eu não conhecia mais da metade que estava ali. Desci para ver como estava o truco e voltei para o meu lugar. O clima estava bem gostoso, a viagem tinha se iniciado e tínhamos uma bela noite pela frente.
O barulho estava alto, bastante gente conversando e gritando, às vezes escutava umas batidas de mesa vindo lá de baixo e alguém berrando “truco caguedo”, “três tento”, “seis então, seu corno”. O segundo andar tinha bastante barulho de conversa, só fomos interrompidos pela professora de administração. Ela estava na escada, visivelmente bêbada, erguendo um violão.
– Achamos um violão ali embaixo, é de alguém? – ela berrou com uma voz potente.
Foi engraçado o silêncio que tomou conta do andar. Só pelos berros do 1º que não paravam, “doze, seu boca de caçapa”, escutamos e rimos.
– É de alguém esse violão? – a professora repetiu a pergunta interrompendo as risadas, mas ninguém respondeu – alguém sabe tocar? – o silêncio continuou – alguém sabe tocar? – ela repetiu.
– O Beto sabe – uma voz feminina falou lá do meio do ônibus.
Meu amigos que estavam bebendo comigo me olharam como se fosse um crime eu não ter me pronunciado antes. Eu sabia tocar, só estava com vergonha. Olhei pra frente bastante surpreso por alguém saber que eu tocava, fazia um tempinho que eu não pegava em um violão. Essa pessoa deveria me conhecer.
– Quem é Beto? – a professora perguntou para a menina misteriosa.
– É esse aqui – o colega que estava na minha frente falou apontando para mim.
A professora veio até a nossa direção e alcançou o violão.
– Toca alguma coisa aí – ela falou com a língua enrolada.
– Faz tempo que eu não toco – eu falei tocando nas cordas.
– Não tem problema, toca algo pra gente.
Tentei dar uma afinada nas cordas, estava bem desafinado. Realmente fazia tempo que eu não tocava, mas quando tocava, eu tinha um repertório padrão com aquelas músicas que todos sabem cantar, resolvi seguir ele. Comecei tocando Dormi na Praça, depois continuei nas famosas do Bruno e Marrone, bastante gente foi cantando junto. A vergonha sumiu rápido. Eu estava de pé no corredor, com o pé apoiado no assento do meu amigo, só parava de beber para beber uns goles.
A professora cantava bem para um caramba, o resto não, pareciam uns grunhidos de porco. Mas foi legal, o violão era “ruim” e continuava desafinado, mas era tanta gente cantando que nem dava para escutar o som dele, podia tocar qualquer coisa que o povo ia cantar. Eu estava tocando Anna Júlia quando vi um rosto familiar se aproximando ali do fundão do ônibus. Mari, minha colega desde o ensino fundamental, nos formamos no terceirão juntos, agora cursava administração. Eu ODIAVA ela. Mari sabia que eu tocava violão, deve ter me visto quando dei uma volta no ônibus.
Recapitulando um pouco, estudei em um colégio bom da minha cidade, apesar da turma ser bem unida, tinha algumas divergências. Eu fazia parte da turma dos nerds, mas era amigo de todos, praticamente. Durante a semana ficava em casa jogando Tibia, nos finais de semana eu saía para fazer festa com os playboys da turma.
Eu não só não era amigo das patricinhas da turma. Elas eram umas 6 meninas, todas muito ricas, que se achavam demais e não se importavam com ninguém além delas mesmas. Para ser mais justo, uma delas só se salvava, que era a Nanda, a menina que eu perdi a virgindade. Uma história que contei aqui já. Nanda era querida e não compactuava com a maioria das atitudes das suas amigas, mas como cresceu com elas, tinha fortes laços. Praticamente a ovelha negra.
Já por outro lado, tinha Mari, uma das pessoas mais nojentas que eu tive o desprazer de conviver nessa vida. Ela era arrogante, se achava melhor que todo mundo, não se importava com nada além dela e foi uma das grandes responsáveis pela minha auto-estima horrível. Tive alguns períodos na juventude que fui acima do peso, ela fazia questão de usar isso para me incomodar. Infelizmente, o que ela tinha de boçal e nojenta, ela tinha de gostosa. Isso dava raiva, pois sempre tinha um idiota para ficar babando nela e dando moral.
Voltando para a história, quando vi Mari no ônibus meu sangue ferveu de raiva, por um breve instante errei a sequência de notas no violão, mas ninguém percebeu. Tentei ignorar a presença dela. A música acabou, tomei outro gole de bebida e toquei outra música. Foi indo assim, Mari foi se aproximando. Meus colegas ficaram bobos com a presença dela ali, afinal, uma moça bonita no meio de um círculo de homens bêbados. Fizeram questão que ela bebesse com a gente. Continuei tocando e continuamos bebendo.
– Toca a nossa música – Mari falou em uma das pausas que fiz para beber.
Alguns colegas me olharam assustados. Eu olhei para ela, tenho certeza que percebeu a raiva que eu sentia por ela, ou não, mas ela apenas sorriu. Não era a “nossa música”, mas a nossa turma do terceirão tinha um “hino”, era Razões e Emoções do NX Zero. Começou como zuera, mas logo se tornou a música que eu sempre tocava quando pegava o violão quando estava com meus colegas do colégio.
Eu pensei em não tocar, mas toquei. É impressionante como as pessoas cantam essa música com paixão, quase o mesmo efeito que Evidências têm, só que menor. Pelo menos o pessoal da minha idade. Mari cantou também, mas sempre se mantendo na mesma pose, como se fosse uma princesa. Tentei não olhar muito para ela. Chegou uma hora que o povo foi cansando de cantar, então encerrei os trabalhos e coloquei o violão no compartimento das malas de mão. Sentei no meu lugar, minha mão doía um pouco e estava verde por conta das ferrugens das cordas antigas daquele violão. Eu estava tonto com o tanto de álcool ingerido.
– Posso me sentar contigo? – olhei assustado para o lado, Mari estava de pé. Eu devo ter feito uma cara de assustado – não se preocupe, eu não mordo.
– Tá – eu respondi contra a minha real vontade, mas de alguma forma, ela me intimidava.
Levantei do meu lugar, peguei minha mochila que estava no assento da janela e coloquei no compartimento acima, junto com o violão. Mari aproveitou o momento e sentou lá. Eu estava totalmente desconfiado dela, mas ao mesmo tempo muito curioso. “Que diabos está acontecendo aqui?” eu pensava, “será que estou tão bêbado que estou alucinando?". As luzes do ônibus se apagaram para o pessoal poder dormir, já deveria ter sido feito a tempo isso.
Mari odiava todo mundo que não fosse ela, e eu odiava ela. Não fazia sentido o jeito que estava agindo. Sentei ao seu lado, ela sorriu pra mim e veio me beijar, despreparado, eu fui pra trás e segurei seus ombros.
– O que você está fazendo? – eu perguntei sussurrando.
– Tentando ficar contigo… – ela falou como se fosse a coisa mais normal do mundo.
– Está louca? Eu não quero ficar contigo – eu disse.
Por mais gostosa e bonita que ela fosse, eu realmente sentia nojo dela. Não suportava a sua presença. Daquele jeito que eu sabia que ela era bonita, mas não conseguia sentir o mínimo de atração.
– Beto, eu sempre consigo o que eu quero, e agora eu quero ficar contigo.
– Comigo você não vai ficar – eu levantei da cadeira, apontei para frente do ônibus e sussurrei – vai pro seu lugar.
– Senta aqui – ela falou, olhou para minha cintura e deu um leve sorriso.
Por algum motivo doido, eu gostei daquele olhar no meu pau, senti ele dando uma acordada. O que me deixou bravo comigo mesmo, era meu ponto fraco.
– Senta e abre a calça – Mari falou colocando a mão em cima do meu assento.
Eu fechei os olhos e respirei fundo. Fazer putaria escondido no fundo do ônibus? Meu sonho de adolescente que nunca pensei em realizar, apenas no meu mundo de fantasia. Mari tirou a mão do meu lugar e eu sentei. Abri a calça mas não tirei meu pau pra fora. Mari colocou a mão e foi introduzido por dentro da cueca, pegou no meu pau, senti uma onda de prazer percorrer meu corpo, ela puxou ele pra fora, meu pau ainda estava meia bomba.
– Não quer me beijar antes? – ela falou olhando em meus olhos.
Fiz um não com a cabeça.
– Tudo bem.
Mari se abaixou e abocanhou meu pau ainda mole, ficou passando a língua na cabecinha dele. Rapidamente ficou duro e eu ofegante. Mari então tirou ele de sua boca.
– Se alguém vier para cá, me dê um toque no ombro que eu paro e você se cobre – ela falou puxando a minha mantinha.
Não respondi nada, só fiquei olhando para ela. Eu não conseguia sentir desejo por ela, só repulsa, mas mesmo assim eu estava aceitando um boquete. Pensei comigo mesmo “vou deixar ela fazer o tempo que quiser, não vou conseguir gozar mesmo”. Era um bom jeito de dizer “você não consegue o que quer”. Eu tinha certeza que todo o nojo que eu sentia por ela iriam me impedir de sentir prazer ou qualquer coisa do tipo, mas como eu me enganei.
Mari começou a chupar meu pau bem devagarzinho, deu uns beijos na cabecinha, desceu lentamente dando leves beijos em todo meu pau. Seu lábio tocava minha pele com bastante cuidado, cada toque eu sentia pequenos arrepios. Dava para ver meu pau pulsando, pedindo mais. Mari abriu a boca e colocou toda a cabecinha nela, ficou passando a língua com forças ao redor dele, eu quase gemi no ônibus, mas me contive. Ela notou que eu tive que me segurar e vi um sorriso se fazer em sua boca. Às vezes eu olhava para o corredor para ver se alguém via, mas a única movimentação que tinha era nas escadas.
Esse foi um dos, se não o melhor boquete que já recebi. Meu pau foi ficando bem babado, senti seus dedos passando nas minhas bolas, sua língua contornava meu pau de formas espetacular, sem querer soltei um gemido baixo, Mari tirou a mão que estava segurando no meu pau e tapou a minha boca, a outra mão ela continuou acariciando minhas bolas. Ela foi acelerando seus movimentos e o prazer foi aumentando. Ela logo percebeu o que eu gostava e abusou disso.
Eu não sabia se ela queria que eu gozasse em sua boca, mas foda-se. Resolvi aproveitar o momento. Senti meu orgasmo chegando enquanto ela descia e subia com sua boca no meu pau, segurei o máximo que pude. Quando gozei, Mari parou o boquete mas não tirou a boca do meu pau, ficou passando a língua enquanto meu pau pulsava, eu tive vontade de gritar de prazer. Ela não soltou meu pau até ele não mostrar mais sinais de vida.
Quando achou que era hora, tirou a boca, deixando ela bem fechada, seu rosto veio até perto do meu, ela estava com um sorriso malandro, abriu a boca e eu vi em sua língua e minha porra repousada, era uma quantidade razoavelmente grande. Fechou a boca e engoliu, pegou o copo dela que ainda tinha bebida e tomou um gole.
– Pronto, agora pode me beijar? – ela perguntou.
Eu não tinha a mínima vontade de beijar ela, eu queria levantar e sair dali, ou que ela saísse e me deixasse sozinho. Mas o boquete foi tão bom, mas tão bom, que eu cedi. Coloquei a mão no pescoço da Mari e a puxei para perto de mim, sua boca veio até a minha e nos beijamos, seu beijo era quase tão bom quanto seu boquete, quase.
– Viu, eu disse que consigo tudo o que eu quero – ela falou entre beijos.
Eu já estava me sentindo um merda antes, aquilo só piorou a minha situação. Mas não tive muito tempo para pensar, Mari voltou a me beijar e eu retribui. Estava bom… Ficamos um bom tempo assim, acredito que uma meia hora, para mais, não sei, não tinha como ver as horas. Até que ela adormeceu no meu ombro. Eu sentia bem seu perfume daquele jeito, era muito bom. Eu estava sentindo muita raiva, nojo e desgosto de mim, ao mesmo tempo que queria levar ela para o banheiro ali do lado e comer ela com toda a vontade do meu corpo. Claro que eu não iria sugerir isso. Fechei os olhos e dormi. Foi bom dormir com alguém coladinha em mim, foi horrível saber quem era esse alguém.
Acordei no outro dia com o ônibus estacionado na padaria que iriamos comer. Mari não estava mais ao meu lado. Eu tinha dormido descoberto e acordei coberto, sorte a minha pois fico com dor de garganta fácil, obrigado Mari, ou não. Estava com ressaca, como uma boa parte dos colegas de viagem, foi difícil acordar e colocar a cabeça no lugar. Estava quase achando que o acontecimento da noite anterior tinha sido alucinação, até ver o olhar do meu amigo, Vini.
– Que diabos aconteceu aí ontem? – ela perguntou do assento que fica na frente do banheiro – quer saber, melhor eu não tomar conhecimento disso.
Pedro que estava na poltrona na minha frente, olhou para trás com os olhos curiosos.
– O que você fez? – ele perguntou.
– O que você viu? – eu perguntei para Vini que continuava me fuzilando.
– Ver eu não vi nada, graças a Deus. Só ouvi você gemendo depois que aquela guria sentou contigo.
– Como assim? – Pedro levantou e olhou no assento ao meu lado para ver se achava a Mari.
– Eu gemi muito? – perguntei para Vini, eu estava com muita vergonha.
– Sei lá, Beto, ouvi dois gemidos teus e coloquei o fone de ouvido, ninguém merece ouvir essa desgraça.
Pedro estava rindo, até que André, o colega que estava sentado ao lado de Vini levantou e falou.
– Não acredito que você pegou a Marianna.
– Eu também não… – falei.
– Cara, você sabe que ela tem namorado?
Foi como levar um soco na boca do estômago. Eu já estava sentindo nojo de mim, depois daquela informação eu queria tirar a minha pele e colocar pra lavar. Eu não sabia disso.
Bom, as coisas ainda poderiam piorar. Queria ter escrito tudo em um só texto, mas acabei me animando e ficou longo, vou dividir em duas partes. Bom final de semana para vocês.