Capítulo 5 – Incestum
Hoc corpus filii in coitum vetito invasit (= este invadiu o corpo do filho em um ato sexual proibido), esta frase, ligeiramente adaptada às circunstâncias que meu pai e eu estávamos vivendo, mas com o mesmo significado da original, mencionada na Eneida de Virgílio, trata do incesto que em algumas civilizações antigas como a chinesa, egípcia e grega não representava o tabu com o qual as civilizações atuais o tratam.
Após a experiência pela qual ambos passamos, cada um sentindo tesão pelo outro, quando este era o único ingrediente de nossa relação estreita que ainda não havia sido explorado, meu pai e eu passávamos por um período de questionamentos. Eu me perguntava por que havia sentido ciúmes dele, depois daqueles comentários das minhas colegas de escola sobre a atraente virilidade do meu pai, e por quê, tê-lo visto se masturbando, o que nada mais é do uma necessidade fisiológica de qualquer ser humano, tinha me feito gozar. E, tenho por certo, que meu pai, a seu turno, também se questionava do porquê de haver sentido tanto tesão, a ponto de ter um orgasmo apenas me vendo satisfazer outro macho. Contudo, fazíamos nossas análises e indagações naquele silêncio introvertido que até tinha uma aura de tabu caso fossem verbalizadas. Passamos alguns meses assim, cada um ciente do que acontecia com o outro em termos sexuais, ou seja, eu ser um gay tendo minhas primeiras relações sexuais, e ele um homem no auge de sua vida produtiva direcionando suas energias reprimidas para a autossatisfação. Ambos sabíamos que havia tanta coisa ainda recalcada em nosso relacionamento que precisava vir à tona e ser solucionada, para que nossas vidas pudessem ser mais completas e felizes.
- Mês que vem é seu aniversário, filhão! Dezoito anos, Theo! Uma data que não pode passar em branco, por todo simbolismo que carrega. Eu quero que seja um dia memorável para você, filhão! Vamos fazer uma super festa, você convida todos os seus amigos, pense num lugar onde vocês jovens curtiriam estar e vamos dar a festa lá. Ou, se você estiver afim, podemos fazer uma viagem por uma semana, só eu você, para onde você quiser. Também podemos fazer as duas coisas, o importante é que quero te proporcionar uma comemoração inesquecível. – propôs meu pai, cheio de entusiasmo.
- Legal, pai! Você é o melhor pai do mundo, eu já te disse isso?
- Muitas e muitas vezes, mas eu gosto de ouvir e você pode repetir mais milhares de vezes que eu vou ficar muito feliz. – devolveu ele.
- Então, só que eu estou atolado nos estudos, tenho que entrar na faculdade e os vestibulares estão aí, quase na porta; portanto, acho que a viagem está fora de questão. Quanto a festa, você sabe que eu não sou o tipo de garoto que curte muito as baladas, e uma super festa, além de cara, vai dar um trabalhão para organizar roubando tanto o seu quanto o meu tempo que já está bem atribulado. – ponderei
- Você só vai comemorar dezoito anos uma vez na vida, Theo! Um pouco de sacrifício extra não representa um problema tão grande assim. Você é um excelente aluno, alguns dias longe dos livros não serão a causa de você não entrar numa boa faculdade. Quanto a mim, sair alguns dias da rotina só vai melhorar minha disposição. – argumentou.
- A festa, então! – optei, para agradá-lo.
- A festa e, a viagem! – se havia algo que meu pai entendia bem era negociar, convencer os outros de suas ideias e vendê-las. Eu não fui exceção.
- Está bem, a festa e a viagem! Amo você, paizão!
- Amo você, Theo! Meu mais precioso tesouro! Minha razão de viver! – retrucou, me abraçando forte e me cobrindo de beijos melados que, se fossem em público, teriam me deixado constrangido.
A viagem ocorreria na semana do aniversário, pois coincidia com um feriadão prolongado e o destino escolhido, devido a um pacote promocional, foi Buenos Aires na Argentina, por ser mais próximo, apesar de eu já conhecer a cidade em viagens anteriores. A festa foi contratada numa casa noturna badalada para o final de semana seguinte, dando tempo de distribuir os convites e quebrar a rotina dos meus colegas por uma noite cheia de agito.
Eu estava radiante quando o avião levantou voo naquela manhã ensolarada rumo a Buenos Aires, era a nossa primeira viagem sem a companhia da minha mãe, e quando meu pai cobriu a minha mão com a dele sobre o apoio de braço que separava nossas poltronas, eu soube que a mesma constatação estava passando pela cabeça dele. Ambos nos encaramos com um sorriso triste, a nossa dor era algo que apenas nós mesmos conhecíamos em toda sua dimensão, e de como nos levou àquela cumplicidade ímpar.
- Obrigado, paizão! Você não faz ideia do quanto eu te amo, pai! – balbuciei, com os olhos marejados.
- Obrigado, parceirão! Não sei o que seria da minha vida sem você! – devolveu ele, visivelmente emocionado. Deitei minha cabeça no ombro dele e ele beijou minha testa, enquanto nossos dedos se entrelaçavam com força.
Não fizemos nada de excepcional, além dos programas clássicos dos turistas, passeios, compras, refeições em restaurantes ao ar livre, pois os dias esplendidos de céu azul, temperatura agradável e iluminados por um sol fulguroso pediam isso. A única programação que fugiu a esse padrão, foi numa balada gay, sobre a qual meu pai havia feito mistério até entrarmos na casa noturna.
- Paizão, isso está cheio de gays! – exclamei estupefato, quando vi meia dúzia de gogo boys sarados quase nus fazendo performances num palco elevado, ao redor do qual uma galera majoritariamente jovem dançava assanhada e, aos pares, ao som de um DJ tocando música eletrônica.
- É um universo de pessoas como você, especiais de alguma forma por fugirem do estereótipo convencional. Você não precisa aderir a esse mundo, ou gostar de tudo que acontece nesse universo, mas deve conhecê-lo para melhor fazer suas escolhas de vida. – mais uma vez aquele homem me surpreendia com seus ensinamentos, e isso só fazia meu amor por ele crescer.
- Você não se sente desconfortável aqui no meio dessa galera, sendo homem heterossexual? – perguntei.
- Não, não sinto! Desde jovem sempre fui muito seguro da minha sexualidade, do meu papel na sociedade, não seria determinado grupo de pessoas com características diferentes das minhas que me intimidariam. Até porque, e aí vai um segredinho do seu pai, que agora que você tem dezoito anos e é capaz de compreender, eu já senti e dei muito prazer a carinhas gays quando iniciei minha vida sexual. – confessou, deixando-me mais uma vez perplexo.
- Pai! Cacete, e você fala isso com essa tranquilidade toda? – indaguei, vendo surgir no rosto dele uma risadinha depravada.
- E como você queria que eu te contasse isso, fazendo um discurso empolado e prolixo?
- Não. Sei lá, é que nunca conversamos assim antes.
- Você quer dizer, com tanta naturalidade e franqueza? – ele ria
- É, acho que é! – devolvi encabulado.
- Você sabe que esse seu jeitinho de ficar encabulado é algo que atiça os homens, não sabe? – sentenciou
- Também já percebi isso! Mas, não consigo evitar, sei lá!
- Não evite! Faz pare do seu charme.
No final das contas eu curti muito dançar com meu pai naquele ambiente, onde tanto ele quanto eu fomos explicitamente assediados e rimos muito juntos com essas abordagens.
Era início da madrugada quando regressamos ao hotel. Eu estava com o esqueleto quebrado, fazia tempo que não me movimentava tanto, passando horas e horas debruçado sobre livros e apostilas.
- Vou checar se o spa está aberto, nadar um pouco antes de deitar vai me ajudar a dormir. – comuniquei ao meu pai quando entramos na recepção do hotel.
A piscina na cobertura do hotel estava vazia àquela hora, toda cercada por amplos panos de vidro e um teto também envidraçado. Podia-se enxergar o skyline iluminado da cidade e o céu com uma lua em crescente quase completa que se via cercada de pontinhos faiscando a milhares de quilômetros. No cubo de vidro reinava o silêncio e no ar pairava o aroma de essências silvestres trazendo frescor e relaxamento ao ambiente. Pegamos roupão e toalhas com o funcionário na entrada do spa no andar debaixo, onde também deixamos nossas roupas num dos armários do vestiário e fomos para a piscina de água cristalina na qual se podia ver o reflexo da lua tremulando na superfície. Aproximei-me da borda e enfiei o pé na água para testar a temperatura criando coragem para dar o mergulho. A princípio meu pai não tencionava entrar na água, apenas me fazer companhia, refestelando-se numa das espreguiçadeiras que cercavam a piscina. Eu estava de costas para ele quando tirei o roupão atoalhado dos ombros e o deixei cair aos meus pés, saltando para dentro da água completamente nu. Aflorei à superfície alguns metros adiante e nadei até a borda oposta, uns 30 metros mais ou menos, sob o olhar do meu pai que, eu nem desconfiava, estava repleto de um desejo imoderado e inconfessável pelo meu corpo sensual deslizando dentro d’água. Cruzei a piscina algumas vezes de borda a borda antes de me debruçar na beirada próxima de onde ele estava sentado me observando.
- Vem, pai, está uma delícia! – chamei sorrindo. Ele hesitou por alguns minutos, e eu só soube porque quando ele se aproximou da borda e tirou o roupão, deixando seu caralhão gigantesco e excitado à mostra.
Ele saltou num mergulho raso, emergindo de barriga para cima, e eu nadei na direção dele. Ao alcançá-lo ele afundou minha cabeça na água, antes de me erguer e me lançar novamente de costas dentro d’água. Ficamos um tempo brincando assim, ora fugindo um do outro, ora um tentando afundar o outro, ora eu mergulhando e passando por entre as pernas vigorosas e peludas dele. Se aquilo não foi uma dança de acasalamento eu não sei o que foi; pois, assim que nadei para a borda e voltei a me debruçar nela, senti meu pai abraçando meu tronco e esfregando o cacetão grosso completamente duro nas minhas nádegas, procurando avidamente abrir meu reguinho à procura do meu cuzinho. Quando o senti arfando no meu cangote, empinei a bunda carnuda contra a virilha pentelhuda dele franqueando minha rosquinha anal que foi imediatamente coberta pela cabeçorra estufada do cacetão dele. Uma estocada seca, com a mão dele cobrindo totalmente a minha boca para que o grito que liberei não atraísse algum curioso, ele entrou em mim. Eu virei o rosto na direção dele e recebi seu beijo cobiçoso e devasso, empinando a bunda para ele continuar deslizando para dentro do meu cuzinho.
- Dói? Consegue aguentar? – perguntou num grunhido grave
- Consigo! – respondi num suspiro pungente.
Ele se empurrava com toda força para dentro mim, sua carne maciça e quente ia me preenchendo à medida que se aprofundava nas minhas entranhas como se fosse me fragmentar ao meio. Eu gania com a boca parcialmente coberta por sua mão e dois dedos enfiados nela, que eu chupava libertinamente. Não sei se foi por ser meu pai a estar me enrabando ou se pela fantasia com a qual eu havia sonhado inúmeras vezes, o fato é que ao sentir que ele estava todo dentro de mim, que seu sacão estava aprisionado no meu rego estreito, eu gozei liberando os jatos esbranquiçados de esperma na água, que flutuavam enquanto iam coagulando.
- Delícia, filhão! É maravilhoso o tesão que estou sentindo ao te ver gozando e sentindo prazer com minha pica atolada nesse cuzinho apertado. – ronronou ele, continuando naquele vaivém voraz com o qual estava me currando.
Eu me entregava a ele, usufruindo do prazer que isso lhe causava, deixando-o se saciar na minha fenda anal que eu contraía para mastigar seu falo intrépido e latejante. Meu pai mordia de leve a pele da minha nuca e pescoço, soltando ruidosamente o ar que se acumulava em seus pulmões, continuando a estocar cada vez mais fundo como se quisesse chegar na minha alma. Houve momentos em que pensei que não ia aguentar mais, meu pai é enorme, o caralhão dele o mais colossal dos que eu tinha levado no cu até então, e eu sabia que, muito provavelmente, jamais seria enrabado por outro com aquelas dimensões. Porém, eu queria gratificá-lo pelo prazer incomensurável que havia terminado de me proporcionar, e empinei mais a bunda fazendo com que suas estocadas vigorosas socassem minha próstata contra o púbis e aumentassem o prazer que ele estava sentindo. Já estávamos engatados a pelo menos vinte minutos quando ele me apertou com mais força contra seu torso, rugiu a palavra – tesão – no meu ouvido e urrou despejando seu gozo farto no meu cuzinho. Ainda permanecemos abraçados naquela posição por alguns minutos após o orgasmo. Meu corpo continuava sendo perpassado por espasmos, que também contraiam meus esfíncteres anais comprimindo o caralhão dele que vibrava dentro do meu casulo encharcado e quente. Consummata fornicationis. Se moralmente válida ou não, se pecaminosa ou não, a consumação estava feita, e aquela sensação prazerosa e cúmplice que ambos estávamos experimentando só podia ser definida como sublime.
Restara um enorme vazio entre as minhas pernas quando meu pai puxou vagarosamente o cacetão para fora do meu cu dolorido, deixando apenas sua umidade viril formigando morna e pegajosa. Saímos da piscina e fomos para o quarto, no elevador ele pegou na minha mão e me deu um selinho sorridente. Fomos para a ducha juntos onde o abracei apertado e o beijei intensa e carinhosamente, não como filho, mas como amante. Ele retribuía com a língua na minha garganta e as mãos deslizando sobre meu corpo, não como pai, mas como macho sedutor e predatório. Ao mesmo tempo em que o ensaboava todo, acariciando-o e idolatrando seu corpo parrudo, eu o admirava encantado pelo seu desempenho na piscina. Meu pai não era tão somente um homem, era um macho no sentido restrito da palavra, aquela espécie que domina, lidera e fecunda. Naquele momento eu descobri que era desse tipo de homem e parceiro que eu precisava para ser feliz, que a essência da minha natureza era encontrar o prazer com homens como ele.
- No que está pensando? – perguntou ele, quando me notou perdido em pensamentos e descobertas.
- Não estou propriamente pensando, estou apenas constatando que além de te amar muito como pai, eu te amo como homem. – respondi com franqueza. Ele abriu um sorriso.
- Meu maior desejo é que você encontre um homem que te ame tanto quanto eu te amo, filhão! Um homem que consiga enxergar essa criatura especial e amorosa que você é, um homem que te dê amor e cuide de você como merece. – afirmou.
Nos deitamos na mesma cama. Após um beijo, ele apoiou minha cabeça sobre seu tronco, onde as pontas dos meus dedos começaram a brincar com os redemoinhos de pelos, enquanto ele afagava meus cabelos. Meu olhar voltou a se fixar em seu membro, agora flácido e pousado sobre uma de suas coxas peludas. Eu nunca o tinha visto tão de perto, era lindo e dava tesão só de admirar. Minha mão foi deslizando devagar sobre o abdômen trincado e sensual, como que atraída pela energia latente do caralhão que há pouco eu havia ensaboado e lavado com desvelo. Toquei-o com suavidade, percorrendo com a ponta do dedo o trajeto sinuoso de uma das calibrosas veias que protuberavam sobre a pele; de pronto, ele despertou dando um pinote curto ao receber a primeira injeção de sangue dando consistência e calor. Durante os que se seguiram, a glande foi aflorando de dentro da parte do prepúcio que a cobria, e da uretra fluiu a primeira gota de pré-gozo. Eu a amparei e colhi com a ponta do dedo e o levei à boca lambendo-a.
- Sabe que se continuar mexendo aí vou ser obrigado a cobrar algum tributo, não sabe? – insinuou, sentindo o tesão voltando a ganhar força.
- Será que esse aqui cobre o ônus? – questionei, guiando minha boca até a rola e a envolvendo lascivamente com meus lábios.
Meu pai soltou a expiração com força, apoiou sua mão pesada sobre a minha cabeça e usufruiu meu boquete, grunhindo e se contorcendo, enquanto eu chupava sua carne que crescia e enrijecia na minha mão. Minha língua e boca não pouparam sequer um milímetro daquele cacetão gigantesco, lambendo, afagando, chupando e mordiscando-o enquanto sorvia o sumo translúcido abundante que ele vertia. Eu segurava e tracionava delicadamente o sacão peludo dele. Cada testículo, que mal cabia na minha boca, parecia estar abarrotado quando minha língua os friccionava despudoradamente. Aquela sensação de ver um homem másculo como meu pai se contorcendo e gemendo imerso pelo tesão por ter minha boca trabalhando seu falo, não tinha preço e, voltava a me confirmar o poder que eu tinha de desestruturar um macho como ele. Trabalhei a verga com afinco, sem trégua, até ela me dar o que eu queria, o néctar espesso, de sabor nucífero e aroma almiscarado que meu pai ejaculou fartamente e que fui engolindo à medida que os jatos enchiam minha boca. Quando ergui a cabeça depois de haver limpado todo o pau dele, ele tinha o brilho de regozijo no olhar que me gratificou e enterneceu.
- Você é a perdição de qualquer macho, Theo! Já levei muitas mamadas, mas como essa nunca! – afirmou ele, quando me puxou para um beijo.
A madrugada corria solta quando fizemos amor novamente antes de pegarmos no sono abraçados em concha, sem que ele tivesse sacado o caralhão do meu cuzinho esporrado.
Ao regressarmos da viagem que fortaleceu nossos laços, já não fazia mais sentido dormirmos em quartos e camas separadas. Meu pai então sugeriu que trocássemos a cama do meu quarto por uma dupla, assim estaríamos confortavelmente acomodados e com espaço para transar independente do quarto em que fossemos dormir; bem como, eu teria onde receber com mais conforto algum eventual namorado.
- Não tenho namorado, pai! – afirmei categórico quando ele fez essa insinuação.
- Mas vai certamente ter um qualquer dia desses! – devolveu. – Posso te fazer uma pergunta, sem ser invasivo, apenas curioso?
- Claro que pode, pai!
- Você costumava trazer o Bruno para o seu quarto para vocês transarem, ou outro colega qualquer do colégio, quando eu não estava em casa? – indagou
- Não, nunca, pai, eu juro! Aquela foi a primeira e única vez que fizemos aquilo. – respondi sincero.
- Não precisa jurar, Theo! Eu acredito em você. E, não precisa chamar de “aquilo” a transa que tiveram. Fazer sexo é salutar, traz serenidade, autoconfiança. É só fazer com responsabilidade, com proteção, com respeito e, principalmente, com alguém que tem representatividade em nossas vidas. Você gosta do Bruno?
- Gosto, como amigo! Ele é legal, meio safado, mas é legal. – respondi, fazendo-o rir.
- Quem não é safado? Mesmo assim, eu percebi naquele dia, que ele te pegou com cuidado, preocupado em não te machucar e só te dar prazer, o que conta muito sobre o caráter dele. Convide-o quando quiser, até para passar a noite com você. – sugeriu.
- É ele foi legal comigo. Mas, eu quero que continuemos a ser apenas amigos. – respondi. – Pai, você também foi assim, digamos, safado quando tinha a nossa idade? – perguntei curioso, pois pela disposição do meu pai eu não o conseguia ver como um cara muito ajuizado quando se tratava de sexo.
- Fui sim, filhão! Fui sim! Meu instinto sexual brotou cedo, fui um garoto muito precoce, com bem menos idade que você eu entrei na puberdade e logo tive minhas primeiras experiências, tanto com garotos quanto com garotas. Me atribuíram mais fama do que na realidade eu fazia, e isso trazia cada vez mais interessados em experimentar minha potencialidade. O tamanho do meu pau também foi um chamariz que me rendeu boas experiências. – revelou sem constrangimento.
- Rapazes, pai? – indaguei espantado
- Sim, rapazes! Aliás, perdi minha virgindade e tirei a de um amigo na minha primeira transa. Posso afirmar que já tinha certo traquejo quando desvirginei a primeira garota. – revelou
- Então você é bissexual! – exclamei.
- Não creio que se deva rotular as pessoas segundo quem escolhem para o sexo. Eu sempre me considerei o Gustavo, ponto! Tudo é uma questão de empatia, de circunstâncias, de ocasião. Veja por você mesmo, você se descobriu gay, atraído por homens; porém, você também é um homem, pode fisiologicamente engravidar uma mulher como qualquer outro homem. Esses rótulos muitas vezes só servem para que as pessoas possam se classificar como superiores, com mais direitos, com mais poder sobre outras, e é o que torna a sociedade tão preconceituosa. Com quem fazemos sexo não nos distingue de ninguém, não nos dá o direito de discriminar os outros. Como já te disse, o sexo para os seres racionais serve para trazer serenidade, para nos fazer autoconfiantes, para nos dar prazer, não apenas como meio de reprodução. Apesar de vozes ao contrário que querem tornar o sexo divino, ele é uma necessidade fisiológica que também serve para procriar. – argumentou.
- Isso significa que eu tenho um pai garanhão! – exclamei rindo.
- É assim que você me vê, um garanhão? – questionou rindo.
- E um dos mais lindos! – retruquei.
- Ah, filhão! Que presente maravilhoso a vida me deu! Do amor intenso e verdadeiro que sua mãe e eu tivemos, só podia surgir alguém tão especial quanto você, Theo! – afirmou saudoso.
- Vou te perguntar mais uma coisa, não precisa responder se não quiser. Você transou com alguma outra pessoa enquanto você e a mamãe estavam juntos? – fiquei vermelho quando terminei de fazer a pergunta, achando que tinha extrapolado na liberdade que ele me dera.
- Não, Theo, nunca! É estranho o que acontece com a gente quando se está verdadeiramente apaixonado e amando alguém, o sexo sem essa pessoa não tem valor, perde a prioridade em detrimento de algo muito maior. A satisfação que ele nos traz quando é feito com quem se ama, supre todas as nossas necessidades, não importando o número de vezes que é praticado. – respondeu probo.
A minha festa de aniversário acabou sendo um evento bem concorrido no colégio e acabou por coroar aqueles últimos meses antes de nos vermos envolvidos na conquista de uma vaga na universidade. Fui um dos que venceu essa batalha, para felicidade minha e orgulho do meu pai, pois entrei na mais concorrida do país. Um novo ciclo estava para se iniciar, e a conquista da vaga na universidade deixou claro que eu já não era mais um garoto, que estava galgando os primeiros degraus da idade adulta.