Agradeço pelo grande número de leitores e aos comentários, sejam por aqui ou enviados por e-mail. Informo que a tendência é que essa seja uma saga longa, pois a história terá muitos anos pela frente, alguns, sem grande relevância, serão obviamente encurtados apenas para não ficarem lacunas, mas o foco será onde ocorrerão grandes emoções e reviravoltas. Pode ser que haja uma segunda temporada, mas não é certo, devido à minha falta de tempo. Voltando à história.
Ao regressarmos ao Brasil, ficou evidente para os pais de Isadora que estávamos apaixonados, pois mesmo quando estávamos só com eles, ela agia de maneira carinhosa o tempo todo comigo e eu também. Vasquez ficou eufórico, mas notei que dona Solange nem tanto, no futuro, perceberia que a relação dela com a filha era altamente tóxica, tratava-se de uma mulher egoica e que no fundo tinha inveja da juventude e da beleza de minha esposa. Ela parecia também não ir muito com a minha cara, mas talvez fosse apenas pelo modo como o casamento ocorreu.
Aos poucos, a barriga de Isadora foi começando a aparecer, eu ia sempre ao médico com ela. Seguíamos transando, tomando apenas alguns cuidados óbvios, mas ela era insaciável e me dava uma verdadeira, porém deliciosa canseira toda noite. Ela ficou linda de barrigão e sempre colocava umas camisolas sensuais para me esperar. Só paramos de transar em seu oitavo mês de gravidez.
Em fevereiro de 1997, nasceu Mariana. Desde o começo, me apeguei a ela. Os primeiros meses foram puxados, pois era choro direto, mas aos poucos, as coisas foram se ajeitando. Isadora voltou rapidamente a forma física de antes e não demorou muito para que passássemos a transar novamente e praticamente todos os dias.
Quando eu já estava há pouco mais de um ano casado com Isadora, Vasquez me chamou para uma conversa:
-Quero trabalhar ainda menos, por isso, já que somos família e tudo está dando certo entre você e a Isadora, quero te informar que irei criar o cargo de vice-presidente na empresa e será teu, na verdade, esse cargo já existe, como sabe, mas era simbólico e era da Solange que há anos nem bota o pé aqui e também não sabe de porra nenhuma. Agora, será diferente, na prática, você terá bem mais poder que o Cristiano, que é o meu braço direito e apenas menos que eu, claro. Quero saber só das coisas muito importantes, um grande contrato de exportação, novos negócios, algum pepino muito grande, já as miudezas do dia a dia, resolva você, mas sempre converse com o Cristiano, ele irá ajuda-lo demais nesse começo.
-Doutor Vasquez, fico honrado com o convite, mas creio que isso gerará comentários de que só estou ocupando tal cargo por ser seu genro, quando ficaram sabendo do meu noivado com a Isadora, já inventaram merda, sendo que eu tinha sido promovido ao cargo de diretor antes de termos feito aquele acerto.
-Pois deixem que falem, quem ficar melindrado que vá procurar emprego na puta que pariu, estamos quase no final dos anos 90, desemprego em massa, gente com diploma fazendo concurso para gari, nada contra a profissão que é honrada como todas, mas o cara estuda para cacete e não consegue atuar em sua área? País de merda! Ah! Se eu souber que disseram um A sobre a minha decisão, eu coloco quem eu quiser, não preciso dar satisfação a empregado. Não tem conversa, amanhã farei o comunicado, depois disso virei a São Paulo, só para dar um oi, olhar uma coisinha e ir biscatear bastante com as minhas amigas lá no apê, porque isso é a melhor coisa do mundo ahahahahaaha. E não se preocupe, com o novo cargo, teu salário vai subir consideravelmente.
Acabei sendo nomeado vice-presidente e ao lado de Cristiano passamos a ser os que realmente davam as ordens. Alguns levaram de boa, outros engoliram meio que atravessados, mas quem passou a agir de maneira totalmente insubordinada foi Edson. Apesar de ser um assistente de diretoria, sua petulância começou a me irritar. Relatórios mal feitos ou com atrasos, postura indolente quando eu ia falar com ele, fingindo não dar muita atenção. Em uma das ocasiões, o cover do Zezé Di Camargo chegou a bocejar e bater com os dedos na boca, enquanto eu explicava algo muito sério referente a uma documentação de um dos frigoríficos, aquela demonstração não-verbal de deboche fez meu sangue ferver, não queria bancar o chefe opressor, mas a coisa estava descambando e algo teria que ser feito. Sem contar que havia boatos fortes de que ele estava tentando agitar o pessoal para que passassem a não seguir minhas ordens, não reconhecerem a minha autoridade, pois assim, eu seria desmoralizado e Vasquez teria que me tirar do cargo. Acredito que mais do que querer ser promovido, sua obsessão era comigo, coisa de maluco que cisma com uma pessoa.
Em uma de nossas reuniões, onde participavam diretores e assistentes, passei a explicar nossos objetivos para o trimestre seguinte, usando um datashow. Todos faziam anotações de alguns pontos que eu citava, diretores com vários anos de casa, seus assistentes, exceto quem? Edson que de maneira irritante batia com a caneta na capa de sua agenda. Não aguentei mais aquilo e decidi perguntar:
-Edson, você tem certeza de que não tem nada de relevante que queira anotar?
Todos olharam para ele, que respondeu:
-Tenho. Prefiro esperar quando o doutor Vasquez vier para nos dar as coordenadas.
Todos ficaram espantados com a ousadia dele, alguns balançaram suas cabeças, pois Edson deixou subentendido que eu estava ali à toa e jogando conversa fora. Antes que eu falasse, Cristiano tomou a palavra, visivelmente irritado:
-Que postura é essa, rapaz? O Felipe é o vice-presidente da empresa e se até eu e os demais diretores que somos muito mais importantes que você, estamos prestando atenção e anotando, por que não está fazendo o mesmo?
-Não, não é isso, eu só quero seguir quem realmente comanda aqui...
Resolvi botar o pau na mesa e mostrar para Edson que seus dias de invejoso e debochado tinham chegado ao fim:
-Quer dizer que você acha que não mando aqui? Sou apenas um fantoche do doutor Vasquez?
-Por aí...
Houve até um murmurinho na grande mesa como se não acreditassem, o diretor que tinha Edson como seu subordinado mais próximo, tomou à frente e disse:
-Quero deixar claro, doutor Felipe, que as falas desse imbecil não representam o que eu penso e até pedirei que troquem meu assistente.
- Edson, faz tempo que noto o teu descontentamento com o meu crescimento aqui na empresa, já poderia ter agido antes, mas para não te jogar ao mar do desemprego que está lá fora, fui relevando, mas tudo tem limite e não admito falta de respeito, agora são (olhei para o relógio na parede) 11:17 e quero te comunicar que a partir desse momento, você não faz mais parte da Vasquez Brasil, está demitido por justa causa, todos os diretores e demais assistentes presenciaram e ouviram o que ocorreu aqui, sendo assim, além de perder o emprego, receberá uma indenização bem menor do que receberia e ainda sairá queimado para o mercado, pois qualquer referência que peçam de você para essa empresa, pode ter certeza de que serão dadas as piores. Pegue suas coisas e deixe o prédio no menor tempo possível.
Edson fez uma cara de incrédulo, talvez a ficha tenha caído, outro emprego como aquele não se arruma do dia para a noite. Ele tentou dizer algo, mas de maneira enérgica o cortei:
-Retire-se, por favor, e evite uma cena ainda mais desgastante que seria eu ter que chamar a segurança.
Edson saiu atordoado. A sala ficou um silêncio onde dava para ouvir até o estalar do ponteiro de segundos do relógio que ficava pendurado na parede. Dias depois, todos comentavam longe de mim, o tamanho da cagada que ele fez e que dificilmente arrumaria um emprego bom depois do que fez.
Ele tentou fazer algum barulho, entrando na Justiça do Trabalho com alegações absurdas de que eu o perseguia, também tentou chamar a mídia para queimar o nome da empresa, mas fracassou de maneira retumbante, ninguém lhe deu corda. Porém, bem lá na frente, Edson voltaria a me atormentar.
Mais alguns meses se passaram e tudo seguia bem. Isadora, que sempre foi uma patricinha, estava surpreendendo como mãe zelosa e até começou se arriscar fazendo pratos altamente elaborados. Tínhamos uma empregada e uma babá, verdade seja dita, mas ela não ficava de papo para o ar o dia todo.
Com o nascimento de nossa filha, Vasquez e dona Solange começaram a vir à nossa casa com frequência. Minha sogra tinha feito alguns procedimentos estéticos como aplicar botox no rosto e fazer preenchimento labial, o resultado, bem...Foi uma merda atômica. A cara ficou enorme e os lábios estavam tão inchados que pareciam ter levado várias picadas de marimbondos. Mas esse nem de longe era o maior problema dela, dona Solange depreciava de maneira cruel tudo o que minha esposa fazia: um determinado prato estava sem tempero, Mariana estava magra porque não era bem alimentada, certa roupa da filha ou da neta era sem graça. Notei que apesar de ter personalidade, Isadora procurava não se estender refutando o que a insuportável jararaca de botox dizia.
Aquilo foi me irritando, a coroa montava acampamento em nossa casa por dias só para ver defeitos, chegou a dizer um dia:
-Vocês deveriam ter mais cuidado na hora da intimidade, ontem eu nem dormi direito com os gritos, principalmente os seus, Isadora, que coisa feia!
Não estava disposto a quebrar o pau com ela, mas as coisas estavam piorando. Veio o aniversário de um ano de nossa filha, apesar de contratarmos um buffet e um local lindo, novamente a jararaca de botox desandou a falar mal da festa da neta e, pior, fez até Isadora chorar escondida num dia que era para ser de alegria. Fiquei muito nervoso, mas não quis fazer uma cena para estragar ainda mais o dia, prometi que aquela tinha sido a última vez que aquele ser tóxico falaria merda para a minha esposa.
Alguns domingos depois, fizemos um almoço em casa. Vasquez e a egoica vieram. Apesar de poder contar com a ajuda de nossa empregada ou mesmo contratar alguém para fazer a comida, Isadora fez questão de preparar tudo. Quando nos sentamos para comer, um risoto com camarão e cogumelos, além de pernil (que ela fez porque o pai adorava), dona Solange deu duas garfadas e disparou:
-Hum, se o risoto está seco assim, tô até com medo de ver como está o pernil!
Vasquez lhe corrigiu de maneira leve, dizendo que estava ótimo (ele tinha medo da esposa). Nossa filha almoçava mais cedo e nesse momento estava tirando uma soneca lá em cima. Assim que a coroa disse aquilo, vi a expressão de decepção de Isadora, levantei-me da ponta da mesa, fui em direção ao lugar em que minha sogra estava sentada, com toda calma, peguei seu prato e o arremessei com fúria contra a parede. Todos se assustaram e deram um pulinho, mas antes que falassem alguma coisa, passei a berrar bem no ouvido da coroa:
-Ninguém, mas ninguém mesmo vai desrespeitar minha esposa, minha filha ou eu na minha frente! Nem o Vasquez que nos deu essa casa, pode vir aqui e falar merda, na empresa sim, ele é quem manda, mas aqui não. Agora, se nem ele pode, muito menos você, jararaca de botox. Há meses, tenho feito ouvido de mercador para as inúmeras perversidades que diz para a sua filha, mas essa porraaaaaaaaa, vai acabar agora, está entendendo? (dei um murro violento na mesa que fez o três pularem e os pratos também). Ela gastou horas na cozinha para preparar uma refeição que os agradasse, porque a gente mesmo nem gosta de pernil. O mínimo que você deveria fazer é elogiar, pois a comida está ótima, mas ainda que não estivesse, monstro do Lago Ness, poderia ficar quieta. E digo mais: sabe qual é o teu problema? Raiva da beleza da tua filha, da sensualidade e do carisma dela, a senhora pode ter sido bonita lá nos anos 70, mas mesmo no seu auge, tenho certeza, jamais chegou aos pés do que a Isadora é hoje, e por ser uma egoica, quer rejuvenescer com essas plásticas ridículas para ver se consegue atrair os olhares para si,e até tem conseguido, mas todo mundo olha assustado. Quando a conheci, a senhora era até mais apresentável, agora está parecendo um boneco do Fofão com esse monte de botox, sem contar essa boca que parecem dois balões prestes a explodir. Faça-me o favor, retire-se da minha casa e só volte aqui quando se desculpar com a sua filha e comigo e se comprometer a manter essa latrina fechada ainda que veja algo que não lhe agrada.
Quando acabei, dona Solange estava branca de boca aberta, olhou para Vasquez e disse:
-Vasquez, você não vai dizer nada? Nunca fui tão ofendida em toda minha vida!
Surpreendentemente, Vasquez respondeu:
-É a casa deles, as regras são deles, você falou o que quis e ouviu o que não quis. Acho melhor mesmo irmos embora. Uma pena porque esse camarãozinho estava delicioso.
Os dois foram embora e após fechar a porta, imediatamente comecei a pensar que aquilo daria uma merda grande. Vasquez ficaria furioso e até Isadora diria que exagerei, mas para minha surpresa, ela simplesmente se jogou no meu colo e me beijou afoita, depois me puxou pela mão para o sofá da sala e começou a arrancar a blusinha rosa que estava usando:
-Puta que pariu! Não sei se fiquei com mais tesão na hora que você deu um murro feroz na mesa ou quando começou a berrar perto do ouvido dela, caralho que tesão! Vamos, me come aqui mesmo, preciso gozar agora. – Disse já desabotoando o shorts branco e o jogando longe, me mostrando sua deliciosa bocetona morena.
-Mas a Mariana pode acordar.
-Só uma rapidinha, do jeito que estou, vou gozar num estalo, só quero seu pau dentro de mim, vem, vem.
Isadora me chupou e fiquei de pau duro rapidamente. Deitamos no sofá e comecei a bombar forte, ela de barriga para baixo, pegou uma almofada para abafar seus gemidos. De fato, foi uma transa rápida, mas muito gostosa, minha esposa gozou feito uma louca e eu também desabando sobre ela, depois começamos a rir do quão insano começou e terminou aquele almoço de “família”.
No dia seguinte, fui avisado por minha secretária que Vasquez queria falar comigo. Na hora pensei “Puta merda, vai vir falar merda sobre ontem, ameaçar e o caralho a quatro”. Ele apareceu na porta de cara amarrada, seu cavanhaque parecia ainda maior quando estava emburrado, seu olhar era de botar medo. Trancou a porta e ficou me encarando sem dizer nada por um bom tempo.
-O que foi, doutor Vasquez?
De repente, ele soltou o ar e emitiu um som de quem não consegue segurar a gargalhada e se jogou no sofá de couro preto que tinha num dos cantos da minha sala, rindo ao ponto de ficar vermelho e chorar.
-Ai, caralho! Tô passando mal desde ontem. Jararaca de botox ahahahahaahahah. Fofão ahahahah. Puta que pariu! A Solange tá soltando fogo pelas ventas, tá putaça!!! Voltou te xingando o caminho todo, ficamos no apartamento que era da Isadora e ela não parou de falar e quanto mais falava, mais crise de riso me dava, tive que inventar que tava com caganeira para me trancar no banheiro umas cinco vezes.
-Mas o senhor não ficou chateado? Afinal de contas, é sua esposa.
-E Isadora é minha filha! Essa porra toda dela ficar botando defeito na filha vem de muito tempo, desde que a garota começou a criar aquele corpão, sempre contemporizei porque se for rasgar o verbo mesmo poderia me dar mal, ela sabe de uns segredinhos muito sérios meus, coisa grave , grave, grave (colocou o dedo indicador nos lábios fazendo sinal de silêncio) e se o caldo entorna e ela pede divórcio, é capaz de usá-los para me foder, por isso, tenho que me fingir de neutro, mas aquele monte de coisas que você falou, foi ótimo, se tivesse me avisado, eu mandava filmar só para ficar vendo a cara dela, quando você a chamou de jararaca de botox irraaaaaaaaaaa! Ahahahaha. Pior que eu paguei uma nota alta para fazerem aquele estrago.
-Bom, mas agora vai ficar um clima chato.
-Isso é briga de família, tem na casa do pobre, do classe média e do rico, a Solange vai ficar uns tempos sem falar com você, depois volta, mas aí, vai de você manter a rédea curta, começou a bancar a boquirrota, com jeito, dá uma cutucada e pronto, assim não precisa ter aquele quebra pau de ontem.
Tudo estava indo bem em minha vida, mas pouco tempo depois, Isadora passaria a sugerir que apimentássemos as coisas na cama e isso seria uma jornada cheia de tesão e complicações.