CAPÍTULO XVI
A música "Kiling Me Softly" na voz da Roberta Flack, e a água morna como um cobertor, o cheiro cítrico, elevou nossas línguas coladas a outro nível de contato mais estreito entre nossos corpos. A palma da mão de Ian descia por minhas costas até meu bumbum, e retornava, a água ajudava a nos deslizarmos um sobre o outro. Eu sentei sobre as pernas dele, a banheira em formato circular nos permitia maior intimidade. A língua de Ian na minha e os nossos lábios grudados, entre risos de cocegas, nossos pénis como nossas línguas colados, eu sentia o braço dele envolver minha cintura.
- Deixa eu te chupar, - pedi sussurrando-lhe ao ouvido.
Ele segurou nas bordas e com as pernas ainda mais abertas, sentou-se de costas para o chuveiro de metal logo acima na mesma parede. O seu pau reto e duro elevava-se apontando para cima. Os pelos molhados de Ian, embora aparadinhos, rentes a sua pele, o dotavam de um sabor visual, tão grande quanto a sensação de tê-lo a minha disposição. Eu o segurei sentindo-o vibrar em minha mão, quente, molhado, besuntado por causa da água.
Os cheiros de rosas como apenas uma perfumaria pode cheirar, dissolveu-se no gosto da cabeça de seu pau, entre meus lábios, Ian relaxou os ombros, e os braços em visível flexão, cheios de veias. Eu o engoli até a metade, via o seu rosto contorcer-se, a boca entreaberta. Avancei mais com meus lábios sem conseguir no entanto encostar meu nariz no seu púbis, embora sentisse no fundo da minha garganta a maciez da cabeça quente de seu pau. Eu o masturbava enquanto engolia suas bolas, e erguia uma das minhas mãos por seu peitoral, apertava o seu mamilo entre meus dedos.
Sentia o peitoral de Ian contrair-se com minha mão, e a dele nos meus cabelos me incentivava a continuar com minha boca o engolia centímetro a centímetro. Eu subi com minha língua até o peitoral dele, senti sua mão em volta do meu pênis e o friccionava, enquanto eu fazia o mesmo com o dele, nos beijamos.
Ian mordeu meu mamilo esquerdo, eu voltei a segurá-lo pelo seu pau, e voltei a sugá-lo. O pau de Ian contraria-se inteiro dentro da minha boca, ele começou a mover o quadril. Segurou minha cabeça, e com uma perna em cima da borda, com água saltando de dentro da banheira, iniciou um gostoso vai e vem que enchia meus olhos de lágrimas. Os engasgos desconfortáveis perdiam-se no prazer de ver o rosto dele, e o seu corpo delicioso, esforçando-se em mim, metendo em minha boca.
Ian segurava minha nuca e a puxava para que eu engolisse mais de sua rola quente e dura.
Ele começou a resfolegar, e eu o queria gozando dentro de mim, puxei seu pau, e me movi para ficar de costas ao Ian, ele veio por trás de mim.
Colou o corpo com o meu, e os acordes da música seguiu-se, ele mordia meu ombro, e o beijava, com os braços em volta do meu corpo, nos via no espelho ao lado, corpos inteiros, estreitos como um só corpo, e dançamos dentro da banheira até escorregarmos e cair, por pouco não bato a cabeça mas acabamos sorrindo e nos beijando.
Voltei a me sentar em Ian por cima de sua rola ainda mais dura, o sentia inteiro, entre minhas pernas. Eu chupava sua língua, abrindo mais a boca, o querendo por inteiro, enquanto com minha mão esquerda, o posicionei atrás de mim. Ian passava as mãos em minhas coxas, veio subindo por minhas costas, até empurrar um pouco o quadril, e seu pau entrar. Eu arfei, me mantendo em cima dos meus joelhos, a dor da cabeça entrando, rasgou-me um pouco, mas o relaxamento da água, o ambiente, e os lábios dele, me cobrindo de beijos, suas mãos em toda parte, dissiparam-se as dores rapidamente. Eu me movi mais para baixo, Ian acomodou-se melhor e colocou mais um pouco para dentro.
Havia mais água no chão do banheiro do que dentro da banheira, eu fitava cada gesto dos olhos dele, das suas contrações, e via o nosso reflexo no espelho de parede inteiro acima de nós e do ao lado. Como em um desenho daqueles de vasos gregos, eu montava em Ian, e sentia-o inteiro dentro de mim, as dores aumentavam em arrepios quando eu me erguia, e voltava a ficar preenchido quando sentava nele. Sua mão me estimulava, seus lábios em meus mamilos. Eu subia e descia nele, acompanhando suas contrações, mordia os lábios, a língua.
Ele aperava minha bunda com as mãos. Eu o sentia abrindo um buraco em mim, ao mesmo tempo o prazer por meu peito, ombros, como se voasse, soltinho. Até que meus joelhos, cansaram, e Ian se ergueu comigo.
E encontrando apoio na superfície escorregadia, ele recostou-me na parede onde antes estivera comigo a chupá-lo, e iniciou um vai e vem que foi aumentando, eu mal conseguia respirar com as investidas. O som de palmas como um aplauso constante cortavam o ambiente em silêncio com a interrupção da música, suas estocadas em choque com meu bumbum formavam o som de palmas.
- Está desconfortável pra você? - ele perguntou.
- Vamos pra cama, - respondi.
Ele foi tirando seu pau de dentro de mim aos pouco, arfei, a cada centímetro que saia. Meus joelhos moles por causa da posição e das estocadas.
Os lençóis brancos estavam frios, as portas da sacada ainda abertas explicava. Ian com o pênis em riste, fechou as portas de vidro, e puxou as cortinhas. Caímos na cama, e voltamos a nos beijar e acariciar. Ele se apoiava em uma das mãos vindo por cima de mim.
Ele ergueu minhas pernas e com o pau apontando para meu cuzinho, deu um estocada segura, arfamos juntos, Ian deitou-se sobre mim, e nossas línguas se encontraram novamente. Eu o sentia entrar e sair cada vez mais quente. O cheiro de nossas peles juntas mesmo com a água ensaboada, era marcante, e aumentava o meu desejo de tê-lo inteiro dentro de mim. Ian olhava nos meus olhos quando estocou mais uma vez, com firmeza, eu urrei, sentindo meu pênis se contrair, e ele também, senti o seu gozo quente entrando em mim, e o pênis dele inchou.
O barulho de foda molhada aumentou conforme ele ainda fodia, mesmo com seu esperma dentro de mim. Voltamos a nos beijar com o cheiro de sêmen no ar, Ian e eu ficamos deitados um em cima do outro, respirávamos com dificuldade. O peitoral dele estava rubro e o meu corpo inteiro havia marcas de dedos e da sua boca. Meus joelhos vacilavam, ele beijou meu peito.
Acordei e o Ian de lado na cama, dormia, virei-me para ele, o sono voltou a me obrigar a abrir e fechar a boca, num ressono leve, aconcheguei-me mais a ele, com o lençol sobre nós dois.
O dia entrava pelas portas de vidro da sacada, eu me espreguicei, e vi o Ian de costas para mim, vestindo a cueca e com o celular na mão. A campainha na porta tocou como um vibrador de celular. Ian puxou o lençol para a cintura, e um frio passou por minhas pernas.
- Ei! - reclamei.
- Ops, desculpe - ele sorriu soltando um beijinho.
Ian abriu a porta e trouxe para dentro uma bandeja com o nosso café da manhã. "De onde está saindo todo esse dinheiro", pensei mas não perguntei. Ian colocou a bandeja em cima de uma mesa de vidro na varanda.
- Hum... cheiro de bolo de aipim! - falei me erguendo.
- Tá vendo como te conheço? - ele disse. - E mais, pra provar isso, posso apostar que nessa sua cabecinha estão girando perguntas sobre o dinheiro que está pagando tudo isso não é mesmo?
Eu respirei fundo "que pretensão", ergui minhas sobrancelhas e fiz que não com a cabeça.
- Eu jamais faria uma indelicadeza dessas... - disse manhoso.
- Ah já que é assim...
- Mas conta, conta, se não morro de curiosidade, - eu me pendurei em seu pescoço.
Ian conseguiu me carregar assim pendurado em suas costas até a varanda.
- Olha isso amor! - ele gritou. - Puta vistão!
- Uau... e... porra... - falei. - Estou pelado...
Eu saltei das costas dele e me enrolei no lençol com o qual Ian recebeu a bandeja na porta, ele ainda tinha a cueca, eu nem isso, comecei a procurar pelo chão do quarto, esta boiava dentro da banheira.
- Vem comer! - Ian gritou.
- Minha cueca já era... - falei. - O que é isso?
Eu peguei um cartãozinho com a letra de Ian escrito e o logo do hotel na frente "Com os cumprimentos de Janete", não pude segurar a risada, nem o Ian que por pouco não entalou com o pedaço de bolo que comia.
- Não se preocupe, o dinheiro que ela me liberou vai dar para eu ajeitar as coisas com o carro, e pagar uma parte do empréstimo da sua mãe.
Ian ergueu o braço e eu segurei a sua mão me sentando no colo dele, peguei um pedaço de bolo e me servi com o suco de manga. Ian passava o dedo na tela do celular em cima da mesa.
- Hum... delicia! Queria ter tempo para aproveitar mais daqui... - falei, imaginava a piscina. Ian se calara. - O que houve?
Ele virou-se com os olhos arregalados.
- Aconteceu alguma coisa ontem na festa, - disse. - Meu celular está cheio de mensagens e chamadas.
Eu tateei pela cama até alcançar o meu celular em cima do criado mudo ao lado. Ian se sentou na cama, enquanto ele lia as mensagens sem dizer nada, suspirava, eu me apoiei em seu ombro e entrevi, na tela.
"Baixou a polícia aqui, os vizinhos reclamaram do barulho e a polícia parou tudo, levaram o Felipe para prestar esclarecimentos..."
Corri até meu celular e o liguei, ouvindo os áudios de mamãe e Luana que enviaram as três e tantas da manhã. Ian vestiu a calça, e a camisa em um instante, eu fiz o mesmo. Não tínhamos muito o que fazer, afinal não éramos advogados mas por um amigo "ainda que fosse o Felipe", precisávamos estar com ele.
Eu suspirei quando tive que dar adeus aquele quarto de forma tão abrupta e com um problemão diante de nós, esperávamos o uber no hall de entrada do hotel, o Jackson atendeu a minha ligação.
- Oi! - falei. - Estamos indo para a delegacia agora...
"- Quê? Delegacia? Eu já resolvi com o Felipe, pagamos a multa", respirei mais aliviado mas o Jackson prosseguiu na linha "venham ao hospital Dr. Hélio Penteado, Felipe deu entrada nessa madrugada"
- Qual o distrito policial? - Ian perguntou.
Um sedã prata estacionou em nossa frente, reconheci o motorista era o Marcos.
- Não ao distrito, mas hospital, Dr. Hélio Penteado, Felipe deu entrada lá...
Ian engoliu uma pedra olhava para mim com os olhos arregalados, e o motorista deu partida logo em seguida.
- Mas como? Quando? Por que? - ele bateu no ombro de Marcos. - Você estava na festa né?
- Sim, mas saí logo... - ele respondeu.
- O Jackson coitado não disse o que o Felipe teve... Será que mamãe sabe?
- Liga...
Chamava, chamava e nada, o Marcos estacionou em frente ao hospital com a fachada ainda do século XX, ornamentos em janelas e portas, as madeiras de dobradiças de ferro, a qualquer momento dava a impressão de que um grupo de freiras ou padres sairiam de alguma daquelas salas. Eu e o Ian descemos do carro, e tivemos que esperar a higienização, para conseguir passar.
- Nossa olha pra isso? - falei. - É muita gente.
Nos corredores e no lado de fora haviam várias pessoas "e é um hospital privado", os públicos então deviam estar como as celas das penitenciárias.
- Acho melhor você ficar lá fora, - ele disse.
As máscaras descartáveis que o Marcos nos deu no carro, abafavam um pouco a fala, e os murmúrios ao nosso redor.
- Não, de jeito nenhum... - apontei para a recepção. - Vamos lá...
- Ei! Aqui!
A máscara só poderia mesmo pertencer ao Jackson com uma estampa de tecido cheia de desenhos de personagens das HQs. Ele ergueu a mão e nós nos aproximamos. Jackson tinha os olhos fundos de quem não conseguiu pregar os olhos.
- E aí? - perguntei. - Como ele...
- Vão entubar... mas... eu gastei boa parte do meu dinheiro na fiança na delegacia, o delegado pegou pesado... meu pai não quer liberar o plano...
- E por que o trouxeram pra cá? - Ian perguntou.
- Felipe disse que tinha o dinheiro, foi quando aconteceu - Jack respirou fundo. - Ele teve uma crise como se fosse asma sabe? Começou a tossir seco, não conseguia falar, de repente ficou lilás... Aí os policiais deram um socorro, e nos trouxeram para cá...
- Ele já estava mal antes? - Ian perguntou.
Eu segurava a mão de Ian com cada vez mais força.
- Sim, Felipe é teimoso demais, na festa já estava mal... - ele puxou o celular do bolso. - Aqui, você sabe as senhas dele? Porque eu não sei... e não tenho o dinheiro para o atendimento.
Ian olhou para mim e eu devolvi a ele com a mesma expressão de olhos caídos e lábios para baixo. Ele moveu os ombros como quem diz "fazer o quê?", a uma altura daquela seria aconselhável transferi-lo para um hospital público? E que pai é esse?