Como citei no final do capítulo anterior, as coisas vinham muito bem tanto no meu casamento quanto na empresa. Consegui fechar alguns bons contratos, o que fez Vasquez vibrar e os diretores também.
Era o ano de 1998, provavelmente, maio, estava uma noite na cama com Isadora. Tínhamos acabado de dar uma. O cheiro maravilhoso do sexo dela estava em meu corpo. Começamos a falar de experiências sexuais que tivemos antes de nos conhecermos, nunca tínhamos indo muito a fundo nisso. Contei que além de ter feito um ménage com duas garotas, e de curtir dar uma rapidinha em público, a mais louca que tive, sem dúvida, foi transar com uma mulher de 30 anos, quando eu tinha 20, e a pedido do marido, que era liberal. Passamos um feriado de quatro dias, transando várias vezes, e ele só na punheta e a chupando depois. Contei com detalhes, o prazer que eles e eu também senti e minha esposa ficou com os olhos brilhando, fez várias perguntas, Isadora decidiu me contar sobre suas experiências:
-Eu não transei com tantos caras assim, mas também não foram só quatro ou cinco, porém eu tinha um fetiche, na verdade dois. Um é que gostava de me exibir como se fosse sem querer, comecei pagando calcinha, saía com uma minissaia ou vestido e dava um jeito de cruzar as pernas e deixar que vissem. Depois, ousei mais e passei a sair sem calcinha por baixo, e quando estava em uma boate ou num barzinho, escolhia um homem que fosse interessante, ficava flertando sutilmente e aí cruzava e descruzava as pernas bem devagar, deixando que ele visse rapidamente minha boceta. A cara de tesão e desespero que eles faziam depois por uma coisa que durava, sei lá três segundos, me deixava excitada, era uma de poder.
-Então muitos caras viram sua boceta?
-Sim, mas viam mais os pelinhos, pelo fato de estar sentada e não arregaçar as pernas, não dava para ver tudo.
-E depois?
-Alguns se sentiam intimidados, achavam que eu era muita areia para o caminhão deles, mas muitos chegavam, a maioria eu cortava logo.
-E os que você não cortava?
-Bem, aí entra um segundo fetiche meu, esse um pouco mais quente. Como falei, não era de ficar dado a torto e a direito, também não era santinha, mas eu tinha, aliás ainda tenho uma tara que começou por causa do primeiro cara que transei, a gente ficou um bom tempo só de beijinhos e abraços, até que ele me convenceu a pelo menos a punhetá-lo e deixar que ele passasse a mão sobre o meu corpo, onde quisesse. Sério, foi uma experiência deliciosa, apesar de ser novo como eu, o jeito que ele me bolinava, seios, boceta, bunda, pernas, eu gozei muitas vezes só com as mãos dele e também ficava louca em pegar no pau dele e ficar alisando. Na primeira vez, fiquei impressionada, não com o tamanho da pica, mas como ele ia ficando tenso conforme eu ia tocando, perto de gozar, ele disse “acelera”, eu mexi a mão mais rápido e vi a porra voando, até me afastei espantada. Depois disso, era quase todo dia, a gente arrumava um lugar e fazia. Curiosamente, mesmo após perder a virgindade e começar a gozar gostoso durante o sexo, muitas vezes, não queria transar só repetir essa experiência que vivi com meu namoradinho, aí passei a fazer isso muitas vezes por um tempo, se um cara fosse atraente, bom papo, e se eu não estava muito a fim de transar, chegava e dizia: “Olha, se topar, posso te tocar uma punheta no carro e você pode me bolinar, chupar, mas não vai rolar penetração e se tentar forçar, eu grito”. Todos aceitavam, modéstia à parte, na balada, seria difícil para eles arrumarem outra mais bonita. Havia uns que começavam a choramingar “Pô, gata, pelo menos um boquete”, mas eu respondia que combinado não era caro.
-Mas por que você não os chupava? Deixava os caras passarem a mão em você, colocar os dedos e até te chuparem, mas qual o problema de fazer o boquete?
-Ah, vou te dar um exemplo, você põe a mão no corrimão de uma escada, mas coloca a boca?
-Claro que não.
-Então, para eu chupar, mais do que ser gato, eu tinha que estar muito a fim do cara, tinha nojo de ir chupando assim, sei lá se estava bem limpo, muitos homens reclamam do cheiro da boceta de uma mulher, mas mal sabem que o pau de muitos cheira a carniça. Não sabem nem lavar direito. Umas amigas já me contaram cada uma. Sou bem fresca quanto a isso.
-E como era, vocês iam para um lugar, o sortudo botava o pau para fora e você batia até ele gozar?
-Não, primeiro, como falei, tinha que ser um cara atraente e de bom papo, porque tem uns que são bonito até abrirem a boca, aí tome papo de jerico ou ficar contando vantagem, mas se me agradasse, a gente conversava antes e depois eu dava minhas condições. Mas não era chegar e bater uma rapidinho, era bem mais gostoso, a gente dava uns amassos, aí ele podia até roçar o pau em mim, só que eu ainda vestida ou pelo menos de calcinha, sentava no colo de alguns rebolava, o que os deixava doidos, depois tinham uns que me chupavam ou só alisavam minha boceta e bunda, chupavam meus seios também e aí depois de tudo isso, acabavam gozando com uma punhetinha minha.
-Mas esse fetiche seu era frequente?
-Foram várias vezes, geralmente era dentro do carro mesmo, peguei em paus de tudo que é jeito, uns pequeninhos, médios, uns monstruosos de tão grossos e grandes, outros feios para danar, mas era excitante segurar um caralho, vê-lo pulsar, sentir a rigidez, alguns pareciam ter vida própria, especialmente os cabeçudos, parecia que eu estava mexendo com uma cobra feroz e que no final soltava jatos de porra. Quando acabava, eu corria para o banheiro do local e lavava a mão com bastante sabonete líquido que tinha levado na bolsa.
-É bem diferente do que já ouvi. Quando mais jovem ganhei algumas punhetas de namoradinhas, mas é porque elas ainda eram virgens, mas depois de já estar transando, você preferir isso, é curioso.
-Não é que eu não transava, claro que transava, mas tinha que ser com um cara que eu já estivesse flertando há pelo menos um tempinho, uns dias que fosse, aí rolava tudo, agora com quem eu acabei de conhecer na balada, no máximo que dava era vontade de fazer isso mesmo.
-E foram muitos?
-Não era uma coisa obsessiva também, mas quando eu não estava envolvida com ninguém, umas duas vezes por semana. Teve umas duas vezes que cheguei a tocar punheta para dois caras em uma mesma noite, mas não juntos, saía com um para o estacionamento, o cara era ruim de bolinação não me fazia gozar, aí voltava para a balada e arrumava outro, eu queria gozar também, né? Seja sendo bolinada ou chupada.
-Caramba!
-O quê? Ficou chocado, amor?
-Não, surpreso, na verdade, antes da gente se conhecer, muitos na empresa, pelo fato de você ser super moderna, sempre sensual e parecendo a Jennifer Lopez, esse pessoal, de maneira preconceituosa, achava que você dava para caramba, tipo estalava o dedo e pegava um cara lindo hoje, outro amanhã, tinha gente que achava que você fazia suruba só com modelos escolhidos com muito critério.
-Tá louco! Participar de suruba? O máximo que poderia topar, nunca fiz, mas poderia fazer, era transar eu com um cara e outro casal no mesmo ambiente.
Aquilo me deixou cabreiro, seria alguma indireta. A verdade, é que apesar de impactante, aquela conversa fez com que ambos ficassem excitados, e partimos para a segunda da noite, onde a peguei com mais força e ela deve ter sentido. Quando estávamos perto de gozar, Isadora pergunta com a voz embargada de tesão:
-O que você faria se visse eu sendo bolinada por outro, o cara esfregando o pau na minha bunda, sem me penetrar, me chupando toda e depois eu tocando uma punheta para ele até o safado gozar? Deixaria é? Nunca mais a gente veria o cara. Você deixaria?
Eu já estava quase gozando e para não quebrar o clima, disse com voz ofegante:
-Deixaria...
-Ai! Que delícia!
Em menos de um minuto, gozamos aos berros e ela me arranhou as costas com força. Dormi maravilhosamente sem imaginar que aquele assunto viesse à baila novamente. Entretanto, alguns dias depois, Isadora começou a me questionar o que eu achava sobre quem opta pelo casamento aberto, fui direto:
-É uma opção e não critico, mas acho que é preciso um grau de maturidade muito grande do casal para não dar merda. A pior coisa que tem é quando um casal está em crise e acha que o swing irá resolver os problemas dele. No meu caso, estando bem ou mal um relacionamento, não daria certo.
Isadora se calou, mas percebi que havia coisa ali. Em outro momento, ela foi mais direta e após um longo discurso contra a monogamia, dizendo que amor e sexo são coisas diferentes, me disse na lata que eu deveria ao menos pensar na hipótese de mais à frente termos experiências com outras pessoas e com uma sinceridade que me chocou disse que adoraria voltar a punhetar estranhos enquanto era bolinada e chupada, mas agora eu estando junto, vendo, curtindo e depois a fodendo.
Fiquei extremamente irritado e aquela foi a nossa primeira grande briga. Só que depois, vieram outras conversas sobre o mesmo tema. Se fosse contar tudo o que Isadora disse para tentar fazer mudar minha cabeça, certamente, precisaria de vários capítulos, por isso, imaginem debates que duravam horas sobre o tema e que o final era sempre com ambos indo dormir chateados.
Comecei a me sentir muito inseguro, achava que não estava mais dando conta dos desejos de Isadora, ou que mesmo a satisfazendo, com essa de casamento liberal, pudesse perdê-la, sem contar que imaginá-la com outro não era algo que me excitava, mas sim, que me dava muito ciúmes. Além do amor, tinha a questão da grana, estávamos no segundo ano de casamento apenas, sendo que o acerto com Vasquez era de oito anos, se desse uma de revoltado e quisesse me separar por não aceitar, perderia ela e a grana, me foderia duplamente. Verdade seja dita, a situação nunca chegou ao ponto dela me chantagear, mas fato é que não sei se ela aguentaria mais seis anos de monogamia.
Passaram-se três meses nesse dilema, não que ela tocasse no assunto todo dia, mas vira e mexe, falava. Ao contrário de agora, onde a internet tem farto material sobre o mundo liberal, cuckold, textos etc., naquela época, ela ainda estava engatinhando, então nem sabia onde buscar mais informações sobre o assunto, tentar entender isso melhor, minha única referência era a situação que vivi com um casal durante um feriado na praia e os contos eróticos que li em revistas adultas.
Só que em minha cabeça também rondava o seguinte fantasma: “E se eu não topar e uma hora, ela decidir fazer às escondidas? Isadora jurava que me amava mais do que nunca e que nada do que acontecesse no mudo liberal, mudaria isso, mas e se fazendo sem a minha presença, começasse a sair apenas com um e se apaixonasse?” Foi um momento muito difícil e de terrível insegurança para mim.
Numa tarde de sábado, entrei num famoso chat de bate-papo que já existia e vi que tinham algumas salas para casais. Tirando inúmeros fracassados que fingiam ser comedores, mas estavam mesmo atrás de fotos de esposas para tocarem punheta, e outros que fingiam ser corno, mas nem mulher tinham, apareceram umas três pessoas legais para conversar. Um deles, era um casal de Santo André, conversei muito com o marido e contei meu dilema. O cara me mandou um bom material por e-mail abordando swing, ménage etc., mas o principal para mim era entender como gostar de ver a esposa com outro, simplesmente não conseguia.
Mais dois meses se passaram e as imagens criadas na minha mente de Isadora com outro me traziam raiva, ciúme, medo, mas, como ocorre com muitos maridos, passei a sentir certa uma curiosidade, longe de ser tesão. Aos poucos, fui aceitando fantasiar isso com ela na cama e um dia, criei coragem e perguntei:
-Se eu topasse mesmo essa loucura, como seria o passo a passo? Porque eu nem sei por onde começar algo assim.
Para meu espanto, Isadora já tinha elaborado toda uma ideia em sua cabeça e passou a me dizer sem esconder a animação:
-Então, o que imaginei no começo para não te chocar, é aproveitar aquele fetiche meu de ser bolinada por um cara qualquer, deixá-lo me chupar e tocar uma para ele. Poderíamos fazer isso na primeira ou primeiras vezes até você desencucar de que irá me perder e que entender que nosso amor continuará o mesmo, só que o sexo ficará ainda mais quente para ambos, já que no futuro, você também poderá sair com outras.
O fato dela “só” (como se fosse pouco) tocar uma punheta para um estranho, poderia ser menos impactante do que ver o amor da minha vida chupando uma rola ou dando para outro, mas ainda assim era trash, imaginar que um cara qualquer iria ficar chupando e colocando os dedos onde bem entendesse nela, fazia meu ciúme disparar.
-E como arrumaríamos um cara para fazer isso?
-Pensei que poderia ser como eu fazia antes, ir a uma balada e quando pintasse alguém interessante, combinar com essa pessoa, mas como será nossa primeira vez, para evitar algum imprevisto, tipo um cara querer ir além do acertado e você se irritar, querer brigar, aí, além de uma experiência ruim, certamente, não ia querer repetir, por isso, achei interessante uma coisa que tem começado a ocorrer das pessoas se conhecerem bastante pela internet e depois marcarem algo real (lembrando que era o ano de 1998), se você topar, podemos entrar em chats e conversar com homens, futuramente com casais, aí pedimos fotos por e-mail e quando surgir um que entenda nossos limites e aceite, vamos conversando bastante e marcamos.
- Não sei preciso pensar.
Em outubro daquele ano, após muito refletir, mesmo com um lado meu não querendo, acabei aceitando que começássemos a conversar com um cara pela internet. Foram muitas conversas inúteis, havia muitos idiotas, um deles, era um cara que ficava o dia todo no chat se vangloriando de seus feitos no mundo liberal. No começo, conversamos com ele, mas notamos ser alguém bem arrogante e barraqueiro, sem contar que dava quase para ser nosso avô. Já outros, estavam ali só por passatempo, não tinham coragem de partir para nada real e os que tinham, não agradavam a Isadora.
Após várias conversas infrutíferas, surgiu Juliano, um cara de 27 anos, que além de ter algumas experiências com casais, possuía uma conversa adequada e era um tremendo boa-pinta. Moreno claro, alto como eu e em forma. Na verdade, no começo, ele só quis nos ajudar dando dicas, falou sobre uma casa de swing e tal. O fato de só ser punhetado e poder passar a mão e chupar uma mulher, não o animou muito, porém quando viu uma foto de Isadora, ficou maluco na mesma hora e até achou que fosse fake e disse que queria nos “ajudar”.
Eu queria que o encontro fosse num motel, mas o fetiche de Isadora era dentro do carro, então marcamos numa sexta-feira à noite, na Praça Charles Miller que fica em frente ao estádio do Pacaembu. Caso lá estivesse movimentado, iríamos para outro local.
Lembro-me como fiquei tenso naquele dia, mal consegui trabalhar. Já em casa, vi Isadora se arrumando toda animada, mas um pouco tensa também Ela colocou um vestidinho básico preto curto, como ficaria dentro do carro não quis usar nada muito elaborado como se fosse para uma festa.
Chegamos lá por volta das 21h30 e Juliano já estava nos esperando, ele veio até o meu carro, nos cumprimentamos e combinamos de que os dois ficariam conversando do lado de fora do carro dele e eu dentro do meu, para que pudessem quebrar o gelo e quando começasse a rolar, eu me aproximaria deles. Estava estacionado atrás do carro dele, assim poderia vê-los bem. Isadora me deu um leve selinho e disse “Eu te amo”, depois desceu e foi ao encontro do “amigo”.
Ficaram conversando por um bom tempo, Juliano encostado na lateral de seu carro, até que num dado momento, ele colocou a mão no pescoço dela e a trouxe suavemente para um beijo que foi correspondido. Puta que pariu! Que ciúme senti, porém agora não tinha volta, dali a alguns minutos o cara iria se dar bem com a minha esposa.