Numa madrugada chuvosa no Hospital Municipal Piranucu, região centro-leste de Terra Quente, Cúpida da Terra pariu um menino mirrado de corpo, mas com um cabeção que compôs boa parte dos seus 3,200 kg. Cúpida é uma mulher baixa, cheinha, com cabelos longos que nunca prendia. Ela estava exausta do parto normal para expulsar o bebê de si, tanto que relutou num primeiro momento em amamentar o bebê. Só queria um tempo só.
O bebê cabeçudo estava agoniado, mas sequer tinha forças para chorar. Ainda assim, seu grunhidos chamaram a atenção de seu pai, Cornélio da Terra, que havia terminado de conversar com o obstetra, e foi acudir o pequeno, tomando-o em seus braços. Cornélio é um homem calvo, com apenas o rabicho da barbicha, peludo e magro feito um bicho-pau. Ele contemplava seu filho com cara de joelho e lembrou que ainda não haviam decidido qual seria o seu nome. Provavelmente algum nome de referência bíblica, pois Cornélio e Cúpida são evangélicos fervorosos.
Ao amanhecer, o pequeno estava faminto, mas sua mãe ainda se recusava a amamentá-lo. Então, seu pai teve que ir até o banco de leite do hospital para pegar o líquido materno para poder, em fim, alimentar o cabeçudinho. O médico que atendeu a família disse que se o quadro não melhorasse os pais teriam que vir regularmente pegar leite no hospital, além de ter receitado um leite de farmácia para caso o banco de leite estivesse sem estoque.
Passado os primeiros dias difíceis, a situação só piorou: Cúpida não só não amamentava como maltratava o bebê. Ela passava o dia inteiro em casa arrotando rancor ao seu filho. Por conta disso, Cornélio passou a cuidar dele a maior parte do tempo, e quando ia trabalhar o deixava com a avó paterna que morava perto. O pai nem tinha tido tempo ainda de registrar o seu filho.
No início da noite de uma sexta-feira, cansado, Cornélio chegou em casa com o seu filho nos braços e ouviu barulhos estranhos pela casa. Notou que vinham do seu quarto que estava com a porta entreaberta, e quando se aproximou ouviu:
— Ai! Fode mais o meu cuzinho qu'eu vô gozar gostoso! — escutou o que dizia baforadamente a voz de sua esposa Cúpida.
— Em nome do amor do sangue divino: enfio enfio enfio! — ouviu de uma voz masculina muito familiar.
— Queria que o meu marido me fudesse gostoso assim!... Ai!... Que gostoso!... Ele é um cara tão bobo... — refletiu excitada Cúpida.
Então, Cornélio entrou abruptamente e se deparou com Cúpida de quatro toda empinada sobre a cama com um homem gigante em cima dela. O ricardão era o pastor da igreja que frequentavam: Aldravão Bernardi, um homem de pernas enormes, parrudo e pauzudo. Ele montava em cima da esposa de Cornélio com os pés no colchão num movimento suado e constante, e nem mesmo a presença do marido fez que os adúlteros parassem com o que faziam.
— Que poca vergonha é essa?! — protestou Cornélio.
— Não para, soca gostoso no meu cu! — disse Cúpida.
— Oh! Irmão Cornélio!... Ai, que delícia de cu!... Deixa só eu terminar aqui qu'eu falo c'ocê! — falou com animosidade pastor Aldravão enquanto bombava no cu de Cúpida.
— Não para de olhar, por favor, meu amor, que tá muito mais gostoso assim!... Ai que pau gostoso! — implorou a esposa ao marido.
Paralisado, Cornélio viu de olhos arregalados tudo acontecer com o seu filho dormindo no seu colo. Ele ficou impressionado com o tamanho do pau do pastor que madeirava num movimento razoável. A pirocona pecadora entrava e saía até os bagos do pastor baterem na bunda da amante; até havia uns cabelos dela se intrometendo na sua própria bunda junto com as estocadas do pastor. O cu de Cúpida estava todo gosmado e acomodava muito bem o pau do pastor, o que também chocava o marido atônito. Ela gemia alto e fino sem controle, e a sua buceta pingava excitação, embebendo a cama e embriagando o ambiente com cheiro de sexo.
De repente, pastor Aldravão aumentou desesperadamente o movimento, fazendo sabão no cu de Cúpida. Então, os dois gozaram praticamente ao mesmo tempo: ela deu um grito agudo utilizando toda a sua técnica de falsete do coral da igreja; ele uivou feito lobo, diminuindo o ritmo das enfiadas aos poucos, até parar totalmente. Ainda deram um tempo para recuperarem o fôlego e as forças para que o pastor pudesse sair de cima da amante. Ele tirou a manjuba bem devagar, enquanto Cúpida se peidava todinha.
Assim sendo, Cúpida resolveu dormir, e pastor Aldravão foi cambaleante se vestir para em seguida conversar com o corno estático. Ele justificou que estava lá em uma missão dada por Deus e que esse acontecimento não poderia sair daquela casa. O pastor garantiu que cuidaria de tudo: da casa, da mulher e de seu filho sem nome, desde que Cornélio segredasse o caso. O pastor até propôs o pagamento de uma mesada generosa a ele.
Cornélio olhou desgostoso para o filho e lacrimejou. Brocoxô, ele resolveu aceitar a proposta de pastor Aldravão, afinal o ministro de Deus sempre cuidou tão bem da alma dele e de todos da igreja. Se era uma missão divina, então ele resolveu acreditar. Mas, Cornélio queria sumir, pois nunca pensou em ver o que viu. Antes só queria antes ir ao cartório registrar o nome do filho. No sábado pela manhã nomeou o cabeçudinho: Carabobo da Terra. Depois disso, Cornélio nunca mais foi visto em Terra Quente. Ele abandonou sua esposa e seu filho assim como fez o seu pai, Taurino da Terra, deixando-os à própria sorte.