Alguns meses depois
Nem parece que é dia de festa. Eu aqui sozinha, ralando que nem uma condenada, enquanto a Beatriz fica lá recebendo a atenção de todo mundo. O Leonel ao lado dela está babando, fazendo todas as vontades da Biazinha. Ah! Que raiva! Se eu soubesse que acabaria nisso, eu não teria aceitado.
A única coisa de bom é que o Leonel estava feliz e ele merece muito isso. Eu trouxe tanta tristeza a ele, que eu me senti na obrigação de tornar a vida dele a mais feliz possível.
Agora eu entendo um pouco o que as pessoas traídas sentem, pois estou me sentindo traída.
Kelly - Oi, irmãzinha. Tudo bem contigo?
Paty - Já falei pra não me chamar assim. Nunca sei quando você está de deboche ou sendo carinhosa.
Kelly - Eu te amo, irmãzinha!
Paty - Cadê a Grazi?
Kelly - Ela já devia ter chegado. Estou preocupada com ela.
Paty - O que ela tem?
Kelly - Acho que ela está com depressão, mas ainda tem aquelas sequelas decorrentes das surras que ela tomou no presídio.
Paty - Tadinha da Grazi.
Kelly - Você também está com uma carinha triste. Se anima, o seu filho vai nascer.
Paty - Meu filho? Eu tenho minhas dúvidas…
Kelly - Que dúvida? Seu óvulo mais o espermatozóide do Leonel é igual a Guilherme.
Paty - Falando assim parece simples, mas ver o carinho que o Leonel está dando pra essa Beatriz … Isso está mexendo muito comigo. Às vezes eu acho que tem coisa a mais.
Kelly - O Leonel te ama. Isso é imaginação sua.
Paty - Ele ficou tão triste, quando soubemos que meu útero não aguentaria carregar um bebê. Tudo isso por causa das ISTs que eu peguei.
Kelly - Sinto muito, mas quando o bebê nascer, ela vai embora da vida de vocês e tudo voltará ao normal.
Paty - Sei lá… Ela é filha de uma amiga da família do Leonel. Ele conhece ela desde pequena, e eu vejo que ela tem um carinho por ele.
Kelly - Mas vocês não pagaram pra ela ser barriga de aluguel?
Paty - Sim, pagamos. O Leonel está vindo pra cá. Vamos ver o que ela pediu dessa vez.
Leonel - Vocês estão fofocando muito, hein! Amor, tem outras pessoas pra dar atenção no chá de bebê.
Paty - Por quê você não dá um pouco de atenção também? Você não desgruda da Biazinha! Toda hora passa a mão na barriga dela!
Leonel - É o nosso filho amor! Nosso filho que está lá dentro.
Paty - Desculpa! É que estou ansiosa pra ele nascer logo.
Leonel - Eu te entendo. Também estou assim!
Paty - Eu te amo, Leo!
Leonel - Eu também. A Biazinha me disse que está ansiosa também e está com desejo de comer aquele pavê que você faz. Ela está meio sem graça de te pedir.
Paty - Mais tarde eu faço…
Leonel - Eu te amo, meu amor! Obrigado por isso.
E lá se foi ele voltar para dar atenção aos convidados, mas cinco minutos depois voltou pra ficar ao lado da Beatriz. Nesse meio tempo, Grazi chegou com a Regina e mais um rapaz.
Grazi - Oi, meninas!
Paty - Grazi, o que houve? Você demorou.
Grazi - Eu tive que dar uma de motorista e pegar esses dois no shopping.
Paty - Regina, você está linda! Esse daí é seu namorado?
Regina - É meu ficante! Kkkkkk Tô brincando. Namorado mesmo.
Grazi - Essa garotada hoje fica inventando vários termos.
Kelly - No nosso tempo era paquera kkkkk
Paty - E a Sara, onde está?
Grazi - Regina, por quê você não vai dar uma volta com o Pedrinho?
Regina - Vou levar ele pra um cantinho pra gente dar uns amassos.
Grazi - Engraçadinha! Eu estou de olho. Isso não tem graça!
Assim que eles saíram de perto, eu pude parar de segurar o riso e tive que comentar.
Paty - Hahahaha Teve graça sim!
Kelly - O namoradinho dela é lindo! Pena que ele não tem um irmão mais velho.
Grazi - E o pai é casado! Regina adora ele. Ela agora passa mais tempo na casa do Pedrinho do que lá em casa.
Paty - Isso porque são ficantes, hein!
Grazi - Eles estão namorando. Regina está muito mudada e vive fazendo piadinhas, jogando indiretas. Tá difícil…
Kelly - Grazi, ainda não conversamos sobre essa doideira que está acontecendo. Tenho muito medo da merda que isso pode dar.
Grazi - E você acha que eu não?
Paty - Eu fiquei sabendo desse trelelê da Sara. Olha, nem acreditei que ela fez isso…
Grazi - Essas modernidades me assustam às vezes. Daqui a pouco ela vai chegar com o Armando.
Kelly - E ele vem sozinho ou acompanhado?
Grazi - Espero que sozinho! Não suporto aquela biscate!
Kelly - Grazi, você tem que cuidar da sua saúde. Deixa o Armando viver a vida dele.
Grazi - Não consigo, Kelly! Aquela piranha tem idade pra ser filha dele. Isso é muita sacanagem comigo! A gente fica mais madura, e os homens nos trocam por novinhas.
Paty - Grazi, sei que você está com raiva, mas a gente criou esse merdelê todo que a gente tá. Eu fui estuprada, peguei um monte de doença, não posso gerar meu próprio filho e tenho que aceitar uma piranhazinha também na minha vida pra poder tentar remediar as coisas com meu marido.
Grazi - Eu te falei que isso não ia dar certo. Essas novinhas ficam doidas quando vêem um homem mais maduro, bem sucedido e bonitão. É uma competição desleal. A Kelly te incentivou a fazer isso, mas eu disse que você ia se foder se colocasse uma novinha em casa com seu marido.
Paty - Você acredita que teve uma noite que ela "passou mal" e ficou com medo de dormir sozinha e pediu pro Leonel dormir na cama com ela?
Kelly - O que?
Grazi - Mas que filha da puta!
Paty - Na hora eu fiquei sem reação, e acabei deixando, mas eu levantava de 10 em 10 minutos pra ir lá dar uma olhada.
Grazi - Em 9 minutos dá pra fazer um monte de coisa.
Kelly - Grazi, não bota gasolina nessa fogueira!
Paty - Depois ela quis repetir a graça, só que eu me ofereci pra dormir ao lado dela. Vocês precisavam ver a cara que ela fez.
Kelly - Não sabia que ia dar nisso, mas o Leonel é um cara íntegro. Tenho certeza que ele não vai fazer nada.
Grazi - Tomara…
Paty - Ele faz tudo que ela pede! Eu contei pra vocês, quando o ar condicionado quebrou?
Kelly - Isso acontece, amiga! Grávidas sentem muito calor.
Grazi - Não estou sabendo. O que houve?
Paty - O ar condicionado quebrou, e ela disse que estava com muito calor e eu entendo que as grávidas sentem mais calor mesmo. Ela então veio conversar comigo e me perguntou se tinha problema dela ficar um pouco mais a vontade em casa e a trouxa aqui deixou.
Grazi - O que ela fez?
Paty - Ela começou a usar roupas tão curtas, que até algumas lingeries escondem mais coisa do que aquilo que ela veste. Dois dias depois, compramos outro ar condicionado, porque eu peguei o Leonel olhando pra ela várias vezes. Foi muito humilhante isso. Vocês já viram o tamanho daqueles peitos?
Grazi - E vocês não estão transando?
Kelly - Pior que não, né?
Paty - Ele tem vergonha de fazer lá em casa e ela escutar, e motel ele se recusa a ir. Fica dizendo que é um antro de pecado e doenças.
Grazi - Então você já está há uns 5 meses sem transar?
Paty - Por aí…
Grazi - Tá só na siririca?
Paty - Foi a opção que me restou.
Kelly - Grazi, não olha agora, mas a sua novinha chegou.
Grazi - Filha da puta! Olha lá como ele está mais bonito ainda. Está sem barriga e até com mais músculos.
Kelly - Por isso que eu decidi que não iria arrumar homem tão cedo. Quando eu viajo e acontece de conhecer alguém interessante, eu dou umazinha bem dada e depois cada um segue o seu caminho. Nada de repetir parceiros ou ficar tendo vários encontros antes. Não quero me apaixonar de novo.
Grazi - E o HIV?
Kelly - Até hoje faço exames periódicos, mas parece que eu estou limpinha.
Paty - Grazi, e você? Está tudo bem contigo?
Grazi - Eu não aguento mais fazer exames, mas os médicos dizem que eu devo evitar aborrecimentos e tomar cuidado com a pressão. As sequelas daquela surra me tornaram mais propensa a ter um AVC e os inchaços que eu tive me causaram até um aneurisma cerebral.
Kelly - Sinto muito, amiga.
Grazi - Me lembrei da Fabi. Essa é a primeira vez que estamos juntas depois de tudo o que passamos e só falta ela pra fazermos um brinde. Alguém sabe dela?
Kelly - A última postagem dela já tem tempo. Ela disse que conheceu um Sheik na Arábia.
Paty - Achei que ela estava feliz com o alemão.
Grazi - Durou só um mês, mas depois do alemão, ela chegou a ficar com um russo, né? Ou estou me confundindo?
Paty - Grazi, não olhe agora, mas eles estão vindo pra cá.
Grazi - Parece que eles fazem isso de propósito…
Armando - Boa tarde, senhoras! Tudo bem?
Grazi - Senhoras?
Paty - Armando, não vai apresentar pra gente essa mulher maravilhosa?
Grazi olhou pra mim com um olhar fulminante, mas antes que ela pudesse tomar qualquer atitude, Armando já foi apresentando sua nova namorada.
Armando - Lógico que você sabe muito bem quem ela é, mas pra efeito de formalidades, eu irei apresentar. Essa aqui é a Andréia, minha namorada.
Grazi - Tá mais pra lanchinho da madrugada…
Andreia - Lanchinho? Eu sou uma refeição completa, querida!
Armando - Grazi! Achei que o nosso convívio seria pacífico depois da festa da Sara.
Grazi - Sara, vem aqui comigo que eu quero te falar um negócio.
Armando - Patrícia, me desculpe por isso, mas você conhece a Grazi.
Andreia - Se ela fosse legal comigo, eu também seria legal com ela.
Paty - Relaxa, Andreia. Eu sou a Patrícia e minhas amigas me chamam de Paty. E a minha irmã Kelly você já conhece.
Andréia - Kelly, eu adoro o seu filho! Além de tudo, ainda é lindo. Parabéns!
Kelly - Obrigada! Você também é linda!
Armando - E ela é muito inteligente. Além de cursar medicina, fala três idiomas.
Andréia - Eu arranho, né?
Kelly - Armando, você já está sabendo do namoro da Sara?
Armando - Já e eu já dei a minha opinião. Ela agora é maior de idade e tem que aprender a assumir suas decisões.
Kelly - Isso está tirando o meu sono.
Paty - Me desculpem, mas eu tenho que falar com as outras pessoas. Fiquem à vontade! Andréia, foi um prazer te conhecer. Depois, nós nos falamos.
Não queria me meter nesse assunto, pois eu tinha os meus próprios assuntos pra cuidar. Estavam começando a fazer aquelas brincadeiras que acontecem em Chá de Bebê.
A princípio iriam brincar somente a Biazinha e o Leonel, mas os pais dele lembraram que eu deveria brincar também. Eu nem estava muito a fim, mas como eu vi que a Beatriz não gostou muito, eu decidi participar.
Colocaram uma venda no Leonel e outra em mim e a brincadeira seria adivinhar os presentes que foram dados, mas a cada erro haveria uma punição. Após alguns erros, Beatriz estava com a barriga pintada e eu estava com meus braços pintados e Leonel pelo o que eu ouvi estava com o rosto pintado.
As pessoas estavam rindo, zoando e eu errei novamente o presente. Desta vez, a prenda seria o pai do bebê dar um beijo na mãe. Fiquei toda alegre aguardando o beijo e de repente eu escuto uns barulhos estranhos e algumas pessoas fazendo sons de indignação. Eu tiro a minha venda e vejo a Beatriz beijando o Leonel na boca. Fiquei puta!
Levantei da cadeira, tirei a venda do Leonel e vi que ele se assustou. Fui pra dentro de casa e ele veio atrás me chamando.
Paty - Leonel, me deixe em paz. Fica lá com a Biazinha e os convidados.
Leonel - Mozinho, eu achei que era você me beijando. Falaram a mãe e o pai do bebê.
Paty - Acho que agora sabemos quem é a mãe do bebê.
Leonel - Patrícia, você é a mãe!
Paty - Não, Leonel! Você está fazendo tudo pra ela. Você me deixou de lado, e tudo agora é pra ela.
Leonel - Pro nosso filho! Estou fazendo tudo para o nosso filho!
Paty - Você nem sabe mais diferenciar o beijo da sua esposa. Isso magoa…
Leonel - E como você acha que eu fiquei quando você me traiu? Foi bem pior e foi muito mais que um beijo.
Paty - Isso! Joga na cara mesmo!
Comecei a chorar e ele veio me abraçar.
Paty - Leonel, eu quero ficar sozinha. Vai lá cuidar do seu filho!
Leonel - Desculpa, mozinho! Desculpa.
Paty - Se você não sai, eu saio. Tchau!
Leonel - Você vai aonde?
Paty - Não sei. Só não quero olhar na cara da Beatriz.
Leonel - Eu vou falar com ela e resolver isso.
Paty - Fui…
Leonel foi atrás de mim pedindo pra eu não sair, mas eu precisava de ar e eu precisava ficar longe da Beatriz. Kelly veio falar comigo e a Grazi também, mas eu não queria muito papo. Fiquei escutando as duas falando, mas a minha cabeça estava longe. Eu percebi que Leonel ficava de longe me observando e resolvi que iria aprontar um pouquinho com ele.
Um amigo do trabalho dele, chamado Mário estava na festa e ele já havia me dito que esse tal de Mário é meio mulherengo e conhecia muito sobre a vida. Eu já tinha bebido um pouquinho e parece que a antiga Patrícia estava tentando se conectar comigo. Fui em direção ao Mário e larguei as duas conversando lá.
Mário estava conversando com duas mulheres, mas eu cheguei por trás dele e disse próximo ao seu ouvido que eu precisava ir no mercado comprar mais cerveja, mas o Leonel não podia ir, pra não deixar a festa e os convidados. Ele aceitou e eu olhei pra trás, e vi a cara de reprovação da Grazi e da Kelly. Olhei pro outro lado e com minha visão periférica, vi que o Leonel estava de olho em mim.
Peguei a mão do Mário e fomos em direção ao portão de mãos dadas. Sei que o Leonel viu e veio na minha direção pra tentar me impedir de sair, mas eu nem dei confiança. Deixei ele falando um monte de coisas e nem ouvi direito.
Podia ser besteira o que eu estava fazendo, mas causar um pouquinho de ciúme não faria mal. Entrei no carro do Mário e ele me perguntou qual supermercado e eu disse que queria um que tivesse hidromassagem, pois eu estava precisando de um bom banho de hidromassagem. Ele olhou pra mim assustado e não sabia o que fazer.
Paty - Me leva pra um motel, mas não vai acontecer nada entre nós. Só preciso de uma hidromassagem. Você topa?
Mário - Isso é estranho! O Leonel vai ficar puto comigo.
Paty - É só você agir como se fosse o meu amigo gay. Você consegue?
Mário - Não sei.
Fomos até um motel e quando chegamos lá, eu fui logo ligando a banheira e tirei minha roupa ficando só de sutiã e calcinha que eram até bem comportadas, até porque não estava planejando isso.
Paty - Eu não estou a fim de molhar a minha lingerie, então você vai ficar com os olhos fechados e esperar eu entrar na banheira até ela ficar cheia de espuma.
Mário - Eu vou no banheiro, tomar um banho pra te dar privacidade.
Assim que a banheira ficou cheia, botei o negocinho que faz a espuma e liguei os jatos. Peguei uma garrafa de vinho, abri e levei pra banheira. Tirei a minha lingerie e entrei. Ah! Como era bom! Eu estava precisando disso. Peguei o meu celular e vi que tinha várias mensagens de áudio e várias ligações do Leonel. Tirei algumas selfies dentro da banheira, rindo, segurando a taça de vinho e fazendo caras e bocas. Mandei pra Kelly e pra Grazi. Elas visualizaram e mandaram emoji com carinha de assustado. Logo após mandaram áudio.
Kelly - Não acredito que você fez isso! O cara te perdoou e você vai recomeçar a putaria? Vai jogar fora os meses de tratamento? Sai daí agora, e volta pra sua festa.
Grazi - Puta que pariu, Paty! Depois de todas as cagadas, você faz isso? Você teve uma segunda chance. Olha pra mim! Eu daria tudo pro Armando me dar uma chance. Isso é muita sacanagem!
Resolvi desligar o celular, porque elas estavam me ligando e o Leonel também. E a única coisa que eu queria era relaxar e fazer o Leonel ficar com ciúme.
Eu estava tranquila e calma, quando o Mário surge pelado e não tem como não olhar para o seu pau. Era um pouco acima da média, bem parecido com o do Leonel, mas a cabeça parecia um cogumelo gigante. Aquilo não era uma cabeça, era um cabeção e o pau dele estava duro e era bem grosso.
Paty - Mário, que porra é essa? Não quero ver você pelado.
Mário - A gente não combinou nada disso.
Paty - Você seria um amigo gay.
Mário - Um amigo gay não pode ficar pelado?
Paty - Até poderia, mas ficar de pau duro não.
Mário - O Leonel tá me ligando direto, e já me mandou várias mensagens. Olha só a merda que você me arrumou, e eu não vou ganhar nada em troca.
Paty - Não te prometi nada e você veio porque quis. Você achou que iria me comer? Me poupe! Eu nunca te dei essa esperança.
Mário - Eu vou desligar o celular, e beber. É o que me resta.
Continuamos a beber, conversamos sobre alguns assuntos, demos algumas risadas e eu acabei desabafando algumas coisas com ele, mas eu estava me comportando e não permitia que ele tentasse algo. As horas foram passando, e eu não quis sair da banheira e pedi pra ele me trazer mais vinho. Ele pediu pra entrar na banheira, mas é lógico que eu não deixei.
Ele foi pra cama, ligou a TV num filme pornô e ficou se masturbando. A visão era tentadora, mas fechei os olhos e não me abalei. O filho da puta aumentou o sol da TV e ficava gemendo junto e falando algumas besteiras. Eu olhei pra ele e o safado teve a cara de pau de me pedir um boquete. Eu ri, e disse que não. Voltei a fechar os meus olhos e fiquei pensando que uma noite desta seria suficiente pro meu casamento voltar aos trilhos.
O tempo foi passando e quando eu abri meus olhos novamente, eu tomei um susto. Eu estava na cama, com o Mário do meu lado. Estávamos nus. Eu levantei da cama e quase caí. Uma dor de cabeça dos infernos. Olhei pro pau do Mário e tinha resto de porra nele. Isso não pode estar acontecendo. Coloquei a mão na minha buceta e estava seca. Procurei camisinha pelo quarto e no cesto de lixo, mas não encontrei.
Peguei meu celular e liguei pra ver as horas, e já era de manhã. Puta que pariu! E eu não me lembrava de nada. Minha última memória era dentro da banheira. Fui na banheira e ela estava vazia. Meu Deus! Por que não me lembro de nada?
Mensagens e ligações começaram a pipocar no meu celular. Eram mais de 300 mensagens. Fui acordar o Mário e dei um grito com ele.
Paty - MÁRIO! ACORDA, MÁRIO!
Mário - Oi, bom dia!
Paty - Bom dia é o caralho! Que merda aconteceu aqui? Eu não lembro de nada.
Mário - Sério, isso?
Paty - O que aconteceu?
Mário - Você se lembra da banheira?
Paty - Lembro.
Mário - Então, a gente começou na banheira. Foi 1 vez lá. Depois fomos pro banheiro e demos mais duas lá e aqui na cama rolou até cuzinho giratório.
Desabei no chão e comecei a chorar. A vontade era de pegar as minhas coisas e sumir no mundo sem olhar pra trás. Senti uma mão quente em mim, e um abraço.
Mário - Que tal umazinha agora? Garanto que você vai se animar.
Paty - VOCÊ ESTÁ MALUCO? Eu devia estar muito bêbada pra deixar você me comer. Ou será que eu estava dormindo e você me estuprou?
Mário - Você não se lembra de nada mesmo?
Paty - NÃO, SEU IDIOTA!
Mário - Qual a última coisa que você se lembra?
Paty - Você estava vendo pornô, tocando punheta e eu fechei os olhos pra não sentir vontade.
Mário - Quer dizer que você sentiu vontade?
Paty - Mário!
Mario - Patrícia, relaxa. Não aconteceu nada. Eu bem que tentei, mas você resistiu. A única coisa que eu fiz, foi não deixar você morrer afogada na hidro. Quando eu percebi que você dormiu lá, eu fui até a banheira e te tirei de lá e botei você em cima da cama.
Paty - Só isso?
Mário - Pode ser que eu tenha dado uns beijinhos na sua boca e nos seus seios.
Paty - Então, foi só isso?
Mário - Eu também bolinei a sua bucetinha um pouco com meus dedos e com meu pau, mas não enfiei. Só esfreguei rapidinho.
Paty - Porra, Mário! Eu estou desesperada aqui e você faz isso comigo! Você sabe que isso pode até dar cadeia.
Mário - Você não merece o Leonel. Eu poderia ter tirado foto aqui e mandar pra ele, fazer chamada de vídeo, e eu até tinha vontade de passar o rodo em você, mas ele não merece isso. Se arruma que a gente vai embora e pode ficar sossegada que eu não vou te entregar.
Paty - Obrigada por isso.
Mário - Só vou te pedir uma coisa. Eu quero ser promovido e enquanto ele estiver lá, vai ser difícil porque ele é filho do patrão. Tenta tirar ele de lá de algum jeito e estamos quites.
Paty - Impossível. Eu ficaria muito feliz se isso acontecesse, mas isso não vai acontecer. Prometo que te ajudo nessa parte de outras formas.
Apertamos a mão, e ele me puxou pra um abraço.
Paty - Mário, estamos pelados ainda, e seu pau está duro. Para de safadeza!
Ele riu e nos arrumamos pra ir embora. Eu nem sei que desculpa inventar, mas a verdade nunca seria aceita pelo meu marido. Ele nunca iria acreditar nisso de motel com alguém sem transar.
Outra opção seria dizer que eu fui pra casa da minha mãe, mas nem estamos nos falando direito, depois que o papai morreu e provavelmente ela usaria isso contra mim assim que tivesse chance. Vou ligar pra Kelly.
Paty - Vai, Kelly, atende!
Kelly - Paty, onde é que você está?
Paty - Eu estou bem. Preciso da sua ajuda. Você está em casa?
Kelly - Estou na sua casa.
Paty - Droga!
Kelly - Acabei ficando por aqui, porque achei que você fosse voltar logo e o Leonel ficou maluco. Ainda bem que fiquei, se não a Beatriz iria ser a única aqui pra consolá-lo.
Paty - Ele sabe que estou falando contigo?
Kelly - Está dormindo agora. Te xingou, disse que ia te expulsar de casa, depois chorou, disse que era culpa dele, enfim…eu dei um calmante pra ele, se não o coitado iria ter um surto.
Paty - A Grazi foi embora pra casa?
Kelly - Não sei ao certo. O clima ficou ruim pra ela também e ela saiu mais cedo da festa.
Paty - Perfeito! Vou ligar pra ela. Tchau, irmã. Diz a ele que estou voltando pra casa.
Liguei pra Grazi e ela me atendeu depois de várias tentativas.
Grazi - Você é muito doida! Se tu soubesse a merda que você fez…
Paty - Já estou sabendo! Você está em casa?
Grazi - Estou.
Paty - Chegou que horas?
Grazi - Por volta das 22h
Paty - Tá sozinha?
Grazi - Estou. Por que?
Paty - Porque depois que eu saí da minha casa eu fui pra sua e fiquei esperando você chegar.
Grazi - Porra, Paty! Tu quer me botar no seu rolo?
Paty - Não tenho outra saída.
Grazi - O Leonel vai me odiar e a gente estava começando a se entender.
Paty - Olha, eu assumo total responsabilidade. Por favor, estou sem opções.
Grazi - E a verdade?
Paty - Um dia eu conto a verdade, mas agora não dá. Seria o mesmo que pedir o divórcio e eu amo o Leonel.
Grazi - Não acredito que você fez aquilo!
Paty - Depois a gente se fala. Conto com a sua ajuda.
Grazi - OK. No final, tudo é culpa da puta da Grazi!
Paty - E eu adoro essa puta! Beijos.
Tudo resolvido e agora era só aparar as arestas…
Paty - Mário, você pode me deixar aqui mesmo e eu pego um uber pra casa. Obrigado por ter me acompanhado e desculpe se eu te deixei na mão, mas eu amo o meu marido. Brigas assim acontecem…
Mário - Sem problema. Então eu te deixei no Barra Shopping e lá você pegou um uber?
Paty - Vou dizer táxi. Uber deixa rastros.
Mário - Ok. Boa sorte! Se quiser ir repetir o motel outro dia, é só chamar.
Paty - Vai sonhando hahahaha
Saí do carro e peguei um táxi. Liguei para o Leonel e avisei que estava num táxi e já estava quase chegando. Ele foi seco comigo e disse somente OK.
Quando eu cheguei em casa, Kelly me abraçou e disse ao meu ouvido "Você está fodida e o único jeito de sair dessa é ser amiguinha da Beatriz". Falei com ela nem fodendo…
Leonel - Patrícia, antes da gente conversar, a Biazinha quer te falar uma coisa.
Beatriz - Patrícia, eu queria lhe pedir desculpas por ontem. Estou muito envergonhada pelo o que aconteceu. Sei que não tem sido fácil pra você ver a minha barriga crescer, sendo que era pra você estar vivendo essa experiência. Sinto muito que a sua doença não permita vivenciar a maternidade de forma plena e sei que isso deve estar te deixando com os nervos à flor da pele. Ontem, quando falaram pra mãe beijar o pai, eu me deixei levar pela emoção, porque gerar o seu filho e sentir ele a todo momento dentro de mim, me faz sentir mãe e foi o que eu senti na hora. Não sei se eram os hormônios, a emoção do momento, mas eu acabei fazendo algo por impulso que eu não deveria ter feito. Me desculpa por isso. Serei mais atenta e mais comedida.
Essa filha da puta… Pensa, respira…
Paty - Eu aceito suas desculpas e aproveito pra pedir desculpas pelo meu comportamento ontem. Eu já tinha bebido um pouco e estava me sentindo frustrada com isso. Me lembrei de muitas coisas e quando eu vi vocês se beijando, eu confesso que surtei, mas agora já estou bem. E vou ajudar no que for possível pra você não sentir desconforto nenhum até o meu filho nascer.
Leonel - Muito bem! Vamos pro nosso quarto conversar.
Kelly - Bem, eu vou aproveitar e vou embora pra casa descansar um pouco. Se vocês precisarem de algo, só me ligar.
Paty - Obrigado, irmã.
Levei Kelly até a porta e fui encarar meu marido. Antes de entrar no quarto, tenho quase certeza que vi a Biazinha com um sorrisinho no canto da boca.
Entrei no quarto e vi algumas malas no canto do quarto. A ficha caiu e eu vi que essa conversa seria muito mais séria do que eu imaginava.
Leonel - Onde você estava?
Paty - Na casa da Grazi.
Leonel - O que? Não acredito.
Paty - É verdade.
Leonel - Eu vi você saindo com o Mário. Sei muito bem o que deve ter acontecido.
Paty - Leo, eu juro pelo nosso filho, que eu não transei com ele. Você tem que acreditar em mim. Eu sei que fiz merda ontem, mas eu surtei. Eu só queria te fazer um pouco de ciúmes.
Leonel - E você conseguiu. Só que além de ciúmes, você me fez sentir outras coisas também.
Paty - Eu sei e te peço desculpas por isso, mas você tem agido diferente comigo. Não tem me dado atenção e nem am…
Leonel - Amor? Eu sempre te dei amor. Até nos momentos mais difíceis, eu te defendi e acreditei em você. Eu te perdoei, mesmo você tendo me traído.
Paty - Eu sei e eu sou grata por isso. Por causa do seu amor e fé em mim, eu jurei que ia mudar. Estou fazendo tratamento contra compulsão. Eu nunca mais cheirei ou fumei. E eu não te traí.
Leonel - Quando você não voltou pra casa, toda aquela história da favela voltou na minha cabeça. Eu achei que você iria fazer igual.
Paty - Você prometeu que não iria mais tocar nesse assunto. Isso quer dizer que você não me perdoou completamente.
Leonel - Você saiu com o cara mais mulherengo do meu trabalho e que tem fama de pegar qualquer mulher, solteira ou não. O que você acha qie vai acontecer amanhã quando eu chegar no trabalho? Todo mundo viu você saindo com ele. Todos irão me julgar e achar que sou corno.
Paty - Você quer que eu vá ao seu trabalho amanhã? Você junta todo mundo lá e eu te defendo.
Leonel - Isso é pior ainda…
Paty - Eu faço o que você quiser.
Leonel - Acho que não dá mais pra gente. Eu sempre vou lembrar dos seus erros quando você fizer algo suspeito.
Paty - Isso não é justo, Leonel. Nós vamos ter um filho!
Leonel - Que você parece não querer.
Paty - Eu queria tanto te dar o filho que você sempre quis. Você não imagina o quanto estou frustrada por não poder gerá-lo em meu útero. Sempre que eu olho pra barriga dela, eu lembro que não posso por causa daquele maldito dia.
Leonel - Acho que você não está entendendo a gravidade da situação. Todos no meu trabalho vão me chamar de corno pelas costas e eu vou ter que pedir pro meu pai demitir o Mário, e aí sim, estarei confirmando o chifre.
Paty - E se você tirar férias? Quando você voltar as pessoas já terão esquecido de tudo.
Leonel - A minha vontade era pegar suas roupas e colocar nessas malas e te mandar embora, mas a única coisa que me impede isso é o filho que nós teremos.
Paty - Eu vou mudar com ela, mas ela também tem que saber os limites dela. Aquilo que aconteceu ontem, não pode se repetir e eu quero que você faça amor comigo igual naquele dia. Arrume um tempo pra gente, Leo. Você sabe que estou sendo bem razoável.
Ele balançou afirmativamente com a cabeça nos beijamos, mas o beijo que ele me deu era morno e sem graça. Eu sabia que agora eu teria um longo caminho a percorrer pra reconquistar o amor dele e algo me dizia que a qualquer momento a Biazinha botaria suas garras em meu marido de alguma forma.
…
…
França.
Dois homens num bistrô conversando animadamente sobre as suas vidas, até que um deles começa a contar uma história sobre um aluno da marinha mercante…
Esse cara era um formando da marinha mercante e a formatura era a tal viagem internacional chamada viagem de ouro. Ele era um cara bem apessoado, amigo de todo mundo, mas extremamente ingênuo. Seus melhores amigos viviam pegando no pé dele, que era virgem, e que durante essa viagem ele iria perder a virgindade de qualquer jeito.
Acontece que o cara era noivo e muito fiel à sua amada. Muitos de seus amigos de curso viviam falando que ela era de mentira, que não existia, que era mais uma desculpa pra não perder a virgindade. Ele mostrou a foto dela para os amigos acreditarem nele, mas em vão.
Uma semana antes da viagem de ouro, esse rapaz informou ao Capitão instrutor que iria largar o curso e não faria a viagem de ouro. Rapidamente a notícia se espalhou, e o motivo era que sua noiva não aguentaria ficar esperando 6 meses e temia que ele a traísse durante a viagem.
Longo debate se iniciou e a situação parecia irreversível, até que o capitão vou a foto de sua noiva e ainda ficou sabendo que ela era virgem. A maldade passou pela cabeça do capitão e de outros oficiais que lhe propuseram o seguinte. Se ele se casasse no dia do embarque, seria aberta uma exceção para que sua noiva pudesse embarcar com ele.
O rapaz ficou muito feliz e conseguiu convencer a noiva. No dia do embarque se casaram e quando ela chegou ao navio, todos ficaram admirados com a beleza estonteante da garota. Ela estava pra completar 20 anos e era loira com seios fartos e bunda ligeiramente empinada. Era um espetáculo de mulher e virgem ainda por cima.
Os oficiais bolaram um plano sórdido pra dar uma lição no recém formado. Era proibido um monte de coisas durante a viagem de ouro, mas sabe como é…algumas coisas aconteciam extra-oficialmente, como por exemplo jogatina.
O plano era fazer com que ele jogasse poker durante o maior tempo possível, para que ele deixasse sua esposa sozinha e à mercê dos gaviões que se diziam seus amigos. Eles teriam que deixá-lo ganhar, pois enquanto tivesse ganhando, não abandonaria a mesa.
E a outra parte do plano seria convencer a noiva virgem a trair seu marido. Era sabido que os dois eram pessoas humildes e desejavam melhorar de vida e comprar um carro, uma casa e etc. Passado um dia, o plano já deu errado, pois não conseguiram tirar a virgindade dela antes do marido, mas o plano iria seguir.
Alguns dias passaram, e o marido trabalhava e jogava ganhando uma boa quantia no poker, mas deixando a desejar no quesito atenção à esposa. Ela muito triste começou a ceder às investidas dos homens que flertavam com ela, até que convenceram a esposa e ela disse que só aceitou por causa da grana.
Fizeram de tudo com a esposinha do cara. Sexo oral, tradicional e anal, dupla penetração vaginal e anal, gang bang e até tentaram fazer dupla penetração vaginal com anal junto. As coisas estavam saindo fora de controle e os homens ficando cada vez mais ousados. Antes o sexo se dava somente no quarto dos oficiais, ou de algum aluno formado, mas depois começaram a usar o proprio quarto do casal e começaram a fazer coisas também na área externa.
Numa das vezes quase aconteceu o flagrante, pois o rapaz estava de serviço e sentiu um enjoo. Ninguém estava mais de vigia para avisar quando ele estivesse próximo. Foi quando ele viu uma aglomeração no refeitório e entrou pra saber o que estava acontecendo.
Todo mundo ficou sem saber o que fazer e ele só ouvindo os gemidos de uma pessoa que trataram logo de cobrir com uma toalha de mesa, mas não pararam de comer a mulher.
Ele perguntou o que estava acontecendo, e explicaram que estavam comendo um viadinho, mas que quase ninguém sabia quem era. Ele perdeu uma aposta e está levando uma vara no rabo. O rapaz ficou escandalizado mas deu graças a Deus que tinha sua esposa linda no quarto esperando por ele. As pessoas riram e concordaram com ele.
Isso ocorreu durante 6 meses. Ele ganhou uma grana boa no poker e sua esposa também ganhou igualmente. Era dinheiro que dava pra comprar o carro, a casa e que ainda dava pra viver bem durante muito tempo.
Assim que acabou a viagem de ouro, o rapaz pediu dispensa e foi embora com a esposa. Sumiu do mapa e ninguém nunca mais ouviu falar deles.
Alguns anos depois, alguns oficiais foram fazer uma despedida de solteiro e foram pra uma casa de termas e lá encontraram uma garota que era muito parecida com a esposinha da viagem de ouro. Foram conversar com ela e a princípio ela desconversou, mas devido a insistência deles, ela acabou confessando que era ela, mas que ela nunca se casou com ele. Ela era prostituta de luxo e foi contratada pra fazer papel de esposa. O pagamento seria 20% de todo o dinheiro ganho, mas ele acabou dando um calote nela e fugiu.
Os oficiais ficaram com tanta raiva e se sentiram tão humilhados que contrataram vários detetives particulares pra achar o espertalhão. Quando acharam o sujeito, eles então contrataram um matador de aluguel pra dar cabo do sujeito.
A recompensa era muito boa, e duas pessoas apareceram pra fazer o serviço. A primeira tinha o codinome Sueca e a segunda tinha o codinome de Spider. A missão teoricamente seria da Sueca que foi a primeira escolha. Ela era a melhor, mas o Spider estava fazendo ótimos serviços e sua popularidade nesse submundo estava crescendo, porque enquanto a Sueca usava os métodos de sedução e pistola, o Spider era mais tecnológico e seus serviços não pareciam serviços.
E o Spider queria provar que era o melhor e acabou roubando o alvo da Sueca. Ele mexeu no carro do espertalhão, mas por algum motivo, o plano não deu muito certo, e o acidente que era pra matar somente o alvo, acabou vitimando outras pessoas. Um casal com um filho que estava no local errado e na hora errada acabou morrendo e desde esse dia, o Spider começou a usar armas de fogo em vez de fazer esses serviços mais elaborados.
Homem 1 - Que história maluca! Isso tudo realmente aconteceu?
Homem 2 - Você acreditou? Na verdade, eu sou um escritor. A história é muito boa, né?
Homem - Sem dúvida! Essa história daria um bom filme.
Silêncio. De repente um burburinho chama a atenção de todos ali dentro.
Homem 1 - Cara, olha só aquela loira que entrou! Ela é maravilhosa!
Homem 2 - Você acha que eu tenho chance com ela?
Homem 1 - Acho que não.
Homem 2 - Bem, me deseje sorte.
Homem 1 - Qual o seu nome, amigo?
Homem 2 - Spider. Se algum dia precisar do meu serviço, só mandar uma mensagem pra esse número.
Deixei o cara sem ação e de boca aberta e fui até a loira estonteante que acabou de chegar.
Spider - Você demorou, meu amor!
Loira - Estamos trabalhando. Me chame de Scarlett.
Spider - Scarlett, nosso alvo está sentado naquele canto à direita. O que você sugere?
Scarlett - Ela chegou há quanto tempo?
Spider - Uns 10 minutos. Ainda está comendo sua refeição.
Scarlett - Tem certeza que é seguro a gente fazer o trabalho aqui?
Spider - Melhor não! Ela pode estar armada. Muitos civis… Vamos fazer uma emboscada.
Scarlett - Qual é o plano?
Spider - Eu vou ficar na porta da frente do bistrô e você fica de olho nela e caso ela decida ir ao banheiro ou tentar escapar pela cozinha. Você me manda uma mensagem.
Scarlett - Obrigada por confiar em mim.
Spider - Enquanto você estiver usando esse cordão de São Cristóvão que eu te dei, serei sempre capaz de localizar você.
Scarlett - Eu sei. Foi assim que você me encontrou lá naquele fim de mundo no interior do Rio de Janeiro.
Spider - Foi muita sorte você ainda estar viva… Muita sorte mesmo.
Scarlett - Eu vou lá falar com o garçom e já volto.
Spider - Você está linda, mas eu ainda prefiro você ruiva.
Fiquei acompanhando os passos dela e fiquei de olho no nosso alvo. Dois minutos se passaram e ela voltou à mesa.
Scarlett - Já paguei a conta dela e dei um dinheiro pro garçom entregar uma carta de coringa junto com a conta, quando ela pedir. Pedi pra ele trazer um negócio bem gostoso pra você também.
Spider - É o que estou pensando?
Logo em seguida o garçom traz um pratinho de pudim de leite condensado e entrega pra gente. Experimentei e estava muito bom, mas…
Spider - Esse pudim está delicioso, mas nem se compara ao da Kelly.
Scarlett - Eu sei. Você quer que eu peça a ela pra me ensinar?
Spider - Hahahaha melhor deixar as coisas como estão.
Conversamos mais um pouco, fazendo novos planos e eu estava apaixonado por ela. Sempre fui, mas eu não poderia estragar o meu disfarce e toda a vida que eu construí com a Kelly. Apesar de gostar muito dela, e a vida com ela ser muito boa, eu não a amava, mas na época me pareceu ser o melhor plano. Além de cuidar desse alvo, ainda tínhamos que localizar o Gabriel e dar um fim a ele também.
Enquanto eu terminava o pudim, vi que o nosso alvo pediu a conta e nesse momento fui até a porta pra preparar a emboscada. Quando ela abriu a caixinha pra ver a conta, tomou um susto tão grande e se levantou olhando ao redor, procurando alguma coisa. Ela viu que a conta já estava paga, mas continuou sentada em seu lugar. Ela calmamente pediu um café, e ficou ali provavelmente pensando no que fazer.
E ali ficou pedindo café durante 1 hora. Decidi mudar os planos e fui até ela. Quando cheguei em sua mesa, puxei uma cadeira e me sentei de frente pra ela.
Spider - Boa tarde, norinha. Já faz muito tempo…
Luara - Sogrinho! Quem é vivo sempre aparece…
Spider - Estou mais vivo do que nunca. Não acredite em tudo que vê na internet. Tem muita fake news.
Luara - Então é assim que termina? Você vai me matar?
Spider - Talvez. O que você fez a Kelly foi muito cruel e o Abel ficou com o coração despedaçado.
Luara - Sabia que eu quase desisti de tudo por causa do seu filho? Aquele garoto é uma máquina, mas ter que conviver com a Kelly e a Paty seria impossível.
Spider - Eu sei.
Luara - E a Kelly só não pegou HIV por causa dele. Nenhum homem daquela roleta russa estava infectado. Tudo não passou de tortura psicológica.
Spider - Mas você causou muitos danos. Elas sofreram muito nas suas mãos.
Luara - Então como vai ser?
Spider - Tem mais alguém aqui pra te ver.
Scarlett - Oi, Luara. Achou que conseguiria escapar?
Luara - Fabiana! Você ficou muito linda com esse cabelão loiro. Está parecendo mais velha, mais mulherão.
Scarlett - Não sei o que pretende, mas acabou pra você.
Luara - Essa partida talvez, mas o jogo está longe de acabar…
Bombas de fumaça explodiram no lugar e uma mulher foi carregada por um casas às pressas desaparecendo na noite escura de Paris.
…
…
Viver com um aneurisma é quase como viver com uma bomba relógio. Eu estava vivendo uma vida de merda e o que me restava era viver um dia após o outro. Ajudando minhas filhas, batendo perna no shopping, visitando as amigas. Ainda dava pra fazer bastante coisa.
Andando no shopping, eu vi uma ruivinha andando na minha frente alguns metros. Parecia a Fabi. Eu apertei o passo, mas a perdi na multidão. Olhei no outro corredor e avistei a ruiva novamente. Fui andando, quase correndo e agora eu estava bem próximo a ela.
Grazi - Fabi! Fabiana!
Ela parecia que não me ouvia. Chamei de novo, até que eu a alcancei.
Grazi - Fabi! Desculpa. Eu achei que fosse uma amiga minha. Com licença…
Ruiva - Grazi, vamos tomar um suco?
Grazi - Como você me conhece? Quem é você?
Ruiva - Eu conheci a Fabiana há um tempo atrás. Meu nome é Karina.
Grazi - Não acredito! Isso é alguma cilada! Onde está a Luara?
Karina - Vamos tomar um suco ali? Quero conversar contigo.
Grazi - Não vou tomar nada.
Karina - Então tá. Volta então pra sua vida medíocre! Esperar a morte deve ser angustiante.
Grazi - Você não sabe como é passar o que eu passei!
Karina - Talvez, mas igual a você, também me tiraram coisas importantes. Que tal a gente conversar e quem sabe você pode ter um novo propósito na sua vida.
Grazi - O que você quer?
Karina - Tomar um suco.
Fomos então até um lugar chamado Bibi que faz sucos deliciosos. Pedimos dois sucos de frutas silvestres e começamos a conversar.
Karina - Eu vou ser direta, pois não temos tempo a perder. Eu quero reativar o grupo das damas.
Grazi - É sério isso? Não basta eu estar toda fodida, você quer me foder de novo? Estou fora.
Karina - Eu preciso muito que você convença a Kelly a entrar. Ela é a peça mais importante. Você e a Paty também podem se dar bem, mas você tem que convencer as duas a participar. As quatro damas novamente juntas.
Grazi - Eu sei que as quatro damas se ferraram. Por que você acha que agora nós teremos alguma chance?
Karina - Porque nós agora teremos o nosso próprio coringa.
Grazi - Quem?
Uma moça loira estava próximo a nossa cadeira e se juntou à nossa conversa.
Sueca - Meu nome é Natália. Codinome - Sueca.
Fim ????