Capítulo 2 - Inocência
Como meu pai andava bastante atarefado, e só podia visitar as obras da nova casa nos finais de semana, ele me encarregava de passar duas ou três vezes durante a semana para dar uma vistoriada rápida e o deixar informado do andamento dos trabalhos do construtor. Eu procurava corresponder à altura a confiança que ele depositava em mim, não apenas na questão da obra, mas em tudo mais que fazia. Acabei me tornando mais maduro e responsável que meus colegas na mesma idade, e tinha orgulho de conseguir ser prestativo.
Passado mais de um ano do início da construção da nova casa, ainda estávamos às voltas com alguns detalhes do acabamento, da pintura e do paisagismo do jardim que circundava a casa. A essa altura, eu já estava bastante à vontade com o construtor e seus funcionários para palpitar e sugerir algumas ideias que meu pai e eu combinávamos. Eu passava pela obra todos os dias após o colégio, mesmo não havendo nada a ser comunicado, só para passar o tempo e para ficar admirando alguns empregados do Sr. Alberto, e ele próprio, trabalhando sem camisa com seus troncos musculosos e viris suados voluptuosamente expostos. O Sr. Alberto devia estar com a mesma idade do meu pai, era divorciado e tinha dois filhos ainda pequenos com a segunda esposa. Ele tinha um corpo maçudo e másculo, pelos no peito que desciam formando uma trilha estreita até chegar ao púbis onde se juntavam a um denso chumaço que preenchia sua virilha, e do qual brotava um cacetão grosso e um sacão globoso e pesado. Eu conhecia todos esses detalhes anatômicos porque ficava a espiar escondido quando ele e os funcionários tomavam uma ducha ao final do expediente. Dentre os mais de dez funcionários que compunham a equipe de obras do Sr. Alberto, dois despertavam minha libido, o Júlio e o Carlos, ambos solteiros, na faixa dos vinte e poucos anos, parrudos, de ombros largos, pernas grossas e musculosas como os braços exercitados na lida dura. Cada vez que eu aparecia na obra, começavam os cochichos entre os dois que, às vezes, também envolviam outros funcionários. Embora não conseguisse ouvir os comentários, sabia, pela expressão sacana deles, que falavam de mim. Eles viviam falando sacanagens sobre mulheres e gays, não escondiam sua libertinagem e se gabavam um para o outro contando suas façanhas sexuais, ficando muitas das vezes com o pau duro durante os detalhes mais sórdidos e picantes de seus relatos. Eu ouvia aquilo excitado pelos hormônios que estavam transformando meu corpo, e começava a perceber minha predileção por homens ao invés de garotas. Estava descobrindo minha sexualidade e entendendo que seria um gay, para o bem ou para o mal do meu futuro destino.
No colégio eu era tido como um dos meninos mais bonitos, despertava o interesse das meninas e atiçava o tesão dos garotos, tanto pelo rosto harmonioso onde surgiam fáceis os sorrisos espontâneos entre os lábios carnudos, vermelhos e úmidos, pelos olhos claros e expressivos, e pelo contorno ósseo suave; bem como pelo corpo esguio de costas largas que se afinavam na cintura e voltavam a se alargar nas ancas e numa bunda roliça e carnuda. Esse mesmo sucesso parecia se repetir nos olhares lascivos que o Sr. Alberto, o Júlio e o Carlos me lançavam quando eu perambulava pelos cômodos vazios e cheios de ecos da construção ao observá-los trabalhando e falando sacanagens. Aquele ambiente másculo, de homens cheirando a testosterona, com a pele coberta de poeira e suor, me rendia punhetas toda vez que entrava debaixo da ducha e manipulava meu pinto pequeno e bem formado.
Havia alguns dias que eu andava meio entediado, sentia uma ansiedade injustificada que parecia não ter uma razão concreta. Naquela tarde, após terminar as poucas tarefas de casa passadas pelos professores, fui novamente acometido dessa sensação. Mandei uma mensagem para o Tulio, para ver se queria jogar videogame ou fazer qualquer outra coisa para passar o tempo, mas ele tinha ido se encontrar com outro colega nosso para fazer os deveres escolares na casa dele. Bufei desolado após ler a mensagem de resposta dele, e decidi dar uma volta até a obra; lá ao menos haveria movimento para me distrair. Como a obra estava na fase de conclusão, já não havia mais aquele batalhão de funcionários, e só encontrei o Júlio e o Carlos terminando de instalar as pias nos banheiros. O Sr. Alberto os havia deixado concluir esse serviço enquanto ele e o restante da equipe já encaravam uma nova obra. Como sempre, ambos estavam trabalhando sem camisa, embora não fosse uma tarde quente. No entanto, estavam suados e isso logo me deixou excitado, sem conseguir parar de olhar para seus corpos sarados. Aqueles dois já deviam ter trepado centenas de vezes e reconheciam todos os sinais que indicavam uma foda iminente, o que a minha inexperiência ainda não havia descoberto, para que meus olhares fossem menos denunciadores. Notando que sua nudez máscula estava mexendo comigo, eles se entreolharam mancomunados com um sorriso malicioso a iluminar as caras safadas. Começaram a puxar conversa e a contar piadas sobre gays, algumas eu já tinha ouvido em ocasiões anteriores nas quais fingi não as ter ouvido, mesmo assim me pus a rir encabulado ao final delas. Toda vez que mencionavam as palavras, pinto, caralho, pica, caceta, eles manipulavam as deles e, em pouco tempo, havia duas ereções enormes dentro de seus jeans surrados, desbotados e apertados, me deixando desconcertado e cheio de tesão.
- Você me parece chegado numa rola de macho, Theo! Conta aí para a gente se já fez troca-troca com os colegas da escola. – afirmou descarado o Carlos, cujo olhar me cobiçava como um lobo cobiça um cordeiro.
- Não! Eu não! Nunca fiz nada disso! – exclamei enfático e aviltado, o que não foi o bastante para ocultar a mentira.
- Ah, vai me desculpar, mas eu duvido! Você é um puta tesão de moleque, tem uma bunda de fazer inveja para muita mulher, e vai querer me convencer que nunca brincou com nenhum dos teus colegas? Ou todos são um bando de maricas, ou você está mentindo! – retrucou o Júlio, aumentando a pressão sobre mim.
- Não estou mentindo! – devolvi, sem convicção, já me sentindo encurralado pela libertinagem deles.
- Fala a verdade, Theo, nem uma chupadinha de pica? – insistiu o Carlos, me fazendo corar e denunciando minha farsa.
- Qual é a de vocês dois, estão zoando comigo? – indaguei, tentando me safar daquela conversa constrangedora.
- Não estamos te zoando, é que você há convir que um cara tesudo feito você não devia continuar virgem. Eu mesmo gostaria de sentir a tua boca mamando minha pica até me fazer leitar. – insinuou o Júlio, manipulando a verga com a mão que enfiou cós adentro, me deixando com os olhos arregalados de tanto interesse. – O que você acha de experimentar isso aqui? – emendou, tirando o cacetão pingando pré-gozo para fora da calça.
Engoli a saliva que se acumulou na minha boca ao ver aquele pintão cabeçudo excitado, ao mesmo tempo em que senti um frenesi no cuzinho.
- E também esse aqui! – exclamou o Carlos, também tirando a rola grossa através da braguilha. – Assim você vai ter um parâmetro para nos dizer de qual leitinho gostou mais. – continuou, lançando um olhar provocativo na minha direção.
- Vocês são dois malucos e tarados! Imagine se eu vou colocar o pinto de um homem na minha boca! Eca, isso é nojento! – exclamei tentando sustentar a pose de indignado, muito embora estivesse mais tentado a cair de boca naqueles cacetes suculentos.
- Você acabou de jurar que nunca chupou uma pica, como sabe que é nojento? – questionou o Carlos, tentando me acuar na minha mentira.
- É que eu acho! – respondi
- Estamos só nos aqui, nada do que acontecer vai sair daqui; a gente promete, não promete, Carlos? – disse o Júlio
- Claro! Fica só entre nós! É sua chance de provar uma rola, Theo! – ratificou o Carlos, num conluio devasso.
Fiquei uns minutos pensativo, avaliando os riscos, procurando superar o medo e me encorajar a provar o sabor daquelas duas jebas cativantes; em suma, me questionando quanto a virar uma bicha puta. Esse meu vacilo momentâneo fez o Júlio tomar a inciativa e se aproximar de mim, tascando um beijo sensual na minha boca, enquanto tirava minha camiseta. Assim que meu torso ficou nu, o Carlos se aproximou me encoxando por trás e bolinando minhas tetinhas. Encurralado pelos dois, feito o recheio de um sanduiche, eu gemi com aquelas quatro mãos ávidas deslizando sobre a minha pele. Não levou nem dois minutos para eu estar completamente nu, tendo uma das minhas tetas chupadas e mordiscadas pelo Júlio, e a bunda apalpada pelas mãos ásperas do Carlos. Meu pinto começou a enrijecer, e os biquinhos duros e saltados dos mamilos comprovavam o tesão do qual estava possuído. Os dois se livraram apressadamente das calças, o Carlos também da cueca, uma vez que usava uma, enquanto o Júlio dispensava o acessório. Sempre prensado entre os dois, ora um, ora outro, juntava sua boca com a minha enfiando a língua quase até a minha garganta e me fazendo sentir o sabor distinto de cada um. Eu estava todo arrepiado, o que os deixava fascinados ao passarem as mãos ásperas sobre a minha pele lisinha e clara. Tremores incontroláveis agitavam meu corpo prensado entre os dois, me fazendo sentir o calor que advinha dos deles, bem como o suor que ia aderindo à minha pele, impregnando-a com o cheiro másculo eles liberavam. O Júlio me fez ajoelhar a seus pés, pincelou a caceta babada na minha cara e passou lentamente a glande úmida sobre os meus lábios, até eu os abrir e envolver parte de seu órgão avantajado. Comecei lambendo a chapeleta e sorvendo o pré-gozo que minava dela. Ele gemeu fundo, fechou os olhos e lançou a cabeça para trás, ao mesmo tempo em que agarrava a minha enfiando os dedos na minha cabeleira.
- Puta tesão, garoto! Caralho de boca aveludada! Chupa tesão, chupa! – grunhia ele, se contorcendo todo.
Mais uma vez estava me sentindo empoderado, como no dia em que em chupei a rola do Thiago; estava descobrindo que podia deixar um macho ensandecido de prazer com uma simples mamada em seu cacete. Logo o Carlos aproximou a pica do meu rosto, também me oferecendo seu membro. Fiquei com a cara quase enfiada nas virilhas pentelhudas e cheirosas dos dois, abocanhando ora o caralho de um ora do outro, chupando-os devotamente, e sorvendo o fluído viscoso e abundante que aquelas picas vertiam. Ao mesmo tempo em que chupava toda a extensão dos dois caralhos pesados que segurava em cada uma das mãos, eu descia até os sacos deles lambendo-os e massageando-os com uma das bolas dentro da boca. O Carlos e o Júlio rugiam feito dois leões, me agarrando pelos cabelos e socando as jebas na minha garganta até eu bater com as mãos espalmadas sobre suas coxas peludas pedindo arrego e uma chance de respirar. O Carlos foi o primeiro a gozar, como a pica dele estava fora da minha boca, o primeiro jato atingiu meu rosto e eu soltei a chapeleta do Júlio por uns instantes para abocanhar e engolir os demais jatos da porra deliciosa do Carlos. Observando enlevado e extasiado a cena, o Júlio anunciou o gozo e eu abri a boca para ele o despejar dentro dela, engolindo seu néctar viril e saboroso à medida que ele ejaculava.
- Cacete, que esporrada! Não dou uma dessas faz tempo! – Confessou o Carlos, enquanto eu terminava de lamber o cacetão melado dele.
- Diz aí agora, moleque. Qual foi a mais gostosa? Tu tomou todo o leitinho das duas picas como um bezerro faminto. Me deu um puta tesão ver você engolindo tanta porra! – murmurou o Júlio ainda tomado pela excitação.
- Gostei das duas! – admiti, terminando de lamber meus lábios coberto de porra cremosa.
- Isso não vale! De um leitinho você deve ter gostado mais, diz aí, qual foi? – cobrou o Carlos.
- Verdade, gostei dos dois! – afirmei sincero
- Tu é uma bichinha muito da esperta, quer nos deixar sentindo esse puta tesão. – disse o Carlos. – Mas tem mais um jeito de você escolher o melhor de nós dois, levando pica nesse cuzinho! – ele dizia isso com uma cara tão safada, impudica e descarada que meu cuzinho não parava de piscar.
As picas dos dois nem chegaram a amolecer direito quando voltaram a me bolinar, cada um com uma das minhas nádegas na mão, apertando-as, elogiando sua consistência firme, a pele aveludada e quente, a completa ausência de pelos que seguia o padrão de todo meu corpo, nem mesmo a penugem dourada e rala que cobria minhas pernas e braços. Eu já estava excitado só de ver a troca de olhares entre os dois, as sacanagens que sussurravam no meu ouvido, o tesão que os estava tirando do prumo. Além das carícias, eles me davam beijos lascivos, impregnados de concupiscência e luxúria, aos quais eu retribuía ora prendendo seus lábios entre os meus dentes, ora entrelaçando minha língua com a deles numa dança impudica.
- Tu é muito do gostoso, moleque! – grunhiu o Júlio durante um beijo. – Pede para eu te foder, quero foder esse cuzinho macio! – sentenciou, quando enfiou um dedo no meu cu me fazendo reprimir um gritinho sufocado.
A mão dele era bruta, acostumada a pegar coisas pesadas, se valendo de uma força desmedida que nem ele mesmo devia estar percebendo, ao amassar algo tão tenro quando a minha bunda, e esmiuçar uma fendinha estreita como a que estava encapando seu dedo grosso. Não consegui verbalizar uma resposta, apenas gemi, para que soubesse que meu gemido era sinônimo de um sim. Com aquele dedo vasculhando meu cu não resisti e fechei a mão ao redor do cacetão grosso dele. Ele abriu um sorriso devasso.
- É isso que você quer? Quer sentir minha pica nesse cuzinho gostoso?
- Uhum! – soltei com meus lábios entrelaçados nos dele.
Ainda havia alguns caixotes de madeira espalhados no quarto anexo ao banheiro onde estavam trabalhando e foi sobre um deles que o Júlio me debruçou, apartando minhas pernas e nádegas e chamando o Carlos para ver a minha rosquinha rosada piscando no fundo do rego.
- Caceta, moleque! Que puta rabo é esse? Isso foi esculpido para satisfazer os machos, caralho! Nem uma bucetinha virgem é tão pequena quanto esse buraquinho. – afirmou excitado o Carlos, de cuja glande já pingava o pré-gozo.
- Mano, mete o dedo nessa porra macia, sente como esse moleque é apertado! – exclamou o Júlio, tirando o dedo do meu cuzinho para que o Carlos pudesse comprovar sua afirmação.
Quando meteu o dedo em mim, soltei um suspiro longo e minhas pregas reagiram, travando instintivamente ao redor do intruso. Os dois salivavam como dois leões cercando a presa, já prevendo a satisfação que tirariam do meu cuzinho. Assim que o Carlos terminou de me examinar, o Júlio meteu a cara entre as minhas nádegas e lambeu minha rosca plissada. Gani de tanto tesão, porque ele não estava sendo nem um pouco sutil, ele me lambia com avareza como se estivesse sentindo meu cio. Ele mordia meus glúteos deixando as marcas dos dentes gravadas na pele; às vezes com tanta força que eu gania de dor. Ele então me soltava, dava um beijo no local ferido e o acariciava. Com as nádegas já bem marcadas e vermelhas, o Carlos o imitou em quase tudo, também bruto. A única coisa diferente que fez, foi ficar movimentando o dedo como se estivesse me fodendo enquanto lambia e lambuzava meu ânus com sua saliva. Eu já não controlava nem minha respiração nem os espasmos que faziam meu corpo todo tremer, como uma presa agonizando ante seus predadores. O Carlos foi o primeiro a apontar a cabeçorra contra o meu cu; não sei se porque era o que estava bolinando com ele, ou se haviam combinado entre eles quem seria o primeiro, uma vez que o caralhão dele era ligeiramente menor e menos encorpado do que o do Júlio, que mais se parecia com um cacete de cavalo.
- Não me machuquem, por favor! – implorei, quando senti a pica do Carlos forçando meu anelzinho
- Caralho, moleque, não pede o impossível! – rosnou ele, dando nova forçada e me fazendo gritar.
Eu estava tão tenso que o cu travou antes de ele conseguir enfiar o mastro dentro dele. Ele pegou no caralho guiou-o mais uma vez até a entrada do meu cuzinho e estocou forte. A chapeleta, empapada de pré-gozo, atravessou meus esfíncteres que se distenderam além do limite e me rasgou todo. Eu gritei e, rebolando, tentei tirar o cu da reta, mas o Carlos foi mais rápido e com outra estocada forte meteu metade do cacetão do meu cuzinho. A minha agitação e os ganidos pungentes os deixaram ainda mais excitados. À minha frente, o Júlio se masturbava assistindo o colega me possuir como um garanhão cobre uma égua, mostrando sua força, seu poder de inseminar, sua dominância de macho. Insensível à minha dor e inexperiência, o Carlos só pensava no próprio prazer, em se satisfazer naquela rosquinha apertada e quente que o agasalhava.
- Ai, está doendo muito! – gani, tomado pelo desespero, e sentindo minhas forças se esvaindo.
- Quem mandou tu nascer viado, bichinha gostosa? – bramiu ele, me estocando com mais força, com o caralhão completamente atolado no meu rabo e seu sacão batendo contra meu reguinho estreito.
Cheguei a pensar que ia desmaiar, mas pensei que se o deixasse acontecer aqueles dois iam me estraçalhar, então respirei fundo, me esforcei para sublimar a dor e deixei-o me foder naquela selvageria desatada. Até determinado momento, o cacetão se movia seco sobre a minha mucosa anal, o atrito a esfolava e parecia que eu tinha um pedaço de brasa entalado no cu; depois começou a deslizar mais facilmente, o vaivém parecia estar lubrificado e, ao sentir aquela umidade pegajosa se espalhando externamente no meu reguinho antes de o Carlos gozar, eu soube que meu cu estava sangrando. O Júlio tinha enfiado a pica na minha garganta e me mandava chupar, o que fiz sem o mesmo desvelo de antes. Para minha sorte, o Carlos gozou rápido, o coito tresloucado durou menos de um quarto de hora, quando ouvi seu urro gutural e senti meu cuzinho se enchendo de porra, não consegui mais reter as lágrimas. Tão logo o Carlos tirou o pauzão de dentro de mim, pude confirmar que estava sangrando, embora o Júlio não tivesse me dado tempo para lamentar. Ele me fez deitar as costas sobre o caixote, abriu minhas pernas e as colocou sobre os ombros. Espasmos nos meus esfíncteres anais tentavam fechar o rombo deixado pelo Carlos, mas ele ainda pode ver parte da mucosa rosada coberta de porra esbranquiçada do colega e o sangue brotando das preguinhas rotas. Quando meteu o caralhão no meu cu, eu compreendi porque havia deixado o Carlos me foder primeiro; o pauzão dele era bem mais grosso e terminou de me rasgar enquanto eu voltava a gritar pedindo para ele ir devagar e tentando afastar aquelas coxas musculosas e peludas com as mãos espalmadas sobre elas. A obstinação dele foi maior que minha capacidade de resistência e, em poucas estocadas, ele preencheu minha ampola retal com sua verga indômita vibrando nas minhas entranhas. O orgasmo se apossou do meu corpo e eu me esporrei todo. Em dado momento, ele tirou minhas pernas dos seus ombros, manteve-as abertas e apartadas no ar com a ajuda do Carlos que, vindo por trás da minha cabeça, tinha enfiado a pica na minha boca, o ajudou a segurá-las naquela posição de frango assado. A pica do Júlio era tão calibrosa, e ele me estocava tão forte e rápido, que achei que ele fosse me rasgar ao meio. Meus gritos e ganidos preenchiam o ar com a devassidão do sexo sem amor, daquele sexo animalesco e selvagem que não visava nada além do prazer fisiológico momentâneo. Minha inexperiência tinha me levado a cometer um erro, tinha deixado meu tesão se sobrepor à razão e me conduzido a uma posição vulnerável que aqueles dois machos souberam aproveitar sem nenhuma consideração por mim. Quando a musculatura pélvica do Júlio se retesou e ele se despejou todo no meu cu, e comecei a chorar, consciente da enorme burrice que tinha cometido.
- Ei, ei, que frescura é essa agora? Você chegou aqui doidinho para dar o cu, e agora que está todo esporrado quer dar uma de vítima, qual é a tua viadinho? – sentenciou insensível o Júlio enquanto puxava vagarosamente a pica para fora do meu cu.
- Não pensei que vocês fossem fazer assim comigo. – balbuciei, enxugando as lágrimas pelas quais me sentia envergonhado.
- Assim, como? Admita, nós te fodemos bem gostoso! Esse rabão aguentou duas picas avantajadas e as pôs a gozar de um jeito que faz tempo eu não gozava tanto e tão gostoso. – afirmou o Carlos.
- Você estava esperando o quê, uma foda tipo baunilha, com beijinhos a caricias apaixonadas? Somos machos e héteros, é assim que fodemos viadinhos como você, metendo pica sem dó, não é isso que vocês procuram? – questionou o Júlio.
Juntei minhas roupas e me vesti, com a impressão de que se desse mais alguns passos minhas vísceras sairiam pelo túnel que parecia haver no meu cu. Eu ainda tremia, os espasmos musculares estavam por todo meu corpo, o tesão de antes havia desaparecido e, mesmo olhando para aquelas duas picas saciadas, eu não conseguia sentir nada além de uma frustração imensa. Nosso apartamento não distava mais do que uma caminhada de vinte minutos da casa em construção, porém não me sentia com forças de enfrentar o trajeto de tanto que me doía o cu e as cólicas que pareciam estar me rasgando por dentro.
- Um de vocês pode me acompanhar até em casa, não estou legal? Ou chamar um Uber, pois não sei se aguento caminhar até lá? – perguntei.
- Tu é mesmo uma bichinha muito da fresca! Vá lá, vamos te acompanhar até em casa, mas só porque esse cuzinho foi maravilhoso de se foder. Na próxima não vai ter essa moleza toda! – respondeu o Júlio, nem desconfiando de que não haveria próxima vez com nenhum dos dois.
Ao final da caminhada daqueles poucos quarteirões, parecia que eu havia corrido uma maratona, estava exausto, e começava a temer que estivesse acontecendo algo de errado, pois as dores só aumentavam. Chegado em casa, fui direto para a ducha, lavei todo esperma do meu cuzinho, e o sangue coagulado do rego, e fui me deitar. Ao contrário do que tinha acontecido após a transa com o Thiago, onde deixei o sêmen dele perpetuando o prazer que ele tinha me feito sentir, com o do Carlos e do Júlio eu senti a necessidade de me livrar daquela umidade aderida que me fazia sentir sujo. Naquele dia descobri que o sexo só deixa boas sensações quando há algum sentimento envolvido, não necessariamente amor e paixão, mas qualquer sentimento puro e genuíno que o torne de alguma forma especial. Esse tipo de sexo o Carlos e o Júlio não conseguiram me proporcionar, talvez por isso estivesse com essa sensação de desencantamento.
Quando meu pai entrou em casa logo procurou por mim como de costume, e veio ter comigo todo atencioso quando me viu deitado na cama naquele horário.
- Oi filhão! Está tudo bem com você? Não se sente bem, para estar na cama a essa hora? – esse era meu pai, sempre cheio de preocupações para comigo.
- Oi, pai! Como foi seu dia? Está tudo bem comigo, não faça essa cara de preocupação. – respondi, sem conseguir esconder meu desanimo.
- Se está tudo bem, por que dessa cara triste?
- Não estou triste, só um pouco cansado, talvez!
- Diga lá o que te aflige! Eu te conheço melhor do que a palma da minha mão, e sei que não está tudo bem, como quer me fazer acreditar. – eu não respondi, apenas passei os braços em volta do pescoço dele e o beijei carinhosamente no canto da boca. Ele ia saber entender, não precisava de palavras para isso.
- Está com fome? Posso terminar o jantar, se quiser. – perguntou, deitando-se ao meu lado
- Não! Fique mais um pouquinho aqui comigo, depois eu te ajudo com a janta. – respondi, virando-me na direção dele e colocando minha cabeça em seu ombro, onde seus dedos se encarregaram de brincar com as mechas do meu cabelo. – Amo você, pai! – sussurrei, recostado na segurança do corpão sólido e acolhedor dele. Ele não me respondeu, sabia que não seria necessário, assim como tinha certeza de eu haver passado por algo traumático para estar naquele estado. Noutro momento qualquer sabia que ia desvendar a verdade.