CAPÍTULO XVI
Ian deslizou as palmas das mãos por minhas costas, espalhando óleo de amêndoa, massageava meu bumbum, desceu por minhas bolas até segurar meu pau entre as mãos, voltou a movimentar o dedo em volta do meu ânus.
Ian o enfiou enquanto massageava meu pau friccionando-o. Eu com a barriga contra os travesseiros e as pernas abertas, me apoiava mais ao meu abdômen do que sobre os joelhos no colchão. Eu o via pelo espelho em frente a nos no chão.
- Deixa eu te tocar, - pedi.
Ele veio para o meu lado e continuou a massagear minhas nádegas e a meter em meu ânus com os dedos besuntados que entravam facilmente e saiam me arrancando suspiros.
Ian babava pelo pau duro. Eu o segurei sentindo-o quente, teso.
Ian veio até meu rosto e eu o chupei, sentia os dedos dele ainda no meu cuzinho. Ele beijou minha boca e voltou para trás de mim, brincou com a cabeça de seu pau em volta do meu cu, em círculos, ameaçando entrar.
Ele o deslizava por meu reto toda a extensão de seu pau para cima do meu bumbum e embaixo próximo a minha virilha.
Mas quando forçava com a cabeça em frente ao meu cuzinho dilatado, eu travava.
- Confia em mim amor, - pedia no meu ouvido. - Confia, não vou te machucar.
Ele deitou-se sobre mim, e o calor do corpo de Ian sobre o meu, a estreiteza de nossas peles uma colada ao sabor da outra, fez-me relaxar os ombros, contrair o pênis sem tocá-lo por pouco não gozei.
Ian calou minha boca com a sua, chupando minha língua, direcionou o seu falo para dentro de mim, e eu senti a cabeça entrando.
- Ah... - "doi pra cacete", pensei comigo enquanto gemia na boca dele.
Eu relaxei meus ombros e pernas, movi o quadril contra ele, o peso do seu corpo convidativo como um banho de emersão em água morna, suas mãos passeavam, aquela boca molhada e os lábios em simulacros de mordidas.
Ian empurrou um pouco mais para dentro.
Eu há ponto de pedir para tirar, aguentei, vê-lo nu por inteiro pelo reflexo do espelho com o rosto no meu pescoço, forcei os lábios com os dentes, tentei relaxar ainda mais a força daquela imagem.
Quando num instinto de proteção do meu próprio corpo, o empurrei para trás como faz alguém ameaçado por uma faca diante do rosto. Eu o empurrei com força o suficiente para tirá-lo de dentro de mim.
Mas o calor do seu pau molhado, ao sair, liberou um alivio gostoso no meu corpo, e comecei a desmanchar e gozei sem conseguir controle de mais nada.
- Doeu tanto assim? - ele perguntou.
- Pra caralho! Cara, você é muito grande... - eu procurava o fôlego. - Desculpe Ian, eu... Fico pensando que o tamanho do reto humano é de quinze centímetros. E tipo, o teu tem...
- Porra, ser nerd nessa hora? - ele resmungou.
Enquanto secava o rosto com a camisa, segurava o cacete duro na mão num gesto protetor como se tivesse acabado de sofrer uma agressão.
- Ah, não fica assim... - eu disse.
E o puxei pelo pênis para cima de mim, embora eu estivesse doido para deitar e curtir a gozada, como qualquer pessoa sente a necessidade de fazer depois de gozar. Eu o segurei firme, o beijei, exaltando o ego dele.
Ian curtia ser chamado de machão, macho alfa, essas coisas enquanto a gente se embolava no colchão. E logo percebi seus lábios abrirem num sorrisinho. Ele começou a reagir.
- Quer levar nesse rabão quer? - ele dizia.
- Huhum... sim, meu macho, meu homem... - eu sussurrava.
Ele em cima de mim, enquanto eu mantinha as pernas abertas, e com uma mão o masturbava e a outra sentia seu peito contrair. Ian movia o quadril como se fodesse minha mão. Ele me abraçou mais forte. E antes de gozar, suspirou:
- Eu te amo...
Ele disse baixinho, sussurrado como um segredo dito no meio do escuro. Eu o beijei com ainda mais vontade. Nos ficamos assim. Ele deitado em cima do meu peito.
- Vamos tomar um banho, - eu sugeri.
Ian se apoiou nos cotovelos e olhou para mim. A luz do quarto acessa e o silêncio na casa emprestou-lhe uma aurea de seriedade, quase de escritório.
- Conta de novo a sua primeira vez, - ele pediu. - Porque não entendo como pode não ser mais virgem se... se...
Eu acariciei a bochecha dele. Não gostava de conversar sobre o assunto porque poderia causar problemas ao cara, além do mais fazia tempo, não fora mágico nem nada, tudo aconteceu no calor do momento.
- Ele devia ter uns quinze centímetros ou menos, - eu respondi. - É isso...
- Bom, eu já te falei, fica seguro, eu só coloco a metade - ele cruzou um indicador no outro, sobre os lábios, sorria. - Promessa de namorado!
- Ah como se fosse possível! E os outros cinco centímetros vão ficar na porta esperando? - eu disse e sorria também.
Ele virou-se e ficou em pé puxou a toalha para o ombro e saiu do quarto.
Mamãe fora dormir na casa de uma tia nossa, na zona rural. Eu sentei no colchão "como se faz isso? no calor da transa? vai colocar os quinze centímetros de pau e eu não vou controlar nem ele...", por que sou assim?
"Fresco!" era como se ouvisse a voz de Felipe no meu ouvido. Ian saiu do banheiro ainda com o rosto meio contraído. A gente havia tentado mais de uma vez. Ele me deixara fazer nele sem problemas.
Aliás, Ian, tinha um bumbum delicioso!
Mas ele sentia-se para baixo por não ter conseguido entrar em mim da forma como idealizou na sua cabeça.
- Quem foi o cara? - ele voltou a perguntar.
- Ian, juro, a gente vai continuar tentando, tá? Eu não desisti. É só questão de tempo, - justifiquei.
Ele levantou da mesa da cozinha. Eu estava com a toalha em volta da cintura com o cheiro do sabonete ainda no rosto e nos ombros. Ele me beijou no ombro direito.
- Eu sei, eu sei, desculpe, só queria saber, - disse e me beijou.
- Ele não importa, - hesitei. - Não tinha nada de especial sério.
Ian ergueu a sobrancelha esquerda e entortou os lábios cruzou os braços em volta do meu corpo me prendendo a ele.
- Nada mesmo? E eu aqui o tempo todo, doido por você - confessou.
Eu ainda sentia minhas bochechas arderem quando ele falava desse passado em que era apaixonado por mim desde sempre. Na realidade para mim acontecera o contrário.
- Ele tinha uma tatuagem na virilha, - confessei. - Eu pedi para ver. O cara topou. E aí tudo aconteceu...
Ele uniu os lábios num bico de dengo que eu desfiz beijando-o mais, Ian e eu deitamos no sofá, e enquanto decidíamos sobre o quê assistir, eu falava com Felipe pelo celular.
"Amanhã então"
"Já comprei nossas fantasias" ele respondeu " os meus irmãos pesteados vão abrir pra gente"
"E o culto? Você não tem que ir com a dona Janete Igreja?", mandei.
"A noite, a festa é de dia, ela nem vai perceber", ele respondeu.
Eu fui para a cozinha fazer pipoca e entrevi o Ian fazendo conteúdo para o Only provavelmente. A gente falava pouco sobre o quê cada um divulgava, embora eu soubesse que ele e Luana as vezes produziam coisas juntos.
No perfil do Ian, seus assinantes pagavam por um ativo, machão, se bem que não precisaria de muito para desfazer essa ideia a respeito dele, sobretudo no dia-a-dia.
Ian no sexo então, não poderia ser rotulado, caso eu pedisse a ele para me dar, simplesmente sorria e beijaria minha boca, sem qualquer reclamação, por isso também eu não poderia negar a ele as tentativas.
Eu acordei antes de ele se levantar, porque havia combinado com Felipe de ajudá-lo com os preparativos para a festa logo mais. Ele segurava uma mala na mão direita, e um rapaz negro, de óculos de armação, sorria logo atrás dele.
- Coloco onde? - ele perguntou.
- Aqui, mesmo, Joca me ajuda - Felipe respondeu. - Obrigado Kevin, a gente vai se falando.
- Beleza, vou indo nessa, - respondeu.
Ele vestia uma calça jeans solta e uma camisa de manga curta de algodão com a rosa do "Guns N' Roses" no peito. Eu inclinei um pouco para a frente, Felipe também o olhava.
- Onde achou esse? - perguntei.
O rapaz tirou um esqueite de algum lugar e saltou para cima dele, ainda o vimos virar a rua em cima das rodinhas.
- Longa história, - ele suspirou. - Tudo que precisamos está aqui...
- Como assim? Eu pensei que só fossemos dar uma lição no teu pai.
- É mais que isso, - Felipe sorriu. - Olha, já mandei fazer, ficaram prontos em tempo recorde.
Felipe colocou um bolo de cartões em minha mão com parte do seu rosto com a boca aberta de um lado e a cabeça de um pênis do outro, no centro havia links para as páginas dele, e um número de contato.
- Ian já acordou? - perguntei para dentro de casa. - Essa festa é a que horas mesmo?
- Não tem uma hora definida de inicio, é tipo um churrasco mas meu pai convidou uma galera das relações dele...
Ian sem camisa e com o short de dormir ainda tinha uma cicatriz abaixo do braço e na panturrilha.
- O quarto está livre, - ele disse. - A que horas vocês vão?
Felipe entrou pelo corredor indo em direção ao quarto, Ian cruzou os braços.
- Sim, são suas, - Felipe se adiantou. - Eu vou deixar aqui não se preocupe.
- Acho bom, essas coisas custaram, - Ian disse emburrado.
Ele ombreou o batente da porta nos observando retirar das sacolas as coisas que Felipe comprou, para si mesmo uma fantasia que mesclava Carmen Miranda, Lady Gaga no inicio da carreira e Katty Parry do clipe "dark horse".
Ele me entregou algumas partes de uma fantasia de demónio com calda e rabo, além de uma malha vazada para cobrir o peito. Ao Ian entregou uma de Anjo.
- E as maquiagens.
- Para quê isso tudo? - falei.
- Causar! Causar!
Felipe segurou meus ombros me empurrando para um dos pufes que Ian trouxe para o quarto, e me virou para o espelho. Felipe cobriu meus cílios com rímel e puxou os traços do lado dos olhos, e acrescentou um pouco de brilho vermelho.
Ian sorria para os gestos que Felipe criava com a mão em volta do seu rosto. Nós vestimos shorts e mocassins. Além de levarmos uma mochila para os celulares. O uber veio na porta de casa e retornou.
A gente chamou outro e ficou a espera. Felipe trajava uma sunga de glitter e um short transparente. Encheu as pernas com glitter e o peito, além de uma peruca de onde saiam olhos egípcios.
- É carnaval por aqui? - o uber brincou.
Nos entramos no carro e a medida que o homem nos conduzia, eu e o Ian percebíamos a ansiedade de Felipe aumentar.
- Acho que é uma má ideia, - ele confessou.
- Pensasse nisso antes, - Ian disse. - Estamos chegando.
- Vai dar certo, - eu falei. - E só vai ser um sustinha...
Como Felipe havia dito os dois irmãos dele abriram as portas da casa cercada por um muro que dava a volta em parte do bairro. Eles vestiam sungas, óculos escuros, e chinelos.
Não falaram com a gente mas gargalhou a nossa passagem. A música suave do ambiente e o cheiro de comida estava no mesmo ainda sendo manhã. O primeiro a nós ver foi Jackson.
- Loucos! - ele disse. - Papai vai soltar os cachorros em você.
Felipe segurou o antebraço do irmão e se afastou com ele para um grupo de homens a beira da piscina mais a frente. Eu e o Ian saímos pela lateral, conhecíamos a casa havia uns balanços e escorregas naquela área.
- Bom dia, - disse uma senhora. - Vieram animar o ambiente, exóticos.
- Obrigado, - falei.
A senhora ficou puxando nas partes da minha fantasia, Ian aproveitou-se e entrou pela frente da casa, na mesa de centro da sala, havia uma bandeja com bebidas. Ele as ergueu mostrando para mim pela janela.
Enfim quando a senhora me liberou fui atrás dele na sala. Ian bebia o suco de goiaba como se fosse refrigerante, em cima de um piano de calda no hall direito da sala, haviam retratos.
- Olha a gente! - ele apontou.
Eu também fui para ver os retratos e peguei um deles, "esse dia...", Ian colocou o queixo em cima do meu ombro, olhava para a foto também.
- Eu não estava nessa praia, - ele observou.
- Não, - confirmei. - Nessa época você estava fazendo a sua mudança de corpo, provavelmente já pensando em only ou coisa pior.
- Que julgamento, - ele brincou. - Mas é verdade...Ei, espera, aquele é o Jackson? Ali ao seu lado, com a mão... com a mão...
Ian calou-se. Eu coloquei o retrato no lugar. Ele veio atrás de mim, e eu peguei um dos copos de suco.
- Que foi? - perguntei.
- Foi o Jack não foi? - ele sorriu. - Ah, e vocês disfarçam super bem...
Eu suspirei não queria tocar no assunto. Na época Jackson era maior de idade, eu ainda não.
- Ele estava bêbado, coitado, no outro dia nem se lembrou...
- Por que nunca disse que tinha sido ele o seu primeiro? - Ian insistiu. - Não entendi.
- Ai, pelo amor, isso faz tanto tempo... - revidei.
Ouvimos o barulho de um microfone. Eu olhei para o Ian que sorriu, a gente saiu pela porta da frente e deu a volta na sala, a beira da piscina, Felipe tinha um microfone na mão e o celular no outro.
Uma caixa JBL grande estava embaixo de um sombreiro.
- Eu sou Felipe Sodré, mas no cartãozinho que dei a casa um de vocês lê-se Boqueteiro, por favor é apenas um pseudônimo, realizo um trabalho artístico...
Um homem de camisa de botões abertos, chinelos de dedos, óculos escuros, cabelo grisalho e rosto magro avançou para Felipe, e o empurrou. Eles discutiram em voz baixa, e Felipe abaixou o microfone.
- Amigos, amigos, - disse o homem. - Por favor, o rapaz não tomou o remédio.
- Façam como eu indico no cartão! - Felipe gritou por cima do ombro do pai que o empurrou mais uma vez.
Jackson aproximou-se dos dois.
- A... uma brincadeira em família hein, meus dois filhos mais velhos... - ele fingia calma. - Muito bem música por favor...
O homem segurou pelos antebraços dos dois filhos e os levou para longe.
- Vamos sair daqui enquanto há tempo, - Ian sugeriu.
- E essas roupas?
Felipe e Jackson saíram pela garagem adjacente e começaram a buzinar para mim e Ian, caminhamos até lá, percebi o jeito de viés que Ian olhou para Jackson, indiferente. Os dois irmãos discutiam sobre a atitude do pai.
- Ranzinza.
- Turrão.
- Chifrudo, - Felipe soltou.
- Corno? Desde quando? - Jackson respondeu. - Sério isso Lipe?
- Figura de linguagem Jack.
Eu desci primeiro e entrei em casa para me trocar, mamãe não resistiu e começou a tirar fotos minhas ainda vestido de demónio. Consegui fazer algumas fotos boas para o only, além de um vídeo no banheiro.
Quando voltei vi Ian conversando com Jackson, os dois se viraram para mim. Minhas bochechas esquentaram.