Diferente, mas especial

Um conto erótico de O Bem Amado
Categoria: Trans
Contém 2806 palavras
Data: 16/03/2023 00:22:13

Juvenal orgulhava-se do que alcançara ao longo de sua vida; casado com Telma há quase trinta anos e trabalhando na mesma empresa há quase dez, a primeira promoção para encarregado da equipe de limpeza de um shopping Center e logo depois para supervisor, representava seu ápice pessoal e profissional, razão pela qual ela dedicava-se de corpo e alma; e tudo parecia caminhar dentro da normalidade, mas alguns acontecimentos excepcionais o colocaram em situações nas quais ele viu-se testado, sendo que na maioria deles testemunhou que a carne é fraca rendendo-se ao que a vida tem de melhor.

O primeiro acontecimento inusitado foi quando ele recebeu uma nova integrante em sua equipe; tratava-se de uma mulher trans de nome Ariel dona de um rosto angelical e um corpo esbelto e muito bem cuidado; Juvenal logo de cara tratou-a com o merecido respeito sempre se dirigindo com educação e repreendendo qualquer um que ousasse destratá-la; todo aquele comportamento deixou Ariel sentindo-se mais à vontade na presença de Juvenal e em retribuição dedicava-se ao trabalho com mais ênfase sempre atenta a todas as observações ditadas por ele.

Juvenal impressionava-se com os cuidados de Ariel com sua beleza, em nada devendo para alguém do sexo feminino; na verdade em algumas ocasiões ele percebia que o cuidado de Ariel superava o de algumas mulheres que conhecia, inclusive a sua! É claro que seu rostinho atraente com lábios finos, olhos amendoados e uma longa cabeleira com reflexos entre o claro e o escuro chamavam a atenção de quem a observava, e por mais que ela procurasse manter uma postura recatada não resistia a um galanteio proferido pelos homens que a cercavam ou ainda por alguns olhares de visitantes que circulavam pelo local durante o dia.

Ariel ativava-se na equipe da manhã, mas logo pediu para ser transferida para a equipe da noite, pois precisava do adicional para completar sua renda; e Juvenal flagrou-a aos prantos no vestiário quando teve seu pedido negado; quase que por instinto, ele se aproximou dela e não resistiu quando ela o abraçou ainda com lágrimas nos olhos; o sujeito envolveu-a com seus braços e prometeu empenhar-se para ajudá-la; ela mirou o rosto dele e sorriu mostrando-se grata. “Não sei como lhe agradecer se o senhor conseguir isso pra mim!”, balbuciou ela enquanto esforçava-se em segurar as lágrimas que marejavam seus olhos. Consternado Juvenal sorriu e acenou com a cabeça.

Depois de uma longa conversação por meio de mensagens eletrônicas, Juvenal finalmente conseguiu a transferência de Ariel para o turno da noite e não perdeu tempo em avisá-la da boa notícia; na primeira oportunidade em que se encontraram ela se aproximou dele com sorrisos evitando gestos mais calorosos a fim de ceifar comentários maledicentes e agradeceu em um discreto sussurro; enquanto ela se afastava Juvenal não conseguia tirar os olhos de Ariel e repreendeu-se internamente por sentir algo estranho aflorar dentro de si. As semanas se sucederam e os encontros habituais de Ariel e Juvenal tornaram-se quase um ritual que culminava com um café que eles saboreavam em uma loja de conveniência situada em um posto de gasolina nas proximidades do Shopping.

Esses encontros eram sempre cercados de muitos cuidados com o fito de evitar que pudessem ver-se flagrados juntos o que certamente desencadearia uma onda de boatos e falatórios que acarretariam consequências indesejadas para ambos, muito embora tanto Juvenal como Ariel não tinham a intenção de suprimir esse momento de uma intimidade que ganhava contornos alarmantes e que mesmo sendo percebidos pelo casal eram ignorados em virtude da suposta inocência que ambos creditavam ao evento. “Sabe de uma coisa? Com meu extra consegui alugar um cômodo e cozinha bem perto daqui e estou superfeliz com isso! Você gostaria de ir lá conhecer?”, perguntou Ariel uma noite logo após o ritual do café caminhando pelo estacionamento até o carro de Juvenal que mostrou uma expressão enigmática causando um certo desconforto em Ariel que temeu ter exagerado na dose de intimidade.

-De verdade eu gostaria muito de conhecer, mas acho que está um pouco tarde para isso – respondeu ele após um silêncio inquietante – vamos deixar pra uma outra vez, tá bem?

Ariel exibiu um sorriso desconcertado e acenou com a cabeça despedindo-se de Juvenal e afastando-se com passos acelerados. Ele por sua vez pegou o carro voltando para casa sem conseguir tirar Ariel de sua mente; em casa ele e Telma conversaram sobre o cotidiano com o marido ainda pensando em Ariel. Telma percebendo um certo distanciamento do marido quis saber o que o afligia, mas Juvenal desconversou afirmando ser problemas no trabalho. E ao acordar no dia seguinte, Juvenal acabou descobrindo que Ariel ainda permanecia em sua mente.

Foi um dia tortuoso com o sujeito incapaz de manter o foco no trabalho tomado por um açodamento que afligia seu corpo e também sua alma; Juvenal jamais fora promíscuo assim como nunca tivera uma aventura extraconjugal ao longo de sua relação com Telma, mesmo depois que ela se tornara uma mulher desatenta aos seus próprios cuidados estéticos pessoais deixando de se tornar atrativa ao marido e por tudo isso ele não entendia seus sentimentos em relação a Ariel, embora soubesse que havia sim algo florescendo entre eles. A noite, como de hábito, Juvenal foi ao Shopping e ao aproximar-se encontrou uma Ariel entristecida que parecia ter vergonha de encará-lo. “Achei que depois do que eu lhe disse ontem, você não queria mais me ver!”, disse ela em tom de desabafo.

-Eu estou aqui, não é? – perguntou ele com tom afável enquanto segurava o queixo de Ariel erguendo seu rosto – e vim para tomarmos o nosso café de sempre!

Ariel não escondeu um sorriso iluminando seu rosto enquanto pedia uns minutos para trocar de roupa; logo depois de toda a equipe retirar-se do local com anuência da encarregada, Juvenal despediu-se dela e rumou para o seu carro e ao lá chegar viu Ariel a sua espera; inexplicavelmente ela estava deslumbrante usando uma calça de tecido elástico que se ajustava com perfeição ao seu corpo enaltecendo suas formas assim como a blusa de malha com alças finas que valorizava seu busto mediano e de firmeza inquietante, além do rosto destacado por uma maquiagem delicada e sóbria. Já sentados em torno da mesa da cafeteria saboreando a bebida quente, eles se entreolhavam com uma expectativa que ambos não sabiam compreender.

Juvenal olhava para aquele rosto jovial de formas delicadas com lábios finos delineados com uma perfeição atordoante e um par de olhos amendoados dotados de um brilho convidativo e envolvente. “Olha, Juve, acho que você sabe bem que eu não sou como as mulheres que você conhece …, alguns até acham que eu não sou uma mulher! Mas, de verdade, eu sou sim! E sei também que isso na maioria das vezes afastam os homens de mim …”, disse ela quebrando o silêncio que pesava sobre eles sendo interrompida por Juvenal.

-Para mim, você é uma pessoa – emendou ele com tom carinhoso – uma pessoa amável, bonita e desejável!

-Mas de qualquer maneira sou uma pessoa diferente! – retrucou ela com tom pesaroso enquanto lágrimas rolavam pelo seu rostinho – E isso não vai mudar, nem hoje, nem nunca!

-Sim, é verdade – prosseguiu Juvenal limpando as lágrimas do rosto de Ariel – Você é uma pessoa diferente, mas também é uma pessoal especial …, muito especial para mim!

Ao ouvir aquelas palavras Ariel fitou o olhar de Juvenal ensaiando um sorriso que logo revelou-se em toda o seu esplendor. “Obrigado meu amor, mas está ficando tarde e tua esposa te espera”, disse Ariel com tom meigo tentando desconversar já sabendo o que viria a seguir.

-Não, hoje não …, hoje quero conhecer teu cantinho – respondeu ele com firmeza – Acho que o convite ainda está mantido, não é?

Ariel esforçou-se para conter sua euforia e ficou ainda mais radiante quando saíram da loja e conveniência de mãos dadas; rodaram algumas quadras contornando o Shopping chegando a um bairro com casas antigas e Ariel pediu que Juvenal estacionasse ao lado de uma delas; ainda de mãos dadas caminharam até o portão avançando por um corredor estreito e mal iluminado até chegarem a uma espécie de cômodos enfileirados sem revestimento nas paredes externas e antigas janelas de ferro; feliz da vida Ariel meteu a chave na porta abrindo-a. O ambiente era de uma simplicidade rústica onde apenas uma parede de meio corpo separava o quarto da cozinha, mas tudo parecia muito limpo e bem cuidado.

Ariel se propôs a fazer um café, mas Juvenal a impediu puxando-a para si envolvendo-a com seus braços e levando seus lábios ao encontro dos dela selando um beijo que começou tímido, mas logo ganhou tórridos contornos avassaladores, com suas línguas digladiando-se furiosamente sem qualquer hesitação. Algum tempo depois, Juvenal afastou-se apenas o suficiente para puxar as alças da blusa de Ariel deixando que o tecido escorregasse, expondo um lindo par de seios redondos aparelhados de uma firmeza alucinante e mamilos pequenos já muito intumescidos; Ariel não se moveu permanecendo com uma expressão lânguida e muito sensual.

Juvenal não se conteve em ter aquelas preciosidades em suas mãos sentindo sua firmeza para logo a seguir saborear os bicos com sua boca ávida arrancando longos gemidos de Ariel que acariciava os cabelos do parceiro envolvendo seus dedos entre eles; ansiando por mais, Juvenal ajudou sua parceira a se despir exibindo seu corpo esbelto de pele branca como algodão e um ventre que ostentava uma minúscula piroquinha toda encolhida de onde pendiam duas bolinhas ainda menores; ao ver aquele detalhe anatômico tão encantador, ele não resistiu em tomar Ariel em seus braços levando-a para a cama onde a depositou carinhosamente.

Juvenal despiu-se exibindo seu corpo másculo dotado de um membro de dimensões insinuantes e deitou-se entre as pernas da parceira começando a lamber seu membro diminuto e vendo-o avolumar-se até tornar-se ereto; a singeleza daquele membro cativou Juvenal que não perdeu tempo em tê-lo em sua boca agindo por pleno instinto; sugando e lambendo o apêndice de Ariel ele a viu contorcer-se sobre a cama gemendo em desvario dominada pela carícia propiciada por seu parceiro. Angariando desenvoltura ante a desfrute do parceiro, Ariel fez com que ele se deitasse de barriga para cima subindo sobre ele de tal modo que pudesse ter o membro rijo dele ao alcance de sua boca da mesma forma com que Juvenal poderia desfrutar do grelinho duro dela.

Por horas a fio o casal desfrutou de um meia nove ostensivo cuja veemência inebriava a ambos e que somente teve fim quando o gozo os atingiu ao mesmo tempo; incapaz de compreender suas reações, Juvenal não se esquivou de apetecer do sêmen ralo que foi esguichado em sua boca, do mesmo modo que Ariel não mediu esforços em reter e engolir a carga volumosa e espessa de seu parceiro. Incansáveis, o casal tornou a abraçar-se em uma longa troca de beijos e carícias.

-Meu amor, está tarde e você precisa voltar para casa – sussurrou Ariel no ouvido de Juvenal – Sua esposa deve estar preocupada!

Juvenal encarou o rostinho de Ariel que sorria um sorriso carinhoso e ficou arrebatado por sua preocupação para com ele. “Você me chamou de amor? Sou mesmo seu amor?”, perguntou ele com tom enfático. Ariel esboçou um sorriso tímido encolhendo os ombros enquanto acenava com a cabeça. “Eu te desejei desde o primeiro dia que te vi e sempre sonhei em ser sua …, o que mais eu posso dizer?”, balbuciou ela com voz miúda acariciando o rosto de Juvenal, que por sua vez quedou-se arrebatado pelas palavras carregadas de sinceridade de Ariel.

-Garota, você é mesmo surpreendente! – exclamou ele antes de beijá-la mais uma vez – Eu também senti a mesma coisa desde a primeira vez em que você entrou na minha vida!

-Tudo bem, meu amor, mas agora você precisa ir! – retrucou Ariel com tom brincalhão após mais um beijo.

-Certo! Eu vou porque você pediu, mas não porque eu queira! – devolveu ele com tom carinhoso.

A caminho de sua casa dentro do carro, Juvenal não conseguia mais tirar Ariel de sua mente e agora também de seu corpo, sentindo um desejo ardente que aquela noite não tivesse fim; ao chegar em seu destino, ele nem precisou evitar encontrar-se com Telma que já havia se recolhido, deixando uma refeição pronta sobre a mesa da cozinha. Juvenal não estava com fome e preferiu tomar um banho recolhendo-se a seguir. Deitado sobre a cama com a luz apagada ele não conseguia pegar no sono e uma frase de Telma o tomou de surpresa. “Você deve gostar muito dela, não é?” perguntou ela sem esperar por uma resposta que na verdade Juvenal não tinha.

Nos dia seguinte, Juvenal acordou sentindo-se vazio; olhou para a cama e viu que estava só; perambulou pela casa descobrindo que não havia mais ninguém, apenas um bilhete sobre a mesa da cozinha. “Eu demorei a perceber que nosso casamento acabou. Não estou triste. Na verdade não sinto nada. Vou procurar me reconstruir. Faça aquilo que te faz feliz, pois eu não quero ser a razão da tua tristeza. Um dia eu volto pra acertarmos nossa situação. O dinheiro que guardamos juntos agora é meu e todo o resto é teu! Adeus!”, eram as palavras escritas em um pedaço de papel que resumia a vida deles. De qualquer maneira, Juvenal sentiu-se livre e aliviado.

Naquela noite, sentado ao lado de Ariel enquanto tomavam café ele não escondia mais o desejo que nutrira há muito tempo e que não percebera de imediato. “Bom, amor, acho que você precisa voltar para sua casa, não é?”, disse Ariel quando terminaram a bebida. Juvenal sorriu levantou-se estendendo a mão para ela; sem perder tempo com explicações entraram no carro e rumaram para o cortiço onde ela morava. Mal haviam entrado e Juvenal agarrou Ariel colando seus lábios aos dela selando o primeiro de muitos beijos. Não demorou para que ambos se despissem deitando-se sobre a cama velha cujo ranger não prejudicava o momento que usufruíam; mais uma vez Juvenal deliciou-se em ver a pistolinha de Ariel endurecer em sua mão e ambos partiram para um novo meia nove ainda mais veemente e voraz.

-Ahnn! Espera meu amor! Quero você dentro de mim! – balbuciou Ariel entre chupadas ávidas – Quero sentir meu homem dentro de mim!

Juvenal girou o corpo fitando o rostinho ansioso de Ariel e acenou com a cabeça; ela então se pôs de quatro afundando o rosto no travesseiro empinando seu lindo e suculento traseiro; com suas próprias mãos, Ariel separou as nádegas roliças expondo o rego entre elas assim como seu selinho que piscava convidativo no ritmo das contrações de Ariel; Juvenal quedou-se embasbacado apreciando a visão que tinha diante de si, antes de afundar seu rosto entre as nádegas da parceira linguando o rego de cima a baixo muitas vezes até deter-se no pequeno orifício que foi alvo de leves cutucões e muitas chupadas fazendo Ariel gritar de tanto tesão.

Saciado, porém não satisfeito, Juvenal tomou posição pincelando o rego e cutucando o brioco até golpear com mais entusiasmo obtendo êxito enfiando a glande alargando-o irremediavelmente ao som de um gritinho abafado de Ariel; ele manteve-se inerte por alguns segundos antes de retomar o assédio enfiando o bruto lentamente concedendo pequenos intervalos para que Ariel se acostumasse com a invasão; sentindo as bolas roçarem o rego, Juvenal regozijou-se dando início a uma série de estocadas vigorosas e sempre profundas enquanto inclinava-se sobre Ariel alcançando seu grelinho aplicando-lhe uma também vigorosa masturbação ampliando ainda mais o prazer proporcionado à sua parceira. Ariel já não conseguia mais conter seus gemidos e gritinhos estridentes, desfrutando de todo o prazer que seu homem lhe proporcionava de uma maneira tão intensa e carinhosa; e foi nesse clima que ambos atingiram o clímax num gozo profuso do macho inundando as entranhas de Ariel enquanto ela ejaculava seu sêmen ralo, quase cristalino.

“Meu amor, você precisa ir! Se sua esposa souber, eu te perco!”, sussurrou Ariel no ouvido de Juvenal enquanto estavam abraçados tentando recuperarem-se do apetitoso esforço a que haviam se submetido. Foi nesse momento que Juvenal decidiu contar tudo que acontecera entre ele e sua esposa e que culminou no distanciamento do casal, enquanto beijava os lábios de Ariel e saboreava seus mamilos durinhos. Ela segurou a cabeça dele com as duas mãos encarando seu rosto com uma expressão atônita.

-E você quer uma pessoa como eu? Uma mulher pela metade? – perguntou ela com ar sério – Você viu e sentiu que sou diferente, não é?

-Como eu te disse antes, você é sim diferente …, mas também é especial! – respondeu ele com tom carinhoso e sincero – Você é muito especial para mim, e sempre será!

Ariel não conteve as lágrimas rolando por seu rosto e Juvenal fez questão de apará-las com seus beijos apaixonados apreciando aquele rostinho angelical.

(P.S. Esta narrativa pode ser ficcional ou não, tudo depende de como você encara o mundo ao seu redor)

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Comentários

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Para o AMOR, não existem barreiras, é raro encontrar, e quando se encontra.... kkkkkk o mundo que exploda. Como sempre, seus contos são de excelente qualidade.

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Fico imensamente grato pelo comentário! Muito obrigado!

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