[Anny]
Os dias naquela casa se resumia em eu está na cama pensando na Cris e como ela estava, que quase sempre dormia pensando, ou na varanda até onde a corrente da algema deixava. Tinha insônia quase todas as noites, a dias estou inquieta, não como nada que ela faz, também não insiste, para ficar de pé bebo água, na hora que vou tomar banho ou fazer alguma higiene. Lucia a passava parte do dia no jardim, ali tinha de tudo, plantas, ervas, verdura e legumes. Não sei quanto tempo faz que estávamos ali, acho que três, ou quatro.
(Luciana): Tem café da manhã na cozinha!
Ela já estava no jardim, não tenho ideia de que horas eram, o clima estava bom, vento frio apesar do sol está bem brilhante. A informação que ela passou fiz só um aceno com a cabeça, já tinha feito minha higiene matinal, tomei bastante água assim não teria fome. Sentei na cadeira de balanço que ficava pertinho da porta, era o máximo que conseguia ir, mas o lugar me dava uma boa visão, conseguia ver o amplo jardim, a serra pertinho de mim e o verde das vegetação.
(Anny): Cris ia amar esse lugar!
Falei baixinho, com meus pensamentos longe nem vi Luciana chegando.
(Luciana): Falando sozinha amor!
(Anny): Sim!
(Luciana): E que tal um pic nic?
(Anny): Não tô me sentindo muito bem Cris!
(Luciana): Tá bom, vou entrando então!
Ela levantou sem dizer nada e ia entrando, quando a impedi. Sim minha Cris estava ali, como podia, só podia está maluca.
[Luciana]
Ela não esquece aquela desgraçada por nada, ela não come e só toma água do chuveiro, com isso ali coloquei umas ervas de Guiné, assim ela ficaria mais calma, se sentiu tonta, vomitou, mas depois ficou bem, agora está me olhando e me chamando de Cris, vou ver até onde isso vai, se é um truque ou as ervas.
[Cris]
Ainda estava no hospital, precisava de observação, o tiro atingiu o meu fígado, fiz a cirurgia e precisava está ali. Minha mãe e José todos os dias estavam lá e Cintia não saia do meu lado.
(Jose): Mamãe, quando você vai pra casa?
(Cris): Quando tiver 100%. E me conta como tá sendo as aulas?
(Jose): Tá legal, só um pouco estranho, é muita coisa para estudar!
(Cris): Eu sei, mas você é inteligente demais, daqui a pouco acostuma de vez!
(Cintia): Se for igual você vai mesmo!
(Ana): Bom dia!
(Cintia): Vem José que vou te contar como era sua mãe na faculdade!
(Ana): Essa também queria saber!
(Jose): Senhora Ana, eu sei que ela está querendo me tirar daqui pois sou criança e a conversa é de adulto. Minha mãe era uma nerd, que mesmo não admitindo era, ainda é eu sou igualzinho, minha mãe Cintia vive falando, e a tia Anny também!
(Ana): Nossa Senhora esse menino fala né?
(Cintia): Vamos?
(Jose): Ate daqui a pouco mamãe, até jaja Senhora Ana. Eles saíram e Ana começou.
(Ana): Olha, tá bem difícil encontrar a Anny, pegamos imagem da frente do prédio. Estamos buscando se achamos...(te fone toca) – Oi Gustavo, acharam? Ótimo tô indo!
(Cris): Vamos!
(Ana): O que você tá fazendo?
Estava de pé ao lado da cama, com os tubos ainda nas veias. Confesso que só percebi quando estava de pé.
(Cris): Preciso ir com você, e não aceito não como resposta!
(Ana): Olha, você está em observação, fazem quatro dias que foi operada!
(Cris): Eu operei o fígado não a cabeça, estou bem, e tenho que ir com você, eu sou medica, o que pode acontecer? Tá eu sei, muita coisa mas eu vou, e se não for com você...
Fiquei tonta de um jeito que me apoiei na cama. O médico responsável por mim entrou e falou que não iria me liberar.
(Ana): Eu te dou notícias!
(Cris): Ela precisa de mim, está bem no meio daquela mata mais precisa de mim, tá sendo enganada!
(Ana): O que você falou? Como sabe ?
(Cris): Ela disse que eu ia gostar do lugar!
(Ana): Então você tem contato com ela?
(Cris): Os sonhos, desde sempre fomos ligadas pelos sonhos, as vezes parece que ela tá dentro da minha cabeça, e a vejo coisas que ela viveu! Não me pergunte como mas desde o primeiro dia que a vi, sabia que a conhecia de algum lugar, confiava nela e vivemos tudo que vivemos não foi por acaso!
(Ana): Doutor trago ela bem, prometo!
-Você só pode tá louca de concorda!
(Cris): Cadê o termo, eu assino, nem que aguente dois minutos andando eu vou!
(Cintia): Se ela bateu o pé ela vai!
-Senhor Cintia além de dona do hospital a senhora também é esposa dela!
(Cris): Primeiro ex esposa, segundo, Cintia você vai comprar todos os hospitais do Brasil?
(Cintia): Só tenho esse é o laboratório! Doutor Marcelo pode liberar, eu vou com ela!
(Ana): Essa é uma operação policial, não uma viagem de férias com a família, é uma ordem!
(Cris): Ana, por favor!
(Ana): Não, essa é minha última palavra!
(Cris): Ok! Tirei os acessos e sai em direção a porta.
(Ana): Pra onde você vai?
(Cris): Não fico aqui, eu preciso vê ela!
(Ana): Cris, se levar você comigo, promete por uma roupa, sua bundinha é linda, mas sou comprometida, e desejar a mulher do outro é pecado!
(Cris): Você é muito engraçadinha! Obrigada de verdade!
Abracei ela com força e chorei.
(Ana): Vamos trazer ela de volta!