Foi só saber que a Sidnéia pegou diploma de psicóloga, que eu fiquei todo afobado. Tremendo mulherão, com aqueles peitões! Sempre anda com vestido de oncinha, e a calcinha acompanha, que eu já vi. Sou o Bruno cheirador de calcinhas e marquei consulta com ela. Já na cadeira, ela explicou:
− Fica tranquilo colega, que não sai nada daqui.
− Então beleza, que meu complexo é só cheirar calcinha.
− Não vejo nada demais! Mas me explica, qual é a graça desse procedimento?
− A graça é um frenesi dos “levantes”. Pra te dar uma idéia, já cheirei calcinhas de donzelas, titia casada, grávida solteirona, tudo fenomenal.
A psicóloga novata, e porra-loka, deu um giro na cadeira giratória, abrindo as pernas para frear. Psicóloga de vestido é coisa linda de se ver! Se ela resolver o meu problema, um presente eu vou lhe dar. Mas, se demorar um tanto, comigo vai ter de namorar.
− Eu sei, você tem na sua coleção, calcinha de casada carente, de solteira feliz; tem de freira e até de meretriz. Mas, o que eu quero saber, é se se te provoca libido. Se for o caso, só é problema se ficou dependente. – aprofundou.
− Sei o que quer dizer, se a minha vida sexual depende disso e, eu diria que sim. A monogamia, por exemplo, está descartada, uma vez que os cheiros são variados e, eu quero ficar com todas. – respondi.
Sidnéia estalou os dedos, exclamando:
− Tá vendo, seu safado? Eu bem que tinha te avisado. Desde a calcinha da Vanessa, que tu não és mais o mesmo. A tua cabeça vive fazendo sexo com as mulheres da tua coleção de peças íntimas. Já o teu pau, não pegou a metade!
− Quer dizer que você sabia, sua indecente? Ela te contou.
− Foi num lance inconsciente da parte dela, numa conversa de botequim. Mas fica frio, que mesmo impressionada, ela não ficou apaixonada por ti.
Daí, eu rebati:
− Imagina se tivesse ficado!
Parece que o papo desconcertou. Entre os blefes, meu e dela, não se sabia qual era menos verdadeiro. Só que o papo de calcinha mexe com a mulher, então a partir dali, nada seria como antes. Ela enxugou o rosto com um lencinho, dando a dizer que a situação estava extenuante. Qual dos dois daria o braço a torcer, só os próximos minutos diria. Fui eu que quebrei o silêncio:
− Doutora, você já sabia do meu fetiche e veio saber do quê, por ti, eu me atraio.
− Tá louco, garoto? Você que marcou comigo.
− Mas, não teria aceitado sem a conversa com a Vanessa, minha ex-colega de trabalho.
Olhando o relógio, disse:
− Deu o tempo. Tá encerrado! Ou melhor, ainda tenho uma pergunta: as mulheres se interessam por ti, depois de saberem que você gostou do cheiro da calcinha?
− Claro! Você não perde por esperar! Ou melhor, me passa e verá!
− Sai daqui, ordinário!
Levantei para correr. No corredor, eu esperei um tempinho. Ela saiu e me atirou a calcinha. Quando entrou, encostei no nariz para cheirar. Tava divina!