A nossa vida é repleta de surpresas, eu vivia minha vida normalmente até que um certo dia, tudo mudou, me chamo Carolina ou só Carol, como os meus pais e algumas amigas costumam me chamar.
Eu morava com os meus pais, Armando e Heloísa, eles estavam prestes a completar 20 anos de casados, tinham se conhecidos quando eu era criança, Armando não era meu pai, pelo menos não era meu pai biológico, mas isso não importava, cresci tendo ele como figura paterna, meu "verdadeiro" pai tinha falecido quando eu era muito novinha, infelizmente não tenho nenhuma lembrança dele.
Eles estavam planejando uma festa, para comemorar os 20 anos de casamento, porém os preparativos tiveram que ser interrompidos, quando meu pai descobriu que minha mãe estava lhe traindo com um colega de trabalho dela, inclusive nós o conhecemos no ano passado, em uma confraternização da empresa da mamãe.
Como era de se imaginar, eles romperam o casamento, meu pai saiu de casa e foi morar em um apartamento, enquanto eu fiquei com minha mãe. Passei a visita-lo com frequência, até consegui uma copia da chave de seu apartamento.
Meu pai estava arrasado, mega decepcionado, ele era uma boa pessoa, atencioso, educado, gentil, compreensivo, porém tinha seus defeitos também, desatento, introvertido, às vezes desleixado, viciado no trabalho, enfim como qualquer pessoa tinha virtudes, mas também tinha suas falhas.
Eu costumava sair do estagio e passar no apartamento dele, minha mãe não via problema nisso, até me incentiva a ir, em uma dessas visitas fui percebendo que o meu pai não estava digerindo muito bem aquela situação, era perceptível em seu semblante.
Voltava pra casa com o coração na mão, ficava pensando nele, se ele estava bem, ao retornar fui até o quarto dele, entrei, vi ele deitado de barriga pra cima só de samba canção, comecei a cutuca-lo para acordá-lo, perguntei:
- O senhor não vai trabalhar hoje?
Ele me respondeu meio dormindo:
- Sim, estou de home office.
Sai do quarto, fui até a cozinha, estava tudo bagunçado, sujo, comecei a fazer uma limpeza, quando terminei fui falar com ele, mas ele tinha voltado a dormir, não quis incomodá-lo e fui pra casa.
Passei alguns dias sem ir ao apartamento dele, por conta da correria do dia a dia, quando voltei, o cenário era pior do que da outra vez, estava tudo mais sujo ainda, tive que fazer limpeza no local, em seguida fui falar com ele, entrei no quarto e o encontrei deitado na cama.
- O que está acontecendo com o senhor?
- Nada
- Como assim nada? Toda vez que venho aqui encontro o lugar imundo e você deitado nessa cama.
- Coincidência.
- Sei, o senhor não é disso.
De fato não era, quando não estava trabalhando, estava assistindo algum conteúdo nerd, sim, meu pai aos 45 anos de idade adorava essas coisas, não era atoa que ele se deu tão bem com alguns namorados que tive quando era mais nova, outra coisa que ele gostava de fazer, era cozinhar, aliás essa era uma faceta dele que a minha mãe adorava, eu desconheço uma mulher que não goste de um homem cozinhe, sem falar que ele cozinhava super bem.
- Não precisa se preocupar, vou ficar bem.
- Tem certeza pai?
- Sim
- Tá certo, eu vou indo, amanhã passo por aqui de novo.
- humrum
Realmente estava começando a me preocupar com ele, estava com medo dele pegar uma depressão, quando cheguei em casa, pensei em contar pra minha mãe, mas acabei desistindo.
No dia seguinte, voltei no apartamento dele, entrei no quarto e novamente lhe encontrei deitado, sentei do lado dele na cama e comecei a falar:
- O senhor precisa seguir em frente, superar essa situação, ficar assim só irá prejudicá-lo.
Ele me olhava com os olhos marejados, quase chorando, dizendo:
- Estou tentando, mas não está sendo fácil.
Eu me aproximei, lhe dei uma abraço e falei:
- Eu sei que não, mas pode contar comigo pra qualquer coisa.
- Obrigado filha e me desculpe por te dar trabalho.
- Não me deu trabalho nenhum.
Fiquei pensando em como aquilo devia ser difícil pra ele, anos de convivência com a minha mãe, acho que nunca passou pela cabeça dele que seria traído.
Após aquela conversa, achei que as coisas fossem melhorar um pouco, mas não foi o que aconteceu, ele estava pior a cada dia, não o reconhecia mais, até fisicamente falando, ele estava com cabelos grandes, unhas grandes, barba, olheiras, parecia um mendigo.
Nesse dia quase não consegui voltar pra casa, não queria ir embora e deixá-lo naquela situação, fiquei com o coração na mão mais uma vez.
No outro dia voltei para visitá-lo, fui até o quarto e ele não estava, escutei o barulho do chuveiro ligado e fui até lá, quando entrei lhe encontrei no chão pelado e chorando muito, entrei em desespero, corri para socorre-lo.
- Pai, pai, o que aconteceu?
- Nada, eu só escorreguei e caí
Desliguei o chuveiro, peguei uma toalha que estava ao lado, coloquei no corpo dele e fui levantando, pra minha sorte ele não era tão grande e nem forte, fui levando ele até o quarto, até deixa-lo sentado na cama.
- O senhor tá bem mesmo, bateu a cabeça?
- Não, só o meu ombro que está doendo bastante.
- O senhor precisa vê esse ombro, quer ir no médico?
- Não precisa, não deve ter sido nada, foi só a pancada.
- O senhor é teimoso, vá ao médico vê isso.
- Não precisa.
- Tá bom, você quem sabe, você não é mais criança, não posso te obrigar. Até quando o senhor vai ficar assim?
- Eu estou bem.
- Não está não, te encontrei caído no chão do banheiro chorando, você tá parecendo um maluco com esse cabelo e barba grande. Se o senhor continuar assim vai pegar uma depressão, é isso que o senhor quer?
- Não, é só que...pq a sua mãe me traiu Carol, eu era tão bom pra ela.
Novamente ele cai no choro, então lhe abraço e tento acalma-lo.
- Não faço ideia pai, mas pare de pensar nisso, só te fará mal.
Depois daquilo fui embora retornando no dia seguinte, ele continuava sentindo muita dor no ombro, convenci ele de ir ao médico, chegando lá foi diagnosticado com uma luxação no ombro, o medico pediu que ele deixasse ombro imobilizado, então meu pai começou a utilizar tipoia, além disso o medico também receitou alguns analgésicos, caso ele continuasse a sentir dores.
Como ele ia ficar com um dos braços inutilizado por um tempo, expliquei a minha mãe o que tinha acontecido e que ia passar alguns dias dormindo no apartamento dele, pelo menos até ele se recuperar por completo.
Cheguei no apartamento do meu pai com as minhas coisas e me acomodei no quarto de hóspedes, já estava quase na hora de ir pra faculdade, então não deu pra resolver muita coisa dentro de casa, fui avisa-lo que ia sair.
- Pai!?
- Oi!
- Vou saindo pra faculdade, quando eu voltar a gente conversa.
- Tudo bem, até mais tarde.
Quando voltei da aula, tomei um banho, comi alguma coisa e fui até o quarto dele, vê como ele estava, quando entrei, encontrei ele deitado assistindo tv.
- Oi pai, como o senhor ta? já comeu alguma coisa?
- Estou bem, ainda não?
- Quer comer? se quiser eu vou lá dentro colocar sua comida.
- Certo, eu vou tomar meu banho então.
- Tudo bem
Ele levantou, foi pro banheiro tomar banho, enquanto eu colocava a comida dele. Terminei de colocar a comida e fiquei esperando ele na cozinha, como ele estava demorando muito e não ouvia mais o barulho do chuveiro, pensei que pudesse ter acontecido alguma coisa, igual da outra vez, corri, me aproximei da porta e perguntei:
- Pai? o senhor ta bem?
- Estou sim.
- Ai que susto, achei que o senhor tinha caído de novo, está precisando de ajuda?
- Acho que sim.
- Vou entrar.
Quando entrei no banheiro vi ele pelado com a cueca na mão, tentando se vestir.
- Então é por isso que o senhor estava demorando tanto, por que não pediu minha ajuda?
- Não queria te dar trabalho.
- Já disse que o senhor não me da trabalho nenhum.
Claro que o motivo dele não pedir ajuda, era a vergonha de se colocar nú na minha frente, fui me abaixando, então virei minha cabeça de lado pra não olhar diretamente para o pinto dele e comecei ajuda-lo a se vestir.
- Vamos lá, coloca a perna aqui.
- Ta.
- Pronto, muito mais rápido comigo te ajudando, sempre que o senhor precisar é só chamar.
- Ta certo.
Fiquei ajudando ele a comer, enquanto conversávamos, dei a ideia de assistirmos um filme, queria fazer com que ele distraísse a mente pra não ficar pensando tanto no termino do relacionamento com a mamãe, ele aceitou e foi pro quarto escolher o filme, enquanto isso, eu fui tomar meu banho e pôr uma roupa mais confortável. Entrei no quarto dele, agora com meu conjuntinho verde, camisa e shortinho que uso pra dormir, vi que ele estava me esperando com o filme no ponto, era senhor dos anéis, filme pelo qual não tinha muito interesse, mas por causa dele ia fazer o esforço de assistir. Enquanto assistíamos, ficava impressionada como ele sabia de tudo do filme, até as falas dos personagens ele sabia, questionei:
- O senhor não enjoa de assistir ao mesmo filme varias vezes ?
- Claro que não, ainda mais filmes clássicos como esse.
Minha nossa, como ele era nerd, continuamos assistindo ao filme e logo o sono foi batendo mais forte em mim, estava muita cansada por conta do que tinha feito durante o dia, então me deitei com a cabeça no colo dele, em seguida ele começa a mexer no meus cabelos, me dando mais sono ainda, então acabo cochilando, só acordei depois do barulho alto que a tv fazia, ele disse:
- Você se assustou?
- Só um pouco, tem como baixar o volume da tv só um pouquinho?
- É claro.
Voltei a tentar assistir o filme, mas não demorei muito a voltar sentir sono, aquele filme sem dúvidas era um ótimo remédio pra insônia, acabei dormindo, só acordando de manhã sentindo um peso sobre o meu corpo, fui percebendo que era por conta do meu pai, que tinha dormido abraçado comigo. Quando comecei a me mexer, senti uma coisa colada no meu bumbum, pensei:
- Não pode ser, será que é o...
Fui tirando o braço dele de cima de mim, me levantei devagar, quando olhei pra ele, pude vê o volume grande que fazia na sua samba canção, de fato ele estava com o pinto duro, então sai do quarto, fui tomar meu banho e me arrumar para o estagio. Quando terminei de comer, fui até o quarto dele avisar que ia sair, mas que tinha deixado um lanche pra ele comer, ele continuava deitado, agora de barriga pra cima e ainda de pinto duro, me aproximei devagar e falei:
- Pai? pai? vou saindo viu.
- hein...que foi?
- Vou saindo, deixei algo para o senhor comer.
- Hum..ta certo...obrigado.
Ele foi se levantando ainda desnorteado, aparentemente não tinha se dado conta que o seu "negócio" estava duro.
- Ta certo minha filha, até mais tarde então.
Fiquei um pouco sem graça, mas ele nem notou, em seguida sair e fui para o meu estagio.
Vou terminar por aqui, pra não deixar o conto muito grande, mas prometo que terminarei de contar toda a historia.