Jornada de um Casal ao Liberal - Capítulo 15 - Alvorecer - Parte 25

Um conto erótico de Mark
Categoria: Heterossexual
Contém 4468 palavras
Data: 25/05/2023 11:33:18
Última revisão: 25/05/2023 11:39:25

E uma última:

“Hoje, eu sonhei com você. Nesse sonho, eu realizava um desejo antigo: ter uma família, mas não uma qualquer, uma em que você brilhava na cabeceira da minha mesa, rodeada por suas, digo nossas filhas, e um lindo menino, sua cara por sinal. Realiza comigo. Me liga. Rick.”

Essa me doeu de verdade! Não por ele exatamente, apesar que uma frustração dessas deve ser horrível para qualquer um, até mesmo para ele. Doeu-me pelo fato de que eu nunca fui capaz de dar um filho para o Mark, algo que eu me penitencio até hoje e sei que ele sente falta. Decidi, naquele momento, que eu teria uma conversa com o Rick. Eu só não imaginava o que isso significaria em nossas vidas.

[...]

(CONTINUANDO)

Pedi que Denise fosse na frente e fui dar uma olhada em minhas filhas, coberto apenas com uma toalha. Elas dormiam como anjos: Mary estava entocada embaixo das cobertas e ressonava alto, já Miriam era a cara do pai e a alma da mãe, roncando igualzinho ela. Voltei e entrei no banheiro, onde Denise já estava ensaboada e cantarolando alguma música que não reconheci. Entrei no box e fui recebido aos beijos e abraços, sendo todo ensaboado na sequência por aquela magnífica loira. Após me lavar, ensaboar e se satisfazer com o “padrão Denise de qualidade”, ela se ajoelhou e passou a me chupar com vontade. Meu pau, diga-se de passagem não havia baixado desde a transa, apenas baixado a meio mastro, mas, com aquela língua, animou-se rapidinho:

- Ai, gente, que coisa linda! - Ela disse em certo momento, enquanto o olhava: - Como pode ser tão gostoso assim?

- Uai, se souber usar direitinho, tem brinquedo pra noite toda.

- Olha! Não promete que vai ter cumprir, hein? - Disse e deu uma gostosa risada, só interrompida quando tentou abocanhá-lo todo, encostando seu nariz em minha púbis, o que não durou muito, soltando-o com aquele típico barulho de ânsia: - Gahh! Ah… Uhhh!

Aquilo não estava previsto e ainda bem que ela conseguiu se controlar, ficando envergonhada na sequência. Quando ela conseguiu respirar e se acalmou, puxei-a para um beijo, afinal, não havia problema algum: ela tentou algo e não conseguiu, simples assim. Ela se entregou ao beijo e relaxou, ficando tensa na sequência quando coloquei meu pau entre suas pernas e passei a esfregá-lo em seu clítoris:

- Ah, ah, ai, Mark! - Começou a arfar e pediu: - Me fode!

- Na cama…

- Não! Aqui. - Interrompeu-me e, segurando meu pau, esfregou sua cabeça mais forte ainda no clítoris: - Ai, que delícia… Ah, ah, caralho, ui!

Ela se virou então de costas para mim e se apoiou na parede do banheiro, arrebitando a bunda e me oferecendo o cu novamente. Enfiei em sua boceta e a surpresa, apesar de inesperada, pareceu agradá-la, pois tremeu quase que imediatamente a penetração. Passei a fodê-la com vontade, intensidade e profundidade. Ela começou a trançar as pernas como se estivesse com vontade de mijar, mas eu não diminui o ritmo. Logo, ela começou a tremer e foi se largando, mas eu a segurei pela cintura, fazendo ela gemer mais e mais:

- Eu não aguento ficar de pé. Você vai me matar! - Resmungou, entre os gemidos.

- Já vou gozar. Aguenta mais um pouco.

- De que jeito? Ai, caralhuuuuiiiii!

Nesse momento, tive a impressão de sentir uma água mais quente descer por minha perna, mas achei ser apenas uma impressão minha. Denise ficou silenciosa por um momento, voltando a gemer depois. Quando eu estava quase chegando ao limite, pedi:

- Ajoelha! Quero gozar na sua boca.

Ela fez isso no mesmo instante. Ficando de joelhos para mim e abrindo a boca para receber aquela gozada. Acelerei uma punheta, segurando o máximo que pude o gozo, até explodir, dando duas belas caprichadas na sua boca e o restante em seu rosto, seios e, infelizmente, até nos cabelos. Quando parei, apoiando-me na parede, ela ainda abocanhou e deu uma chupada que quase levou minha alma pau abaixo:

- Aaai, Denise… Porra! Larga! - Pedi, rindo da situação.

Ela me largou e sorriu. Só aí vi a lambança que eu tinha feito. Ela quando se deu conta da meleca em seu rosto e seios, sorriu feliz, mas quando viu que seu cabelo havia entrado na dança, deu um sorriso conformado e balançou negativamente a cabeça:

- Poxa, Mark, no cabelo?

- Desculpa. Não consegui controlar.

Ela riu e voltamos para baixo da ducha, aliás, nem havíamos saído, mas agora um banho era realmente necessário. Saí do box enquanto ela ainda lavava os cabelos e fui me vestir. Voltei a fiscalizar minhas filhas e decidi que compraria colchões daquela marca para elas, pois dormiam pesado. Voltei à suíte e me deitei na cama, logo Denise apareceu, chateada, inconformada. Achei que havia exagerado:

- Desculpa, Denise. Não fiz aquilo para te humilhar. É que estava tão bom que eu…

- Relaxa, Mark, não foi você. - Interrompeu-me, ainda sem me encarar, enquanto vestia seu robe: - Fui eu.

Não entendi e pedi que explicasse, pois, para mim, ela havia sido perfeita:

- Você o quê?

- Ah, você é muito gentil.

- Ainda não estou entendendo…

- Vai dizer que você não viu?

- Vi o quê?

- Sério que não viu!? Não sentiu nada de diferente?

- Uai… Não sei. Acho que não…

- Mark eu mijei no box quando você estava me fodendo. Você não sentiu nada mesmo?

Lembrei-me do calorzinho que havia sentido agora no final e entendi, por fim, o que havia acontecido. Comecei a sorrir e ela passou de chateada para injuriada. Fui até ela e a abracei:

- Calma, mulher, calma… Acho que não foi xixi. Pelo embalo e tesão em que estávamos, eu arriscaria dizer que você teve um “squirt”.

- Como é que é?

- Sério que você não sabe o que é isso? - Perguntei, sorrindo e ela me olhou séria, ainda meio brava.

Começamos a conversar e expliquei o que sabia. Peguei meu celular e numa pesquisa rápida, mostrei a ela do que eu falava. Ela leu aquilo curiosa e ficou mais calma:

- Será?

- Uai, por que não? Já sentiu ou teve isso antes?

- Não. Xé! Com aquele pamonha do Marcos!? Nem em sonho…

- Então, pode ser sim.

- Gente, que delícia, me deu uma moleza tão gostosa na hora… - Ela disse e começou a rir de si mesma: - Como faz pra repetir isso?

- Ah, não sei direito. Acho que vai muito da excitação da mulher…

Ela começou a rir e se deitou comigo na cama. Ficamos conversando um pouco, mas disse que iria dormir no sofá para que minhas filhas não desconfiassem de nada. Ela ainda tentou me convencer a ficar, mas fui bem firme e ela acabou se resignando, levando um edredom para mim. Despedi-me dela com um beijo caprichado e fui me aninhar no sofá, onde apaguei quase que imediatamente.

Não sei quanto tempo havia se passado, pois ainda estava escuro, quando sinto uma movimentação estranha no sofá. Imaginei que Denise estivesse buscando um terceiro tempo, mas qual não foi minha surpresa ao ver Miriam subindo no sofá para dormir comigo. Gelei naquele instante:

- O que aconteceu, amorzico?

- Nada, não. Só não consigo dormir lá no quarto. A Mary tá roncando pra caramba.

Estranhei porque Mary não era de roncar, pelo menos eu achava que não:

- E acordou só agora? - Perguntei, temeroso que pudesse ter sido flagrado.

- Foi. Posso dormir aqui com você?

- Claro que pode. - Falei já aninhando-a ao meu lado e a cobrindo, para apagarmos quase que imediatamente.

Algum tempo depois, não sei quanto pois ainda estava bem escuro, sinto nova movimentação e agora alguém tentava levantar meu edredom. Abri os olhos e pela silhueta reconheci a Denise, nua, sorrindo e procurando um repeteco. Coloquei minha mão à sua frente e, sentindo que Miriam ainda dormia, levantei de leve o edredom para mostrá-la a ela. Foi hilário ver Denise arregalar os olhos e boca, surpresa, tentando cobrir seios e boceta com as mãos antes de sair correndo em direção à suíte. Só não caí na gargalhada pois acordaria minha caçula, mas vontade não faltou. Algum tempo depois, apaguei novamente.

Agora tive paz e só fui acordar com o dia já claro. Miriam babava em meu peito, dormindo pesado e não havia sinal algum da Mary. Ouvi um som vindo da cozinha e cuidadosamente me levantei, seguindo para lá, onde Denise começava a arrumar um café da manhã para todos:

- Bom dia. - Falei, sorrindo.

- Bom dia. - Ela respondeu, fazendo um bico desconsolado e apontando o sofá: - Podia ter ficado um pouquinho melhor, né?

- Paternidade, minha cara. - Respondi, sentando-me e expliquei o que havia se sucedido entre ela e a irmã.

- Será que ela nos viu?

- Não! Ela disse que havia acordado só naquela hora.

- Ah… Nossa, Mark, agora me deu até um frio na barriga.

- Por isso, eu também não fiquei tranquilo.

- Tá, já entendi, já entendi… Na próxima, sem crianças por perto.

- É isso aí!

Ela deu uma olhada no sofá e vendo que minha caçula ainda dormia profundamente, veio se sentar no meu colo e me deu um beijo caprichado, o último daquele dia:

- A gente bem que podia se ver com mais frequência, não acha?

- Denise…

- Eu sei, eu sei… - Interrompeu-me para continuar sua lamentação: - Nanda, Nanda, Nanda… Caramba, mas ela podia ceder um pouquinho, sei lá, umas vezes por mês.

- Sabe que isso não vai rolar, não sabe?

- Sei, mas bem que você podia inventar uma viagem de trabalho para cá vez ou outra, não podia? Talvez uma parceria com o escritório do meu pai? Daí, a gente podia se ver e…

- Escondidos? Sem a Nanda saber!? Isso não vai rolar mesmo, Denise… De forma alguma!

- Saco, viu!? E como a gente manda no coração? Eu gosto de você. Eu… Eu… Poxa, Mark, acho que eu te amo também e já faz tempo, e a Nanda sabe que eu já contei para ela.

- Você falou pra Nanda que me ama!? - Perguntei, curioso e surpreso, pois não combinava nada com o perfil gentilmente possessivo da minha digníssima.

- Não sei se falei exatamente que te amava, mas já falei que se ela pisar na bola, eu pego você pra mim e não devolvo mais!

- Denise, olha só… Senta na cadeira. - Pedi que se sentasse de frente para mim e ela o fez: - Sou casado, não quero me separar e tenho uma família que é tudo para mim. Eu gosto muito de você, mas é como uma amiga muito querida. Não quero que você crie ilusões comigo. O que a gente tem e faz, é muito especial e gostoso, mas é tudo com conhecimento e permissão da Nanda. Por favor, não se…

- Tá, eu sei. - Interrompeu-me com uma expressão bastante contrariada, mas aparentemente conformada: - Eu sei que não tem espaço pra mim.

- Tanto tem que a gente está aqui.

- Tá, mas não é isso que eu queria.

- Mais que isso, eu não posso te prometer.

Ela me encarou um tempinho em silêncio, mas acho que não havia mais nada a ser dito. Então, se levantou, segurou meu rosto e me deu um selinho, voltando para seus preparativos e pedindo que eu fosse acordar minhas filhas para tomarem café porque teria que sair para trabalhar ainda de manhã. Talvez fosse verdade, ou talvez ela tivesse se tocado que um relacionamento mais fixo entre a gente seria impossível.

Fui acordar minhas filhas e depois de ajudá-las a se arrumarem, voltamos até a cozinha. Denise as tratou tão bem quanto a Nanda, dispensando-lhes toda a atenção que uma mãe faria. Depois de tomarmos nosso café, acompanhado inclusive do Ben que havia acordado há pouco, agora regado a brincadeiras e piadas típicas de uma família, despedimo-nos deles. O abraço que ela me deu tinha um gosto de “quero mais” misturado a um “foi bom enquanto durou” que me amargou a língua. Seu beijo em meu rosto não tinha mais tanto calor e seu olhar expressava uma tristeza sem igual:

- Tá tudo bem? - Perguntei no final.

- Vai ficar. Fica tranquilo. - Disse sem me convencer: - Manda um beijo pra Nanda. Eu ligo para ela num outro dia, agradecendo a confiança.

Descemos a garagem dos visitantes e de lá para a rua. Pelo horário, as meninas não conseguiriam chegar para a aula, então decidi levá-las para um passeio no shopping. Enquanto nos dirigíamos para lá, Nanda me ligou numa chamada de vídeo. Recusei, afinal, estava dirigindo. Retornei como uma ligação simples pelo sistema do meu carro e ela me atendeu. Ficamos papeando os quatro e Mary lhe contou que estávamos indo para o shopping:

- Ah, sei. Da vida dele, né? Denise também está aí com vocês?

Entendi claramente sua indireta e não gostei. Devolvi a provocação, mas preferi ser direto:

- Claro que não, né, Nanda! Cê tá louca!? Ela foi trabalhar. Ela tem a vida dela e nós temos a nossa, né?

- Ah, tá, é que…

- Eu entendi sim! - Deixei bem claro não ter gostado da insinuação.

Ela se desculpou e eu, conhecendo minha mulher como conhecia, sabia que ela estava se consumindo em ciúmes e encucações das mais diversas. Papeamos mais um pouco e combinamos de conversar mais tarde, com mais tranquilidade.

Aproveitamos, eu e minhas filhas, o máximo possível no shopping. Diversão, brincadeiras, piadas, comilança, até nosso já consagrado momento leitura teve, aliás, esse sempre tem quando passeamos em família. Tentei ligar para a Nanda após o almoço, mas como ela não me atendeu imaginei que tivesse conseguido ir ao seu treinamento, o que era muito bom. Ainda assim fizemos alguns vídeos de nossos momentos e mandamos para ela, estes permeados das mais variadas mensagens, áudios e emojis possíveis.

Decidi que sairíamos por volta das dezesseis horas e elas ainda negociaram comigo uma ida ao cinema. Aceitei e curtimos mais esse momento. Findo o filme, saímos em viagem, mesmo sob os protestos delas que queriam porque queriam assistir uma peça de teatro, mas expliquei que não gostaria de dirigir à noite e elas entenderam. A viagem foi tranquila e horas depois chegamos em casa. Entrei na garagem e as deixei descarregando as malas enquanto corri para meu banheiro responder a um chamado da natureza. Acho que não demorei tanto assim, mas quando saí, ainda brinquei com elas:

- Nu! Melhor ninguém usar o banheiro da suíte. Vai ficar interditado por um tempo.

- Credo, pai! - Gritaram juntas e Maryeva ainda caprichou na sacaneada: - O pai passou o dia entupido, mãe.

- Mãe!?

Só então vi que elas estava de papinho furado com uma certa morena de uma terra tão, tão distante:

- Nanda! Há quanto tempo você tá aí? Vocês nem para me avisar.

- Eu avisei! Você é que tava ocupado demais para ouvir. - Sapecou a sapeca da minha caçula em alto e bom som, fazendo todos, menos eu, rirem na sequência.

- Dá aqui esse celular! - Falei, rindo para mim mesmo: - Dá logo, senão a cinta vai comer no lombo.

- Ui, que meda! - Ela respondeu e ainda saiu correndo, levando o aparelho junto.

Fui “obrigado” a correr atrás delas pela sala e em volta da ilha da cozinha. Ríamos e nos insultávamos nesse ínterim. Só quando ela quis é que eu a alcancei e peguei meu aparelho:

- Cheguei!

- É, eu vi, tá dando para sentir o cheiro daqui. - Nanda devolveu.

- Ah, vá ocê também… - Retruquei, já rindo.

Nossas filhas estavam elétricas, eufóricas e não me deixaram conversar com ela. Ficamos papeando os quatro por um bom tempo, afinal, elas queriam contar tudo o que fizeram no shopping sem a mãe por perto. Só após um bom tempo consegui apartar as crias da mãe e elas foram organizar suas coisas em seus quartos. Passei a conversar amenidades com a Nanda, quando ela me contou da investida do Paulo e como o recusou. Fiquei orgulhoso, afinal, ela demonstrava estar aprendendo a se controlar e principalmente a controlar seus pretendentes.

Entretanto, Nanda, sendo a Nanda, insegura e ciumenta como sempre, tinha mais uma para me brindar:

- Então, por falar em repetir, eu queria te perguntar se você e a Denise…

É claro que eu já imaginava que algo se passava em sua cabecinha, mas estranhei o tom da pergunta, afinal, ela já havia conversado com a Denise e ambas pareciam estar acertadas. Então, não me restava muito a não ser honesto e fui bastante categórico:

- Nós ficamos e correu tudo bem, se é o que você quer saber. Fica tranquila.

Ela não ficou. Sua cara denunciava que algo a incomodava, mas ela não quis se abrir comigo, escondendo alguma coisa para si e isso me preocupava porque a falta de transparência poderia alimentar uma minhoca e transformá-la numa verdadeira anaconda, impassível, imbatível posteriormente. Ainda assim, ela fingiu maravilhosamente bem para qualquer um que não a conhecesse como eu a conhecia. Desviou do assunto, brincou, conversou e, um tempo depois, chamei nossas filhas que ficaram mais um tempo se despedindo dela. Só então pudemos nos despedir apaixonadamente e encerramos a chamada.

Eu não fiquei satisfeito. Sabia que algo a incomodava, só não imaginava o que ou melhor quem poderia ser: Rick!? Talvez aquele mala tivesse sabido que não estávamos mais lá e voltara a carga em cima de seu fragilizado coraçãozinho? Paulo!? Será que o bom velhinho seria um lobo e pele de cordeiro, e agora estaria usando de seu poder e influência para submetê-la? Eu!? Mas eu não fiz nada que ela já não soubesse e estivesse de acordo, ou será que fiz?

Pensei em fazer uma chamada de vídeo, mas ela parecia tão ansiosa em encerrar a chamada simples que a outra seria um absurdo. Talvez mandar uma mensagem, mas o efeito não seria muito diferente. Decidi que lhe dar um mínimo de espaço era necessário, pelo menos hoje e foi o que fiz.

No dia seguinte, logo de manhã, em horário que eu sabia que ela deveria estar tomando o seu café, mandei-lhe simples, mas verdadeiras mensagens:

Eu - “Bom dia, ó mulher da minha vida!”

Eu - “Dormiu bem?”

Eu - “Te amo, ouviu!?”

Poucos segundos depois, acho que nem um minuto havia se passado, e ela me retornou:

Ela - “Oi, bom dia.”

Ela - “Dormi, sim.”

Ela - “Também te amo.”

Ela - “A gente se fala depois.”

“Porra! Que balde de água fria, aliás, fria e gelada.”, pensei. Inclusive, senti ela escorrer bem no meio do rego da bunda e a sensação foi a pior possível, porque agora quem começava a se achar a raiz do problema era eu. Insisti:

Eu - “Nanda, o que está acontecendo?”

Ela não me respondeu de imediato e comecei a ficar mais incomodado ainda:

Eu - “Eu fiz alguma coisa?”

Novamente nada. “Será que essa filha da puta está na cama com alguém?”, pensei e comecei a teclar uma nova mensagem quando recebi uma dela:

Ela - “Calma!”

Ela - “Só estou ocupada.”

Ela - “Depois a gente conversa, pode ser?”

Não! É claro que não podia. Pelo menos, não antes de eu ter uma última resposta:

Eu - “Pelo menos me responde: a gente está bem?”

Ela - “💋!”

A resposta não poderia ser pior: sem conteúdo, sem palavras, sem responder nada. Pensei em ligar, mas poderia estar invadindo o espaço dela e eu, capricorniano de nascença, sabia bem o sagrado direito de ter um espaço próprio. Depois de respirar fundo, mandei minhas últimas:

Eu - “Ok, então.”

Eu - “Quando quiser conversar, me chame, não vou te incomodar mais.”

Eu - “Eu te amo!”

Ela recebeu minhas mensagens, leu e nada de me responder. Quando eu já estava prestes a chutar o balde, veio a derradeira patada:

Ela - “Também!”

“Porra, Nanda, também!?”, pensei, irado e inconformado: irado porque ela havia me negado uma simples expressão com um conteúdo muito importante e inconformado por saber que aquela expressão era eu que usava quando estava chateado com ela. Bem, se ela queria espaço, eu daria espaço para ela. Decidi não entrar mais em contato até ela me chamar. Eu não havia faltado com a verdade e se ela havia deixado alguém plantar a discórdia em seu jardim, caberia a ela extirpar a erva daninha.

Fui cuidar da minha vida e das meninas. Era necessário retomar nossas rotinas: o trabalho e a escola não podia mais esperar. O dia transcorreu normalmente e nada da Nanda me ligar. Infelizmente, se ela queria guerra, eu era o pior oponente que ela poderia encontrar. À noite, nada novamente. Depois soube pela Mary que ela e a irmã haviam conversado com a mãe no início da noite, enquanto eu estava no banho, e que ela disse que ligaria mais tarde para mim. Não ligou, nem eu.

No dia seguinte, nada novamente, nem pela manhã, tarde ou noite. Coincidentemente, Maryeva e Miriam novamente conversaram com ela no horário em que eu estava no banho, mas eu sabia ser uma coincidência, porque dificilmente eu tomava banho no mesmo horário. Novamente disse que me ligaria e não ligou. Eu também não, afinal, como dizia uma conhecida minha, “dois bicudos não se beijam.”

Na sexta-feira, eu já não esperava mais contato dela e assim minha manhã começou como nos dias anteriores. Entretanto, após o almoço, pouco antes de levar as meninas para a escola, fui surpreendido por ela:

Ela - “Oi, mor.”

Ela - “Tudo bem com você?”

Eu já estava chateado demais, diria até mesmo irado e acabei sendo seco:

Eu - “Oi.”

Eu - “Estou bem, obrigado.”

Eu - “E você?”

Ela - “Estou bem também.”

Ela - “Volto no domingo.”

Ela - “Você poderia me buscar no aeroporto?”

Minha vontade era de mandar que ela pegasse um táxi até o terminal rodoviário e de lá voltasse de ônibus, mas antes que meus dedos me entregassem, ela continuou:

Ela - “A empresa fará um coquetel de encerramento do treinamento no domingo à noite também e eu queria que você fosse comigo.”

Rancoroso, cheguei a pensar: “Ah tá! Agora você quer o marido para fazer vista na frente da diretoria, né, bonitona!?”, mas eu próprio me recriminei, porque ela podia estar querendo também fazer uma reaproximação. Mas e se não quisesse? Ideias nada convencionais começaram a povoar minha cabeça e acho que demorei para responder, porque ela continuou:

Ela - “Sei que está bravo comigo, decepcionado no mínimo.”

Ela - “Eu também estava brava com você, confusa na verdade.”

Ela - “Desculpa. Tô sem coragem para te ligar.”

“Essa é nova!”, pensei e eu próprio liguei para ela que recusou a chamada. Insisti e ela recusou novamente, mandando-me uma mensagem:

Ela - “Mark, por favor, estou no restaurante.”

Eu - “É melhor você me atender ou irá sozinha nesse coquetel.”

Joguei alto, porque eu sabia que sozinha ela não iria se não quisesse, pois além de mim, certamente teria Paulo ou mesmo o tal do Rick, bastando estalar os dedos. Aguardei sua resposta que não tardou muito:

Ela - “Tá, pode ligar.”

Fiz melhor! Ativei uma chamada de vídeo que ela demorou um pouco para atender, certamente imaginando que eu faria uma ligação simples, mas, sem saída e me conhecendo o suficiente para saber que cumpro o que prometo, atendeu. Ela surgiu pouco depois, bem maquiada, mas nada extravagante, e vi que estava realmente num restaurante:

- Desculpa, mor. Eu sei que você está chateado.

- Pra caramba, Fernanda! - Retruquei sem a menor piedade ou compaixão, e insisti: - O que aconteceu? De um dia para o outro você mudou da água para o vinho? O que foi que eu fiz.

- Por favor, não quero começar a falar nisso agora ou vou chorar. Eu estava brava com você, não sei se eu tinha razão ou não, daí eu… eu… Ah! Eu que errei, Mark. Desculpa.

- Peraí! Errou como? - Perguntei, já vendo minha minhoquinha ganhar vulto e massa muscular, passando rapidamente para o nível anaconda de ser.

Antes que ela me respondesse, fomos surpreendidos pelas meninas que chegaram com tudo e tomaram o protagonismo da conversa para elas. Não pude evitar, mas agora certamente meu semblante havia evoluído, ou involuído, de chateado para desconfiado quase irado. Ela conversava com as meninas e seus olhos ficaram marejados, não sei se por mim ou por elas. Lágrimas desceram por sua face e vi quando ela comentou com uma colega que estava apenas com saudade da família e nos mostrou no celular. A amiga deu um tchauzinho para as meninas, mas pela forma que me olhou, deve ter notado que algo não ia bem. Como estávamos em cima da hora para a escola delas e não tive mais privacidade para continuar aquela conversa, tivemos que nos despedir, mas antes de encerrar a chamada, fui claro:

- Essa conversa ainda não acabou, Fernanda. A que horas eu posso te ligar?

- Estamos na reta final e tudo está meio complicado aqui. Assim que eu tiver uma brecha, eu te ligo, tá?

- Ah claro, claro... Igualzinho fez ontem e anteontem, né? - Retruquei balançando negativamente minha cabeça.

- Mark, para…

- Tá, tá bom. Você sabe meu número.

- Desculpa de novo. Eu te amo, ouviu, meu ogrinho?

- Também. - Disse sem a menor vontade de retribuir o sentimento que naquele momento me machucava.

Da mesma forma que eu senti o baque quando ela me enviou essa palavra em mensagem dias atrás, vi em seu semblante que ela também sentiu agora. Não fiquei orgulhoso de mim, mas pensei que “chumbo trocado, não dói”. Mentira das mais deslavadas, porque doía nos dois! Desligamos e fui levar nossas filhas para a escola e de lá fui para o escritório. Trabalhei no automático, sem inspiração, motivação ou vontade, literalmente eu apenas “cumpri tabela”.

No final da tarde, ela não me ligou, mas no início da noite me mandou uma mensagem justificando não poder ligar pois estaria saindo para um jantar com os colegas e os diretores. Sinceramente, eu já estava tão fulo da vida que pouco me importava se fosse verdade ou não. Algo não estava certo e ela não parecia disposta em me ajudar a consertar o que havia se quebrado. Mandei uma única mensagem:

Eu - “Você é quem sabe.”

Um bom tempo depois, recebi uma foto dela com várias pessoas e entre elas suas duas colegas que havia conhecido no hotel. Aparentemente estavam num restaurante, comemorando. Não havia sinal do Rick, nem mesmo do Paulo e isso me acalmou um pouco, mais ainda quando ouvi um áudio que ela também havia enviado, no qual notei sua voz meio arrastada e um pouco pastosa, indicando ter bebido:

Ela - MENSAGEM DE ÁUDIO - “Mark… Amor… Não, não… Morrrrrr! Mor, desculpa essa cabeça de vento. Eu erro, mas eu te amo. Não fiz nada de tão errado assim não. Você vai entender. Eu te amo, eu te amo, eu te amo muito, muito, muito, muito… Ara! Acho que bebi demais. Mas já, já, já vou pra casa… Pro hotel! Vou pro hotel… Depois eu vou voando pra casa. kkkkkkkkk! Vou voando foi boa, né? Porque eu vou de avião… kkkkkkk! Ai, ai… Beijo, meu amor! Já vou aí dançar, Aline! Porra, tô beijando meu marido. Arruma um pra você beijar também. Espera, caramba…”

Sinceramente, eu não sabia se aquele áudio melhorava alguma coisa, mas pelo menos acompanhado da foto, serviu para me mostrar que ela aparentemente não estava fazendo nada de errado. Pelo menos, era o que eu imaginava.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 126 estrelas.
Incentive Mark da Nanda a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil de Mark da NandaMark da NandaContos: 272Seguidores: 634Seguindo: 24Mensagem Apenas alguém fascinado pela arte literária e apaixonado pela vida, suas possibilidades e surpresas. Liberal ou não, seja bem vindo. Comentários? Tragam! Mas o respeito deverá pautar sempre a conduta de todos, leitores, autores, comentaristas e visitantes. Forte abraço.

Comentários

Foto de perfil genérica

Tem uma história pequena no Reddit que a moça é sempre traída pelo namorado e um belo dia ela pergunta porque ele faz isso com ela e a resposta dele é a mais honesta possível (porque eu sei que você não vai fazer nada) essa é minha opinião com esse casal ela aprontou tanto que sabe que ele vai fazer bico, emburra mas no fim das contas vai ficar com ela.

Por isso que ela apronta tanto.

1 0
Foto de perfil genérica

Gosto do casal, mas confesso que em vários momentos eu sou obrigado a torcer pela Denise, ela ama e cuida dele sem ressalvas, já a Nanda parece uma adolescente. Tudo o que aconteceu de ruim entre o casal foi com ela, Mark sempre botava freio em tudo quando era ele. Torço para que ela amadureça logo ou que o Mark também tenha esse momento de revés com ele para ela experimentar. Dos dois, fica claro que o Mark é que ama ela e que ela é que não encontra em outro homem o que ela encontra nele, senão, já era o Mark

0 0
Foto de perfil genérica

Nossa isto que e saudade que Denise sente por ti Mark,e que transa heim.agora este trato que vc tem com Nanda e que mata, Denise e uma boa pessoa, agora até que enfim esse treinamento está acabando e ela irar voltar p casa.agora que treta foi está no final,vá buscá-la no aeroporto ,vá a festa todo bonito e charmoso para que todos tenham ciúmes de vcs,e de um final neste Rick mostre o lugar dele.bjs queridos

0 0
Foto de perfil de Omega Alfa

O Rick ainda volta alguma hora ai pra frente, o Mark disse alguns dias atrás que ia conhecer o cara finalmente, então alguma coisa estranha vai acontecer nos próximos capítulos.

0 0
Foto de perfil genérica

As suas outras histórias são boas, mas essa aqui definitivamente é a melhor. Mesmo que a linha do tempo avance até os dias atuais, deem um jeito de continuar nem que seja de maneira fictícia e por favor não demorem nesse próximo capítulo, porque senão a ansiedade ataca kkkkkk

0 0
Foto de perfil genérica

Engraçado, só foi o casal sair das regras básicas do começo da relação liberal, que os problemas começaram a se multiplicarem e não só por culpa da Nanda, mas principalmente por culpa do Mark! Acho que Mark plantou e está colhendo o que plantou! Na minha opinião, se a Nanda errou em relação ao Rick o Mark errou demais em relação a Denise, pois se ela não pode ter uma relação repetitiva com um cara, o Mark também não poderia ter essa relação de repetição sistemática com a Denise, pois vamos ser sinceros tanto o Mark quanto a Denise querem o mesmo, ou seja querem os amantes só para eles! Te diria que são farinha do mesmo saco!

0 0
Foto de perfil de GTFreire

Como o próprio título diz, que jornada intensa. Haja amor...

0 0
Foto de perfil genérica

Sugestão para o Mark falar p Nanda.

"Eu não consigo mais me ver em seus olhos"

0 0
Foto de perfil genérica

Por favor não demore com a continuação. Estou adorando

0 0
Foto de perfil de Himerus

Eu amo filmes de terror, gosto, em especial, de "Alien, o oitavo passageiro". Eu sei que o filme é tenso, mas a história é excelente e os sustos espetaculares. A vida de um casal liberal é como a de Ripley, personagem interpretado por Sigourney Weaver, nunca é monótona, quando acha que tá tudo bem, em paz, surge um mostro para atormentar... Mas o que é melhor? Uma vida sexual quente com sustos eventuais ou a situação descrita no primeiro episódio da série, um casamento morno, mas sem sustos? Como Mark e Nanda estão juntos até hoje, se divertindo em contar sua história, acho que a pergunta já vem com a resposta.

Parabéns pelo conto.

0 0
Foto de perfil genérica

Se este conto tivesse trilha sonora ,seria ..Não jogue fora o nosso amor .Bee Gees

Nanda tá jogando fora o amor do Mark.

0 0
Foto de perfil de Max Al-Harbi

Eu acredito em você, Nanda!

Mas essa narrativa não está favorecendo seu lado...

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Sabendo que tudo isso é passado e que eles estão bem na atualidade.

Algumas considerações:

Esse final com a Denise foi muito triste, praticamente uma despedida, mas necessário o choque de realidade sem alimentar falsas esperanças.

A esclarecer se de fato a Nanda pediu para ela 'cuidar' do Mark, pois pelas reações e atitudes da Nanda, não é o que transparece.

Essa atitude de dar gelo no Mark e ter decidido se encontrar com o Rick preocupa um pouco, pelas possíveis ações intempestivas. Aqui no aguardo do próximo capitulo para ver o lado dela no afastamento com o Mark e de como foi o encontro com o Rick.

0 0
Foto de perfil genérica

Kkkk, tem um pessoal aí nos comentários que viaja... só rindo.

0 0
Foto de perfil genérica

Ah, Mark/Nanda, fiquem nesse conto pelo menos uns 2 capítulos... acho que estamos curiosos para saber no que vai dar essas revelações e volta da Nanda pra casa. Não demorem a postar😂

0 0
Foto de perfil genérica

Como sempre Mark excelente conto, só peço que não demore o outro capítulo, vou ficar sem cabelo kkkk

0 0
Foto de perfil genérica

A pior parte é esperar pelo próximo capítulo, parece ensaiado que vocês postam 2 num intervalo de 1 ou 2 dias e depois leva quase um mês para os próximos

Agoaniaaaaa kkkkkkk

Parabéns pela história, 3 estrelas

0 0
Foto de perfil de Almafer

Como sempre casal e seus atritos kkkkk faz parte e vida que segue nota mil amigo.

0 0
Foto de perfil de Leon-Medrado

Boa parte complementando a parte anterior. Entre tapas e beijos, a coisa foi sempre assim. "Morrrr, segura mais essa". Hahahaha não demorou muito. Né Mark? Faz parte. A história está ótima. O texto merece mais uma revisão. Continuo gostando do mesmo jeito. Sua melhor história. Baseada na real. Estrelado.

0 0