Minha história – 4
Nessa nova fase da minha vida, foi uma época bem legal, conheci muita gente, conheci pessoas de todos os tipos e classes sociais.
Eu como novata na rádio teria que angariar novos clientes e com isso, precisava ir visitar vários tipos de comércios e várias regiões da cidade, no começo alguns clientes estranhavam uma menina nova e bonita estar visitando bairros mais afastados, mas eu explicava que mesmo afastados o tipo de comércios deles eram bem fortes economicamente por atender bairros mais afastados do centro que nós falávamos que eram bairros de vida própria e ter um público muito cativo e fiel.
Normalmente eles gostavam da minha abordagem, sempre me respeitaram muito, às vezes acontecia de um ou outro engraçadinho fazer alguma gracinha ou cantadas baratas, que eu fazia questão de cortar rapidamente, assim sempre impus respeito e fui fechando vários contratos, assim surpreendendo a gerência comercial, em poucos meses eu já estava tendo um grande destaque, conseguindo ser muito elogiada por buscar esses novos clientes em novas regiões que ninguém ia, por medo por ser “periferia” mas principalmente por preconceito.
Entre diversos clientes que consegui, tiveram três com mais destaque, uma pequena rede de supermercados que estava em expansão, uma academia de musculação que tinha 04 filiais e um posto de combustível que tinha 03 unidades, esses clientes todos se fixaram na periferia.
Os donos do mercado eram dois irmãos e sempre disseram que tinham o sonho de ter pelo menos umas dez lojas, todas na periferia, os postos de gasolina a mesma coisa, mas eu não conhecia o dono somente o gerente com eu tinha contato direto, e a academia o dono chamado Roberto ou “Beto” dizia que queria manter o foco nos bairros de baixa renda, mas tinha um sonho de ter uma grande academia em um bairro mais famoso, assim poderia fazer nome entre vários públicos. O Beto era relativamente novo, pouca coisa mais velho que eu e acho que a proximidade de nossa idade nos aproximou bastante, nos tornamos grandes amigos.
Uma coisa que me deixava intrigada era em relação ao dono dos postos, achava muito estranho ele não aparecer pra nada, deixando as decisões a cargo do Gerente, eu devagar fui perguntando e tentando saber mais sobre ele, um dia uma funcionária comentou comigo que o dono não estava aparecendo muito, porque a esposa estava muito doente tinha um tipo de câncer muito agressivo e estava fazendo um tratamento bem complicado, eles viajavam muito para São Paulo para os atendimentos, por isso eu não conseguia encontrá-lo, não sei porque mas fiquei muito tocada com a história, mesmo sem ter contato fiquei com muita pena da família.
Já tinha se passado um pouco mais de um ano que estava na rádio e minha carteira de clientes já estava bem consolidada, eu estava conseguindo ganhar um salário bem legal, já fazia um tempo que eu não precisava da ajuda de meu pai, eu conseguia pagar todas as minhas contas e sempre sobrava para poder ter algumas economias. Logo veio minha formatura, consegui finalizar a faculdade, realizando um sonho de meus pais e meu também, enfim eu era uma Advogada, quer dizer quase, porque precisava fazer o exame da OAB, mas como no meu trabalho estava tudo andando muito bem, não tinha nenhuma perspectiva de mudar de profissão pelo menos naquele momento.
Nesse tempo o Beto veio me pedir opinião sobre um ponto comercial bem bacana em um dos melhores bairros da cidade, esse bairro tem muito prédios com apartamentos de alto padrão, ele queria montar uma academia diferenciada, com equipamentos de primeira e que teria vários diferenciais e como eu já treinava em uma de suas unidades, ele me convidou para ser a garota propaganda, pelo fato de eu ter sido dançarina da banda, muitas pessoas me “conheciam”, conversei com o pessoal da radio e eles me deram autorização, e assim virei garota propaganda da rede de academias, o lançamento foi um sucesso, ele não economizou em nada, os aparelhos era os mais tops, tinham vários tipos de aulas complementares, nessa época acho que porque eu precisava aparecer sempre por lá para dar uma credibilidade maior, afinal um rosto conhecido ajuda e muito, eu comecei a fazer diversos tipos de aulas e aos poucos fui virando uma “rata” de academia, treinava muito, eu já tinha uma alimentação bem regrada, mas aos pouco comecei a perceber uma mudança em meu corpo, minhas pernas e meu bumbum, começaram a crescer e bem mais definidos, meus braços e o peitoral ficaram definidos mas não cresceram, era engraçado magrinha em cima com uma bunda bem redonda e pernas grossas, eu estava me tornando a gostosona da academia, o corpo que muitas meninas queriam alcançar e os meninos cobiçando.
Fiquei nesse ritmo durante pelo menos uns dois anos, bastante trabalho, academia todos os dias, não namorava com ninguém, somente arrumava uns ficantes, não sei dizer ao certo o porquê, mas não me prendia a ninguém, tinha pelo menos três colegas que transava as vezes, sempre me precavendo de doenças, não transava sem camisinha e também tomava anticoncepcional, para não ter alguma gravidez indesejada.
Nessa época da academia conheci uma menina que estava no começo da carreira de advogada, a Leila, uma mestiça muito linda, tinha um corpo espetacular, os seios eram de médios para grandes graças ao silicone, tinha coxas grossas e uma bunda muito linda, ela era a gostosona, nós duas saiamos para as baladas sempre juntas, nossa amizade foi um grande presente para mim, ela me acompanhava em tudo, brincávamos que éramos irmãs, eu às vezes fazia uma maquiagem puxando os olhos para parecer mestiça também, nós duas curtimos muito.
Na academia a gente não pegava ninguém, mas tinha sempre algum menino que se destacava pela beleza ou pela simpatia, só que eu sempre achei que depois ficariam pegando no pé ou algo do tipo, o único cara que eu me interessei, não rolou nada, ele era um pouco mais velho que eu, já tinha até um pouco de cabelos grisalhos, ele era muito charmoso, não era lindo, mas não sei explicar, ele mexia comigo, nós nunca chegamos a conversar, ficamos somente nos olhando, ele não tomava a iniciativa e eu muito menos, a Leila resolveu dar uma de cupido e foi tentar descobrir alguma coisa sobre ele e conversando com um instrutor descobriu que se chamava Eduardo ou simplesmente “Edú”, só que tinha um grande detalhe que me fez desistir na hora, ele era casado, por isso não chegava para conversar comigo por mais sinais que eu desse, fiquei decepcionada e segui em frente, eu e a Leila nas baladas quase sempre arrumamos algum paquera, dávamos muitos beijos, mas transar não era sempre não, somente quando realmente valia a pena.
Meu ritmo na academia estava bem forte e um dia acabei me machucando fazendo um determinado exercício, acabei errando um determinado movimento e machuquei a minha coluna, precisei ficar sem treinar alguns meses, fazendo tratamento com fisioterapia, não podia pegar nada pesado, durante esse período com a influência da Leila eu resolvi me dedicar a estudar para o exame da OAB, me apliquei muito, estudei bastante e consegui passar, quando peguei minha carteira de advogada meu pai chegou a chorar de emoção, ele dizia que tudo o que tinha feito, tanto trabalho tinha valido muito a pena, foi muito alegria.
Eu já tinha feito muitas economias, tinha um valor legal guardado, poderia dar um pontapé inicial para montar um pequeno escritório de advocacia, pesquisei bastante, mas percebi que seria bem difícil começar sozinha, mesmo fazendo uma sociedade com a Leila, seria bem difícil, ela trabalhava em um escritório médio e tinha um salário razoável, ela complementava a sua renda com vendas de bebidas importadas em uma página na internet, ela falava que tinha meses que ganhava mais com as bebidas do que no escritório, mas se saísse iria ficar muito difícil. Eu e ela teríamos que angariar clientes igual eu fiz na rádio, mas eu não estava disposta a começar tudo de novo, eu iria demorar bastante tempo para ter um salário legal, como eu já tinha um salário muito bom na rádio, resolvi esperar mais um pouco, devagar fui falando com meus clientes que agora era advogada também e fui pegando pequenas causas, não entrava quase nada de grana, mas valia muito a pena pela experiência.
Nesse período de repouso da academia e o começo da nova profissão minha vida mais uma vez mudou muito, no começo achei que seria pra pior, mas foi o começo de uma das melhores época da minha vida, foi quando conheci o verdadeiro sentido da palavra amor.
Comecei a ir mais vezes para minha cidade natal, passava os fins de semana com minha família, meu pai tinha comprado um pequeno sítio, queria começar devagar a criar algumas cabeças de gado, ele tinha três cavalos, eu e meus irmão no fim de semana ficávamos andando por vários lugares de nossa região, os cavalos eram muito bonitos, mas não tinham uma raça muito conhecida nem valorizada, mas tínhamos muito amor por eles, mas quis o destino nos pregar uma peça, em um sábado pela manhã, fomos para o sitio, eu, meu pai e um dos meus irmãos, meu pai tinha comprado três novilhas, uma delas já estava bem grandinha e ele iria vacinar os três mas esse maior acabou causando um acidente e meu pai quebrou uma perna, na verdade quebrou o fêmur, foi uma correria doida, ele urrava de dor, chegamos rapidamente ao pronto socorro, depois de alguns exames, foi constatada a fratura, ele iria precisar de uma cirurgia que ali não teria como fazer.
Fomos então para a cidade onde eu morava, lá tinham alguns excelentes hospitais, a cirurgia foi realizada e correu tudo bem, mas o período de repouso seria longo e pela idade dele talvez ficasse com uma perna mais curta que a outra, o período de recuperação em uma cirurgia dessa é longo, meu pai ficou afastado do trabalho dele na fazenda e também de nosso sítio, como eu e meus irmãos não tínhamos experiência na lida, precisamos vender as poucas cabeças que tinham lá para não termos mais prejuízos, foram alguns meses de aperto financeiro, o dinheiro que eu tinha guardado foi quase todo usado nas despesas da casa deles, eu precisava ficar mais perto deles para poder ajudar minha mãe com as coisas do dia a dia, conversei com o pessoal da rádio e como o alcance da audiência deles era grande eu poderia tentar angariar clientes na minha cidade e nas outras próximas.
No começo eu ficava segunda e terça na cidade onde morava e no restante da semana na minha cidade natal, foi um tempo muito difícil, era um novo começo, meus rendimentos caíram bastante, foram alguns meses de aperto e um período muito cansativo, mais uma vez fui conseguindo clientes aonde ninguém procurava, eram contratos pequenos, mas garantem um comissão que dava pra manter as contas em dia, claro que cortamos muitas coisas, mas não passamos necessidades.
Nessa época eu estava saindo com um carinha que foi colega da adolescência, ele era amigo do meu primeiro namorado. O Léo era um menino legal, mas eu não estava querendo compromisso muito sério, a gente estava se curtindo bastante, ele era magro e um pouco mais alto que eu, era bonito e muito gentil.
Mas o que mais chamava a atenção nele ficava escondido, somente pelado era possível de ver, ele tinha um pinto de uns 16cm e bem grosso, nunca tinha visto nada igual, já tinha visto alguns maiores no comprimento, mas na grossura era algo fora do normal.
Quando saímos pela primeira vez levei um susto, peguei por cima da roupa e já fiquei me imaginando ficar com a minha xoxotinha dolorida por alguns dias.
Ele era um gostoso, me deixou muito relaxada, chupava divinamente e somente quando eu já tinha gozado bem gostoso é que ele foi subindo pelo meu corpo, me beijando e chupando meu seios, eu ficava arrepiada com muito tesão, quando ele encostou a aquela cabeçona na portinha da minha bucetinha, dei uma travadinha e pedi para ele ir com calma, que eu não estava acostumada com algo daquele calibre, ele mais uma vez foi uma delícia, ficou passando a cabeçona pela portinha esfregava na minha bucetinha, me deixando cada vez mais molhada, não parava de beijar minha boca, meu pescoço e meus seios, quando percebeu que eu já tinha relaxado mais ainda, foi enfiando bem devagar, colocou a cabeça e parou, esperou um pouco e foi colocando mais um pouco, era impressionante o quanto ele estava me abrindo, nunca senti nada igual, foi muito prazeroso, doeu um pouco no início, mas o prazer foi muito maior e compensou demais a dor. Olha eu falo por mim, cada mulher tem sua preferência, eu nunca liguei para tamanho, os grandes são gostosos, os menores sendo bem usados são muito bons também, mas os de uma grossura maior é tudo de bom, sinceramente senti muito mais prazer em me sentir toda aberta, ele preenchia tudo, minha bucetinha ficava esticada.
Depois da primeira, as próximas eu fui relaxando e aproveitando cada vez mais, ele queria namorar, mas eu não estava afim, como já disse antes eu não queria me prender a ninguém, queria ter minha liberdade, acho até que a forma que foi o término do meu primeiro namoro foi muito decepcionante e eu ficava travada, não queria me apegar a ninguém, levando daquela forma estava muito, pelo menos para mim. As vezes quando conversávamos ele me prensava querendo algo mais sério, mas eu com jeitinho ia me esquivando.
Ficamos nessa relação por vários meses, aproveitamos bastante, mas de repente tudo começou a mudar, essa forma de eu levar a vida de transas sem compromisso, logo iria acabar e eu nem imaginava.
Na nossa cidade como já contei anteriormente, existiam vários condomínios de chácaras e foi lançado um bem maior que os outros, esse tinha uma área enorme, seria de alto padrão, assim teríamos na cidade oportunidades de nosso comércio melhorar ainda mais, pegando carona nessa expansão um empresário que ainda não sabíamos ao certo de onde era, construiu um grande posto de combustível, eu visitei algumas vezes mas não conseguia falar com o dono, quando estava quase pronto tive uma grande surpresa, um determinado dia recebi uma ligação que iria mudar novamente todo o curso da minha vida, era o gerente da rede de postos que eram meus clientes, fiquei bem surpresa pela ligação e mais ainda quando ele disse que estava na minha cidade e que precisava fazer uma reunião para poder acertar uma grande campanha de propaganda, o posto que seria inaugurado em poucos dias era da rede deles, estavam expandindo para pequenas cidades.
Marcamos para o outro dia pela manhã, e foi ali naquela reunião que eu iria conhecer o homem que iria mudar minha vida pra sempre, eu iria conhecer o verdadeiro amor, um grande amor que explodiu em nosso peito de uma forma inexplicável, tanto pra mim quanto para ele.
Quando cheguei, o Mário o gerente geral veio me receber, já fazia um tempinho que a gente não se via, ele sempre muito simpático já foi me elogiando e que ficou muito feliz em saber que eu era da cidade da nova filial, fomos entrando para a sala de reunião, quando entramos levei um susto, dei de cara com o Eduardo! Sim ele mesmo! O grisalho da academia, senti um frio gostoso na barriga, não tinha como não reconhecê-lo, fazia um bom tempo que não nos víamos, acho que uns dois anos ou um pouco mais mas ele continuava muito charmoso, as surpresas não pararam, enfim estava conhecendo o dono da rede de postos, ele que nunca aparecia estava ali na minha frente, parecia tão surpreso quanto eu.
No início ficou um clima meio desconcertante, mas ele habilmente soube contornar o meu embaraço, o Mário como já me conhecia a mais tempo, começou a me explicar o que eles queriam, que tipo de propaganda no rádio e também queriam algumas coisas parecidas com o que eu fiz para a academia, seria garota propaganda com uma campanha na televisão, eu sendo ali da região traria maior credibilidade a imagem deles.
Ficamos um bom tempo ali conversando e acertando os detalhes, a proposta deles era muito boa, eu conseguiria dar mais um fôlego na casa dos meus pais. Eu iria ganhar um valor legal.
A inauguração estava próxima, conseguimos gravar a peça publicitária rapidamente, e logo já estava tendo a exibição, eu que já era conhecida na cidade fiquei um pouco mais, mas uma coisa que nunca aconteceu comigo foi de ficar deslumbrada com alguma fama, eu continuava levando minha vida da mesma forma.
Eu achei o projeto deles em relação ao posto muito legal, o posto foi construído em uma esquina de um tamanho grande, ficava na esquina de duas avenidas de grande movimento, nele tinha um pátio bem estruturado em uma parte do terreno do posto que dava para o lado para uma avenida, eles também montaram uma distribuidora de bebidas, eles tinham ideia de trabalhar com preços bem agressivos, eles compravam em grande quantidade, assim poderiam agregar um valor muito bom nas vendas, a distribuidora seria como uma loja de conveniência, mas com preços mais baixos, fazendo isso poderiam atingir um público muito grande. Esse foi um grande diferencial que conseguiram, a distribuidora tinha de tudo um pouco, tudo ligado a festas e churrascos, bebidas, alimentação e também uma parte para narguilé, o público alvo eram o pessoal que frequentavam as chácaras no final de semana e o pessoal mais jovem da cidade.
A inauguração foi um sucesso, foi o assunto por diversos dias na cidade e nas cidades vizinhas, no dia da inauguração eu e o Mario e o Eduardo conversamos pouco naquela noite, eles tinham convidado muitas pessoas, em vez de fazer um tradicional coquetel com salgadinhos, canapés e aperitivos, fizeram logo um excelente churrasco, tinham vários tipos de carne e as bebidas rolava a vontade, eles não economizaram, eles realmente começaram com o pé direito.
Todos os funcionários do posto e da distribuidora puderam levar as famílias, eu também levei a minha, meu pai mesmo de cadeira de rodas devido a recuperação da cirurgia no fêmur não deixou de ir, aproveitamos bastante, fazia tempo que eu não via meu pai se divertir tanto, mas o que eu estranhei bastante foi a ausência da esposa do Eduardo, ele estava acompanhado dos filhos, um rapaz de uns vinte anos e uma menina talvez com uns quinze anos ou um pouco mais, eles ficaram ao lado do pai o tempo todo, aparentemente se divertiram, mas as vezes eu percebia um olhar meio distante, principalmente da menina, mas achei melhor não perguntar nada, seria muito indelicado.
O Eduardo fez questão de me apresentar para os dois, eles já me conheciam por causa da banda e de propagandas da rádio e do posto, a menina ficou encantada comigo, foi muito legal, falou sem parar que era muito legal eu ser dançarina, que ela gostaria muito de poder aprender alguns passos mas que não levava jeito, falava que tinha cintura muito dura, eu dei as dicas de procurar uma boa escola de dança, indiquei a que eu trabalhei bastante tempo que eles tinham um programa legal para iniciantes, ela ficou de procurar com minha indicação.
A partir daquele dia, encontrei o Eduardo algumas vezes no posto, gravei mais algumas propagandas, dando sempre ênfase na distribuidora, era claro que o foco de trabalho deles era esse o posto era um complemento, fui visitar o posto e a distribuidora algumas vezes, assim começamos a ter uma certa aproximação, ele parecia meio tímido e eu com muito receio por ele ser casado, mas fui relaxando com nossas conversas por ele ser muito discreto e respeitador acima de tudo, ele era um pessoa de conversa boa, falava sobre vários assuntos.
Algum tempo depois da inauguração, eles fizeram uma promoção bem legal, levaram alguns food trucks, com diversos tipos de comida, foi um sucesso! Tanto que alguns comerciantes da cidade reclamaram muito, porque os clientes foram em peso ao posto assim amargaram um certo prejuízo, nessa noite eu e o Eduardo ficamos sentados na mesma mesa, conversamos um pouco, eu bebi um pouco de cerveja e ele também, assim acabamos relaxando um pouco, depois de um bom tempo o assunto chegou a família, educação de filhos e algumas coisas do tipo, como eu já estava mais relaxada pelo álcool, acabei perguntando sobre a esposa dele.
- Eduardo, não me leve a mal, mas eu sei que você é casado, mas você nunca fala de sua esposa, no dia da inauguração e mesmo hoje seria uma data legal de você trazê-la, mas você quando não está com seus filhos, fica aqui sozinho, desculpa não quero ser inconveniente, mas estou curiosa.
Ele ficou me olhando nos olhos, pensando na resposta que iria me dar, nessa hora meu coração rachou, ele com os olhos marejados e com uma cara muito triste, olhou para o céu que estava com uma lua linda e me respondeu.
- Ana, sabe eu não sou muito de falar dela, ela infelizmente faleceu já faz dois anos, ela teve uma doença muito grave, fizemos de tudo pela cura, mas infelizmente ela não conseguiu se recuperar e por isso não falo muito, esse é um assunto que não superei ainda, já estou um pouco mais conformado, foram vinte anos de casamento, ainda dói muito, ainda mais quando eu olho para um céu assim limpo e com a lua cheia que ela amava demais.
Naquela hora eu queria abrir um buraco no chão e sumir, fiquei morrendo de vergonha.
- Eduardo me perdoe, nossa eu não imaginava, não sabia mesmo, que fora que dei, me perdoe mesmo, vixe acho que bebi demais, vou parar para não dar mais nenhum fora.
Ele respirou fundo, limpou os olhos e me falou.
- Tudo bem Ana, esse é um assunto que não costumo falar mesmo, somente para os mais próximos, eu achei até que você já soubesse, mas relaxa não tem problema perguntar, aos poucos eu já estou acostumando a falar mais abertamente, mas ainda é uma ferida que não cicatrizou, e sinceramente não sei quanto tempo vai demorar a fechar ou se realmente vai fechar, eu aos poucos estou tentando retomar minhas coisas, o trabalho, o convívio com meus filhos e tudo mais. Um dos motivos de abrir o posto aqui na sua cidade é que assim posso tentar recomeçar, construir um novo futuro, achei melhor me afastar de tudo que me lembrava dela no dia a dia, comprei um chácara no condomínio novo, estou construindo uma casa por lá, estou morando alguns dias da semana em uma casa alugada aqui, assim que a minha ficar pronta acho que vou me mudar definitivamente para cá, estou decidindo tudo isso ainda,
Ele parou, respirou um pouco e continuou seu desabafo.
- Meus filhos estão cada um se encaminhando na vida. O mais velho já está na faculdade, está estudando na capital, e minha menina já está terminado a escola e já vai prestar vestibular, vai tentar na capital também, para morar junto com irmão, tenho dois filhos maravilhosos, eles que estão me dando força pra prosseguir, sem eles eu acho que estaria definhando dentro de casa, quase fiquei louco quando ela se foi, se não fosse por eles dois acho que eu teria ficado doente também. Sei lá o que poderia acontecer comigo, mas agora depois de dois anos eu estou começando e querer viver novamente, pelo menos estou tentando.
Eu fiquei muito emocionada, cheguei a chorar um pouco, eu que já admirava aquele homem, agora mais ainda, ele estava sendo um exemplo de superação.
- Eduardo, eu espero do fundo do meu coração que você consiga superar mesmo, vou torcer muito por você, tenho certeza que o clima aqui do interior vai te ajudar muito, outra coisa é que se você precisar de qualquer coisa fale comigo que irei ter o maior prazer em poder te ajudar.
A partir daquela noite, uma barreira entre nós dois foi quebrada, eu que estava achando que de certa forma estava sacaneando a sua esposa, vi que não era nada daquilo, que eu estava admirada ainda mais por ele, agora eu poderia me dedicar em tentar ajudá-lo, não estava pensando em nenhum tipo de relacionamento, mas como amigos mesmo, apesar que a cada dia eu ficava mais admirada por ele, e parecia que era recíproco.
Nossa amizade foi amadurecendo e nossa proximidade estava tão evidente, que minha mãe um dia veio conversar comigo e perguntou se eu estava namorando com ele, porque eu só falava dele ou sobre as coisas que ele dizia e fazia, quando respondi que não! Que éramos somente bons amigos, ela me alertou.
- Minha filha, você está apaixonada por ele e com certeza ele por você, mas está difícil para um dos dois dar um passo a mais e reconhecer esse sentimento que nasceu e cresceu entre vocês dois. Pense bem, pode ser que você tenha encontrado o homem que a tantos anos vem procurando.
Fiquei muito brava com ela, respondi de bate pronto que ela estava vendo coisas aonde não existia, que éramos bons amigos e mais nada, que estava tentando ajudar nesse momento difícil da vida dele e mais nada, ela sorrindo me deu um abraço bem apertado, deu um beijo em minha testa e pediu para eu parar de tentar me enganar e assumir aquele sentimento bonito que tinha nascido em mim.
Naquela noite em minha cama comecei a pensar melhor e principalmente em tudo que minha mãe tinha me falado, comecei a perceber que sim, eu estava apaixonada por ele, fiquei apavorada, não sabia como iria encarar ele e ainda mais, fiquei me questionando! Será que ele também estava sentindo alguma coisa por mim.
Que realização seria poder ter alguma coisa com ele, parecia que ele era realmente tudo o que eu procurava em homem, seria tudo de bom, mas ao mesmo tempo que eu pensava nisso, eu via que seria muito difícil de ter alguma coisa, nossos mundos eram muito diferentes, a diferença de idade era razoável, não muito, mas eram treze anos, muitas pessoas poderiam maldar e falar que eu estava querendo me aproveitar da situação financeira dele, mas não tinha nada daquilo, ele era um cara muito simples, andava com carro simples não usava roupas de marca muito caras, tinham gostos e atitudes de pessoas que cresceram financeiramente devido a muito trabalho não demonstrava nenhum pouco o quanto de dinheiro que tinha, mas quem sabe, eu tinha que dar um jeito de tentar ver de alguma forma se era um sentimento recíproco.
Alguns dias depois por um acaso acabamos nos encontrando em um restaurante na hora do almoço, claro que ficamos na mesma mesa, conversamos um bom tanto, eu acabei me insinuando um pouco, bem discretamente, mas foi o suficiente para devagar ele ir demonstrando interesse em mim, naquele dia ele comentou que no outro dia iria pra cidade da matriz dos postos, que ficaria com a filha uns dois ou três dias e me convidou se acaso eu estivesse por lá, pra irmos jantar, conversar e nos conhecer um pouco mais.
Pronto naquele momento tive certeza de seu interesse em mim, minha mãe tinha razão mais uma vez. Eu não precisava ir para lá mas dei um jeito de falar com a Flávia para nos encontrar e colocar a conversa em dia, no dia seguinte parti pra lá e no outro dia aproveitei eu fui na escola de dança e me informei sobre as aulas para poder passar para a filha dele, com certeza ela iria gostar. Criei coragem e liguei pra ele e confirmei que estava na cidade, inventei uma desculpa, mas era claro que eu fui para podermos nos encontrar, ele ficou muito feliz e combinamos para aquela noite mesmo de irmos jantar.
Eu estava igual a uma adolescente, com uma ansiedade enorme, mas a Leila me deu um apoio legal e fui me acalmando, ela me ajudou a escolher a roupa que iria usar, me ajudou com a maquiagem, com o penteado e tudo mais, escolhi um vestido meio solto e com um comprimento um pouco a baixo do joelho, não era chamativo, fiz uma maquiagem bem discreta, olhando no espelho me achei linda, tinha certeza que iria agradá-lo.
Ele foi me buscar, ele estava um charme, com uma calça jeans escura e um blazer azul marinho e uma camisa branca, a combinação estava muito boa, ele já era charmoso vestindo qualquer roupa, mesmo sendo bem simples, mas com aquela roupa ficou muito lindo, os seus cabelos grisalhos eram um charme a mais.
Depois do jantar que foi regado a uma garrafa de um vinho maravilhoso, fomos embora, ele me levou diretamente para casa, ficamos no carro um bom tempo conversando e foi ali que rolou nosso primeiro beijo.
Eu estava ansiosa demais e ele também só que demonstrava uma certa segurança, e quando senti seus lábios nos meus, eu me derreti, que boca era aquela, ele beijava deliciosamente, fiquei molinha, naquela noite eu percebi o que era um homem de verdade, a sua gentileza e seu respeito eram coisas fora do comum. Se eu já tinha quase certeza do interesse dele por mim, naqueles beijos dentro do carro tive a confirmação.
Não transamos naquela noite, somente ficamos nos beijos. A partir daquela noite começamos a nos encontrar com uma frequência maior, ele ainda ficava meio travado devido ao fato de estar sozinho já a um tempo, ele não falava nada sobre a esposa, mas eu percebia que era um pouco difícil para ele se soltar totalmente.
Nossa primeira noite de amor foi algo mágico e realmente ele era tudo o que eu procurava em verdadeiro homem.
Continua...