Primeira vez

Um conto erótico de Grandiel
Categoria: Gay
Contém 1542 palavras
Data: 09/05/2023 01:35:59

Bom, até agora eu não tenho palavras, nem fé para crer no que aconteceu há exatas vinte e quarto horas atrás. Não é possível que tenha acontecido isso, não sei como devo me sentir; o mundo ou eu não éramos os mesmos.

Voltando ao passado, tudo iniciou no meu ensino médio, para ser mais preciso em 2013 o último ano a ser cursado. Para começar fui deslocado de minha sala original dos anos anteriores, isso foi um pouco dramático para mim. A ideia de encarar minha timidez e abrir me para novas amizades me chateava principalmente por eu ser um pouco anti social.

A minha salvação era que eu não estava sozinho na nova classe, pois alguns colegas antigos caíram na mesma sala que eu, mesmo sendo pessoas com quem eu não falava muito, sobrevivi… Eu ficaria mais a vontade se estivesse eu e minha Best na mesma classe, pois ela e poucas pessoas sabiam sobre minha sexualidade, que eu morria de medo de revelar.

A sala onde minha melhor amiga ficara era a mesma do garoto que eu estava apaixonado. No meio do ano, tomei a iniciativa de mandar cartinhas de amor secretas para ele com a ajuda de uma velha amiga, teria sido perfeito esse diálogo entre mim e ele, se eu não tivesse cometido um deslize, do qual ele percebeu que era um rapaz quem o escrevia as cartas. Isso foi terrível e acabei suprimindo meus sentimentos por ele.

Havia um garoto novo na minha classe. Branco, simpático e baixinho, logo me encantei com ele. Não sei ao certo como nos tornamos amigos, a princípio julguei ele como todos os outros que se aproximavam de mim querendo tirar boas notas… Como os outros carrapatos presos a mim, sugando minha sabedoria e respostas de exercícios. Com o tempo desfiz esse pensamento sobre ele.

Não nego que por vezes era entediante conversar com ele, pois éramos de universos diferentes, ele sempre falando de garotas, querendo conquistar elas e outro assunto predominante era futebol, uma verdadeira paixão para ele. Eu não gostava e nem gosto de futebol, mas preciso admitir que ele tinha talento e sempre exibia suas habilidades nas aulas de educação física.

Acontecera algo inesperado, ele tornou-se amigo daquele garoto a quem mandei cartas e a partir daí veio um susto. Certo dia, depois do intervalo, eu estava esperando a sala abrir e ele me chega questionando me se havia sido eu quem escrevera aquelas cartas e que a propósito uma tinha um conteúdo levemente erótico. Fiquei paralisado, mas controlei meu medo e neguei descaradamente, ele fizera uma piadinha debochada sobre o autor e saiu.

Estávamos ficando cada vez mais amigos... E com isso a intimidade aumentava, sempre ele perguntava me sobre as garotas e eu inventava que estava gostando de alguma menina alheia por aí e para manter as aparências eu disse estar gostando de uma colega de classe nossa. Droga! Para que fui fazer isso?!! Piorou tudo, ele agora ficava me empurrando para ela e eu fazendo o possível para sustentar a mentira.

Aconteceu o inevitável, eu estava gostando dele para caramba, era quase doloroso, mas uma dor que até o momento eu gostava de sentir... Parece nojento, mas eu gostava de sentir a mão fria e suada dele quando o cumprimentava... Apenas sei que o final do ano chegou e com ele a despedida, fiquei aliviado de ter conseguido esconder minhas verdades dele. Nosso contato agora seria virtual por meio das redes sociais.

Nos falávamos sempre pelo computador. Ele falando de gatinhas e eu dando-lhes conselhos amorosos. Apesar de gostar dele, eu queria mais-que-tudo que ele encontrasse uma moça boa e bonita para namorar.

Fomos levando nossa amizade até o dia de que não suportei continuar com minhas mentiras e decidi esclarecer tudo. Sou medroso, muito medroso, com receio, ensaiei um texto em meu celular, redigi uma despedida, um término de amizade explicando a ele que eu era gay e que eu não poderia mais continuar mentindo. Lhe contei que eu não gostava como homem daquelas garotas de quem eu falava, e o pior tomei coragem e disse a ele que eu estava gostando dele.

Esperei ler as piores coisas do mundo, entre ameaças e xingamentos, afinal era uma ofensa mortal para um hétero ouvir isso. Fiquei surpreso muito surpreso ao ver que ele não tinha preconceito, que eu era amigo dele, porém ele era heterossexual e nunca iria ter nada comigo. Foi o melhor que eu poderia ouvir, ele pediu para que eu não me afastasse e eu o fiz continuamos amigos. Naturalmente ele tinha um pouco de curiosidade sobre minha vida como homossexual e me fez algumas perguntas as quais respondi. Senti que nossa amizade parecia melhor agora comigo sendo eu mesmo.

Isso durou alguns meses e eu fiz um pedido indiscretíssimo, pedi lhe uma foto “nude”, mas ele não mandou, disse que nem era para pedir isso, que ele não mandaria porque éramos amigos e, que no momento ele estava namorando. Não vou mentir que fiquei frustrado e essa frustração resultou em uma tentativa de apagar, incendiar, afogar e matar meu sentimento por ele e com isso decidi me afastar previamente avisei-lhe que eu precisava me afastar dele para meu próprio bem, pois, não estava mais suportando meu sentimento. Ele foi contra, disse que eramos amigos, mas eu já estava decidido e me afastei.

Creio que se passaram dois meses, ele foi o primeiro a me contatar, respondi normal numa boa, ele disse querer sair comigo para conversarmos não sei sobre o que, mas acabei recusando. Íamos nos falando cada vez menos, mas com certa frequência. Até o diaPor volta de 11:20 da manhã ele entrou em contato comigo e perguntou me se e eu estava em casa, respondi lhe que sim e perguntei por quê? Ele dissera querer conversar comigo, seu grande amigo e queria vir para cá, a princípio fiquei receoso, mas logo disse a ele que poderia vir, ele por sua vez pediu para eu esperar na parada de ônibus. Me arrumei, peguei um guarda-chuva, pois o tempo estava fechando e fui até o ponto de encontro. Depois de alguns minutos ele chegou, estava ensopado e sua aparência, bastante diferente, ele estava com o cabelo grande e liso e também usava uma barba parcialmente grande e antes de irmos para minha casa passamos na casa de um colega de classe de tempos atrás. Porém, ele não estava em casa, ele deixou recado com a mãe do rapaz. Daí partimos para minha casa, onde moravam eu, minha irmã e minha avó. Quando chegamos e ele pediu meu celular para digitar porque não estávamos sozinhos, comecei a estranhar aquele comportamento, mas apesar disso, entreguei meu aparelho. Pouco tempo após digitar, ele me devolveu o celular. Peguei o aparelho e li o texto, fiquei sem chão quando li, fui desligado da realidade por segundos, não acreditei, era surpreendente demais.

Ele disse querer tentar e experimentar fazer sexo com alguém do mesmo sexo e perguntou-me se eu topava... Eu não podia acreditar, meu amigo hétero convicto queria ter uma experiência comigo... Fiquei paralisado e quem respondeu foi meu corpo com uma leve ereção. Respondi aceitar, mas, expliquei-lhe que eu era virgem e inexperiente, ele, porém, disse estar tudo bem.

Então subimos para a residência de minha avó e nos acomodamos na varanda, continuamos conversando para disfarçar, pois, meus primos estavam almoçando lá. Perguntei pelo celular se era naquele momento em que ele queria tentar essa experiência, ele respondera que sim, mas, as circunstâncias não estavam a nosso favor, primeiro que eu estava sem preservativos, ele também não tinha levado. Além disso, havia muito movimento de pessoas na casa. Ele disse estar perdendo a vontade e não sabia quando ia voltar... Foi aí que meus primos saíram e minha avó foi para a área de serviço lavar roupas. Aquela era a nossa chance!

Passamos correndo para meu quarto, como não havia porta, fui vigiar se a barra estava limpa... E estava. Quando voltei ele me pediu para fazer sexo oral nele, assenti e prontamente ele abriu a bermuda e colocou o pênis para fora, fiquei tão arrepiado e excitado, ainda muito incrédulo. Eu sempre sonhara em ver, tocar e sentir-lhe a intimidade em meu corpo. Comecei a chupá-lo e fiquei assim por alguns minutos, ele pedira para me penetrar, mas fiquei com medo de um flagra e também não permiti, pois eu não havia feito a chuca e estávamos sem camisinha. Continuei com o oral até ele anunciar que iria gozar. Corri e fui buscar alguns guardanapos onde ele ejaculou e limpou-se.

Peguei o papel com seu esperma e fingi jogar fora, o guardei de recordação. Ao término ele disse me que fora legal, mas não muito bom ou diferente do sexo com as garotas, ele disse não curtir muito porque éramos amigos e também por ele ser hétero. Perguntei a ele se poderia acontecer uma segunda vez, o mesmo disse me que talvez, sim, mas que não sabia. Por fim, ele também me pediu sigilo, segredo absoluto e que não era para comentar com ele nada sobre isso nas redes sociais.

Vou atender aos pedidos dele. Porém, registrei esta experiência única para mim e da qual não quero jamais esquecer.

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Comentários

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Você contou o que aconteceu em 2013 mas afinal a que aconteceu há 24 horas?

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Quando eu escrevi esse relato de fato foi por volta de 2013, o acontecido nas 24 horas também foi nesse período. O tempo da narrativa é o tempo da memória. Desculpe se parece confuso.

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UM POUCO SEM ÂNIMO, SEEM MUITA EMOÇÃO. MAS CREIO QUE SE CONTINUAR PDDE MELLHORAR. AGUARDANDO PRÓXIMO CAPÍTULO. TERÁ?

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Obrigado! Infelizmente não tem próximo capítulo, acabamos perdendo contato...

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