Continuação:
Cheguei em casa e me sentia leve, feliz, ciente de que a situação de Jéssica não era tão desesperadora como todos diziam. No fundo, ela estava sendo consumida pela culpa e pelo remorso. Nada que o perdão não pudesse resolver, o resto era com ela. Somente ela poderia recuperar as rédeas da própria vida e voltar a ser a mesma garota alegre e sonhadora de sempre.
É lógico que minha mãe quis saber de tudo, mas eu contei apenas o necessário, o que era importante. Evitei falar sobre os beijos e os carinhos trocados. Achei melhor não deixar que ela criasse expectativas exageradas. Seus conselhos foram importantes, mas ela tinha uma clara preferência pela volta de uma relação amorosa entre Jéssica e eu.
Não posso negar que Jéssica não saiu mais dos meus pensamentos durante aquela noite. Homem é tudo igual e como todo jovem adulto, meus pensamentos fervilhavam: "Se ela não chegou aos finalmentes com a Júlia, significa que ela ainda é virgem?" E mais lógico ainda, um pensamento canalha me ocorreu: "Será que essa descoberta do amor que ela realmente sente por mim, pode me dar a chance de ser o seu primeiro?" Tudo indicava que sim e eu bati uma punheta caprichada em sua homenagem no banho.
Deitei com aqueles pensamentos teimando em tirar a minha paz. Para dar a Jéssica a certeza de que eu estava definitivamente de volta à sua vida, mandei uma mensagem:
"Durma bem, vamos nos falando durante a semana. Quando quiser, passe em casa, costumo chegar após as 18:30h."
Ela me respondeu com emojis de sorriso e "boa noite! Durma com anjos e sonhe comigo."
Eu já tinha decidido o que fazer da minha vida e o dia seguinte seria intenso, cheio de conversas complicadas e novos desafios. Com a mente cansada, não demorei a pegar no sono.
No dia seguinte levantei no horário de costume e me arrumei rapidamente. Minha mãe preparava o café cantarolando, também já pronta para o trabalho. Como todas as manhãs, após tomar o desjejum, deixei minha irmã caçula na escola e fui trabalhar.
A coisa mais importante a se fazer era dar um fim na relação sem futuro com a doutora Ester e evitar problemas. Mandei uma mensagem:
"Podemos conversar? Preciso ser honesto com a senhora e dizer o que decidi."
Ela respondeu logo depois:
"Pelo "senhora," já percebi que nossa diversão está com os dias contados. Venha até minha sala quando chegar."
Entrei na empresa e fui direto à sala dela, que me recebeu com um semblante triste, porém, me tratando da mesma forma carinhosa de sempre, mas sem deixar de ser direta:
- Cansou de mim?
Eu tentei ser o mais carinhoso possível, mas não podia mais evitar o que precisava fazer:
- Eu jamais cansaria de você, mas preciso ser honesto e contar tudo o que está acontecendo.
Em pouco mais de vinte minutos contei a ela, de forma resumida, minha história com Jéssica e do quanto ela estava precisando de mim no momento. Ela ouviu atentamente e me surpreendeu:
- E eu aqui achando que você tinha se encantado pela Marcela…
Continuei sendo honesto:
- Marcela é uma boa amiga. Linda, é verdade, mas apenas amiga.
Já sorrindo, mostrando toda a sua maturidade, ela me surpreendeu ainda mais:
- Deixa de ser bobo, ela está louca em você. E digo mais, os dois formam um belo casal. Jovens, bonitos, são até muito parecidos no temperamento… escute a voz da experiência e aprenda a se divertir, se soltar, curtir… tudo passa tão rápido…
Ela caminhou em minha direção e me deu um abraço apertado e um último beijo na boca. Me olhou por alguns segundos e disse:
- Se algum dia precisar de mim, não hesite em pedir ajuda. Obrigada por tudo, foram ótimos momentos. Boa sorte com a sua ex, amiga, sei lá o que vocês são… eu desejo apenas o melhor a vocês. Agora vá trabalhar, senhor JB!
Sorrindo, ela voltou à mesa e ao trabalho e eu voltei rapidamente para a minha sala também.
Ao entrar, outra surpresa, Marcela e seu irmão, Marcel, conversavam animadamente:
- Quem você vai levar fica ao eu critério, já que eu terei que mandar convites individuais para as meninas…
Ao me verem, os dois vieram me cumprimentar. Marcel primeiro:
- E aí, JB? Toma aqui.
Ele me entregou um convite para o seu aniversário. A festa seria no próximo sábado, na casa de seus pais.
Marcela não me deu tempo de responder:
- Você vai, né? Contamos com a sua presença.
Li o convite com mais atenção e respondi:
- É claro que vou.
Marcel, já saindo, disse:
- Ah, se quiser, pode levantar um acompanhante.
Antes de sair, ele completou:
- Vou deixar vocês trabalharem, a pilha de documentos está enorme. - Ele fechou a porta e se foi.
Reparei que Daniel não estava ali e perguntei à Marcela:
- Cadê o figura?
Marcela respondeu fazendo uma careta de desgosto:
- Parece que está doente, ainda bem. Depois do que ele aprontou… não quero falar desse babaca.
Ela logo mudou de humor:
- Como foi o seu domingo? Acho que devo desculpas a você, fui muito direta e acabei lhe assustando…
Decidido a ser honesto com ela, a interrompi:
- Você não fez nada de errado. Minha vida é que está complicada no momento. Em qualquer outro momento, eu jamais recusaria a sua investida, mas trazê-la para os meus problemas, seria errado…
Curiosa, foi ela que me interrompeu:
- Poxa, apesar de tudo, somos amigos. Me conte o que está acontecendo, quem sabe eu possa ajudar?
Falar com Marcela era tão natural, eu sentia que era o certo a fazer. Contei a ela toda a minha história com Jéssica, sem omitir nenhum detalhe, mas deixando claro que o meu sentimento havia mudado muito. Ela ouviu tudo com atenção, analisando cada palavra minha e após eu terminar, ela disse:
- Eu acho que ela realmente ama você, mas também, existe sim, uma forte tendência de que ela seja bissexual. Você tem razão, sua vida está mesmo complicada.
Me sentindo confuso, eu disse:
- Entendeu agora? Rejeitá-la seria um golpe do qual talvez ela não se recupere mais, mas forçar uma relação, seria tão prejudicial quanto. Não sei o que fazer.
Marcela pensou por alguns segundos e disse:
- Eu quero conhecê-la. Por que você não traz ela na festa do meu irmão? Talvez, um novo grupo de amigos, pessoas diferentes, pudessem fazer bem à ela. O que acha?
Aquilo não era uma má ideia, mas eu não disse nem que sim e nem que não, prometi que iria pensar. Havia muito trabalho a fazer e pelo resto do dia, Marcela e eu nos concentramos no serviço. Conversávamos vez ou outra, mas sobre outras coisas. Eu começava a admirar cada vez mais aquela nova amiga, aquela mulher incrível que ela parecia ser. Às vezes, ela até me pegava encarando e sorrindo feito bobo.
- O que foi? - Ela retribuía meu sorriso.
Eu apenas respondia o óbvio:
- Nada não… É que você é uma pessoa incrível, sabia?
Debochada, mas também envaidecida, ela corou:
- É claro que eu sei que sou incrível, isso é uma informação de domínio público. - Nós dois caímos na risada.
O dia passou rápido e logo chegou o final do expediente. Nos despedimos e cada um seguiu seu rumo, ela para a faculdade e eu para casa. Caminhei alegre até o ponto de ônibus, e logo que ele chegou, entrei e me sentei. Senti meu celular vibrar e era uma mensagem de Natasha:
"Estou livre na quarta, o único dia que posso pagar minha dívida com você. Pode ser?"
Eu não costumo sair durante a semana, mas como era um encontro entre amigos, respondi:
"Fechado! Como nos encontramos?"
Ela respondeu rapidamente:
"Me passa seu endereço e o horário que eu vou buscar você."
Ficou combinado dela vir me pegar às oito da noite. Minha intenção era ir ao cinema, comer alguma coisa e conversar, apenas isso. Programa normal de amigos. Nos despedimos e logo o ônibus chegou à minha parada.
Caminhei os cinco minutos restantes e logo cheguei em casa. Ao entrar, outra surpresa: Jéssica e minha irmã adolescente conversavam animadas na sala, falando sobre maquiagem. Ao me ver, ela levantou e veio me abraçar. Minha irmã brincou:
- Até que enfim você criou juízo e trouxe a Jéssica de volta pra gente.
Minha mãe, entrando na sala, a repreendeu:
- Não se mete onde não foi chamada, sua abusada. Vem me ajudar com o jantar.
Como toda adolescente, ela reclamou:
- Tudo eu nessa casa…
Minha mãe não deixou barato:
- Jéssica veio ver o seu irmão, não você. Se enxerga.
Jéssica abraçou minha mãe, tentando aliviar a barra da minha irmã respondona:
- Eu venho ver todos vocês, senti muita a falta disso.
Minha irmã tentou crescer:
- Tá vendo? A senhora só puxa o saco do JB…
Perdendo a paciência, minha mãe foi direta:
- Vai logo, menina. Antes que eu dê umas boas chineladas nessa bunda.
Todos nós demos risada e minha irmã rapidamente obedeceu.
Conversei um pouco com a Jéssica na sala e ela acabou ficando para jantar com a gente. Foi uma noite muito agradável, de muita descontração e alegria. Todos estavam felizes com a volta dela às nossas vidas, minha mãe e minha irmã principalmente.
Levei Jéssica para a casa dela depois, mas não dei chances para que rolasse nada além de um abraço carinhoso, não podia dar a ela falsas esperanças. Vendo como ela estava feliz, acabei me lembrando da sugestão de Marcela e disse:
- Um amigo fará aniversário no sábado, quer ir comigo?
Jéssica me olhou espantada. Eu expliquei:
- É um amigo do trabalho, mas ele e a irmã são ótimas pessoas. Inclusive, ela gostaria muito de conhecer você. O que acha?
Jéssica estava curiosa:
- Você falou de mim para ela?
Eu não tinha motivos para mentir:
- Sim! É uma pessoa muito querida, trabalhamos no mesmo setor e uma ótima amiga. Acho que vocês vão se dar muito bem.
Jéssica pensou um pouco, me olhando desconfiada e perguntou:
- Você tem certeza disso? Quer mesmo que eu vá com você?
- É claro que sim. Por isso estou convidando. Acho que você precisa disso também. Conhecer novas pessoas, fazer novas amizades, se divertir um pouco…
Feliz, Jéssica me confidenciou:
- Minha psicóloga disse a mesma coisa. Só pode ser um sinal…
Aproveitando o momento, insisti:
- Exatamente. Estamos combinados então, depois eu mando os detalhes, horários e o que mais for relevante.
Sem dar tempo, a abracei e me despedi, já saindo caminhando. Apenas dei uma olhada para trás e ela parecia muito feliz. Senti um calor gostoso por dentro, a sensação de que estava fazendo a coisa certa. Era tão bom ver Jéssica sorrir.
Voltei para casa e tomei um banho caprichado, batendo uma punheta gostosa para aliviar as tensões do dia. Deitei para dormir e não consegui tirar da cabeça o que vinha me atormentando desde o domingo: "Jéssica ainda era virgem?"
Aquele pensamento dividia espaço com o tesão que eu sentia por Marcela e o que ela tinha falado durante a nossa conversa: "Eu acho que ela realmente ama você, mas também, existe sim, uma forte tendência de que ela seja bissexual."
Acabei dormindo pouco depois, mas meus sonhos não me deixavam desligar de toda aquela situação:
"Jéssica totalmente recuperada da depressão, com seu peso normal e toda a exuberância do seu lindo corpo mignon revelado para mim. Com os dedinhos no grelo, se masturbando e me provocando:
- Vem! Eu me guardei para você. Você tem o direito de ser o primeiro. Toma posse do que é seu, me ensina, me faz sua mulher…
Do outro lado da cama, tão maravilhosa quanto Jéssica, Marcela também me provocava, de quatro, engatinhando e acariciando minha perna:
- Ela quer, vai lá foder essa safadinha….
Marcela passou os dedos na boceta encharcada de Jéssica e levou à boca:
- Que delícia! Mel virgem, intocado, puro…
Meu pau chegava a doer de tão duro, dando trancos de excitação:
- Assim vocês querem acabar comigo…
Marcela segurou firme no pau e enquanto punhetava, me provocou:
- Acabar não, só desfrutar.
Ouvi uma voz doce, sensual, ao meu lado:
- Deixa que eu ensino para a Jéssica como se faz, acho que posso ajudar muito.
Tão linda como as outras duas, Natasha se aproximava da cama. Ela caminhou até Jéssica e começou a chupar seus seios medios e delicados, dando tapinhas leves no grelo que faziam Jéssica gemer:
- Ah, meu Deus… você preparou isso tudo para a minha primeira vez, JB? Como eu te amo… mas eu quero você primeiro.
Por trás de Marcela, acariciando seus seios e massageando o grelinho, Ester também apareceu:
- Achou que eu ficaria de fora? Eu também quero brincar…"
Aquilo foi demais para mim. Acordei suado, com o pau latejando e respirando pesado. Foi impossível não me masturbar. Gozei como um cavalo, uma quantidade insana de porra, só tive tempo de tirar a camisa e direcionar os jatos, para não sujar os lençóis. Pensei: "Isso está fugindo ao meu controle. Preciso me acalmar e parar de sonhar com coisas que não irão acontecer."
Fui ao banheiro me limpar, tomei um copo de água na cozinha e voltei a dormir.
No dia seguinte, tentei ao máximo me concentrar no trabalho, mas sempre que olhava para Marcela, ou que precisava falar com ela, o sonho voltava aos meus pensamentos. Cruzei com Ester duas ou três vezes na copa, e ela continuava carinhosa comigo. Foda mesmo foi encontrar as duas juntas na recepção quando estava indo embora. As duas me olharam ao mesmo tempo e eu apenas apertei o passo, tentando sair rapidamente dali e esconder a ereção que a calça social teimava em deixar evidente. Puro sufoco.
Quarta-feira foi a mesma coisa, o mesmo sufoco e o pau teimando em passar o dia duro. Eu me escondia o máximo possível, mas pelos olhares safados de Marcela, tinha a certeza que ela percebeu minhas ereções constantes. Pelo menos, naquele dia, não encontrei uma única vez com a doutora Ester. Agradeci pelo final do expediente e corri para o ponto de ônibus. Senti o celular vibrar, uma mensagem de Natasha:
"Tudo certo para hoje?"
Foi o tempo de responder que sim e logo depois tudo começou a desandar. O ônibus quebrou, os dados móveis do celular estavam falhando… cheguei em casa quase uma hora atrasado, com pouquíssimo tempo para me arrumar até a chegada de Natasha.
Avisei a minha mãe que uma amiga viria me buscar e fui tomar um banho. Me arrumei rapidamente com uma calça jeans simples, tênis e camiseta. Ao sair do quarto, Natasha estava na sala conversando com a minha mãe, ou melhor, praticamente sendo interrogada. Minhas irmãs e meu irmão olhavam para ela admirados. Minha mãe disse:
- Filho, sua amiga já está aqui. Achei melhor ser educada e convidá-la para entrar.
Minha irmã, sem noção como sempre, não resistiu:
- Cê num tá fraco não, hein JB? Que mulher linda. Coitada da Jéssica, com essa aí não dá pra ela não… Essa é a tal Marcela do seu serviço?
Fiquei bravo, pois ela falou alto:
- Não, essa é a Natasha. E somos apenas amigos.
Experiente, vivida, apesar de nova, Natasha parecia se divertir com a confusão da minha família. A chamei:
- Vamos?
Muito educada, Natasha era só sorrisos:
- Vamos sim.
Ela se virou para a minha mãe:
- Foi um prazer conhecer a senhora. Seu filho é um verdadeiro cavalheiro e um amigo precioso. Espero que possamos nos encontrar novamente.
Qual mãe não gosta de ver seu filho sendo elogiado? Ela também era só sorrisos:
- Venha almoçar no domingo, eu também adoraria encontrá-la novamente. Juízo crianças.
Abri a porta e deixei que Natasha saísse na frente, ela parou assustada:
- Quem é aquela moça?
Do portão, nos olhando com olhos marejados, Jéssica nos encarava.
Continua…