Quando eu disse isso, os olhos dele brilharam e ele nos rolou, ficando por baixo de mim. Eu não havia percebido, mas ele havia desatado todos os nós da parte de baixo da minha canga e já estávamos praticamente pele com pele. Em cima dele, eu fiquei numa posição em que dava para enxergar as pessoas e olhei para o lado da barraca em que a Annemarye estava. Ela estava curtindo seu namorico, mas me viu também de longe. Coincidência ou não, ela me olhou, ainda sendo beijada no pescoço, me encarou com um semblante sério e eu balancei a cabeça negativamente duas vezes. Foi o suficiente para ela afastar seu ficante, dizendo alguma coisa e ficar de pé me olhando agora preocupada. Ruan tentava ajeitar seu pau para me penetrar, mas eu escorregava para trás, impedindo-o:
- Pô, você não quer? - Me perguntou.
- Não. Não quero.
Ele me encarou chateado e respirou fundo, enquanto me olhava:
- Tem certeza? A gente já chegou até aqui! É só eu pôr uma camisinha.
- Por favor, não… - Respondi, com a voz trêmula de nervosismo.
- Márcia!? - Ouvi a voz forte, imponente e rouca da Annemarye atrás da gente: - O que tá acontecendo aí?
(CONTINUANDO)
- Eu vou arrebentar esse carinha. - Disse o ficante da Anne, já se ajoelhando para bater no Ruan.
- Para! Ele não me fez nada. - Pedi jogando meu corpo sobre o dele: - Ele quis e tentou, mas eu pedi para ele parar e ele me ouviu. Demorou, mas ouviu.
A Anne tirou o Gustavo da barraca e ficou do meu lado, me olhando, preocupada:
- Você não precisa mentir ou ter medo.
- Está tudo bem mesmo, Anne, ele me respeitou quando eu disse não. Ele só tentou, mas quando eu recusei ele parou tudo.
Ela o olhou sem dizer nada e se voltou novamente para mim:
- Acho melhor vocês dois saírem daí e irem tomar uma água para esfriar a cabeça. No seu caso, as duas mocinho! - Ela disse e se voltou para mim: - Vem que eu vou te ajudar.
Saí de cima dele, mas como estava meio desmontada, tive que refazer os nós para remontar meu macaquinho. O Ruan também se recompôs logo após. Ficamos os dois com cara de crianças pegas fazendo arte:
- Desculpa, Márcia, é que eu pensei… Poxa! A gente estava se dando tão bem que eu… eu… - Disse o Ruan, me olhando triste disse após se levantar.
- Está tudo bem, Ruan, você querer não é errado. Até tentar acho que não foi errado também. - Falei enquanto me arrumava: - Além disso, quando eu disse não, você respeitou. Está tudo bem mesmo. Fica tranquilo…
Ele saiu então em direção ao luau, sob o olhar fuzilante do Gustavo, enquanto a Anne me olhava, se certificando que eu estava bem arrumada:
- Ele não fez nada mesmo?
- Não. Só soltou meus nós e deu uma esfregada, mas me respeitou quando eu disse não.
- Tá. Vamos embora então. Acho que já deu por hoje, né? - Ela me disse.
Minha noite não foi perfeita, mas também não havia sido ruim. Pela segunda vez naquele feriado eu havia utilizado bem a palavrinha “não” e fora respeitada. Aquilo, estranhamente fazia com que eu me sentisse poderosa e dona de mim. Além disso, eu não queria ser a “empata foda”, estragando a noite da Annemarye:
- Ah, não vamos não! É cedo ainda. Vamos dançar, nos divertir mais um pouco. - Disse encarando-a séria e depois fiz manha, vibrando o erre: - Por favorrrrrrr!
Ela me olhou em dúvida e eu olhei para o Gustavo, pedindo uma força. Ele entendeu a deixa:
- Olha, eu tô de carro. Depois eu levo vocês, Anne.
Ela o olhou também, mas não parecia convencida. Então, a peguei pela mão e a puxei para a mesa das frutas para mostrar que estava tudo bem. Ela pegou o Gustavo pela mão e o puxou também. Antes de chegar na mesa, fiz uma curva e fui para a das bebidas, pegando uma garrafinha de água para mim:
- É hora de só beber água, né, “profê”!? - Disse para ela, sorrindo.
Ela também sorriu e foi pegar uma batidinha de coco com leite condensado e vodka, enquanto o Gustavo pegou outra bebida que não identifiquei, parecia cerveja ou chope, sei lá. Fomos os três para perto de uma grande fogueira e logo começamos a dançar, brincar, interagir. Eu voltei a me divertir e tentava mostrar para ela que estava tudo bem, mas ela ainda me olhava meio desconfiada. Depois de um tempo, ela me puxou de lado e foi bastante direta:
- Fala a verdade para mim, Márcia. Não aconteceu nada mesmo?
- Não, nada mesmo! Só uns “esfrega”, mas quando eu disse não, e eu disse um “não” bem “não” mesmo, ele me respeitou.
- Então tá. Sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe?
- Sei, sua boba. Estou bem, de verdade. Agora relaxa e vai dar uns beijos no Gustavo, senão eu vou. - Brinquei, dando-lhe um soquinho desajeitado no braço.
Fomos novamente buscar outra bebida e eu olhei sedenta para aquele ponche. Ela notou e me deu um copo, afinal, agora eu estava com ela e estaria segura. Voltamos para onde o Gustavo estava e ficamos curtindo. Logo, um amigo dele tão bonito quanto e tão gostoso também, se aproximou e ficamos conversando, os quatro. Zeca era o seu nome. Ele começou a se engraçar comigo e vi a Annemarye o analisando, meio desconfortável. Então, ela cochichou algo no ouvido do Gustavo que falou algo para ela e depois foi falar com o amigo, de lado. Ela me encarou:
- O quê? - Perguntei: - Não fiz nada.
- Eu sei que não. Só avisei o Gustavo que você é menor de idade e que eu não queria que o amigo dele extrapolasse.
- Afff! Por que não!? - Brinquei e ela me olhou séria, até que eu comecei a rir e ela me acompanhou.
Logo, os dois voltaram e eu voltei a conversar com o amigo. Começamos a dançar e ele logo me puxou para perto, beijando-me em seguida e depois a encarando com o canto de olho. Anne bufou e chegou a tirar o salto, sendo segurada pelo Gustavo que falou alguma coisa e conseguiu acalmá-la. Depois de um tempo curtindo com o Zeca, ele me falou:
- Quer dizer que a mocinha é “de menor”?
- Chato isso, né?
- Chato nada, meu! Tem tempo para tudo nessa vida. Vamos só curtir, dançar, beijar, sem nos preocuparmos com mais nada. Se tiver que rolar, vai rolar, querendo a sua irmã ou não. - Falou e olhamos a Anne que agora era beijada com vontade pelo Gustavo: - Só não vamos queimar a cuca com isso agora. Falô!?
- Uai, falô meu! Eu acho, né? - Disse e comecei a sorrir da forma como ele falava e eu respondia.
Vi que a Anne agora também curtia com o Gustavo, mas sem tirar os olhos de mim. Acho que pela diferença de nossa idade, ela ficou ainda mais arisca e agora não se arriscava a se afastar de mim. Independente disso, eu me esbaldei naquele “homão”: dancei, namorei, beijei, amassei, fui amassada, enfim, aproveitei de montão. Já passava das quatro da madrugada quando decidimos ir embora. O Gustavo nos levou para casa e naturalmente o Zeca veio junto. Acabamos ficando numa pracinha perto da nossa casa namorando mais um pouco dentro do carro, eu e Zeca no banco de trás e a Anne com o Gustavo na frente.
Não passei de uns beijos com o Zeca. Tá uns amassos nos peitos, umas passadas de mão, eu deixei rolar. Aliás, eu não pude evitar, porque quando me dei conta, a Anne estava sentada no colo do Gustavo se esfregando igual uma gata no cio, fazendo-o gemer alto. A coisa estava tão quente e despudorada que até o Zeca parou para ficar junto de mim, assistindo-os:
- Dentro! Só um pouquinho, vai? - Ouvimos o Gustavo falar, aliás, gemer.
- Não! Só uma esfregadinha.
- Jesus! Não faz isso... Porra.
- Uai, não gostou? Posso parar.
- Não. Não para.
Eu escutava aquilo, vermelha de vergonha e o Zeca tentava se ajeitar no banco para ver se conseguia enxergar algo pelo vão dos bancos. Nesse momento, ela notou que nós os encarávamos e ainda teve a petulância de perguntar:
- O quê? A gente só tá namorando e de leve. - Ela falou e ainda comeu o toco do Zeca: - E você, olha pra tua acompanhante aí, cara!
Zeca, encabulado, me encarou e voltou a me beijar com vontade, puxando-me para cima do colo dele, mas, diferente dela, eu apenas me sentei de lado, dando a ele a possibilidade de apenas me acariciar de leve. Não sei se por saber que eu era menor ou por ter a minha “irmã” no banco da frente, mas ele foi bastante respeitoso, apenas me alisando, sem enfiar nenhum dedo. E assim ficamos os quatros aos beijos e amassos no carro por um tempão:
- Ah, porra, Gustavo! Olha que sujeita, cara! – Reclamou a Annemarye, quebrando meu clima no banco de trás: - Caralho, caralho, caralho... Sorte sua que não sujou minha canga.
- Desculpa, mas não aguentei. - Ele falou baixinho, claramente encabulado.
Já era por volta das cinco e a Anne pediu que ele nos levasse numa padaria ali perto, porque queria comprar pão para chegar em casa com uma boa desculpa, como se ela precisasse... Ela comprou pão, presunto, muçarela, mortadela e uns biscoitinhos de polvilho, depois eles nos deixaram na porta de casa. Entramos pé ante pé para não fazer barulho, nossos pais dormiam sentados no sofá da sala, roncando feito duas motosserras. Quando ela fechou a porta, ouvi meu pai falar:
- Mas que bonito, hein!? São horas de chegar?
Eu o olhei ressabiada, devia estar roxa porque sentia minha face queimar, além disso, eu não sabia o que responder. O pai dela acordou nessa mesma hora e nos encarou após coçar os olhos. A Annemarye olhou para os dois tranquilamente e começou a rir de perder o ar, depois ainda teve a pecha de falar:
- Não sei por que está reclamando, é cedinho ainda, sabia? A gente só saiu para comprar o café da manhã de vocês… - Disse mostrando o pacote e ainda inverteu a situação a seu favor: - Vocês deviam dar graças a Deus por terem duas filhas preocupadas com o bem estar de seus pais, isso sim!
Eles se olharam por um instante, sorriram não sei se com a explicação dela ou pelo fato de nos verem bem e seguras, e disseram que iriam se deitar um pouco para dormir. Ela guardou os frios na geladeira, deixando os demais sobre a mesa e fomos também para nossa suíte. Lá, seguras em nossa intimidade, ela não se conteve:
- E aí, curtiu?
- Ô se curti… Demais!
- Então, joia! - Disse enquanto tirava sua canga e se deitava nua na cama, se enrolando nos lençóis: - Depois a gente conversa mais, porque estou “precisada” de um soninho de beleza.
- Também estou! - Respondi, me jogando na minha cama do jeito que estava.
Pensei que fosse apagar fácil, mas ainda rolei um pouco na cama, pensando em tudo o que tinha acontecido. Uma coisa era certa: eu tinha muito o que aprender ainda com a Annemarye, mas faria questão de absorver o máximo nos próximos dias.
Acordamos quase às dez horas e somente porque minha mãe foi me tirar da cama, curiosa com as novidades da noite mal dormida:
- Mãe, só pode estar de brincadeira! Eu tô com sono… - Falei, escondendo meu rosto sob o travesseiro.
- Ah, para, Márcia! E aí? Me conta tudo! Curtiu, tinha menininho bonito lá?
Nesse instante um ronco alto ao nosso lado chamou nossa atenção e minha mãe ficou vermelha, ao ver que a Anne havia se descoberto e se exibia totalmente pelada, deitada torta na cama, com a boca aberta e a maquiagem borrada. Depois de uns segundos analisando a “postura” da minha companheira de quarto, ela se voltou para mim:
- Eu… Eu acho que vou esperar lá fora, mas vê se levanta, senão eu volto aqui.
Ela saiu, mas eu conhecia minha mãe bem o suficiente para saber que se eu não me levantasse, ela voltaria mesmo e com carga total, abrindo cortinas, escancarando janelas, fazendo barulho, tirando lençóis e cobertores, e isso acordaria a bela adormecida do meu lado que voltava a roncar como o dragão que protegia a torre.
Levantei-me e fui lavar o rosto no banheiro da nossa suíte. Quando saí de lá e olhei de lado, a Anne tinha virado e agora estava com a bunda para cima, uma perna para fora da cama e babando sobre o travesseiro, ronronando um “pufu-pufu-pufu”. “Gente! Parece que ela não tinha bebido tanto assim”, pensei e sai rindo da suíte. Ouvi vozes femininas e fui ao encontro, chegando na cozinha onde minha mãe e a da Anne conversavam animadamente:
- Ah! Acordou, né? - Brincou minha mãe: - Pelo jeito, a noitada foi boa.
- Fui acordada, né, mãe!? - Retruquei ao me sentar, amassando um pão enquanto tentava alcançar o pote de margarina e indiquei a direção da minha suíte: - Eu queria era tá lá, ó, dormindo gostoso…
- A Anne não acordou ainda?
- Não e pelo jeito que tá roncando, acho que vai demorar um pouco mais. - Falei e comecei a rir.
- Tava mesmo, Luíza! - Concordou minha mãe que agora também ria: - Pelada e roncando.
- Pelada!? - Disse dona Luíza, antes de tomar um gole de café: - Acho melhor chamar ela também.
Dona Luíza se foi e pouco depois ouvimos as duas falarem em alto e bom som:
- Porra, mãe, deixa eu dormir!
- Acorda já sua preguiçosa e vai pôr uma roupa. Imagina se seu pai entra aqui e te pega desse jeito. Pior, e se o seu Vicente entra para falar com a Márcia e te vê com esse bundão pra cima.
- Uai! Bunda é tudo igual. Quem viu uma, viu todas.
Depois de um breve silêncio, ouvimos um som que parecia de tapa e um grito:
- Ai, mãe! Que saco. Já vou. Poxa, essa ardeu…
Pouco depois, dona Luíza voltava sorrindo e esfregando uma mão na outra. Sentou-se à mesa e poucos minutos depois, uma Annemarye despenteada e vestida com um shortinho e uma camiseta, provavelmente sem nada mais por baixo, apareceu andando devagar e coçando a bunda, enquanto a encarava:
- Vai ter volta, mãe. Fica esperta! - A avisou.
- Ainda tenho meus direitos, sou sua mãe! - Dona Luíza, ainda sorrindo, falou e depois de um gole de café, completou: - E deixa a bunda virada para cima outra vez para ver se não te pego.
Anne nos desejou bom dia e foi dar um abraço e um beijo na testa da sua mãe. Depois se sentou, serviu uma grande xícara de café e deu uma cheirada profunda, soltando um sonoro e longo “Ahhhhhhhhh!” para depois colocar um pouquinho de açúcar e beber uma golada. Depois, nos encarou e explicou:
- Não sou gente antes do meu café. Agora já posso conversar. Qual é o assunto da vez?
- A noitada de vocês. - Falou minha mãe, encarando-a, curiosa.
Tranquilamente, Anne tomou outra golada de seu café, olhou para sua mãe, para mim e para a minha, respondendo:
- Certo… Próximo assunto: vamos falar da cotação do dólar. - Disse e puxou seu celular da frente de seu short.
Aí eu, aliás, todas nós tivemos certeza de que ela não usava nada mais que aquele paninho, pois deu para ver o começo de sua rachinha. Ela, sem se abalar, começou:
- Então… Dólar, dólar, dólar… Cinco e oitenta… Cinco e oitenta!? Porra, que roubo!
- Para de enrolar, Annemarye, desembucha. - Disse sua mãe.
- Uai, tem nada que falar, não, sô! A gente só foi num luau numa praia aqui do lado, mãe. Logo ali, ó, é só seguir reto um tantinho de nada… - Tomou outro gole de seu café e continuou: - Conhecemos uma galerinha, conversamos, tomamos uns suquinhos e só…
- Márcia? - Sua mãe insistiu.
- E ficamos com uns meninos, mãe. - Respondi, escondendo meu rosto atrás de uma xícara.
- Traidora! - Anne brincou, jogando um guardanapo amassado em mim.
- Só isso mesmo, meninas? - Minha mãe insistiu.
- Só mãe. - Respondi, sorrindo timidamente para a Anne que me encarava invocada: - Demos uns beijos, conversamos e dançamos pra caramba e eu ri de montão.
- Annemaryyyyye!? - Falou sua mãe, chamando sua atenção.
- Foi só isso! Ara, mãe, não confia em mim?
- Confio demais da conta, sô! Só que você já é uma mulher formada, preparada e testada, a Márcia é só uma criança.
- Ui, bebê! - Anne brincou comigo e encarou sua mãe novamente: - Relaxa, mãe. Se ela grudar em mim, deixo ela afiadinha, cortando mais que gilete.
Começamos a rir das caras de nossas mães e logo nossos pais entraram na cozinha. Aquele assunto morreu e logo eles nos convidavam para ir à praia com eles. Eu pensei que a Anne fosse recusar, mas foi a primeira a aceitar, arrastando-me para nossa suíte:
- Uai, pensei que a gente fosse sair para curtir? Pegar uns gatinhos... - Perguntei, sem entender direito aquele programa família.
- Há hora para tudo, Márcia, mas nunca pode faltar tempo para a família.
Enquanto nos vestíamos, eu a olhava ainda mais impressionada com a criação e a forma de pensar dela. Uma moça, uma mulher linda, poderosa, inteligente e “de família”! "Será que ela não tinha um defeito?", pensei. Colocamos nossos biquinis, ela um ousado fio dental, escondido em sua canga e voltamos até nossos pais que já nos esperavam na sala, com dois coolers de bebidas e belisquetes. Fomos até a praia e assim que ela tirou sua canga, exibindo aquele corpão minimamente ocultado por aqueles fiapos e paninhos, tive a impressão de ter visto sua mãe a olhar inconformada e envergonhada. Ela também havia notado:
- Pode parar! É só uma bunda e se alguém se engraçar comigo, tem meu pai aqui ó. - Falou e bateu na barriga dele enquanto o abraçava: - Puro músculo regado a anos de caninha e vitamina C, de cerveja, né, pai? Cê tá gordinho mesmo, hein!
Vicente a encarou, mas conformado começou a rir e lhe deu um sonoro tapa na bunda, colhendo um escandaloso “ai” que pode ser ouvido à distância:
- Porra, pai, a mãe já tinha me batido hoje e você acerta em cima!? Cês tão de marcação comigo. - Ela falou, coçando a bunda: - Vou pôr a bunda na água pra ver se para de arder. Cê vem, Márcia?
- Daqui a pouco, Anne… - Respondi, sorrindo.
Ele foi em direção ao mar, fingindo mancar e ainda coçando a bunda. No caminho, dois carinhas até pararam para deixá-la passar a frente e ela sequer se abalou em cumprimentá-los. Ela seguiu seu caminho, enquanto os dois a encararam impiedosamente, conversando entre si. Seu Vicente olhava com cara de poucos amigos, mas se conteve, e ela entrou no mar, mais, ainda mais, cada vez mais, até sumir sob a linha da água. Logo depois, ressurgiu como se imitasse a abertura de um certo programa dominical, chamando a atenção de outros carinhas ali por perto dela. Realmente, eu tinha muito o que aprender.
OS NOMES UTILIZADOS NESTE CONTO E OS FATOS MENCIONADOS SÃO TOTALMENTE FICTÍCIOS E EVENTUAIS SEMELHANÇAS COM A VIDA REAL É MERA COINCIDÊNCIA.
FICA PROIBIDA A CÓPIA, REPRODUÇÃO E/OU EXIBIÇÃO FORA DO “CASA DOS CONTOS” SEM A EXPRESSA PERMISSÃO DO AUTOR, SOB AS PENAS DA LEI.