Tudo estava indo bem, Di enfrentou o pai e já se preparava para voltar, e eu estava com um bom pressentimento sobre meu futuro, mas como nem tudo é perfeito, perto da data do Di voltar sua avó piorou e precisou ser internada, Di teve que adiar a viagem e não sabíamos por quanto tempo, sabia que ele não iria a lugar nenhum enquanto sua avó não saísse do hospital, graças aos meus amigos conseguiu não perder a fé na gente, Lucas e Ryan eram meus melhores amigos e ele me forçaram a sair de casa e tentar me distrair, Di estava praticamente morando no hospital com a avó então não nos falávamos o dia todo como antes, as vezes a gente mal se falava, ele estava muito preocupado e eu comecei a ficar com medo de perdê lo, porém não podia ser egoísta com ele naquele momento, só me restava ter paciência e torcer para que a mulher ficasse bem logo.
Depois de duas semanas Lucas me deu a notícia de que a avó do Di havia morrido, tentei falar com ele, mas não consegui, seu telefone estava desligado, tentei ter notícias dele de toda forma, mas nem Lucas sabiam o que se passava por lá, eu queria tanto ver ele, falar com ele, mas não conseguia, ele não respondia minhas mensagens e nem aparecia mais em redes sociais, Lucas estava no escuro assim como eu isso me deixava completamente desesperado, aparentemente a família de Recife não fazia parte da família do Lucas, era complicado de entender e Lucas era péssimo explicando, queria fazer uma loucura e ir vê-lo, mas não tinha como fazer isso.
Uma semana depois do sumiço do Diego eu me encontrava em um estado crítico de ansiedade e desespero, não acreditava que ele iria embora da minha vida assim, queria ter notícias dele e essa notícias vinham do lugar menos provável, fiquei com medo de atender o celular quando vi o número do Romário na tela do meu celular, nunca pensei que falaria com ele de novo, mas a vontade de saber do Di era maior que qualquer coisa.
Eu: Alô!!! (fui mais desesperado do que gostaria)
Romário: Fábio, aqui é o pai do Diego.
Eu: Oi, ele está bem? (tive tanto medo da resposta)
Romário: Não, Fábio o Diego está internado. (meu mundo parou e meu coração parou de bater)
Eu: O que ele tem? Por favor, Romário me conta?
Romário: Ele tomou os remédios da avó dele, agora está fora de perigo, mas está em observação.
Tudo ficou em silencio dentro de mim, o meu Di não faria isso, ele não era disso, alguma coisa tinha acontecido, eu queria curar ele, cuidar dele, uma raiva foi aumentando dentro de mim e quando vi estava gritando no celular.
Romário: O QUE VOCÊ FEZ COM ELE?
O pai do Di caiu no choro no telefone, ficamos em silencio até ele se recompor e conseguir falar de novo.
Romário: Quando ele disse que iria voltar nós brigamos, as brigas foram ficando mais frequentes e quando ele estava prestes a ir para ai, minha mãe foi internada.
Ele contava com um pesar muito forte na voz e isso foi me deixando muito assustado, tinha medo do quanto o Di poderia estar macucado.
Romário: Ele foi ficar com ela no hospital, eu pensei que ele ia desistir da ideia de voltar, mas ele ainda queria voltar então tivemos uma briga feia no hospital, eu disse coisas que me arrependo muito.
Eu: O que você disse para ele. (perguntei, mas temi a resposta)
Romário: Disse que minha mãe estava no hospital por causa dele, culpei meu filho e disse que se minha mãe morresse… que se ela morresse seria culpa dele.
Nunca tive tanta raiva de alguém como senti daquele homem, por que ele tinha feito aquilo, me senti impotente, não podia estar com ele, mas eu iria nem que eu tivesse que ir a pé para Recife.
Eu: Eu vou ver ele, eu vou para o Recife, Di precisa de mim.
Romário: Não Fábio, eu liguei para lhe dizer que não quero que você procure meu filho de novo, meu Diego ficou fraco por sua causa, vou pode tentar tirar o Di da nossa família, mas não vai adiantar, só quero que saiba que para meu filho voltar a ser quem ele era ele tem que ficar longe de você.
Eu: Você é inacreditável, foi você quem fudeu com seu filho, ele te ama, ele te venerava e você não foi capaz de amar seu filho só porque ele ama alguém que você não concorda?
Romário: Já disse o que eu queria dizer, fique longe do Diego Fábio.
Ele desligou fiquei maluco, contei para os caras e eles também ficaram muito preocupados do quão longe o pai do Di iria para nos separar, ele não entendia que o Di não era o que ele idealizava, ele não aceitava o próprio filho, precisava ir ver o Di, mas não tinha como fazer isso, mas minha mãe não me deixou viajar, Lucas e Ryan concordaram que sem conhecer ninguém lá e com o Romário contra mim, seria muito difícil chegar até o Di, os dias foram passando e Di parecia cada vez mais distante, não conseguia falar com ele, o Lucas ficou feito um louco procurando notícias, adicionamos praticamente todos os primos ou amigos do Di que morava em Recife, mas o filho da puta do pai dele estava mantendo o Di longe de todos que não pensavam como ele. Não queria perder as esperanças, porém estava difícil de ser otimista, já estava a quase no início de Dezembro e eu já tinha perdido peso e provavelmente reprovaria na escola, minha mãe tentava a todo custo me animar, mas nem meus amigos conseguiam mais, eu sonhava com ele quase toda noite, isso nas que eu conseguia dormir, minha mãe até me sugeriu ir para o psicólogo, mas não queria saber de nada, não conseguir me concentrar em mim, só no Di, tinha medo de tentar tirar a própria vida de novo, não saber dele era horrível, mas um luz se apareceu para mim, os meninos conseguiram com muito esforço me levar para comer fora a noite e eu estava lá sentado sem brilho algum quando vejo Jaque me tirando dos meus pensamentos e sentando rápido numa cadeira ao meu lado.
Jaque: Consegui uma notícia, Fábio. (disse eufórica..)
Lucas: Pois fala de uma vez, não faz mistério.
Jaque: Eu conheci um cara no Tinder que é de Recife, a gente começou a trocar mensagens e estamos meio que namorando a distância.
Ryan: Jaque!
Jaque: Calma gente, enfim, estava conversando com o Marcelo que me sentia culpada por ter levado o Zé no seu aniversário e ele disse que iria me ajudar a descobrir algo sobre o Di para compensar meu erro do passado.
Ryan: Eeeeeeee?
Jaque: Ele conhece um primo de um primo do Di e ele descobriu que a história dos remédios foi séria mesmo, ele quase morreu. (meu coração acelerou e minha boca secou)
Jaque: Mas ele sobreviveu, parece que teve que ficar em observação por um tempo para não tentar de novo e o pai dele tirou ele de Recife.
Eu: Para onde esse monstro levou o Di Jaque?
Jaque: Ninguém sabe amigo, umas tias foram contra, mas foi o Di sai do hospital que o pai dele se mudou com ele, Di estava sob efeito de remédio acho que ele aproveitou esse momento para ele não conseguir falar com ninguém.
Era isso, Di estava em algum lugar que eu não sabia, não tinha mais volta para gente, me perguntei se ele um dia tentaria me ligar ou algo assim, tive tanto medo de nunca mais ter notícias dele, mas agora meu pesadelo estava se tornando realidade, o cara que eu amava mais que tudo no mundo estava com medo e precisando de mim em algum lugar e eu não podia fazer nada por ele.
No natal meus amigos foram pra minha casa, até a Jaque estava lá, o clima estava uma merda, mas eles não queriam me deixar sozinho, eu tinha mesmo reprovado na escola, perdi muitas aulas e até provas, minha mãe me deu uma data limite para colocar minha vida no trilho de novo, se não ela iria me forçar a procurar um médico. Era o último dia do ano e nada havia mudado, quer dizer sobre o Di, porque minha vida mesmo não era mais a mesma tinha tempo, meus amigos me forçaram a ir para a casa do Lucas, ia ter uma resenha, recusei mil vezes, mas até minha mãe estava me forçando a ir, vesti qualquer roupa e fui, o caminho para a casa do Lucas era doloroso e cheio de memórias, eu lembrava de todas as vezes em que fiz esse caminho com o Di, lembrei da primeira carona que ele me deu, que foi tão excitante que me masturbei pensando nele naquele dia, chorei e ri ao mesmo tempo, na entrada da vila estava o Ryan e a Su me esperando, fomos entrando e tudo parecia uma merda, ver todas aquelas pessoas curtindo me trouxe tantas memórias que deu lá no fundo, para piorar Lucas havia aberto a casa antiga do Di e tudo parecia igual, os móveis o cheiro, tentava muito não chorar, mas não dava, lágrimas escapavam dos meus olhos o tempo todo, a cozinha que foi onde flertamos, resolvi ficar longe do quarto, era coisa demais para lembrar.
Lucas: Feliz ano novo amigo. (Lucas me deu um refrigerante)
Eu: Lembra quando você nos flagrou no quarto e ele te pediu para comprar refri pra mim?
Lucas: Lembro que você ficou todo preocupado que eu ia ficar puto com você.
Jess: E pior fui eu que empatia sua foda sem saber, mas relaxa já superei. (foi uma surpresa ver a Jéssica lá e falando comigo de boas.)
Estávamos rindo de algumas lembranças eu, meu peito estava vazio, mas minha mente estava cheia de lembranças, a música estava alta e mesmo assim eu não estava ali, todos riam e conversavam e eu estava sem foco, mas aí que o vi, Di estava lá, mais magro, mas era ele, podia reconhecer ele em qualquer lugar, todos falavam com ele, para mim poderia ser uma miragem, mas, não era, era o Diego, era o meu namorado, quando nossos olhos se encontraram nada mais me importo e eu corri para seus braços, Di me agarrou com tanta força e eu fiz o mesmo, seu cheiro era tão familiar e gostoso, seu abraço era a coisa mais incrível do mundo, todos ali queriam falar com ele, mas Di era meu, os outros teriam de esperar, então fomos para o quarto dele, sem dizer nada, porém nossas mãos não eram separadas por nada no mundo.
Eu: Di eu senti tanto sua falta, eu queria ter ido te procurar, te ajudar eu sinto tanto, eu eu eu, me perdoa.
Di: Fabim, eu estou aqui, eu vim por você e eu é quem te devo desculpas.
Eu: Porque não me falou que tava vindo?
Di: Lucas queria fazer surpresa.
Eu: Me lembra de matar seu primo depois viu, mas você, eu não sei o que dizer.
Di então me puxou pela cintura com costumava fazer, e nossos lábios se encostaram, foi como se os fogos de ano novo fosse disparados dentro de mim ali naquele momento, um beijo virou dois, três, quatro e quando vi estava em cima dele deitado na cama, Di me beijava como se eu fosse sua droga e ele estivesse em abstinência, suas mãos percorriam todo meu corpo e as minhas mãos percorriam o corpo dele, nossas ereções eram pressionadas uma na outra, Di tirou minha camisa, beijou meu peito, tirei a camisa dele e também beijei seu peito, nos dois rimos e ele me olhou nos olhos.
Eu: Fala para mim que não vai mais embora.
Di: Não vou a lugar nenhum.
Eu: E o seu pai.
Di: Ele não é mais meu pai e de um dia ele quiser voltar a ser vai ter que aceitar quem eu sou e quem eu amo.
Eu: Como você escapou dele? Você se importa se eu perguntar?
Di: Ele me levou para um interior que mau pegava internet, mas eu já tinha conversado com a psicologa do hospital, eu ainda me sinto meio culpado pelo que aconteceu, mas Fabim, não posso superar isso sem você, pensei nisso todos os dias, pensei em você todos dias, mesmo dopado de remédio eu queria te ver, queria te abraçar, te ter pra mim, mas ai sai do hospital e pensei que iria voltar para você, mas Romário me enganou fomos para interior, lá eu conseguiu ligar para minha tia mãe do Lucas, e ela me ajudou.
Eu: Sei pai ainda vai vir atrás de você.
Di: Não, ele não vai, tive uma conversa com ele quando sai de lá.
Eu: O que você disse?
Di: Disse que amo você.
Voltamos a nos beijar e os fogos da meia noite começaram lá fora, nem ligamos, dentro daquele quarto só tinha nós dois, naquela noite eu não transei com o Di eu fiz amor com ele, pensar que eu nesse mesmo dia a um ano atrás eu estava fantasiando sobre o José e agora eu não preciso mais fantasiar gostar de alguém, eu tenho o Di na minha vida, na minha cama, mesmo depois de altos e baixos, ele esteve comigo e voltou para mim, é por isso que essa história é sobre amor, é sobre amizade e é a história de como eu me apaixonei pelo meu melhor amigo.