Por vários anos, tive um pesadelo recorrente onde eu matava alguém acidentalmente e fugia desesperado, mas no meio do caminho, descobria que não teria como escapar e os momentos antes de ser capturado eram de grande agonia. Agora, eu vivia uma situação real e estava dirigindo sem destino certo, pois como Buzz tinha escapado, era certo de que avisaria a polícia ou, numa hipótese mais remota, se vingaria me matando.
Com o carro alugado, peguei a Rodovia Anhanguera, nem sei como tinha chegado até ali, pois desde que comecei a dirigir, não tinha ideia alguma de onde iria. Antes de chegar a Campinas, acabei entrando em um motel numa das vicinais. Passei a pensar no que faria a partir dali. Não havia nenhuma saída fácil, no fundo eu sabia que mais cedo ou mais tarde seria preso, porém me entregar não era uma alternativa. Pensei, pensei, pensei, tinha um dinheiro em minha conta, mas o que recebi pela venda da casa durante a separação, troquei por dólares, pois estavam em alta e eles estavam em um cofre no meu escritório junto com mais algumas ações. Antes de cair no mundo, teria que ir buscá-los.
Apesar de não ter nenhum plano elaborado, imaginei que pudesse ir para o Paraguai e lá arrumar documentos falsos para depois iniciar uma vida nova na Argentina, no Uruguai ou no Chile. Claro que as chances de ser preso eram grandes, mas eu precisava pelo menos tentar, pois ir para a cadeia realmente me apavorava.
Amanheceu, era um domingo de sol e na segunda seria feriado. Meu celular estava desligado e fiquei pensando em como ir até lá sem correr o risco de ser preso. Esperei chegar à noite e voltei para São Paulo. Antes, tinha vasculhado a internet para saber se tinham encontrado o corpo de Valdo, mas mesmo que tivessem, era pouco provável que noticiassem, ele era um joão-ninguém e seu crime era só mais um sem grande apelo para a mídia.
Voltei para São Paulo e fui até a rua do meu escritório, dei algumas voltas no quarteirão e notei que estava sem movimento, tudo fechado, só um morador de rua dormindo embaixo de uma marquise de uma loja de ferragens. Resolvi encostar um pouco antes. Caminhei rápido e peguei as chaves para abrir meu estabelecimento, que tinha aquelas portas estilo de bar, onde a fechadura fica embaixo e depois dela, também havia uma outra de vidro. Quando estava acabando de abrir a segunda, recebi uma pancada muito forte na nuca e caí para dentro, onde recebi mais um golpe e fiquei me contorcendo de dores. Nesse momento, ouvi uma voz e me virei para ver, era o tal mendigo que tinha visto pouco antes, mas, na verdade, depois descobri que era um tranqueira amigo de Buzz que tinha ficado de campana perto do meu escritório, enquanto o queixudo fazia o mesmo na frente do meu prédio. O canalha deduziu que eu deveria aparecer num desses dois locais e como não podia estar em ambos ao mesmo tempo, arrumou alguém para ajudá-lo. O cara disse me apontando uma arma:
-Xiiiiiiuuuu! Se der um pio, eu te apago, cuzão! Deita no chão de barriga para baixo.
Nesse momento, ainda não sabia que era um capanga de Buzz, achei que fosse um assalto.
-Olha, amigo, minha carteira está no bolso, não tenho muita coisa, pode levar e o meu celular também.
-Não quero tua grana, babaca, tô aqui por causa do Buzz. Vou ligar para ele e depois vocês que se acertem.
Fechei os olhos e pensei: “Puta que pariu! Fodeu!”.
Creio que 20 minutos depois Buzz, chegou e disse:
-Valeu, Tatá! Pode deixar que até quarta, te dou o prometido.
-Olha lá em, Buzz? Sem caô! Quarta não é quinta nem sexta nem sábado.
-Relaxa! Vou acertar as contas com esse filho da puta aqui e te pago quarta sem falta. Pode ir.
O cara foi embora, mas antes passou a arma para Buzz, que me disse:
-Vamos lá para os fundos, corno! A gente tem muito a conversar.
Acreditei que Buzz fosse me matar, estava com o coração prestes a explodir, mas uma coisa que não faria, seria implorar ou demonstrar fraqueza para o filho da puta.
Fomos para a minha sala, ele acendeu a luz e me deu um forte murro na boca do estômago que me fez cair.
-Isso! Fica sentadinho aí no chão que a conversa será longa. Nem vou perguntar se você foi até a casa do Valdo para me matar porque isso está claro, queria apagar nós dois, mas fez o serviço pela metade, não é, cuzão?
Buzz acabou de falar e me deu um chute forte na barriga, me fazendo gemer ainda mais de dor.
-Para o teu azar, estou aqui vivinho. O Valdo morreu com dois tiros, mas os outros quatro, você errou seu merda e agora sabe onde está a arma? Bem guardada comigo! É! Se fodeu, seu merda! Peguei uma toalha, puxei-a pelo cano e coloquei dentro de uma sacola. As tuas digitais estão nela e vou te entregar para a polícia! Que tal?
Não respondi nada e com raiva, Buzz me deu mais um chute, esse acertou meu peito.
-Só que antes de te entregar para a polícia, quero te fazer sofrer um pouquinho. Sim, a cadeia pode esperar, a arma com as tuas digitais estão comigo, posso entregar agora ou daqui um tempo, mas enquanto isso, vou te foder legal, resta saber se você aceitará continuar livre da prisão, mas preso a mim, o que acha?
-O que você quer? Dinheiro? Não tenho nada guardado e se tivesse não seria burro de te dar, você pegaria e logo depois me entregaria.
-Bruninho, Bruninho! Você é esperto e pode apostar que faria isso mesmo, mas você vai me dar dinheiro sim, uma quantia por mês do que tira aqui no teu trabalho, sei que não ganha tanto assim, mas que tal quatro mil e mais uns castiguinhos?
-Castigos?
-Sim! Acha que vou querer só quatro mil por mês para deixar livre o cara que tentou me matar e deu um tiro que raspou a minha têmpora? Te prepara, malandro, o que o Arnaldo passou será o mesmo que férias no Caribe perto do que você terá que aguentar, Bruninho.
-O que você quer além do dinheiro?
-Primeiro, a parte mais fácil, você vai se afastar da família do Arnaldo e se tiver que ir à Justiça, não dirá nada do que Célia e eu fizemos, ela está prestes a receber dois milhões de seguro de vida, quer dizer, ela não, a filha dela, mas com esse mimimi dos pais do trouxa do Arnaldo, eles podem acabar ficando com a guarda da criança e consequentemente com a grana, o que seria trágico para mim, portanto, se sonhar em testemunhar contra ela, entrego a arma para a polícia. Agora, vem a parte mais deliciosa.
-Qual?
-Você e a Alexa voltarão a viver juntos como marido e mulher, só que ela vai seguir transando comigo e com outros caras, inclusive na tua casa, na tua cama. Aos olhos dos outros, vocês serão um casal que teve uma crise, se separou, mas agora descobriram que se amam e retornaram, porém na realidade, você será um puta corno manso e ela uma hotwife.
-Isso eu não vou aceitar!
Buzz se irritou, passou a dar vários pisões fortes em mim, enquanto apontava a arma, depois agachou e me deu alguns socos nas costas.
-Acha que está em condição de negociar, filho da puta?
-Nem a Alexa vai querer mais algo comigo, ela andou um tempo atrás de mim, mas agora sumiu, graças a Deus!
-Ela vai querer sim! Falei com a Alexa, o sonho dela é voltar para você, mas como uma hotwife, podendo foder a torto e a direito com outros, certa de que depois você a receberá com beijos e querendo fodê-la também ainda com cheiro e gosto de outros machos AHAHAAHAHA! Esse ponto é inegociável, se não aceitar, vou te dar mais um monte de porradas e na sequência levarei a arma para a polícia. Um cara bonitinho, ajeitadinho como você na cadeia vai levar rola de uns 50 em uma semana, o que prefere: ter uma esposa puta ou ser a esposa puta dos presidiários?
-Mas eu tô namorando e bem...
-Que namorando o caralho! Além de corno manso, de me pagar, de ficar de bico calado sobre o caso do Arnaldo, de agora em diante, a única boceta que você vai foder é a da Alexa e sempre depois que outros a comerem AHAHAHAAHAAHAHA! Pode esquecer da bocetinha da japa, aquela não te pertence mais, mas quem sabe eu a console AHAHAHAHAAHAH! Tô pensando seriamente nisso!
-Vá se foder, Buzz!
Buzz me deu mais uns três chutes e disse:
-Não tenho mais tempo a perder, decida-se, aceita meu trato ou posso ir para a delegacia?
As duas alternativas eram terríveis, mas aceitar as condições malucas de Buzz poderiam me fazer ganhar tempo para pensar em algo, já se optasse por ser preso, seria definitivo, nesse contexto, aceitei:
-Ok, Buzz, se a Alexa aceitar voltar a morar comigo, eu topo.
-Ah, garoto! Mandou bem, mas não se esqueça dos demais pontos, todo dia 1º quero quatro mil na minha mão, vou comer a Alexa até na sua frente, você não vai poder comer nenhuma boceta além da dela e vai esquecer os pais do Arnaldo. Entendido?
-Sim.
-Ah! Mais dois detalhes importantes, como já vi que além de corno, você é louco, se der outro curto-circuito nessa cabeça fodida e resolver me matar, saiba que uma outra pessoa está guardando a arma e te caguetará, logo, se eu morrer, você vai preso no dia seguinte. O outro detalhe, é que ninguém deverá saber desse acordo, portanto, paspalho, trate de terminar com a sua japa sem dizer que foi obrigado e para os demais conhecidos, diga que ainda ama Alexa e por isso resolveu reatar, ninguém pode saber que estou te chantageando.
Meu destino parecia certo, ficaria nas mãos de Buzz e teria que aguentar toda sorte de humilhações de Alexa que voltaria com tudo, disposta a me tornar um cuckold total. Além disso, perderia Minami. Minha vida sofreria um grande abalo e eu só poderia retomar as rédeas de tudo se num golpe de sorte conseguisse me livrar literalmente da prova do crime, mas no meio de tanta coisa ruim que teria que passar, talvez em algum momento, a sorte me ajudasse, e aí os canalhas sofreriam um contra-ataque devastador e definitivo, mas por ora tudo eram hipóteses.
FIM da 1ª TEMPORADA.
Caros amigos, tenho a 2ª temporada pronta. São 29 capítulos e mais de 22 mil e 500 palavras, pelo valor de R$ 12,00 aos que quiserem adquirir. A forma de contato é pelo e-mail laelocara@gmail.com e a forma de pagamento é por PIX.
Seguem os títulos dos capítulos e algumas passagens da 2ª temporada.
Capítulo I – 失望
Capítulo II - Amarga reconciliação
Capítulo III – O grande erro
Capítulo IV - Vida de casado
Capítulo V - Você matou o Valdo?
Capítulo VI – Corno e quase brocha
Capítulo VII – Tentando decifrar Alexa
Capítulo VIII - O caso Arnaldo
Capítulo IX – Passando dos limites
Capítulo X - Aproveitando o tempo que me restava
Capítulo XI – A mulher do pastor 171
Capítulo XII – A amante fiel
Capítulo XIII – Ouvindo os inimigos
Capítulo XIV – A pirâmide e o otário
Capítulo XV - Bendita maconha!
Capítulo XVI - Um pedido de desculpas
Capítulo XVII - O encontro
Capítulo XVIII – Preparativos para a festa
Capítulo XIX – O aniversário
Capítulo XX – A grana parou de cair
Capítulo XXI – O destino de Alexa
Capítulo XXII – O Guarda-Costas
Capítulo XXIII – Perdendo as esperanças
Capítulo XXIV- 18 horas de sexo
Capítulo XXV – Um novo tempo, apesar dos perigos
Capítulo XXVI – Nas curvas da Fernão Dias
Capítulo XXVII - O Baú do Arnaldo
Capítulo XXVIII – Sensacionalismo viral
Capítulo XIX - Os bons morrem jovens
Algumas passagens da 2ª temporada:
“Você mente muito bem. Enganar Takeshi e eu já é bem difícil, mas enganar o meu pai, é praticamente impossível”
“...pelo fato dela ter sacado o dinheiro no banco, seria impossível provar que me entregou, pois a grana não entrou na minha conta nem na do vendedor”
“...quem sabe um dia não vou te fazer uma visita íntima na cadeia, deve ser excitante transar com um presidiário”.
“Não me surpreenderia se em um futuro próximo ela se tornar ainda mais sádica, te maltratando e te humilhando”.
“...o pastor Jean era um grande canalha (quem poderia imaginar que um pastor seria um pilantra, hein? Que coisa!), que se envolvia com irmãs da igreja, inclusive casadas...”
“UOOOOOUUUU! Puta que pariu! AHAHAAHAHAHAHA! Além de pegar a mulher sendo empalada no sofá da própria casa, pagar para o comedor, ainda apanha dela? Esse merda é mais corno que o Arnaldo! AHAHAHAA”.
“Até eu que não entendo bulhufas de investimentos sei que esse negócio de lucros lá em cima tem nome: golpe da pirâmide!”
“...a última coisa que gastou com o meu dinheiro foi a viagem de Uber para cá, espero que tenha algum trocado porque independente do lugar que for quando sair daqui, terá que pagar o transporte”.
-AHAHAHAHAHAAHAHAHAAH! A arma?! A arma?!
“Alexa deu um grito longo, caiu de joelhos e depois se deitou de bruços no tapete gemendo alto de dores e com dificuldades até para respirar”.
“...colocou um pé na cama e ficou com a bocetona quase encostada em meu rosto, usava uma calcinha preta fio dental, beijei e passei a língua suavemente em sua coxa e sua virilha”
“...o salão começou a rodar e decidi que não dava para ficar ali. Saí apressadamente, cheguei a esbarrar em algumas pessoas e quase caí, mas precisava simplesmente desaparecer”.
“...vejo um poeirão subindo do lado direito da pista. Quando me aproximei mais, vi os policiais descendo”.
-Perdeu o juízo, corno? Quer levar umas porradas e depois ser preso?
“...se tornou a pessoa mais odiada nos meios de comunicação tradicionais e na internet, só para terem uma ideia, o caso dela lembrava aqueles mais macabros como o de um filho ou filha que manda matar os pais ou o de um pai que mata a filha ou filho pequeno (a) com requintes de crueldade”
Contato: laelocara@gmail.com