Eu não era um cara muito a fim de cerveja, mas, na presença de pessoas mais jovens que acham que isso é a solução para tudo, paciência. Estava lá o casalzinho comigo na mesa, lugar meio vazio, e eu pedi um rabo de galo porque queria algo que durasse mais, mas que me relaxasse logo naquela quinta-feira pesada de trabalho.
Tinham, ambos, dezenove anos. Eu, trinta e poucos. A garota, Bia, era magra, isto é, pouco curvilínea, e o namorado, Lucas, era um cara volumoso, muito bom de conversa e um pouco ingênuo. Eu os havia conhecido no curso e trocávamos ideias com frequência. Para eles, era um momento qualquer; para mim, uma oportunidade de concretizar um projeto pessoal. Os olhos delicados num rosto de beleza impecável da jovem, de repente, me olhavam, esperando a resposta para uma pergunta que eu, destraído pelos pensamentos, não tinha ouvido.
_Como é?
_Me conta sobre seu gosto musical!
E ia por aí. As conversas tinham temas estimulantes, mas a vontade de ter algo a mais com aquela garota era cada vez mais forte, e eu precisava tomar alguma atitude.
_Escutem, já que estão interessados em música de verdade, vamos lá para casa num dia desses. Minha esposa também ia adorar recebê-los. Tenho uma bela coleção para a gente ouvir a noite inteira.
Na semana seguinte, eu abria a porta para os dois, coisa de oito horas da noite. O rapaz vestido como um jovem qualquer, e ela, com vestido acima dos joelhos e tênis Converse de menina descolada. Suas pernas eram finas, mas não era para a parte de baixo de seu corpo que eu tinha planos.
Uma vez instalados na sala, pus uma Bossa para dar o tom. Então deixei-os conversando, leves e animados, e minha companheira apareceu.
Rita é mais ou menos baixa e tem cabelos cacheados. Ao contrário de nossa convidada, tem pernas grossas e uma bunda em que qualquer homem poderia se deliciar à vontade. A pele bem clara e os óculos que, via de regra, emolduram seu rosto, dão um interessante contraste à silhueta clássica de brasileira. Naquele momento mesmo, percebi que havia atingido a primeira vitória da noite - não que fosse ser difícil - que era despertar o desejo de Lucas sobre ela. A maneira com que o jovem olhou, ainda que disfarçando, para suas pernas e tudo o mais que preenchia aquelas leggings, deixou tudo muito claro. Minha esposa também vestia uma blusa tricotada que conferia certo mistério ao resto do corpo.
Virei o disco e conversamos mais. Naturalmente, já havia combinado com minha esposa - por minha influência, mais liberal a cada dia - de tentar uma reunião a quatro em nosso quarto. Ignoro se, à quela altura, nosso casal de amigos já desconfiava. Bia parecia relaxada, sentada meio de lado e com os pés no sofá. O garoto parecia um pouco mais tenso, mas levou a conversa de forma fluente. Para a minha surpresa, o primeiro movimento veio de Rita.
_Escutem, gente. Não sabemos sobre os hábitos de vocês, mas estamos numa fase da vida um pouco mais... livre de certas amarras.
O casal nos olhou de forma um pouco curiosa mas, também, divertida. Acudi:
_Sim... Bem. Vejam só. Queremos que fiquem totalmente à vontade sobre isso. Vocês podem ficar aqui numa boa, ouvindo música, bebendo e se curtindo como quiserem. Mas nós dois vamos um pouco para nosso quarto porque esta marca específica de vinho nos deixa com bastante vontade de fazer amor. Estaremos ali, a alguns passos, com a porta aberta se quiserem curtir conosco.
Sem esperar resposta, pequei minha mulher pela mão e a levei. Uma vez no quarto, beijei Rita ainda em pé, sem pressa. Curti aquele beijo, com uma mão em sua cintura e a outra em seu rosto. Os dois não tardaram a aparecer; tive a impressão de que mal haviam discutido o assunto. Apesar dessa prontidão, entretanto, pareceram não saber muito o que fazer a partir daquele ponto. Eu fiz que não os havia percebido ainda, saboreando a conclusão daquele momento com minha esposa. Então, dirigi-me a eles, com um pequeno sorriso:
_Este é o momento. Lucas, há uma mulher linda e experiente de olho em você aqui, rapaz. Se a Bia não for ciumenta, talvez possa tirar algum proveito.
O rapaz tremia. Rita precisou andar até ele e segurar suas mãos.
_Venha, vamos conversar um pouco aqui na cama.
O quarto não era lá tão grande, mas havia espaço também para uma poltrona. Apoiei-me um pouco nela e chamei Bia para perto.
_Olá.
A garota riu:
_Olá.
_O que está achando?
O rosto jovem e belo ruborizava de leve, e a boca perfeitamente desenhada só conseguia emitir monossílabos.
_Bom!
_Permite que eu te beije?
Bia só fechou os olhos e levantou o queixo para ficar mais perto. Toquei seu rosto de leve e alcancei sua boca com a minha. Foi suave e intenso. Ficamos ali por uns trinta segundos. Quando nos separamos, olhei para o casal recém-formado sobre minha cama. Beijavam-se, esfregando-se deitados, ainda de roupa. O rapaz parecia já estar em vias de se satisfazer sem ainda ter conquistado qualquer orifício, mas minha mulher saberia administrar aquilo. Dito e feito, pediu uma pausa e aproveitou para alcançar um preservativo na gaveta. Lucas esperou, sentado na beirada, e foi possível ver o pênis ereto, avolumando as calças jeans.
Da minha parte, sentei-me na poltrona e trouxe Bia para entre meus joelhos, ainda em pé.
_Escute, lindinha, não quero parecer um cara afoito, mas desde que te conheci, estava louco para ver como esses olhinhos ficariam, olhando para mim de baixo para cima, entre as minhas pernas. Levando em conta o que está para acontecer bem do nosso lado, parece uma forma bem tranquila de aproveitarmos a noite. Esteja à vontade - tem camisinhas ali.
A garota pareceu ponderar um pouco, mas não demorou para se ajoelhar. Dispensaria o preservativo. Já estava com os cabelos, que já não eram muito compridos, presos num coque desleixado, e passou a beijar minhas coxas por dentro. Senti-me enrijecer por completo enquanto percebi o movimento ao lado: Lucas havia pedido para Rita ficar de quatro, e minha esposa, sem nem mesmo tirar a blusa e com uma das pernas da calça ainda enfiada, era penetrada por aquele gorila branco, que ofegava. Descalça, permitia ver os dedos dos pés curvando-se, tensos, a cada estocada; a boca seguia entreaberta e os olhos apertados, manifestando seu prazer.
Abri o ziper para liberar meu próprio membro. Bia ainda demorou para chegar até ele, mas, então, beijou sua extensão até chegar à cabeça. Abocanhou-o, realizando minha fantasia. Passou a mover a boca, para a frente e para trás, um pouco sem técnica, mas mantendo um ritmo agradável. Não ia muito fundo, e não dava tanto prazer, então segurei seu pescoço e mandíbula, guiando, de leve. Subi os olhos.
Lucas continuava arfando, e Rita gemia, ainda que baixo. Ela não teria a sorte de ter um orgasmo: o garoto já estava terminando. Eu já sabia: aquela visão era estimulante demais. Manejando a cabeça de Bia e administrando meu próprio prazer, vislumbrei a última penetração: o rapaz enfiou fundo, o mais fundo que pôde, puxando forte minha esposa pela cintura; gemeu alto, emitindo um urro a cada jato emitido. Rita estava se tocando para garantir o próprio prazer, mas precisaria continuar um pouco mais. Lucas, então, abandonou-a, puxando o membro para fora, no que foi possível ver o preservativo cheio, bem cheio. Largou-se a um canto, recuperando fôlego. Minha mulher ficou de bruços, e dava para ver que ainda se estimulava. Olhou para mim.
Pedi à garota, que fazia o melhor boquete que podia, tirar a roupa. Bia, então, aprumou-se, ainda de joelhos, e puxou facilmente o vestido, no que se pôde ver seu corpo esbelto. Os seios eram pequenos e firmes, parecendo frutos que projetavam mamilos duros. Meu tesão aumentou.
_Abocanha de novo, lindinha.
Assim que colocou a boca novamente, inclinei-me para a frente e segurei um seio. Senti-me ficar ainda mais duro.
_Isso. Vá lambendo em volta. Agora embaixo... Que delícia, Bia...
Parecia que a garota, daquela vez, havia acertado. Rita me olhava, e, tocando-se, retesou o corpo, que, eu sabia, teria um orgasmo. Aquilo fez meu próprio gozo começar a subir e ficar prestes a explodir. Achei justo avisar.
_Ah, minha linda... Estou quase lá...
A jovem, no entanto, também se tocava, e parecia estar aproveitando. Eu já estava largado na poltrona, entregue à sua boca. Bia convertera-se numa profissional. Lambia os pontos certos, no ritmo certo, e, de repente, chupava com a força exata do jeito exato. Eu esperava que, com meu aviso, fosse recuar; mas balançou a cabeça afirmativamente, de leve, sem tirar meu membro da boca, e me olhando daquele jeito...
Não resisti. Sincronizadamente com o gozo de minha Ritinha, que, de olhos fechados e cabeça inclinada para trás, atingia o clímax sobre nosso colchão, tocando-se loucamente, os cabelos cacheados despenteados e uma das pernas da calça ainda enfiada, também gozei. Os primeiros dois jatos, fortes e volumosos, acertaram a garganta da delicada jovem em cheio, fazendo-a recuar; assim, os seguintes atingiram sua bochecha esquerda e cabelos, passando a pingar sobre seu colo. Sua pele, mais morena que a de minha esposa, contrastava com meu esperma, que escorria pelo seu queixo.
Um banho depois, ouvíamos Miles Davis.