Pela minha experiência, pegar colegas de trabalho, especialmente hierarquicamente inferiores a você, costuma dar merda.
Mas a Bruninha não saia da minha cola, desde que o último ocorrido com a Monique. E a Drica só de olho na gente.
O foda de pegar uma garota do serviço é que, se der errado, você é obrigado a conviver com a pessoa. Fora a fofoca, a rádio peão. E eu não estava afim. Mas a Bruninha é uma delicinha e tava foda de me segurar.
Toda vez que ia dar qualquer orientação, ela chegava bem mais perto do que devia. Felizmente – ou infelizmente – a Drica sempre aparecia para cortar a conversinha com a Bruna. Por um lado, me mantinha afastado da novinha, por outro lado, ela acabava se aproximando de mim. Se pegar a estagiária podia dar merda, pegar a chefe podia dar merda de outro jeito. Não que eu tivesse realmente chance. Não com o setor inteiro querendo uma casquinha.
De uma maneira ou de outra, eu estava sempre de pau duro, desejando que o expediente terminasse logo.
Tem uma caralhada de mulher fora do serviço, onde não vai dar merda. Não tem motivo pra me complicar.
O foda é que eu viciei na boquinha da Monique e as meninas em cima de mim o dia inteiro só me deixava mais desesperado.
Depois do trampo, a gente ia pro bar. Eu e a Távola Redonda, ou seja, todos os admiradores da Drica, lá no trampo. Fora o pessoal das outras firmas que ficava esticando o pescoço toda vez que ela passava.
Agora, a Monique ficava de um lado e a Bruninha do outro. A Drica, lá da outra ponta, vez por outra lançava um olhar de reprovação. Eu fingindo que não era comigo. A Monique já tirando meu pau para fora das calças. E eu, como bom filho da puta que sou, nem reagia. Não deu outra. Logo a Bruninha também tava com os dedinhos na minha pica.
É foda. A cabeça de cima quer ir pra um lado e a de baixo pro outro.
Bem, se você está no inferno, então abraça o capeta, né? Tecnicamente, eu não estava fazendo porra nenhuma. As meninas estavam se divertindo sozinhas. Eu era só um objeto nas mãos delas. Enfim, ninguém ia engolir essa.
Eu tentando manter a seriedade, não demonstrar nada pra chefe, mas as vadiazinhas começaram a acelerar os movimentos até eu não aguentar mais. Eu me agarrei na mesa, travei os dentes e senti as veias saltando no rosto, enquanto minha pica convulsionava e jorrava porra. A Monique, profissional como era, já estava na contenção com os guardanapos. Quase não fez sujeira. Quase, porque eu vi a Bruninha chupando o dedinho todo melado. Eu torcendo pra só eu ter visto a cena.
Depois que os casados foram embora, a Rose tava praticamente agarrada na Drica, a Bruninha praticamente agarrada em mim e a Monique só se divertindo com a situação.
— Então você tá dando carona pra Monique, né? — a Drica me soltou, do nada.
A Rose nem disfarçou o sorrisão de deleite com o tom de censura na voz da chefe. É uma filha da puta mesmo.
Eu só queria me esconder debaixo da mesa.
Mas nada é tão ruim que não possa piorar.
— Tá com ciúme, gata? — a Monique perguntou, enquanto me abraçava. A Rose fechou a cara na mesma hora. Aposto como ela não esperava que a “amiga” fosse comprar a briga.
— Eu não! Pode ficar pra você! — a Drica retrucou — Tá rindo do que, Bruna? Você que não fique esperta!
— Sobrou pra mim? O que eu fiz?
— Nossa, miga — a Monique falou, a despeito do cutucão que eu lhe dei — o recalque bateu forte mesmo, heim? Nem parece que tava com uma torcida organizada até agora há pouco, né gata? Tinha tanto macho aqui que dava pra fazer um time. Titular, reserva e ainda sobrava gente pra repescagem.
A Drica deu uma leve gaguejada ao dizer que não sabia do que ela estava falando.
— Não liga pra ela não, Drica! — a Rose falou — Vamos conversar nós duas.
Nisso a Monique me deu um beijo, daqueles que só ela sabe dar. Sua linguinha safada se enfiou na minha boca, capturando a minha tão gostoso que nem tive reação direito. Ainda olhava pra cara de susto da Drica. E, quando a Rose se virou pra olhar na nossa direção, a nossa chefe deu uma mordiscada daquela bem cachorra nos lábios. Inferno, capeta, sabe como é. Só puxei a Monique pela nuca e fiquei beijando ela, olhando bem nos olhos verde-azulados da chefe.
A Rose ficou possessa. Começou a gritar como uma maluca e querer agredir a “amiga”. Eu entrei na frente com os braços levantados e as mãos abertas, só me defendendo dos tapões com gestos bem amplos, pro povo do bar ver que eu não estava agredindo ninguém. A Drica segurou a Rose, eu me afastei com a Monique, indo pro lado da praça.
Da raiva para o choro foi um pulo. Logo, a Rose desabou, abraçando a Drica, como se eu tivesse agredido ela, coitada.
A Drica só gesticulou pra que eu tirasse a Monique e a Bruninha dali, enquanto tentava acalmar a maluca.
— Tá tudo bem? — eu perguntei pra Monique.
— Tá. E você?
— Ainda não sei. Capaz de eu ter que ir pra Delegacia da Mulher.
— A Rose não vai fazer nada não. Ela já tem o que ela quer.
— Tomara — eu disse — tomara.
A Monique foi embora de moto e eu levei a Bruninha pra casa.
Depois mandei um zap pra Drica, querendo saber o que estava rolando.
“Ela acalmou já. Vou levar ela pra minha casa” — a Drica respondeu. Realmente, a Rose conseguiu o que queria.
Foi foda pra pegar no sono naquela noite.
No dia seguinte fui um dos primeiros a chegar na firma.
Nem sinal da Drica, nem da Rose.
A Rádio Peão já estava a todo vapor.
— A Rose foi pra cima de você dessa vez? — o Juba já logo falou — Aquela mina é doida. Parece que hoje ela meteu o atestado.
“E a Drica?” — era a pergunta que não queria se calar, mas não falei nada.
Perto do almoço, não aguentei e mandei um zap.
“Tah por onde?”
“Bom dia pra vc tb”.
A vontade era responder — “Se tivesse bom, eu te falava” — mas não fiz isso.
“Bom dia, Dona Adriana. Tá por onde?” — nunca botei tanta pontuação e maiúscula num zap.
“Besta… toh fazendo curso”.
“E a Rose?”
“No meu bolso ela naum tah”
“Gracinha”
“Ela naum vai prestar queixa se eh isso q vc qr saber”
Era isso que eu queria saber. Nem me dei ao trabalho de responder.
A Drica chegou na parte da tarde. E já me chamou na salinha.
Eu, claro, já me preparei pro pior.
— Olha, tá tudo bem. Eu falei com ela, tá tudo certo — ela já foi dizendo, mal fechei a porta — Só tenta ficar longe da estagiária por esses dias, tá? Vou falar pro Carlão dar instrução pra ela.
O alívio deve ter sido evidente na minha cara, porque ela deu um sorrisinho de leve, voltando a ficar séria.
— Finge que eu te dei uma bronca, vamos evitar o bar por enquanto.
Eu só acenei com a cabeça e voltei para o meu trampo.
“E aeh como vc tah” — a Monique perguntou no zap.
“Levando e vc?”
“Tranquilo ela jah voltou ao normal”
“Como assim?”
“Foi o q eu falei o showzinho dela foi soh pra dormir na casa da sua chefe agora ela tah me ignorando como sempre”
“Caralho, filha da puta” — eu pensei, mas a verdade é que isso me aliviou pra caralho. Se a Rose conseguiu o que queria, ela ia me deixar em paz. Na hora bateu uma dó das quatro cadeiras, ficarem na mão daquela maluca.
No dia seguinte, a Rose voltou a trabalhar como se nada tivesse acontecido.
Pelo resto da semana foi casa-trabalho, trabalho-casa. Quando eu queria tomar uma breja, ia na padaria lá da vila.
Sabadão de manhã, chegou um zap da Monique — “Saí da boate agora rola carona paizinho?”
Não devia, mas o sangue desceu, a rola subiu e logo eu estava lá na padaria tomando café com a danada.
— Vai fazer alguma coisa hoje? — ela quis saber.
— Até então nada.
— Vamos pra tua casa, então.
No carro ela já foi me punhetando. Toda oportunidade, ela baixava e dava uma chupadinha.
— O que essa sua rola tem que eu não consigo desgrudar dela, paizinho? Fiquei a semana inteira quase com saudade do seu leitinho quente.
Mal botei o carro na garagem, a Monique já veio por cima de mim. A filha da puta só levantou a saia, puxou a calcinha de lado e montou bem gostoso na minha rola.
— Delícia de rola a sua, papaizinho. Fode gostoso a sua filhinha, fode. Fode bem gostoso a sua garotinha, vai. Mete essa pica gostosa na minha buceta, anda. Assim, paizinho, me pega de jeito, vai.
A Monique rebolava com vontade no meu caralho, enquanto eu levantava a sua blusa pra chupar aquelas tetas perfeitas.
— Isso, chupa as tetinhas da sua menininha, chupa, papai. Tá gostando da xoxota da sua filhinha, tá? Vai, velho safado, fode gostoso a minha buceta, anda. Fode a sua putinha, anda. Delícia levar rola assim, paizinho. Fode a vagabundinha da sua filha, fode, papai. Eu adoro quando o senhor enfia sem dó esse seu caralho dentro de mim, assim, paizinho. Mete, assim, mete. Fode com força essa buceta, anda, papai. Fode a cadelinha da sua filha, fode, paizinho.
A filha da puta cavalgava com vontade mesmo. Na hora em que eu senti o orgasmo vindo, quis tirar ela de cima.
— Tá tudo bem, papai. Pode gozar dentro. Eu me previno. Jorra essa porra gostosa dentro da sua filhinha, jorra. Deixa eu sentir seu leitinho quente me enchendo, vai. Goza dentro da sua filhinha, anda.
Depois que ela falou essa porra, em poucas reboladas daquela raba e eu já estava ejaculando litros de porra dentro da Monique. Foi quase doloroso de tão intenso.
— Você se previne mesmo, né? — perguntei por perguntar.
— Claro, paizinho. Pode gozar dentro da sua filhinha quantas vezes o senhor quiser.
É insensato pra cacete, mas a verdade é que eu nunca antes tinha sentido tanto tesão quanto naquele momento.
Arrependimento é aquilo que bate depois que a merda já está feita. Claro que eu me arrependi de ter gozado dentro dela, mas logo estava racionalizando a situação. Eu sou um fodido, um cara que nem ganha tanto assim. Só pelo estilo da Monique e da casa que elas vivem, dá pra perceber que ela ganha mais do que o meu setor inteiro. Tipo, pelo que deu pra conhecer da Rose era mais provável ela estar vivendo de favor do que realmente as duas estarem dividindo o aluguel da casa. Então não vejo nenhuma vantagem pra ela engravidar pra tirar o meu dinheiro, sabe? Claro que essa racionalização toda era meio que uma desculpa pra mim continuar esporrando dentro dela sem culpa.
Com a Luna foi a mesma coisa. Lembro da primeira vez como se fosse ontem.
Entrei no ambiente esfumaçado e, como sempre, fechei por um momento os olhos, inspirando profundamente o ar viciado, sentindo o cheio de cigarro e perfume barato. O odor da noite. Toda a iluminação do salão era indireta. Muito néon. Muitas garotas dançando nos postes. Eu me sentia em casa. A farda preta, o paletó de couro, a camisa social. Eu sorria, enquanto explorava o ambiente. Um predador no seu habitat natural. Eu havia descoberto aquela boate em particular não havia muito tempo. As moças da recepção foram uns amores. A DJ era um show a parte: linda, espirituosa, comunicativa. Fiquei me perguntando quanto tempo ela ainda continuaria trabalhando ali, já que chamava mais atenção toda vestida do que as meninas em trajes sumários.
Boa parte das garotas que já conhecia. Algumas conhecia intimamente.
— O Dr Tequila chegou, meninas — alguém anunciou.
Eu não costumava beber tequila, mas descobri que saia mais barato do que as long necks que elas tomavam. Não porque fosse mais barato, mas porque elas não aguentavam beber muito. Exceto a Cowboy. Essa bebia que nem gente grande. Daí o apelido da moça, já que ela tomava whisky puro.
Assim que cheguei fui até a minha namoradinha de ocasião. Ela pediu uma bebida, eu chamei a tequila. Ela já foi puxando a minha pica pra fora e ficou me punhetando, me cobrindo com o seu corpo. Essa garota sabia como pegar numa rola. Aquela pegada de jeito, sem vergonha e sem miséria. Empinou a bundinha e logo meu pau estava entre as suas nádegas, enquanto a putinha rebolava gostoso. A rebolada durou até que a tequila acabasse. Foram duas doses. Depois ela foi caçar outra presa.
Eu fui para o sofá e me estiquei. Ali era o meu território, onde eu me sentia perfeitamente confortável.
Foi quando eu a vi se aproximando. O meu número. Baixinha, magrinha, cara de ninfeta, saia rodada, camisetinha e tênis. Veio como quem sabe o que quer. Mal falou “oi” e já me tascou um beijo que me deixou vendo estrelas. Montou no meu colo, abriu meu zíper e botou meu pau pra fora. Eu me encostei no sofá. Tava escuro e várias meninas rebolavam no colo dos clientes. Sua língua invadiu a minha boca de novo, enquanto suas mãozinhas delicadas cuidavam da minha rola ereta.
— Parece que o nosso beijo encaixou direitinho, paizinho.
— Eu nem sabia que podia beijar no salão.
— Não pode. Vou pagar multa por isso, mas vale a pena.
E me beijou de novo.
Eu botei a mão nos seus peitinhos, os mamilos queimando meus dedos através do tecido fino. Sem sutiã. Meio descontrolado, apertei aquelas tetas, depois enfiei a mão por baixo da camiseta dela pra sentir melhor.
Ela deu uma levantadinha, se encaixou em cima da minha pica e desceu. Senti a rola entrar gostoso na sua xoxota molhadinha.
— Certamente não pode fazer isso.
— Não pode mesmo, mas não tô conseguindo resistir — ela falou entre gemidos.
Ela rebolou gostoso na minha pica, meu coração aos pulos tentando esquadrinhar o ambiente pra ver se tinha mais alguém vendo o que rolava bem no meio do salão.
Uma hora, eu tive que tirar ela de cima de mim, guardar a pica de qualquer jeito, puxá-la pela mão e arrastá-la para o quarto.
Na pressa, ela nem pegou suas coisas. Eu acertei no caixa e a gente foi subindo pela escada interna. Mal chegamos no quarto eu voltei a comer aquela bucetinha deliciosa dela. Foi quando eu percebi que ela não usava calcinha também. Isso me deixou completamente transtornado. Eu tava só com a rola de fora e ela também completamente vestida. Eu apalpava as tetinhas dela por baixo da camisa e ela gemia com gosto a cada metida.
A menina fodia com tanto gosto que não demorou nada nada pra mim gozar. Me senti num filme pornô. Assim que anunciei o orgasmo, ela ajoelhou aos meus pés. Urrando, eu ejaculei na boquinha da danada.
— Leitinho gostoso o seu, paizinho — ela falou depois de engolir.
Eu sentei na cama, tentando recuperar o fôlego. Nunca antes eu ficara tão desesperado pra comer alguém.
— Qual é o seu nome mesmo?
— Ah! É Luna, muito prazer.
— Caralho, o prazer é todo meu, Luna.
Normalmente o programa acaba quando o cliente goza. E eu nunca tinha gozado tão rápido. Mas Luna nem fez menção de ir embora. A gente ficou conversando. Ela massageando as minhas bolas, eu bolinando aquelas tetinhas gostosas dela.
— Me dá seu celular, paizinho. Deixa eu te passar o meu número.
Antes de conhecer a Luna, eu não tinha esse fetiche por incesto. Nem sei mesmo dizer se é um fetiche por incesto ou se toda vez que a Monique me chamava de “paizinho” eu acabava me lembrando da Luna. A cabeça da gente faz umas conexões doidas.
Eu e a Monique subimos pra casa, liguei o rádio e o que tava tocando? A Quarta Cadeira.
“Tá viciando outra boca, como fez com a minha. Esse frio na barriga já me pertenceu. Ele só tá te amando desse jeito. Porque ainda não te conheceu direito. Mas o fim dessa história é sempre o mesmo. Ela vai dar sorrisos durante o beijo. Você vai gostar. Vai planejar uma vida deitada em seu peito. Cê vai acreditar. Vai te amarrar de um jeito. Vai usar o mesmo beijo que usou pra te ganhar. Pra se despedir sem se explicar. Tô numa mesa com quatro cadeiras. Aqui já tem três enganados por ela. Bebendo, esperando a rasteira que você vai levar dela. Fica tranquilo, que a quarta cadeira te espera. Tô numa mesa com quatro cadeiras. Aqui já tem três enganados por ela. Bebendo, esperando a rasteira que você vai levar dela. Fica tranquilo, que a quarta cadeira te espera. Não adianta se iludir Seu copo já tá cheio aqui pra te acudir”.
É por essas e por outras que eu não consigo culpar o Beta, sabe? Uma chave de buceta bem dada desarma completamente o sujeito. Assim como foi com a Luna, eu sabia que a Monique tinha o poder de foder a minha vida na hora em que ela quisesse. Felizmente, a Monique não é a Rose, senão eu tava mesmo na bosta.
Eu passei o fim de semana inteiro fodendo a bucetinha da Monique, a gente só parava pra se alimentar. A safada ainda gostava de se exibir pro entregador, deixando os caras sem rumo com seu jeitinho de menina levada.
Segunda-feira de manhã eu tava com aquele sorrisão aberto na cara.
Enfim, sem a Drica e a Távola Redonda, eu voltei a frequentar o bar sozinho. Sozinho não, né? Com a galera do boteco, meus camaradas de copo.
A Drica passou a dar carona pra Rose todo dia, assim como eu continuava bancando o Uber pra Monique.
Foi só no final do mês que a Drica voltou a frequentar o bar. Do nada, ela apareceu, quando eu estava discutindo com uns lulafetivos e patriotários que apareceram por lá.
Veio a comitiva completa. Até a Rose tava me tratando bem, com aquela falsidade que lhe é peculiar.
Como de hábito, eles juntaram as mesas na calçada e ficaram bebendo por lá, mas na falta da Bruninha e da Monique, eu acabei sobrando.
A Bruninha devia ter tomado uma comida de rabo de alguém, porque não estava falando comigo direito. Ou então o Carlão tava passando a rola, o que não é de se duvidar. De qualquer modo, eu estava mais interessado em ver notícias pelo celular do que propriamente o que rolava na mesa.
Eles combinaram outra bagunça na casa da Drica, assim que caísse o pagamento. Quado os casados foram embora, eu inventei uma desculpa e saí também. Não queria ficar lá só com a Rose e a Drica. Nada contra a Drica, mas quanto mais longe da Rose, melhor.
Se o Juba não estivesse me enchendo tanto o saco pra ir no churras lá na casa da Drica – e se eu não tivesse tanta consideração pelo cara – eu teria inventado uma desculpa qualquer pra ficar em casa.
No final, eu fiquei mais tempo conversando com os agregados da Drica do que qualquer outra coisa. Exceto pelo Juba, eu mal conversei com o resto da Távola Redonda. E, como a Drica estava sempre agarrada à Rose, eu as ignorei solenemente. Ironicamente, foi o porra louca do Luquinha que salvou a minha noite. Ele é um nerdola de carteirinha e lembrou de mim mesmo, quando era aficcionado por quadrinhos nos meus idos dias de menino. E, naquela onda de filmes da Marvel a nerdice estava na moda de novo. Marquei com ele de irmos em um evento nerd que estava por acontecer.
Pelo grupo do zap eu falei com meus camaradas dos meus áureos tempos de nerdice, para reunirmos de novo a banda. A maioria dos meus camaradas agora morava longe, mas o Shakira ainda estava na vila, assim como o Bocaberta e o Biroleibe. Outros, como o Bussunda e o Comequieto moravam longe, mas conseguiriam ir de qualquer jeito.
Pensei que o Luquinha tivesse uma galera, mas ele só levou a Bia e as gêmeas mesmo.
Foi do caralho. No tal evento tinha quadrinhos, games, cosplay e até umas mesas de RPG. O porra do Bussunda me convenceu a mestrar um one shot, porque não tinha narrador de Storyteller lá no evento. Enquanto os outros se divertiam, lá estava eu narrando para o Bussunda, o Luquinha, as gêmeas – que nunca tinham jogado RPG na vida – e um bando de outros curiosos que juntaram. Elas adoraram. A partir desse dia, o Luquinha me elegeu melhor amigo, sempre que a sua ex liberava as gêmeas para visitarem o pai, ele colava em casa pra gente jogar uns games e/ou RPG.
Na minha época, a coisa mais rara era mulher jogando games ou RPG. A Bia não era de jogar muito, mas as gêmeas, por conta da criação heterodoxa do Luquinha, pareciam dois moleques. Na verdade, o pai delas era pior. Já vi as filhas dando lição de moral no pai. Era comum o Luquinha ficar com as filhas e ignorar solenemente a esposa. Então me vi na obrigação de fazer sala pra Bia, enquanto o marido dela bagunçava a minha casa toda com as enteadas dela.
— Você tá brigado com a mamãe? — ela perguntou uma vez.
— Não — eu respondi — ela te falou isso?
— Ela diz que você tá distante.
— Eu não tô distante dela. Tô distante da Rose.
— Ah! É, a Rose tem probleminha.
— Porra, bota probleminha nisso. Fala pra tua mãe ficar esperta com aquela ali.
Achei estranho a Drica falar de mim pra Bia. A despeito dos churras que a gente fazia lá, acho que eu era o único do trampo que realmente chegou a conversar com a família da Drica. O resto da Távola Redonda se limitava a bajular a Drica. Tá, talvez com exceção do Juba, que era o maluco mais gente boa da gangue.
O Luquinha pediu meu endereço, porque ele ia pedir comida pra gente. Eu passei e continuei conversando com a Bia.
Quando a campainha tocou, o Luquinha pediu a chave. Caraca, o malandro era entrão mesmo. Não que eu me importasse, quem se acostuma com o Bocaberta consegue tolerar qualquer um.
De repente, eu ouço a Monique conversando com as gêmeas. Que porra? Pensei que o Luquinha tinha chamado o iFood e não o iFode. O que a GP tava fazendo ali? E essa não foi a grande surpresa do dia.
Assim que cheguei na sala me deparei com a última pessoa que eu esperava encontrar na vida.
— Lobão — o Luquinha dizia — quero te apresentar a minha ex-esposa: Andressa. Andressa, esse é o Lobão, meu mais novo melhor amigo.
Lá na minha sala, a mulher de quem eu por quem eu me apaixonara no puteiro, a amiga que falou de mim para a Monique, a primeira que me deu tesão ao me chamar de “paizinho”. A própria Luna, em carne e osso.
Tirando a Monique, acho que ninguém mais percebeu, mas meu coração estava a mil, ainda mais quando a “ninfetinha” se aproximou e deu aquele beijo gostoso e molhado no meu rosto.
— Prazer, Lobão! — aquele corpinho tesudo dentro do qual eu ejaculara tantas vezes, se apertado contra mim.
— O p-prazer é meu, hã, Andressa.
Assim que deu, eu puxei a Monique de canto.
— Que porra é essa, Monique?
— Que foi, paizinho?
— Como assim: “que foi, paizinho”? O que que a Luna tá fazendo aqui?
— Ah, cê tá achando que fui eu quem trouxe? Não foi não, paizinho. Pelo contrário, por mim, ela estaria longe.
— Então, como foi que — eu comecei a falar e me interrompi. Fui eu quem deu o endereço pro porra do Luquinha. Achei que ele tava pedindo um iFood, mas ele tava falando com a Luna – Andressa, a sua ex-mulher e mãe das gêmeas – no zap, telefone, sei lá. Caralho, muita cara de pau do maluco fazer a ex-mulher de entregadora de comida. Bem, a verdade e que ele tava sem grana e chamou a ex pra pegar dinheiro com ela. Ele e a Rose formariam um par perfeito.
Sentei desolado na cadeira na varanda.
Chegou a pizza, mas eu estava sem fome. Peguei só um pedaço e voltei pra varanda, sem querer falar com ninguém. Foi quando a Lunandressa veio atrás de mim.
— Oi — ela falou.
Deus, ela parecia não ter envelhecido um dia. A mesma cara de menina sapeca que eu conheci lá no puteiro. A mesma voz angelical, os mesmos cabelos castanho-claros, os mesmos olhos verdes.
— Oi — eu falei, sem conseguir evitar o sorriso, o coração batendo descompassado, a ereção.
— Então é aqui que você mora.
— É aqui que eu moro.
— E-eu não esperava te encontrar.
— Somos dois, Luna. Somos dois.
— Valeu por não ter. Você sabe.
— Eu nunca falaria nada, você sabe.
— Eu sei, paizinho.
Eu tive que travar os dentes. Toda sorte de putaria passou pela minha cabeça naquele momento. Umas cenas de filme pornô mesmo. Fosse em outro lugar qualquer, eu estaria puxando a ninfetinha pelo braço e levando pra dar uma foda bem dada.
— Não faz isso, Luna. Não me chama assim.
Caralho, a minha vida deu outra guinada de cento e oitenta graus e, pra variar, esqueceram de me avisar.
FALA GALERA
Quem chegou até aqui, não esqueça de deixar umas estrelas e fazer algum comentário, para dar aquela moral.
AS QUATRO BUCETINHAS DO TRAMPO:
Bel: a comportadinha.
Rose: a mesa com as quatro cadeiras.
Bruninha: a estagiária gostosinha.
Drica: a nossa nova supervisora.
AS QUATRO CADEIRAS DA ROSE:
Beta: a primeira cadeira.
Pogobol: a segunda cadeira.
Beque: a terceira cadeira.
Roger: a quarta cadeira.
OS GARANHÕES DO TRAMPO:
Juba: casado, mas pega todas.
Grilão: marido da Natália, aquela delicinha.
OUTROS COLEGAS:
Gepeto: o veterano do setor.
Biri: ou Berinjela, nosso delegado sindical.
Papa Anjo: casado, gosta de novinhas.
Toninho: nosso gerente.
Carlão: o outro supervisor.
FILHOS DA PUTA:
Thiagão: gerente de outro setor, que tem raiva da Drica.
DAMAS DA NOITE:
Monique: divide o aluguel com a Rose.
Luna/Andressa: uma dama da noite que fez a minha cabeça.
Cowboy: dama da noite que ganhou esse apelido por beber whisky puro.
FAMÍLIA E AGREGADOS DA DRICA:
Fabi: filha do meio.
Aninha: filha caçula.
Seu Pereira: pai da Drica.
Dona Gertrudes: mãe da Drica.
Augusto: pai do Luquinha.
Giovanna: mãe do Luquinha.
FAMÍLIA DA BIA
Bia: filha mais velha da Drica.
Luquinha: namorado da Bia, portanto genro da Drica.
Mia e Gi: filhas gêmeas do Luquinha de outro casamento, ou seja, enteadas da Bia.
CAMARADAS DAS ANTIGA
Shakira
Bussunda
Biroleibe
Shakira
Bocaberta
Comequieto