Naquela mesma noite, Francis compareceu ao necrotério onde o Doutor Jenkins finalizava a necrópsia no corpo da jovem encontrada em Whitechapel. “Vou lhe dizer uma coisa, rapaz …, esse sujeito é caprichoso! Fiquei impressionado com os cortes precisos!”, comentou o médico legista com tom entusiasmado assim que o jovem inspetor adentrou no subsolo do edifício que abrigava os exames cadavéricos; Francis já se acostumara com a iluminação malcheirosa das tochas fixadas nas paredes e também com o odor acre que pairava sobre o ambiente que nada mais era que uma antiga catacumba encravada na rocha que servia aos seus propósitos.
-E o que mais tem a me dizer, doutor – perguntou o rapaz aproximando-se do corpo eviscerado da jovem posto sobre a prancha de madeira enegrecida pelo sangue ressecado mirando seu rosto que não mais guardava aquela expressão quase angelical – Algo sobre o láudano …, ou sobre o licor?
-Ah, sim! O Láudano extraído do ópio era de uso cirúrgico! – respondeu Jenkins ainda tomado pela exaltação – E o licor …, o Beijo da Serpente!
Ao ouvir aquelas palavras Francis viu sua mente tornar-se enevoada com um pressentimento que o levou para um local que apenas ele sabia onde ficava. Durante a colonização britânica do Oriente Médio, um jovem médico dos Fuzileiros Navais de sua Majestade descobrira as propriedades medicinais da papoula, em especial um licor destilado combinado com absinto que possuía como característica principal causar um efeito anestésico incomum no qual a pessoa perdia completamente a capacidade de reagir, mantendo-se porém consciente e sensível a tudo que acontecia ao seu redor. Mais tarde esse jovem médico tornar-se-ia um eminente professor e também o responsável pela saúde da Rainha e de seus familiares …, seu nome era Jonathan Leister.
Naquela noite pouco antes de seu casamento, Francis fora convidado pelo Duque de Wellington e seu grupo de nobres esnobes para uma despedida de solteiro; ela ocorrera em um requintado clube conhecido por sua discrição quanto ao que se passava dentro de suas paredes e dado o envolvimento nascente entre o Duque e o jovem policial este era seu presente de casamento; não demorou para que o local se tornasse um verdadeiro antro de luxuriosa depravação com homens e mulheres trocando beijos e carícias coletivas.
-Meu amigo, quero lhe apresentar Mei – acercou-se o Duque a Francis trazendo pela mão uma linda jovem oriental cujo olhar era cativante – Ela é uma pérola vinda da China e quero que você a trate bem, compreendeu?
Mei trajava apenas um vestido longo cuja transparência era por demais reveladora de um corpo esguio ressaltando suas formas insinuantes; antes que Francis pudesse esboçar uma resposta Mei segurou seu braço puxando-o em direção a um corredor que dava para a área mais restrita do clube; adentraram em uma espécie de quarto todo decorado com tons de vermelho rubro e assim que Mei fechou a porta livrou-se do vestido pondo-se nua diante do jovem policial; caminhou até uma mesinha onde pousavam uma garrafa de cristal, um pequeno frasco e dois cálices. Ela cuidou de preencher um deles com partes iguais de ambos os recipientes, retornando para próximo de Francis enquanto lhe estendia a bebida.
O jovem policial mirou o rosto de expressão lasciva da oriental e tomou o cálice na mão sorvendo seu conteúdo em um só gole; repentinamente ele viu sua visão ficar turva enquanto sua consciência parecia liquefazer-se; incapaz de reagir Francis viu-se sob o domínio de Mei que o deixou nu levando-o para a cama onde fê-lo deitar-se. Aninhada entre as pernas do rapaz, Mei segurou seu membro rijo passando a lambê-lo meticulosamente com os olhos atentos ao seu rosto; Francis podia sentir aquela língua hábil deslizando sobre sua vara que pulsava dolorosamente ante sua rigidez, muito embora não pudesse reagir em retribuição.
Arrepios percorreram seu corpo quando a oriental abocanhou a ferramenta fazendo-a desaparecer dentro de sua boca passando a sugá-la ardorosamente, ora cuspindo, ora engolindo-a novamente, gesto que ela não apenas repetiu infindáveis vezes como também tornou mais arredio ampliando as sensações que varriam o corpo do rapaz que via-se submisso ao arroubo de sua parceira sem que pudesse esboçar sequer uma reação digna. Mei deliciou-se com o membro de Francis até o momento em que tomando nova iniciativa subiu sobre ele pondo-se de cócoras ao mesmo tempo em que mantinha o membro firme em uma de suas mãos; com movimentos lentos e cadenciados ela foi descendo em direção ao bruto gingando o corpo para frente e depois para trás permitindo que sua vulva se esfregasse sobre a glande.
Mei exibia um sorriso irônico comprovando divertir-se com o martírio imposto ao seu parceiro que experimentava um amálgama de reações sensoriais que transtornavam não apenas seu corpo, mas muito mais a sua mente que via-se impedida de corresponder ao que mais se assemelhava a um doce castigo que era sorvido em goles pela parceira habilidosa em enlouquecer os homens; sem prévio aviso, Mei desceu sobre o membro que foi inteiramente engolido por sua vulva quente e muito molhada causando tal impacto em Francis que esboçou uma reação que resultou apenas em seu enorme esforço sem qualquer efeito.
Mei começou então a subir e descer sobre o corpo de Francis que podia sentir o membro entrar e sair da vulva ardente provocando um torvelinho sensorial que explodia em suas entranhas sob a forma de longos arrepios, demorados espasmos e pulsações arteriais escruciantes e tudo isso sem que ele pudesse reagir tomando o controle da situação; após muito tempo um longo espasmo denunciou a aproximação de seu ápice; nesse instante Mei soltou para fora da cama dirigindo-se até uma cômoda de onde retirou uma tira de couro cru; ao retornar cuidou de garrotear o membro de Francis enlaçando também as bolas apertando dolorosamente causando uma dor escruciante.
-Este e o beijo da serpente – sussurrou ela ao retomar a posição anterior permitindo que sua vulva engolisse o membro inchado em seu interior – é a serpente que manda, que ordena e que comanda!
Imediatamente Mei reiniciou o sobe e desce com alguns intervalos onde cuidava de “morder” o falo contraindo seus músculos vaginais causando indescritíveis sensações em seu parceiro que sentia sua consciência perder-se em meio a um bruma de alucinações onde seu corpo era apenas um objeto de prazer sob o domínio da jovem oriental cuja delirante performance tinha como objetivo extrair dele o máximo de prazer que seu corpo pudesse lhe proporcionar. Sem qualquer noção de tempo e espaço, Francis via sua mente obscurecer definhando em um vale de excitação sem fim até o instante em que seu corpo recebeu uma descarga elétrica tão intensa que seu gozo eclodiu fluindo em jatos expelidos mediante pulsações vibrantes que sacudiam seu corpo de um modo involuntário e descontrolado; ao encerramento do périplo, Francis desmaiou.
-Por fim, temos um enigma – asseverou o legista fazendo o inspetor retornar à realidade – veja essa escarificação aqui …, no baixo ventre …, foi feita após depilarem a genitália!
Francis observou relevo escarificado que parecia ser duas serpentes enroladas uma na outra. “Domínio mental! Um dos pilares do Conhecimento Hermético! Só pode ser isso!”, concluiu Francis que deu as costas ao legista correndo para fora do necrotério. Com a mente vibrando tomada por diversos pensamentos em um quase caos intelectual, o jovem inspetor corria como louco pelas ruas pedragosas e lamacentas da cidade e mal teve tempo de se identificar ao entrar no edifício-sede da polícia inglesa.
-Sargento! Isto é Inspetor-chefe …, acho que temos o fio da meada! – gritou Francis ao passar pela sala d seu superior enquanto se dirigia para a sala de conferências onde tomou um bastão de giz escrevendo palavras sobre o quadro-negro enquanto falava sem parar. Gormley encostou seu corpanzil no batente da porta ao mesmo tempo que outros investigadores se aglomeravam atrás dele; todos sabiam da inteligência arguta de Francis Abbeline.
-Estamos diante de um gênio perigoso – começou o jovem policial – ele não é um psicopata, é um sociopata convencido de que é o responsável pelo aprimoramento da humanidade …, o láudano e o licor são “o beijo da serpente”; foi assim que ele imobilizou aquela mulher e fez dela seu primeiro exemplar …, o único órgão interno que ele retirou dela foi o fígado …
-Então não tem nada a ver com o estripador! – interrompeu o Inspetor-chefe querendo saber mais.
-Não! Não tem – respondeu Francis enfático continuando sua explanação – o uso da beberagem significa o domínio mental e o órgão extraído representa Prometeu …, o mortal que desafiou os deuses! Ele é Prometeu!
A dezena de olhares embasbacados e o sorriso orgulhoso de Gormley resultaram em uma salva de aplausos ao raciocínio de Francis. “Bom, chefe, para isso preciso ver alguém!”, respondeu o jovem investigador quando seu superior perguntou qual o próximo passo. Algumas horas depois, Francis saltava da carruagem diante de um imponente casarão nos arredores da cidade; ele estava nos domínios de William, o Conde de Suffolk; permaneceu na sala de estar enquanto um criado anunciava a sua chegada. “Francis! Que bom revê-lo! Faz tempo, não é?”, saudou o jovem que desnudo adentrou na sala. William era um jovem de beleza clássica com formas bem definidas e dotado de um falo cuja anatomia beirava a perfeição divina deixando o policial um tanto inquieto esforçando-se para controlar sua libido.
-Sim, faz um bom tempo – respondeu Francis sentando-se em uma poltrona – mas estou aqui a serviço e preciso de sua ajuda.
-Pois bem, já que minha nudez não o incitou, me diga em que posso lhe ser útil – respondeu o nobre sentando-se na poltrona bem a frente de Francis fazendo questão de manter as pernas abertas.
-Preciso saber quem ainda produz O Beijo da Serpente – respondeu Francis remexendo-se incomodado sobre a poltrona – eu digo alguém que o produza não comercialmente …, mas que possa fornecer.
-Eu tenho um nome sim, mas sabe que tudo na vida tem um preço! – respondeu William com ironia na voz – Aliás, sabe quem está na cidade …, Grou …, lembra-se dele?
Francis sentiu um calafrio percorrer a espinha ao ouvir aquele nome, mas ele sabia que William tinha algo em mente envolvendo Grou – Então, ele está vindo para cá nesse momento …, podemos vê-lo e depois …, posso dar a informação que você precisa. E foi nesse momento que um criado anunciou a chegada do convidado.
Grou era um transsexual birmanês; quando seu país foi ocupado pela Coroa Inglesa, os pais escondiam suas filhas dos soldados sempre em busca de sexo fácil e ofereciam em troca os filhos; com o passar do tempo isso tornou-se uma prática tradicional nas famílias e muitos desses jovens eram desde cedo a abandonar hábitos e gestuais masculinos, feminilizando-se ao extremo. Francis mirou sua figura ao apresentar-se: Grou tinha formas e semblante femininas que guardavam uma beleza insólita já que facilmente seria confundida com uma mulher de fato com suas mamas delicadas e firmes, suas pernas torneadas e suas nádegas roliças, além de um rosto que oscilava entre o angelical e o demoníaco; ao ver Francis o olhar de Grou pareceu acender uma labareda e Grou correu em sua direção abraçando-o mais que afetuosamente.
Francis não teve tempo de ensaiar uma reação já que Grou segurou seu rosto colando seus lábios aos dele encerrando um longo e profundo beijo; William os observou por algum tempo antes de entrar na diversão, não demorando para que o trio estivesse sem roupas envolvidos em beijos carícias e apalpações. “Acho melhor preservarmos nossa privacidade do que vem a seguir …, afinal, não quero meus serviçais masturbando-se enquanto nos observam …, vamos para meu quarto!”, sugeriu o nobre indicando a direção do amplo corredor que dava para a área reservada da propriedade.
Sobre a cama ampla Francis deitou-se de barriga para cima enquanto William e Grou vinham sobre ele segurando seu membro rijo e disputando-o com beijos, lambidas e chupadas ao mesmo tempo em que beijavam-se fervorosamente desfrutando de luxuriosos sabores; coube a Grou tomar a dianteira colocando-se de cócoras sobre o corpo do jovem policial e procurando o melhor modo de encaixar seu orifício até enluvar o membro iniciando febris movimentos de sobe e desce usufruindo de ver-se penetrada tão profundamente; Francis segurou-a pela cintura ao mesmo turno em que William vinha sobre eles abocanhando o minúsculo apêndice de Grou sugando-o com enorme voracidade.
Os movimentos de Grou tornavam-se cada vez mais febris e indômitos assim com a boca ávida de William saboreando o membro diminuto da transsexual. A certa altura William mudou de posição colocando seu membro rijo ao alcance da boca de Francis que não titubeou em abocanhá-lo premiando o parceiro com uma sequência de sugadas tão ávidas que fizeram William jogar a cabeça para trás gemendo em pleno cio. O trio depravado prossegui naquela cópula insólita que culminou com a capitulação de Francis em um gozo profuso cujos jatos de esperma inundaram as entranhas de Grou que gritava ensandecido sentando sobre o membro de seu parceiro e rebolando como se almejasse esgotá-lo por completo; nesse ínterim, William também atingiu seu ápice insistindo em sacar seu instrumento da boca de Francis enquanto ejaculava sobre seu rosto deixando-o lambuzado de seu sêmen quente e espesso.
Exauridos, Francis, William Grou permaneceram estirados sobre a cama dedicando-se a recuperar o folego para que suas mentes tornassem a tomar pé da realidade a sua volta. Algum tempo depois, Francis foi tomado de assalto por Grou que o pôs de bruços ajoelhando-se entre suas pernas e separando suas nádegas para que pudesse linguar o rego entre elas. Francis não conteve os gemidos e suspiros resultantes da língua hábil do transsexual que dedicava especial atenção ao selo anal do policial chegando a simular uma penetração com a ponta de sua língua.
Após o desfrute oral Grou dedicou-se a mamar a pistola de William ganhou corpo dentro de sua boca até tornar-se rija mais uma vez. “Se você pensa que vai escapar de mim, esqueça!”, sussurrou o nobre no ouvido de Francis enquanto permitia que Grou manipulasse sua ferramenta pincelando o rego do policial indicando que a curra seria inevitável. Num movimento impetuoso, William fincou a glande no selo anal de Francis que viu-se obrigado e soltar um grunhido rouco enquanto suas mãos apertavam o tecido do lençol. Grou não aceitou a passividade de uma mera espectadora e logo pôs diante do rosto de Francis, puxando-o pelos cabelos esfregando seu pequeno membro rijo nos lábios do rapaz que não resistiu ao desejo de saborear aquela coisinha suculenta.
O ambiente ficou carregado de luxúria anunciada por gemidos, gritos e grunhidos que prolongaram-se com tal magnitude que Francis temeu perder os sentidos ante os golpes contundentes do nobre em seu traseiro impondo dor e ardência somados ao delírio de lamber e sugar a pequena ferramenta de Grou; todavia, a medida em que aquele interlúdio devasso seguia seu curso, Francis já experimentava uma nova onda de prazer manifestada em uma ereção descontrolada, o que culminou com um clímax mútuo; Grou despejou sua pífia carga espermática na boca de Francis que ao mesmo turno tinha suas entranhas irrigadas pelo gozo abundante de William, com ele próprio usufruindo de uma ejaculação sem que fosse preciso uma manipulação. E finalmente o trio capitulou diante da exaustão que tomava conta de suas mentes e também de seus corpos.
Sem noção de quanto tempo havia decorrido dentro daquele quarto, Francis entreabriu os olhos com alguma dificuldade firmando a visão turva até conseguir vislumbrar ao seu redor vendo-se sozinho no ambiente; enquanto ele se esforçava para levantar-se da cama, a porta do quarto se abriu e um criado surgiu trazendo entre os braços as roupas do policial. "Sir William o aguarda na varanda leste", disse o sujeito com tom monocórdio estendendo as roupas para o policial; caminhando com alguma dificuldade após trajar suas roupas Francis dirigiu-se ao local indicado pelo criado.
Ao redor de uma mesa com tampo de vidro e coberta de iguarias e bebidas quentes estavam William e Grou ambos nus devorando o que havia pela frente. Francis sentou-se e um criado lhe serviu café que ele sorveu em longos goles. “Muito bem, depois de tudo isso me diga o que eu preciso saber William?”, perguntou o policial com tom comedido. William fitou o rosto de Francis e após um breve silêncio ele começou a falar.
-Ouvi falar do tal crime em Whitechapel e procurei saber mais – discorreu ele com tom calmo – como você já sabe nada tem a ver com o Estripador …, tem a ver com submissão …, da humanidade, ou pelo menos do Império Britânico …, trata-se de alguém que tem livre circulação pela Maçonaria, Ordem da Jarreteira, Templários, mas principalmente com os Illuminati …
-Illuminati? Sempre pensei que fosse uma lenda – interrompeu Francis um tanto cético.
-Eles não são uma lenda e agora podem se tornar um pesadelo – emendou William retomando o discurso – esse sujeito trouxe para si o cânone: "colocar fim às maquinações dos perpetradores da injustiça, controlá-los sem dominá-los" …, esse é o seu homem!
-E como vou reconhecê-lo …, ou melhor, encontrá-lo! – questionou Francis ainda incrédulo.
-Ele não é daqui – respondeu William ainda comedido – é um estrangeiro de pele morena que tem uma tatuagem do Olho de Osíris no lado esquerdo do pescoço; é tudo que eu sei.
-Olho de Osíris? Eu sei quem é! – atravessou Grou quase engasgando com o café – Ele frequenta o Covil da Concubina …, se quiser eu posso levá-lo até lá.
Cassandra, a concubina; Francis a conhecia muito bem, pois foi ela que lhe apresentou Marie Shelly, a linda ruiva de sorriso ardente; foi a única vez que ele esteve com outra mulher após o falecimento de Madeleine; aquela jovem de pele alva, seios pequenos, bunda saliente e aspecto jovial mostrou-se um vulcão em constante erupção sobre a cama; jamais ele fora usado por uma mulher daquele jeito; principalmente quando ela meteu o indicador em seu selo anal ao mesmo tempo em que garroteava suas bolas dando-lhe a impressão que seu membro explodiria usando sua língua ferina para lambê-lo sofregamente controlando o momento em que seu gozo sobreviria, algo que somente aconteceria se ela quisesse, e mais ninguém.
Valendo-se de uma armadilha árabe, Marie prendeu o membro puxando-o por meio de um cabresto enquanto sentava-se sobre ele deixando-se invadir pelo bruto até tê-lo dentro de si iniciando uma sucessão de movimentos de sobe e desce domando o macho ao puxar a tira de couro apertando a armadilha que não apenas imobilizava seu parceiro como causava-se uma estranha experiência sensorial mesclada de dor e prazer. Por mais que quisesse, Francis não era capaz de desvencilhar-se da fêmea que ao mesmo tempo em que exibia uma expressão quase sádica, beijava-o carinhosamente sussurrando doces palavras em seu ouvido.
E foi assim por horas a fio, com Francis submetido á vontade de Marie que não dava sinais de arrefecimento, mesmo após te desfrutado de uma enxurrada de orgasmos que chacoalhavam seu corpo impondo que ela gritasse ensandecida e ainda assim mostrando-se insaciável. Antes do término da cópula ela o libertou de sua prisão sexual entregando-se a ele de uma forma renovada como se fosse outra mulher; aquela mais amável, mais doce e mais sensual que um macho pode imaginar …, e por um breve instante, Francis sentiu-se remetido ao passado e aos braços de sua Madeleine; ele jamais soube o que aconteceu depois, já que Marie desapareceu subitamente do quarto sem deixar qualquer vestígio de sua presença, exceto o doce aroma de jasmim que permaneceria impregnado no corpo e na mente do policial por muito tempo.
-Está bem, Grou, você me leva até o Covil – arrematou o policial – mas sem truques, entendeu? Posso confiar em você? Grou mirou o rosto de Francis e acenou em concordância.