Ela agora estava abraçada às próprias pernas, me encarando de uma forma curiosa que eu não conseguia definir. Havia lágrimas em seus olhos, mas também um sorriso de satisfação, de felicidade que eu não entendia bem. Pensei que talvez eu não conhecesse minha esposa, mas ela logo desfez minhas dúvidas, quando se sentou em meu colo e me abraçou o pescoço, dizendo:
- Eu preciso ir mais na igreja e agradecer a Deus por ter te colocado no meu caminho. Nunca imaginei que um homem pudesse me amar tanto assim. Nunca! Obrigada por não desistir de mim.
- Então, para de propor isso para mim. - Pedi quase suplicando: - Esquece desse cara e vamos seguir nossa vida.
- Vamos, mas...
- Mas o quê, Fernanda!?
- Mas antes eu quero ter essa última transa com o Rick e você vai estar junto comigo. É só o que eu te peço e garanto, por tudo que é mais sagrado, que você vai gostar.
(CONTINUANDO)
- Porra, Nanda, você não registrou nada do que a gente acabou de conversar?
Eu estava irado e tentando tirá-la de cima de mim, mas ela trançou as pernas em minha cintura, segurando-me na cama e insistiu:
- Mark, para! Olha pra mim. - Pediu carinhosamente e eu a encarei, bravo: - Você não confia em mim? Não acredita no que eu sinto por você?
- Já não sei!
- Poxa…
- Quer que eu responda o quê? Que quero te assistir berrando no pau do cara que quer tomar você para ele?
- Mark, a primeira parte eu até quero sim porque sei que você curte! - Disse com um sorriso reconfortante no rosto: - Mas a segunda, é ele querendo, não eu.
- Sai do meu colo, Fernanda! - Falei e respirei fundo, duas vezes para não explodir: - Eu não vou! Se você faz tanta questão assim e se garante, vá sozinha. Depois a gente vê o que faz.
- Você vai pensar melhor e vai atender esse meu pedido e sabe porquê? Porque você é o meu homem e eu sou sua mulher, além de que sabe também que, bem aqui no fundo… - Disse tocando no meu peito, sobre o meu coração: - Ninguém nesse mundo pode te superar. Nin-guém!
Balancei negativamente minha cabeça e depois de quase brigar com ela, consegui tirá-la do meu colo só para ver que seus líquidos haviam molhado minha calça. Troquei de calça e quando já me encaminhava para a porta da rua, afim de voltar ao meu escritório, ela me avisou:
- Te mandei o áudio da conversa que tive com ele, os “prints” da tela do meu celular para você ver que eu o bloqueei e também o telefone dele. Eu te conheço bem demais e sei que saberá tomar a melhor decisão. Eu te amo demais, ouviu, meu ogrinho!
- Às vezes, nem parece, Nanda. Juro que não parece. - Respondi, naturalmente sem qualquer entusiasmo.
Em meu escritório, minha secretária naturalmente deve ter estranhado o fato de eu ter trocado de calça, mas graças a hierarquia, não me perguntou nada. Fechei-me em minha sala e a maldita curiosidade de meu lado feminino, obrigou-me a ouvir aquele áudio da conversa entre a Nanda e o Rick:
Ele - “Oi, amor, bom dia. Estou com uma puta saudade de você, sabia?”
Ela - “Amor! Tá louco, Rick!? Sou amor só do meu marido e espero que das minhas filhas também.”
Ele - “Você pode até não me amar, mas não pode impedir que eu te ame, Nanda. Meu sentimento por você é meu, que eu espero que possa ser nosso o quanto antes, é claro.”
Ela - “Eu discordo! Sou da opinião que amor é um sentimento que só pode existir quando duas pessoas o cultivam juntas. Se cultivá-lo sozinho, ele morrerá, mais cedo ou mais tarde.”
Ele - “Talvez por isso eu queira tanto você ao meu lado…”
Ela - “Talvez por isso eu ame tanto o meu marido, porque ele já o cultiva comigo há um bom tempo, né?”
Ele - “Poxa, Nanda, me dá uma chance!?”
Ela - “Chance de quê? De criar uma expectativa, de se magoar por não conseguir o que queria? Rick, pelo amor de Deus, você precisa encontrar uma mulher descompromissada para descarregar todo esse seu sentimento, cara! Isso não é saudável.”
Ele - “Eu já achei! Só não consegui convencê-la ainda…”
Ela - “Não, você não achou. Você só encontrou uma mulher que idealizou ser “aquela”, entende?”
Ele - “Nossa, que mulher complicada… Amo ocê dimais da conta, sabia?” - Deu uma risada e continuou: - “‘Cháeufalá’? Quando é que a gente vai curtir aquele final de semana? Você me prometeu, hein?”
Ela - “Prometi e, desculpa, não vai rolar! Conversei com o Mark e ele não aceitou isso de forma alguma. Achou uma bizarrice e, pra falar a verdade, realmente é! Eu não preciso te provar nada. Amo o meu marido e não procuro substituto.”
Ele - “Então, você não gosta de mim? Não sente nada por mim, é isso?”
Houve um breve silêncio. Provavelmente a Nanda estivesse processando a melhor resposta que poderia dar e soltou em seguida com uma honestidade que me doeu:
Ela - “Gosto! Eu não vou negar isso para você ou para mim, mas gostar é muito diferente de amar e amor eu só tenho pelo meu marido e minhas filhas.”
Ele - “E aquela história de paixão?”
Ela - “Não sei realmente se me apaixonei por você, Rick. Talvez sim, porque paixão pra mim é aquela vontade de rasgar a outra pessoa no meio para ter e dar prazer. Mas amor, que é aquele sentir falta da pessoa vinte e quatro horas por dia e quando se está junto não querer apenas dar e ter prazer, mas sim sua própria vida, me desculpa falar, mas só pelo Mark eu sinto. É algo tipo… Nossa! É até difícil de explicar… Eu… É… Poxa, deu até saudade do meu marido agora.”
Ele - “Eu ainda vou te convencer…”
Ela agora o interrompeu:
Ela - “Não se trata de convencer, Rick, mas sim de querer viver. Amor é dia a dia, é vencer batalhas; é rir, chorar; é lamentar, comemorar; é almejar, sonhar juntos, sabe? Não preciso ser convencida, porque já me convenci pelo meu marido há muito tempo, e ponto final!”
Ele pareceu ter sentido o baque e ficou em silêncio por um tempo:
Ele - “Se você tem tanta certeza assim que ele é insubstituível, que mal tem passar um final de semana comigo? O máximo que vai acontecer é curtirmos bons momentos juntos e você voltar para ele depois, com o ‘plus’ de eu te deixar em paz, para sempre!”
Ela - “Ele… não… quer!” - Falou pausadamente: - “Não vou arrumar briga com meu marido por sua causa. Desculpa mesmo.”
Ele - “Maridinho frouxo, hein!? Parece que tá com medinho da concorrência do papai aqui…”
Pela primeira vez, a vi explodir com ele:
Ela - “Nunca mais ouse ofender meu marido! Tá me ouvindo, Rick? Nunca mais! Ele não é frouxo coisa nenhuma! Aliás, se bem me lembro, nas duas oportunidades em que vocês se encontraram, quem amarelou foi você, então pode parar! Ele só quer evitar uma situação que causará mais dor e constrangimento, principalmente para você. Te garanto que se o envolvimento não fosse emocional, ele toparia fácil fazermos algo juntos, mas como não é essa a situação, ele quer evitar. Então, seja grato por ele agir assim, ouviu? Ah, já aviso que vou bloquear seu número e passarei o seu contato para ele. Se ele quiser falar contigo, ele te ligará, senão acabou! Entendeu?”
Ele - “Credo, Nanda! A intenção não foi ofender seu marido. Eu só estranho ele, todo cheio de si e dono inegociável do seu coração, ter medo de te dar esse final de semana de prazeres, afinal, vocês não são liberais? Não é prazer o que vocês buscam?”
Ela - “Já conversamos tudo o que tínhamos para conversar, Rick! Podemos acabar por aqui, né?”
Ele - “Espera, espera! Me passa o número dele, então: se ele não me ligar, eu ligo para ele.”
Ela - “Ah, você ligar para o Mark!? Taí uma coisa que eu gostaria de ver…” - Disse e deu uma sonora risada de deboche: - “Vou te mandar só pra ver se você tem peito pra isso.”
Ele - “Então, espera só. Se ele não me ligar até o final de semana, eu ligo para ele.”
Ela - “Du-vi-dooooo-dó!”
Ele - “Sábado, estou ligando para ele.”
Ela deu outra bela e debochada risada dele:
Ele - “Vou ligar sim! Você vai ver e depois a gente se fala, Nanda.”
Ela - “Não! Você só fala agora com o meu marido. Tchau, Rick.”
Ele - “Não espera um pou…”
O áudio termina aí, aparentemente por iniciativa dela, e, na sequência, vinham dois “prints”, sendo um do número dele bloqueado no WhatsApp e, o outro, no sistema do celular. Por fim, ela me mandava o seu número de seu celular. Como marido, eu gostei do que havia ouvido, pois ela se mostrou certeira, incisiva e até cordial em tudo o que já havíamos conversado. Entretanto, como advogado, eu aprendi a desconfiar de tudo e todos, e, infelizmente, agora desconfiava até dela. Pior ainda, sendo enxadrista, aprendi a analisar e pensar de forma coordenada os fatos da vida, antecipando os movimentos de meus “rivais”. De duas, uma: ou ela havia realmente entendido e finalizado a questão Rick, ou ela poderia estar tentando me manipular. Decidi investigar…
[...]
Eu já esperava a ligação do Rick, afinal, havíamos meio que combinado esse último encontro. Acredito que ele queria apenas definir os detalhes, dia, hora, etc. Entretanto, quando contei para o Mark, nu!, que homem bravo. Claro que ele nunca bateria em mim, a menos que eu quisesse tomar umas boas palmadas, mas ele ficou irado, transtornado, inconformado talvez.
Quando saiu para o escritório, pisando alto, imaginei que talvez tivesse forçado demais a barra e isso significa que ficaríamos alguns dias estremecidos. Ledo engano. Quando retornou, estava calmo, sereno, cordial, eu diria até carinhoso. Assustei-me com aquilo, óbvio! Eu esperava que ele nem olhasse nos meus olhos, mas ele agia contra todas as minhas previsões. À noite, quando nos deitamos, resolveu assuntar:
- Ainda tá muito bravo comigo?
- Não! Tô de boa na lagoa, como diria o caipira.
- Mas você saiu daqui hoje à tarde cuspindo marimbondo…
- Foi! Mas decidi ligar o “foda-se”: se você se importa tão pouco com nosso relacionamento, não sou eu quem irá dar o sangue para defendê-lo. Conhece aquele ditado: “quem quer, quer; quem não quer, tem quem queira.”
- Denise, né?
- É! Denise, Laura, Iara… Ô, Iara! - Falou olhando para o teto de nossa suíte: - Ou qualquer outra, ou ninguém. Não tenho pressa e não dependo de mulher alguma para viver.
- Credo, mor.
- Não sei por que a surpresa? Parece tudo muito simples para mim.
Preferi não continuar aquela conversa, porque sentia que algo não ia acabar bem, como se eu não soubesse os culpados… Deitei-me em seu peito e ele não me recusou, mas também não me afagou como costumava: só me aceitou. Simples assim. Ele dormiu rápido, ou fingiu dormir; eu demorei, horrores. No dia seguinte, tudo parecia mais do mesmo, mas preferi não tocar no assunto do Rick.
Os dias se sucederam e, como eu já esperava, Rick não ligou para o Mark. Na segunda-feira, voltei ao meu trabalho. No final desse mesmo dia, numa vídeo conferência com todos os treineiros, saiu o resultado do treinamento e eu, como já imaginava, fui a escolhida. Comemorei sem muito querer e logo depois liguei para o Paulo, dizendo que não iria. Ele pediu que eu pensasse melhor porque poderia fazer aquele treinamento no próximo ano, sem qualquer prejuízo. Concordei, sem prometer aceitar a indicação.
Fizemos um jantar no final de semana com toda a família reunida e dei a notícia. Todos comemoraram, nem tanto minhas filhas e o Mark de uma forma que eu diria até fria.
Rick me ligou novamente no final da tarde de sexta-feira de um número desconhecido. Atendi e a conversa foi breve: ele que se resolvesse com meu marido. Bloqueei esse novo número e mandei “print” e o número para o Mark que retornou com um frio “ok”.
Estranhamente, a gente continuava transando, bastante mesmo e eram ótimos momentos, mas terminado, parecia que a gente se desconectava um do outro. Isso começou a me incomodar. Tentei conversar, mas ele dizia ser coisa da minha cabeça:
- Se a gente estivesse mal, não estaria transando tanto, concorda? - Justificava.
Não concordei, mas preferi não falar nada. Minha empresa já estava fechando as últimas linhas antes das férias coletivas de final de ano e o avisei que teria que fazer uma viagem para São Paulo, para entregar relatórios e participar de uma reunião de fechamento de resultados. Convidei-o para vir comigo e ele recusou, então explodi:
- Poxa, eu estou tentando me reaproximar, mas você não ajuda.
- Alguém tem que cuidar das meninas…
- Mark, elas estão de férias!
- Que férias o quê, sua louca! Elas estão indo na escola ainda.
- As aulas acabam amanhã, mor. - Falei rindo: - Vem comigo. Vamos passear um pouco, namorar. A gente tá precisando.
- Bem, pode ser uma boa oportunidade para levarmos as meninas para pa…
- Não, Mark! - O interrompi: - Só eu e você. A gente precisa conversar, se acertar. Poxa, até a Mary veio me perguntar se aconteceu alguma coisa porque você tá esquisito.
- Não tô, não! Com elas não.
- Mas tá comigo, tá vendo!? Por favor…
Expliquei que as reuniões seriam na sexta e no sábado, dia em que fariam também um jantar de encerramento das atividades e no domingo ainda haveria um churrasco de confraternização. Ele concordou, meio a contragosto, mas concordou. Deixamos nossas filhas em meus sogros e saímos de viagem na sexta de manhã bem cedinho. Ele pouco falava de seu dia a dia, mas parecia bastante interessado nos rumos da minha vida profissional e abusei disso para nos manter dialogando.
Fizemos uma parada para abastecer e, como sempre, entrei na lojinha de conveniência. Diferente das outras vezes, nesse dia sequer olhei para o lado e peguei dois cafés e um baldinho de pão de queijo que levei para uma mesa onde fiquei esperando por ele. Logo, entrou e veio até onde eu estava. Ele pareceu ter estranhado e, sinceramente, eu também. Ainda brinquei:
- Parece que até o pãozinho de queijo fica diferente quando eu não apimento nossas paradinhas, né, mor?
- Impressão sua. O pãozinho daqui é que nunca convence mesmo.
Não entendi direito sua indireta, mas deixei passar. Retomamos a viagem e logo chegamos ao hotel em que ficaríamos hospedados. Liguei para Denise, pois queria dar-lhe um abraço e só aí soube da última conversa dela e do Mark, e como ela havia ficado chateada inicialmente, mas depois havia entendido. Disse que gostaria de nos fazer um jantar e depois que lhe expliquei o motivo de nossa vinda, ficamos combinadas de fazê-lo no domingo.
Na sexta à tarde, fui até o escritório da empresa para a reunião. Mark disse que ficaria no hotel ou talvez daria uma volta num shopping próximo. Foi uma reunião normal, mas foi muito bom reencontrar alguns colegas, como Aline e Cíntia. Voltei para o hotel logo após e o Mark não estava. Comecei a me arrumar para o coquetel e coisa de uma hora depois, ele chegou, cantarolando animado, mas cheirando a… Lily da Boticário!? Voltei a ser eu:
- Que cheiro é esse, Mark? Aliás, eu sei que cheiro é, quero saber de quem é?
- Cheiro!? Que cheiro o quê? - Perguntou, mas como eu apontava para a gola de sua camisa, ele a cheirou e sorriu: - Ah! Esse… Então, olha só a coincidência, estava passeando pelo shopping e topei logo com que, Iara. Lógico que ela veio me dar um cheiro, literalmente, né, Nanda! Acho que esse negócio de cheiro é coisa de baiano…
Os pelinhos da minha nuca se arrepiaram, mas achei melhor não discutir. Não queria estragar nossa noite e engoli o meu orgulho de fêmea ferida:
- Ah, é? Nossa, hein!? Que coincidência… Aposto que você não gostou de reencontrá-la, né?
- Engano seu: eu adorei! Batemos o maior papão. Ela até disse que se a gente tiver um tempinho, ela gostaria de te conhecer.
- Ahamm… Tá! Vou ver minha agenda depois… - Respondi, suando frio: - Vai se arrumar. A gente tem o jantar logo mais.
- Jantar ou coquetel?
- Parece que vai ser um jantar, coquetel… Ah, sei lá, tanto faz.
Ele foi para o banheiro e logo ouvi o som da ducha. Entrei e recolhi suas roupas:
- Pode deixar, Nanda, depois eu pego.
- Não, eu… já vou adiantando.
Adiantando o caralho! Eu queria ver se não encontrava vestígios de alguma trepada vespertina. Além do perfume, nenhuma marca de batom em sua camisa. Na cueca, nada de sinal de porra. Cheguei a cheirar sua cueca buscando odor de alguma boceta. “Nanda, cê tá ficando louca!”, critiquei a mim mesma, enquanto guardava aquelas peças.
Logo ele saiu e se arrumou rapidamente. Diferente das outras vezes, arrumei-me bem, mas de uma forma mais discreta. Um tailleur azul com sapatos de salto médio preto e uma bolsa de mão preta, além de cabelos presos e maquiagem e joias discretas. Acho que nunca pareci uma empresária como naquele dia. O jantar foi no restaurante do próprio hotel e curtimos bastante, mas sem nenhum acontecimento relevante. Júlia estava lá, mas acompanhada de um namorado, abortamos qualquer possibilidade, pois o moço parecia certinho demais. Comemos, bebemos, dançamos, dancei com o Paulo, recusei sua investida outra vez, voltamos para o quarto, transamos e dormimos. Tudo assim, formal, sem muita cor e quase nenhuma intensidade, e isso já estava me incomodando.
No dia seguinte, eu teria uma reunião logo após o almoço e assim aconteceu, novamente sem nada de relevante. Convidei o Mark e saímos para jantar só nós dois nesse dia. Eu já estava meio triste com a situação e acho que se refletiu em minha animação, mas partiu dele a iniciativa de tentar consertar tudo. Primeiro, tocou minha mão num momento em que eu lamentava para mim mesma o rumo que nosso casamento estava tomando. Depois, a acariciou e a puxou para um beijo. Eu vi meu marido em seus olhos ali novamente e sorri para a chance que ele nos dava. Ele voltou a puxar assunto, conversamos, comemos e depois, em nossa suíte, tivemos uma deliciosa noite de sexo. Aliás, sexo é para os fracos: ele me virou do avesso!
Mal chegamos e ele arrancou meu vestido como se fosse feito de papel, jogando-me nua na cama. Deitou-se sobre mim ainda de roupa e passou a me beijar. Aquela chama que parecia pequena cresceu e a senti me incendiar toda. Fiquei aflita tentando despi-lo, mas ele me segurou as minhas mãos sobre minha cabeça e passou a me beijar com calma, carinhosa e romanticamente. Até aí tudo bem, mas quando ele me cheirou o pescoço e deu um beijo no lóbulo da minha orelha, enfiando sua língua dentro, perdi a compostura:
- Ai, Deus do céu! Me fode logo, mor! - Implorei, quase choramingando.
- Ahammm… Mas não! - Ele falou e se levantou para me olhar nos olhos, continuando: - Hoje farei um amorzinho gostoso com você, Nanda.
Ele se sentou sobre mim e começou a tirar seu blazer e camisa, enquanto isso eu já desabotoava sua calça e já puxava desesperadamente seu cinto. Depois, se levantou e tirou a calça e a cueca. Seu pau saltou animadaço, empinado e suculento. Pulei em cima dele, abraçando e beijando ali mesmo, em pé. Ele segurou minhas mãos em seu peito:
- Calma! Relaxa e vamos curtir muito essa noite, mas com calma, sem pressa.
- Aiiiii… - Gemi, sentindo minha xereca começar a escorrer.
Ele voltou a me deitar na cama e passou a me beijar, com calma, controlando cada momento e sensação. Eu me arrepiava a cada toque dele. Sinceramente, sua forma de agir estava me torturando muito mais que no dia em que ele me surrou em São Paulo, no dia de meu retorno de Manaus. Entretanto, as sensações se multiplicavam uma após a outra e assim que ele começou a baixar, beijando meu pescoço e alcançando os seios, supliquei:
- Não me maltrata, por favor.
Ele me ignorou e passou a lamber as aréolas, circulando-as com sua língua e ainda alternando com chupadas mais vigorosas, sempre me encarando, sempre analisando minhas reações. Num instante, de surpresa, ele beliscou a outra aréola, fazendo-me gemer de dor, mas o prazer no outro lado compensava o sofrimento e ainda causava um frisson diferente de tudo o que eu já havia experimentado antes, inclusive com ele próprio. Eu estava tão carente dele que já estava prestes a gozar. Ele notou e deu um simples golpe de misericórdia: pressionou meu clítoris sem que eu esperasse.
- Aaaaaaiiiiiiii! - Gemi, estremecendo, arfando e inadvertidamente puxei minhas pernas para mim, numa posição fetal.
Ele parou e assim permaneceu, enquanto eu ainda arfava de olhos fechados, gemendo daquele gostoso orgasmo. Quando abri meus olhos, ele me observava com o carinho que eu conhecia bem, sorrindo satisfeito por ter me feito gozar tão rápido. A generosidade dele era tamanha que ele não se importava de ficar sem gozar quando transávamos, desde que eu pudesse alcançar o máximo do prazer. Aliás, seu prazer era justamente esse, me dar prazer.
Quando me recuperei, quis partir para cima dele, mas ele, com uma simples e leve pressão, me manteve deitada e voltou a beijar meus seios. Entretanto, agora pegou o caminho descendente, indo em direção a minha xereca. Sua língua passou a bailar naquela pista de dança que, àquela altura, estava escorregadia pra caramba! Ele não se fez de rogado e passou o rodo por ela toda, lambendo-a de cima abaixo até se fartar em meus líquidos. Eu já estava chegando em Nárnia novamente, pois sua língua conhecia os caminhos que me levavam ao paraíso facilmente e quando abocanhou meu clítoris em seus lábios, pressionando-o, além disso, introduzindo dois dedos dentro de mim e os forçando como um gancho, explodi em outro orgasmo, gritando alucinadamente:
- Nanda! A gente tá num hotel. Controle-se um pouco, caramba. - Pediu, rindo.
- Não consiguuuuiiiii! - Gemi, tapando minha boca com minha própria mão para não berrar mais ainda: - Você vai me matar!
- Ainda não. - Disse e subiu, se posicionando para me penetrar.
Entretanto, enquanto eu esperava uma penetração calma, lenta e romântica, ele introduziu seu pau todo até o fundo, com vontade, batendo no colo do meu útero e colhendo um urro gutural de surpresa e angústia por não entender direito se aquilo era bom ou ruim. Bem, ruim não era…
Passou a me bombar com seu corpo mais avançado sobre o meu, o que obrigava seu pau a roçar todo e em tempo integral o meu clítoris. Passei a gemer alucinadamente enquanto ele me penetrava, alternando movimentos rápidos e lentos, profundos e rasos, levando-me à loucura. Não sei quanto tempo ficamos naquela posição, mas ele não me deixou trocá-la, porque ele queria me possuir e eu me entreguei de corpo e alma aquele homem.
Após sei lá quanto tempo, eu já estava prestes a gozar novamente e ele acelerou, avisando que também gozaria, pedi que aguentasse um pouco porque queria atravessar a linha de chegada junto dele e ele se controlou. Não foi preciso muito, pois umas cinco, seis bombadas depois e eu já estava me estrebuchando embaixo dele, gemendo e chorando. Ele também não se aguentou e gemendo alto, gozou uma quantidade anormal dentro de mim.
Quando os espasmos de seu pau terminaram dentro de mim, travei minha xereca, pois não queria que ele saísse, mas ele começou a amolecer e não consegui segurá-lo. Ele só rolou para o lado e ficou respirando, aliás, controlando sua respiração, enquanto eu fazia o mesmo. Depois de um tempo, precisei falar:
- Nossa, mor! O que foi isso!?
- Gostou não?
- Nu! Demais da conta! Eu tô mortinha da silva…
- Bão tamém!
- Por que você não me deixou de cavalgar?
- Porque eu quis ter você para mim. Só isso.
- Tô com a perna mole…
Ele começou a rir enquanto eu ainda elogiava seu desempenho e a pegada gostosa que ele me proporcionou naquela noite. Depois de um tempo, aninhei-me em seu peito:
- Mor, posso te perguntar uma coisa?
- Pode, uai!
- Mas não briga comigo, por favor. Eu só quero entender e me explicar para você.
- Ai, Nanda… O que foi agora?