Jornada de um Casal ao Liberal - Capítulo 15 - Alvorecer - Parte 35 (Versão da Nanda)

Um conto erótico de Nanda
Categoria: Heterossexual
Contém 5326 palavras
Data: 11/06/2023 00:03:41
Última revisão: 11/06/2023 00:21:48

Oi, gente,

Escrevi este especialmente a pedidos.

Deve ter ficado bom porque vi os olhos do Mark marejarem novamente enquanto fazia a revisão.

Beijos,

[...]

Apesar do medo demonstrado pela Denise, eu sabia que o Mark não brigaria num ambiente público, desde que não provocado e o Rick já havia dado várias demonstrações de que não era chegado num embate cara a cara, então, seria risco quase zero.

Concordei com a proposta do meu marido e ela, muito a contragosto, algum tempo depois. Fomos nos arrumar em sua suíte e lá não tive um segundo sequer de paz, pois ela tentou a todo o momento me convencer de que aquela não era uma boa ideia. Eu estava quase concordando com ela, mas nesse momento o Mark chegou na porta da suíte com meu celular: Rick estava me ligando:

- Adivinha quem é? - Ele brincou, sarcasticamente.

Eu não precisava adivinhar, pois já sabia, dado o horário e o meu atraso para um certo jantar. Depois de algumas orientações passadas pelo meu estrategista e claramente chateado marido, conversei brevemente com ele e disse já estar a caminho. Mark não sabe, mas o Rick vibrou do outro lado da chamada, parecendo um adolescente que sabe que irá comer sua namoradinha em breve. Mal sabia ele o que o esperava…

Fomos de Uber até o restaurante, pois ninguém queria dirigir. Mark parecia ansioso, Denise estava nervosa e eu estranhamente apática, sem saber como me portar naquele tabuleiro de xadrez. Chegamos rapidamente ao restaurante, me apresentei e fui encaminhada até a mesa, onde Rick já me esperava. Dei um último olhar para meu marido, torcendo para não ser o último. Quando cheguei à mesa, Rick me recebeu com o maior e melhor sorriso possível, e um abraço apertado:

- Você está maravilhosa, Nanda! - Falou e se corrigiu: - Aliás, você é sempre maravilhosa. Desculpe o meu deslize.

- Fica tranquilo, Rick.

- Senta. Quer beber alguma coisa?

- Não, por enquanto não. Obrigada.

Ele tomou um gole de seu praticamente inseparável whisky e disparou impiedosamente:

- Que história foi aquela de sonífero para o seu marido? Você me deixou impressionado, sabia?

- Tô me sentindo péssima por ter feito aquilo… Sem contar que não posso demorar muito.

- Fez por um bom motivo, meu amor, fica tranquila, e com o tempo não precisaremos mais viver nessa correria, não é!? - Disse, sem tirar os olhos de mim e propôs: - Eu estava pensando em, ao invés de jantarmos aqui, irmos para o meu apartamento e comermos algo por lá mesmo. O que acha?

Eu entendi suas intenções de imediato, mas precisava ganhar algum tempo. Não precisei me esforçar muito, pois em seguida Mark se aproximou com Denise a tiracolo. Mesmo eu sabendo de todo o plano, não pude esconder minha surpresa, Rick então começou a gaguejar e vi que aquela pose toda de homem macho dominador era só com as mulheres, pois, frente a frente com outro homem, ele fraquejava fácil, fácil. Se bem que ali não era somente um homem, mas o meu homem, especialmente objetivado em defender sua mulher…

Depois de gaguejar e arrumar uma desculpa mais que insuficiente para convencer sequer uma criança, o Rick aceitou conversar com o Mark e pediu que nossa mesa fosse adaptada. Eu nem sabia que isso era possível num restaurante daquele tipo, mas após o pedido, uma equipe adaptou a mesa em questão de minutos, talvez segundos. Logo, Mark estava sentado ao lado dele com cara de poucos amigos, dentes cerrados e olhar penetrante. Após sermos perguntados sobre o que queríamos beber, Mark pediu um whisky, idêntico ao do Rick e nós duas água. Mal o garçom se afastou e o Mark bateu forte:

- Certo! Vou direto ao assunto porque não quero perder meu tempo ou de minhas digníssimas aqui presente: que porra de história é essa de voltar a perturbar minha esposa?

Rick, o machão, ao invés de responder sua pergunta, se virou para mim, passando a responsabilidade sobre a situação:

- Eu te perturbei, Nanda?

Já que ele queria minha opinião, fui sincera:

- Rick, perturbou sim! Eu já te expliquei que quero tocar a minha vida com meu marido e filhas. Só que parece que você não entende ou não quer entender!

Ele se recostou em sua cadeira, olhando para mim, claramente inconformado com minha resposta, mas, ao invés de resolver a situação na mesa, convidou o Mark para conversarem a sós. “Fodeu!”, pensei, já imaginando meu mozão dando uma escorraçada nele, longe do controle que poderíamos eu e a Denise exercer sobre ele. Acho que ela pensou a mesma coisa, pois conforme eles se afastavam em direção ao bar, seus olhos se arregalavam mais e mais:

- Nanda, isso não vai prestar!

- Eu conheço o meu marido, eu confio nele. Vamos esperar. - Falei tomando um pouco da minha água e concluí: - E torcer pelo melhor…

- Não acredito que deixei vocês me convencerem a virmos aqui. Tá tudo errado, tudo errado…

- Calma, Denise, calma! Eles estão conversando tranquilamente, olha lá, ó. - Pedi, indicando a direção com a minha cabeça.

Eles realmente conversavam aparentemente de forma tranquila. Vez ou outra, olhavam para onde estávamos, mas pareciam, aliás, estavam se portando muito bem. Num certo momento, estranhei um olhar mais incisivo do Mark para mim e… Sabem quando se está na beira da morte e um filme de sua vida passa diante de seus olhos? Pois eu vi um filme dos bons e maus momentos de meu casamento com ele. Decidi ali que resolveria aquela situação naquele mesmo dia e já tinha a solução pronta na minha mente.

Denise era um poço de nervos. Eu tentava disfarçar, mas também estava, com o perdão da expressão, me cagando toda. Algum tempo depois, eles retornaram. Rick tinha o semblante cansado, chateado, inconformado até; já meu Mark mantinha a mesma postura impositiva, forte, decidida de quando chegou na mesa. Entretanto, vendo a situação em que estávamos, tentou aliviar um pouco a tensão:

- Calma vocês duas! Nós conversamos, estamos vivos e bem.

Rick sorriu e, com um sorriso amarelo, também brincou:

- Somos adultos, moças, relaxem.

“Relaxar!? Ah, vá tomar no meio do teu cu, Rick!”, xinguei-o mentalmente, passando a olhar, mais que curiosa para o meu marido, esperando uma explicação que veio logo em seguida:

- Conversamos civilizadamente, ponderamos as situações envolvidas e o Rick concordou em te deixar em paz, Nanda.

- É, mas eu poderia te pedir uma coisa, Mark? - Perguntou o Rick, olhando-o bem no fundo dos olhos com uma expressão esperançosa de conseguir algo praticamente intangível.

A expressão do Mark mudou de imediato: de aparente tranquilidade voltou a ficar tensa! Parecia que ele não esperava nada mais que aquela solução já combinada entre eles:

- Diga. - Falou, mordendo os lábios.

- Será que eu poderia manter contato com a Nanda, sei lá, cultivar só uma amizade? Aliás, com ela e com você?

Os olhos do Mark se arregalaram por um momento, mas rapidamente se fecharam em sinal de desaprovação e ele, embora educado, foi rápido na resposta:

- Já que você está sendo sincero, também serei com você: hoje, não! Você está muito ligado a ela e ela a você. Acho que seria bom vocês dois se afastarem por um bom tempo, colocarem a cabeça no lugar antes de qualquer…

- Espera um pouquinho aí! - Interrompi os dois meio que se saber por que ou para que: - Ninguém quer saber a minha opinião? Será que os machistas aí vão querer decidir tudo sem me ouvir?

Denise tentou me interrompeu, mas eu a ignorei, encarando meu marido e esperando dele algo que nem eu mesma sabia o que era:

- Uai, diga Nanda! - Meu Mark me falou.

Suspirei fundo e passei a falar, encarando-o no fundo dos olhos, numa vã tentativa de convencê-lo:

- Não vejo problema algum sermos amigos, mor. Nós somos adultos e podemos muito bem conviver, desde que ele saiba o seu lugar e respeite nosso relacionamento. Não é assim que funciona com a Denise? E olha como tem dado certo! Ela é uma grande amiga nossa e vocês curtem bastante. Por que não poderia funcionar com o Rick?

Por que eu propus isso para ele? Eu não sei! Por muito tempo me perguntei que sandice fora aquela e, sinceramente, mesmo após conversar novamente com o doutor Galeano, não consegui entender plenamente aquele desatino. A idiotice foi tão grande que até mesmo a Denise, sempre tão cordial e controlada, “desceu a língua” em cima de mim. Novamente a ignorei. Meu marido ficou atônito, me olhando desconsertado com aquela proposta até então inimaginada, sinceramente, acredito até que estivesse decepcionado, desapontado comigo, e com razão. Ele ainda tentou mostrar de uma maneira educada, quase paternal, que a culpa de estarmos ali sofrendo aquele desnecessário constrangimento era minha, mas alguma coisa dentro de mim me empurrava ladeira abaixo, ajudada pelo Rick que insistia em concordar com meu desatino:

- Olha, gente, eu também acho que a Nanda deveria opinar e decidir sobre isso. Afinal, manteríamos contato apenas para cultivar uma amizade saudável.

- Obrigada, Rick! Pelo menos, alguém aqui concorda comigo.

“Obrigada, Rick!?”, pensei e me recriminei em seguida. Sabem quando vocês falam uma besteira e se tocam logo após? Foi o que eu senti, pois eu deveria ter falado um claro “Não se meta, Rick!”. Mas não! Eu não! A Nanda não podia deixar de enfiar os pés pelas mãos, não é?

- Eu nunca te proibi de nada, Nanda! - Mark chamou minha atenção, inconformado, constrangido com minha insistência: - Só que a sua indecisão deixou a situação chegar onde chegou. Ele talvez tenha desenvolvido esse sentimento por você justamente por você nunca ter deixado claro que queria apenas sexo e nada mais.

- Talvez você esteja certo, mas quando você toma todas as decisões, praticamente me colocando de lado, sinto como se me tratasse como uma criança ou uma retardada. - Insisti, agora querendo ganhar a discussão, mesmo sabendo lá no fundo, bem lá no fundo, lááááá no fundinho, que eu era a errada.

- Uai, então haja como uma mulher e decida: o que você quer da sua vida? - Mark pediu.

Um lampejo de sanidade me fez dizer o que eu sentia pelo meu marido:

- Eu quero você, mor, todos os dias, sempre. - Expliquei, olhando nos seus olhos, mas daí caguei novamente: - Mas não vejo porque não poderia ter o Rick uma vez ou outra também.

Se no dicionário tivesse uma imagem para a palavra decepção, lá estaria o rosto do meu marido. Ele se encostou em sua cadeira, me olhando e chegou a correr os olhos para a Denise que não o viu, pois me encarava com olhos arregalados e uma mão tapando sua boca. Ele voltou a me olhar, abismado comigo, e depois perguntou:

- É essa a sua decisão?

- Se você concordar…

- E se eu não concordar?

Eu queria que ele concordasse, pois eu imaginava que, com respeito e concordância de todos, aquilo poderia dar certo; mas, ao mesmo tempo, alguma coisa dentro de mim me dizia que eu deveria confiar na decisão dele, pois ele sempre lutava pelo nosso bem, mesmo que não fosse bom para mim. Deixei isso bem claro para ele:

- Vou ficar chateada, triste talvez, mas vou respeitar. Você é o meu marido e até hoje não errou comigo.

Ele ficou em silêncio me olhando como custando acreditar que estava enfrentando a própria esposa após ter derrotado o inimigo. Seus olhos buscavam uma resposta para tudo e eu não tinha uma resposta para mim mesma, quiçá para ele. Rick quis desviar o foco de cima de mim, convidando-nos a escolhermos o prato, certamente no intuito de ganhar tempo e conseguir convencer o Mark de que minha proposta era viável, mas meu marido foi seco, recusando:

- Não, Rick! Não para o jantar e não para a amizade. - Falou e voltou sua atenção para mim: - Sinto muito, mas eu não concordo com isso.

Aquilo me doeu por dentro e se tem algo que eu não sei fazer é fingir: certamente apareceu em meu rosto. Quem ele imaginava ser para recusar uma solução que eu entendia ser a melhor possível? Será que ele se achava melhor ou superior a mim? Por que ele podia ter a Denise e eu não o Rick? “Mas que bosta de pensamento é esse, Fernanda Mariana!?”, perguntei para mim mesma, num momento que eu já não sabia mais o que estava fazendo. Cansada de tudo e todos, decidi dar um basta naquilo:

- Tá bom, Mark. - Respondi de maneira seca, inconformada e balançando minha cabeça, voltei-me para o Rick: - Não me ligue mais, Rick. Vou cuidar da minha vida, da minha família e você não faz parte dela. Obrigada pela água.

Levantei-me e numa olhada, Mark entendeu que eu queria, que eu precisava sair dali. Saímos os três: eu, ele e Denise, a quem pedi desculpas por não estar em condições de participar do jantar combinado. Todos concordamos que o momento não era o melhor e combinamos de marcar outra data.

Deixamos Denise em seu apartamento e fomos para o hotel. No elevador, comecei a cobrar explicação do meu marido do porquê do tratamento desigual entre ele e Denise e eu e Rick, mas a conversa não progredia, não sei se por ele ou por mim. Em nosso quarto, tranquei-me no banheiro, liguei a ducha e chorei de raiva debaixo da água: eu não entendi como o meu marido não confiou em mim e na solução que eu pretendia dar ao caso. Ele me subestimou e isso estava me ardendo na alma, mais que o Merthiolate de antigamente. Saí de lá disposta a quebrar o pau com ele, mas ele se antecipou:

- Eu ouvi a gravação de vocês…

- É! E tinha alguma coisa demais?

- Não, você foi muito bem, mas ele não foi respeitoso quando me chamou de frouxo, coisa e tal…

- E o que eu fiz? Eu te defendi! Discuti, briguei e terminei a ligação.

- Isso! É só isso que eu quero. Que você termine de vez essa ligação entre vocês.

Mas era isso que eu queria, será que ele não entendeu o meu plano? Ser apenas amiga do Rick? E, se ele se comportasse, por que não brincar um pouquinho mais intimamente também? Tirei minha roupa e me deitei, pedindo que dormisse, porque precisaríamos viajar no outro dia cedo. Foi uma das piores noites da minha vida: eu não dormia e quando conseguia, acordava assustada. Tive a impressão de ouvir alguém chorar, mas eu estava tão passada, tão cansada, que pensei ser um delírio noturno apenas.

Os dias que se seguiram foram piores que essa noite mal dormida. Mark mal conversava comigo e quando o fazia, eram no máximo duas ou três palavras. O pior é que eu não sentia falta dele ou tentava me convencer de que ele não me faria falta, então também não ajudei a ter uma conversa melhor. O dia era horrível e a gente mal conseguia disfarçar na frente de nossas filhas e só notei isso no dia em que Maryeva me cobrou:

- Certo, mãe, o que está acontecendo entre vocês dois?

- Hein, amor? Do que você está falando? - Tentei disfarçar o óbvio.

- Para! Não sou criança, mãe. Estou vendo vocês dois, um pra cá e outro pra lá, e quando estão juntos, mal conversam. O que foi, brigaram?

- É complicado, querida. A gente se desentendeu, mas vai se acertar logo. Fica tranquila.

- Tranquila!? De que jeito? Fica a senhora com essa cara de cu de um lado, o pai todo babaca do outro e a gente no meio tomando pancada. Isso já tá chato pra caralho!

Senti na alma a cobrança mais do que justa da minha filhotona e tive uma primeira conversa de qualidade com o Mark, resumindo a situação. Ele me olhou surpreso e não contestou um “a” sequer do que falei. Decidimos nos fiscalizar melhor, principalmente na presença das meninas e isso fez toda a diferença, pois acabamos criando condições de conversas produtivas, algumas até mesmo mais divertidas.

Um dia o peguei sentado no sofá da sala com um porta retrato de nós quatro nas mãos. Ele estava pensativo, com olhar distante, perdido e eu, mesmo amando aquele homem, não tive nenhuma iniciativa de ir até ele. Eu estava vivendo um dilema, pois o amava, mas ao mesmo tempo o culpava a ponto de não querer socorrê-lo.

Entendi que precisava de orientação ou aconselhamento e marquei uma consulta com o doutor Galeano. Como diretora na empresa, avisei que precisaria me ausentar para cuidar de um assunto de saúde, mas, para dar o exemplo, levaria o atestado posteriormente. Fui até a clínica e ele, a esse altura já mais que médico, um verdadeiro amigo, quando me viu entrando em sua sala, “brigou” comigo:

- Fernanda Mariana? Poxa, querida, se eu soubesse que era você, teria vindo vir em qualquer horário. E onde está o Mark? Ele não veio com você?

Balancei negativamente minha cabeça e meus olhos se encheram de lágrimas. Ele entendeu na hora que a situação era mais séria, talvez até mais que da outra vez e fechou a porta, recebendo-me com um abraço apertado que me serviu para descarregar uma angústia que eu não entendia bem de onde vinha: se da raiva do Rick, da decepção com o meu marido, do ódio por eu ter sido fraca…

Contei tudo o que havia acontecido desde que conheci o Rick: a autorização e confiança do meu marido para que eu explorasse as situações sozinhas; meu envolvimento sexual; do sentimento que eu desenvolvi por ele; da dor que causei ao Mark quando confessei o inconfessável; do conflito interno por eu querer o Rick, mas ao mesmo tempo o rejeitar; enfim, tudo, inclusive da última noite em que o encontrei no restaurante com o Mark e Denise a tiracolo. Não escondi nada, nem um único detalhe sequer e ele me ouviu a tudo atenciosamente, se condenar-me uma única vez sequer:

- E seu marido? - Perguntou-me.

- O que tem ele?

- Deixou de amá-lo?

- Nunca! Eu o amo mais que tudo, menos que nossas filhas, é claro.

- Claro! Mas o que você sente pelo Mark é o mesmo que sente pelo Rick?

- Não, doutor, não é! Eu sempre disse isso para o Mark, sempre: ele é o meu homem, o meu amor, o Rick era só uma… é… um… - Calei-me por não ter uma resposta imediata.

- Uma paixão?

- É… Talvez… Mas paixão não é o mesmo que amor!

- Mas poderia ser, não poderia?

- Claro que não, eu sou casada! - Respondi enfaticamente, mas como ele continuava a me encarar, perguntei: - Como assim?

- Fernanda, se o Mark não existisse em seu coração e esse Rick surgisse, qual a chance dele ocupar o lugar de seu marido em sua vida?

Eu o encarei em silêncio, com vergonha de assumir o óbvio, mas senti que para ele eu deveria ser honesta:

- Acho que cem por cento, doutor.

- Foi o que eu imaginei. - Ele disse, fechando seu caderninho de anotações e o colocando sobre seu colo, voltando a me encarar: - Seu marido é um homem bastante inteligente, Fernanda, não é?

- Talvez o mais inteligente que conheça.

- Tanto quanto eu?

- Eu diria que sim.

- Pois é. Em tudo o que você me contou, vi de imediato a narrativa de uma mulher apaixonada e em conflito sobre o ser e o poder ser. Sim, você estava e de certa forma ainda está apaixonada, entende isso?

- Eu não estou! Talvez eu até possa ter ficado, mas hoje não estou.

- Negar, às vezes, é uma forma de confirmar o que não temos coragem de afirmar para nós mesmos, justamente por termos vergonha de nós mesmos de assumir um sentimento que não queremos compartilhar com mais ninguém que não seja o nosso parceiro. - Arregalei meus olhos e ele insistiu: - Não tenha vergonha de reconhecer essa paixão, porque a única forma de você superá-la de vez em sua vida é entender que ela existiu e do que ela quase te fez perder. Só assim você conseguirá comparar o sentimento que teve ou tem (frisou) por esse Rick com o que você tem ou teve (frisou novamente) pelo Mark…

Ao ouvir sua sugestão de que eu tive um sentimento pelo Mark e não tinha mais, uma angústia sem tamanha tomou conta do meu peito e imediatamente caí em prantos de pavor por imaginar que não teria mais o meu companheiro ao meu lado. Não sei quanto tempo chorei, mas não foi pouco. Ele aguardou pacientemente que eu me controlasse. Eu respirava com dificuldade e imaginei que fosse ter um treco, mas nada que água com açúcar e um bom amigo não resolvesse. Quando consegui falar, critiquei sua sugestão:

- Eu amo o meu marido! Eu não tive, eu tenho amor por ele.

- E pelo Rick?

- Não sinto nada por ele! Talvez um pouco de raiva por ele ter insistido na paquera da primeira vez que nos encontramos.

- Mas foi você que ligou para ele no shopping...

- Foi, mas ele insistiu depois. Eu me arrependi. Eu… Eu…

- Fernanda, escuta: você não tem culpa de nada! Se apaixonar é muito fácil, basta um bom papo, um carinho, atenção, um bom ouvinte, um sexo gostoso, talvez tudo isso e nada disso importe, porque às vezes aquela coisa sem nome… é… uma química, só isso já faça acontecer o sentimento. Só que paixão é um sentimento potentíssimo e imediato, é fogo que queima a pele e a alma, e é uma delícia, mas não é amor realmente. Pode até se tornar, mas não é amor. Amor é um sentimento tão potente quanto, mas é mediato, calmo, construído, é um comprometimento de vida que duas ou até mais pessoas se permitem dar e receber. Ele não queima a pele ou a alma, mas mantém as duas aquecidas e protegidas sempre. Paixão é como fogo, vem rápido, intenso, pode até queimar e se apaga com facilidade; amor é como um carvão em brasa, se você soprá-lo com carinho todo dia terá calor do bom para a vida toda. Responda-me agora: o que você quer para a sua vida? Fogo ou carvão?

- Eu concordo com o senhor em tudo. Claro que quero o meu carvãozinho, o meu Mark, mas então por que eu estou tão brava com ele? Sei lá, tão desconectada dele? E pior: por que ele também está assim comigo?

- Porque ele está assim me parece bastante óbvio e foi por isso que eu te perguntei se ele era inteligente, tanto quanto eu: ele entendeu que você se apaixonou de verdade pelo oponente! Não um tesãozinho, um querer bem, uma paixãozinha qualquer, mas uma paixão potente, intensa, forte e que chegou a te desestruturar como sua companheira a ponto de colocar a família que ambos construíram em risco.

- Perdi meu marido… - Lamentei.

Imaginei nesse momento o que ele poderia estar sentindo e, embora abalada, não chorei, porque autopiedade era tudo o que eu não precisava naquele momento. O que eu precisava era de conselhos para tentar recuperar o que eu havia perdido. O doutor Galeano prosseguiu:

- Você não o perdeu, não senhora! E a prova disso é o fato dele ter te defendido do tal Rick até mesmo contra a sua própria vontade. Ele tomou para si a responsabilidade de salvar o casamento de vocês mesmo que, com isso, colhesse contra ele próprio a sua ira, que é o que vem acontecendo.

- Eu… Mas eu não…

- Sim! Você sim! - Ele me interrompeu: - Inconscientemente, você se sabotou nas tentativas que tomou para romper com o Rick. Você queria manter seu casamento com o Mark, mas o seu íntimo queria manter o amante, pois enxergava nele um potencial parceiro também.

Espantada é o mínimo que eu estava. Eu estava quase caindo em prantos quando ele me interrompeu as próprias lágrimas:

- Calma! Respira! Não estou te condenando. Só quero que você entenda toda a situação a fundo para que possamos construir as melhores pontes para você alcançar o Mark novamente, ok?

Concordei com a cabeça, sem conseguir falar uma única palavra sequer e ele continuou:

- Você precisa entender que você não queria o Rick ao mesmo tempo que o queria. É uma situação contraditória, eu sei, mas é isso que acontecia. Por isso, você nunca conseguiu dizer um verdadeiro não para ele, dar um basta em suas investidas.

- Mas eu nunca tive dúvidas do Mark…

- Isso! - Ele me interrompeu novamente, comemorando como se fosse um gol de final de copa do mundo, vindo segurar em minhas mãos: - É isso mesmo que eu queria ouvir e que sei que ele gostaria de ouvir também.

- Mas eu sempre disse isso para ele, ele é que não me ouvia, ou já não acredita mais em mim.

- Você dizia uma coisa, mas agia de forma contrária. Dizia amar o marido e se importar só com ele, mas não dava um basta, não rompia de vez com o amante. Isso gerou um estresse em seu relacionamento que fez com que a confiança nele em você ficasse comprometida. Por isso, ele assumiu a obrigação de romper essa situação, esse círculo vicioso em que você se meteu, mesmo que para isso corresse o risco de você vê-lo como culpado.

- Ah, Mark…

- Sabe uma coisa que acho interessante? Mesmo nesses tempos em que falamos que homem e mulher tem os mesmos direitos e obrigações, igualdade disso, igualdade daquilo, ainda vemos exemplos em que um dos dois parceiros se mostra mais dominante que o outro.

- Como assim dominante?

- Ora, quando a situação ficou tensa e alguém precisou assumir as rédeas, ele se apresentou e assumiu a responsabilidade, e você aceitou.

- Tanto não aceitei que fiquei brava com ele. O senhor mesmo disse.

- Nã-na-ni-na-não! Você não ficou brava com ele exatamente. Você ficou brava consigo mesma por não ter resolvido essa situação. Só que, como não havia analisado o problema a fundo, reconhecendo a sua responsabilidade no episódio, acabou responsabilizando ele.

Eu fiquei confusa, mas entendi em partes o que ele havia me falado e entendi que eu precisaria refletir mais a fundo, trabalhar minha própria concepção de mulher para poder ser uma boa companheira para o Mark, evitando novos episódios como aquele no futuro. Aliás, ele agora era a minha questão:

- Como recupero ele, doutor?

- Quem? O Rick ou o Mark?

- O Mark, doutor! Esquece esse Rick porque eu vou esquecê-lo.

- Ótimo, Fernanda! Prioridades, esse é o seu caminho: lute pelo seu marido e ele te ajudará a esquecer o amante.

- O que eu faço?

- Seja honesta! Vai doer em você e nele também, e muito, mas confesse que realmente se apaixonou sem querer pelo Rick, mas que o Mark e a família que construíram é a única prioridade na sua vida! - Falou com um sorriso que convenceria qualquer um de sua opinião e me deu um abraço: - Ah, e agradeça ele por estar ao seu lado. Gratidão é um santo remédio.

Chorei novamente e só aí me dei conta do adiantado horário. Pedi um atestado para apresentar na empresa e agradeci novamente seu atendimento. Novamente não me cobrou nada, a não ser um churrasco e prometi que faríamos em breve. Voltei para casa já passava das dezenove horas. Mark já havia cuidado e alimentado as meninas. Eu estava cheia de novidades e louca para conversar com ele, mas ele se mostrava pouco receptivo:

- Eu me atrasei, desculpa, mas tenho uma ótima justificativa! - Falei.

- Não se preocupe. Não estou te cobrando nada, Nanda.

- Poxa, Mark, eu queria conversar com você. Eu… Eu tenho tanta coisa, tantas novidades para te contar que nem sei por onde começo.

- Então, organize melhor suas ideias e amanhã ou outra hora a gente conversa. Vou me deitar porque estou com uma baita dor de cabeça. Coloque as meninas na cama depois…

Frio, seco, inacessível. Havia um muro entre a gente e eu não sabia se fora eu a maldita empreiteira que o levantara, ou se se fora ele, mas eu estava decidida a colocá-lo abaixo, só não sabia como… Fiquei sentada no sofá, olhando para o nada e só aí notei a nossa árvore de natal montada e acesa no canto da sala:

- Que dia vocês montaram a árvore? - Perguntei, intrigada para a Miriam.

- Anteontem, mãe.

- Poxa! Nem me chamaram…

- Chamamos! A senhora nem deu bola, dizendo que tinha que preparar o jantar.

Outra dura tacada do destino. Minha raiva cegou-me ao ponto de eu não ter atendido um simples pedido das minhas filhas para um momento que era tão familiar e esperado por todos durante o ano. Talvez inconscientemente eu soubesse que o Mark estaria com elas e tenha recusado participar. Isso agora não importava mais, águas passadas não movem moinhos… Mas espere, poderiam mover sim!

Faltavam dois dias para o Natal e, de costume, sorteávamos as pessoas que entregam os presentes umas das outras, dando um abraço de feliz natal. Montei um esqueminha com os nomes de todos: os nomes de todos, fiz em bolinhas bem pequenininhas, deixando o do Mark numa maior, meio aberta. Bastaria eu ser a primeira a sortear e pegar seu nome.

No dia do Natal, de manhãzinha, acordei antes de todas e fui acordá-las para comemorarmos o momento. Elas chegaram acesas e o Mark trombando nas paredes do corredor, coçando os olhos e reclamando por terem acordado tão cedo. Discutimos quem sortearia primeiro e eu me impus. Ok, falcatrua, mas foi por um bom motivo. Eles se sortearam depois e Mark, como sempre, foi o último. Deixei que todos entregassem seus presentes e por último entreguei o dele. Ele o recebeu como sempre, mas não parecia fazer questão do meu abraço. Senti que estava mais perto de perder o meu marido do que nunca e quase chorei. Involuntariamente segurei sua mão como que pedindo para que não me largasse e… ele não largou! Ao contrário, passou a acariciá-la com as suas e então eu o abracei com o máximo de força que tinha em mim. Naturalmente, não consegui conter as lágrimas:

- Por que você tá chorando, mãe? - Perguntou Miriam.

- Nada não, amor. É Natal e a mamãe fica emotiva. - Respondi, disfarçando.

Mark me olhou intrigado e segurou meu rosto com ambas as mãos levando-me até ele e me beijando a boca com carinho. Eu retribui, apesar de ainda estar com vergonha de tudo o que havia causado a ele e, após nossos lábios se separarem, cochichei em seu ouvido:

- Obrigada por não desistir de mim.

Ele sorriu para mim e depois ficamos curtindo a alegria de nossas filhas abrindo seus presentes. Eu não queria soltá-lo e não precisei me esforçar, porque ele próprio ficou me abraçando. Não tivemos ainda clima para fazer amor nessa noite, nem nas seguintes, mas passamos a dormir juntos, abraçados, de conchinhas, eu sobre ele, etc. Nossa nova primeira vez só veio na noite da virada do Ano Novo e foi péssima, fria, desconectada, parecíamos dois virgens:

- Credo! Um pouco mais e não acerto seu buraco. - Ele brincou.

Ri da piada, apesar de não ter tanta graça e o contexto não ajudar. No outro dia, melhoramos e assim por diante, até voltarmos a nos rasgar na cama novamente, “pero sin perder la ternura”. O Rick!? Aquele filho da puta voltou a me mandar mensagens, mas eu o cortei na primeira oportunidade, bloqueei e ainda enviei os “prints” para a Denise, pedindo que ela desse uma prensa naquele miserável, mas sem envolver a Justiça. Não que eu o quisesse bem, mas também não o queria mal. Deu tudo certo, porque ele nunca mais tornou noutra. Preferi poupar o Mark naquele momento e ela concordou comigo: ele não precisava se abalar novamente.

Hoje eu entendo que, ao me envolver com o Rick, coloquei em risco tudo o que tenho de mais precioso: meu marido e minha família! O Rick não é uma má pessoa, só não era a ideal para mim naquele momento, nem boa o suficiente para concorrer com o meu Mark, pois ninguém nunca será! Ainda hoje sinto que não gozo plenamente de sua confiança apesar dele dizer que tudo já passou, mas ainda assim todo dia coloco um tijolinho no muro que agora construo ao nosso redor e da nossa família. Sei que um dia ele ficará pronto e ele voltará a confiar em mim, de corpo, alma e coração.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 141 estrelas.
Incentive Mark da Nanda a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil de Mark da NandaMark da NandaContos: 264Seguidores: 627Seguindo: 20Mensagem Apenas alguém fascinado pela arte literária e apaixonado pela vida, suas possibilidades e surpresas. Liberal ou não, seja bem vindo. Comentários? Tragam! Mas o respeito deverá pautar sempre a conduta de todos, leitores, autores, comentaristas e visitantes. Forte abraço.

Comentários

Foto de perfil genérica

Sensacional, nunca li nada igual, o melhor casal de todos os contos, lendo as estórias, me emocionei, fiquei nervoso, uma pena que parou, pois se continuasse eu leria todos, pensa com carinho em continuar, pois vc realmente e sensacional, e quantos anos babacas que comentam besteiras, ignora-os, de atenção aos comentários positivos, pois pelo que vi, vc se queixou deles, mas precisa agradecer a quem gosta de uma bela leitura... abraço e aguardo a continuação.

0 0
Foto de perfil de Vegeta

Bom dia casal abençoado gostaria de saber se ainda terá mais história.

0 0
Foto de perfil genérica

Boa noite Mark e Nanda. Gostaria de falar com vocês que seus contos são lindos. Desconfiança medos remorsos amores profundos que ninguém pode destruir. Me emocionei em todos os capítulos. Mas tenho uma reclamação. Por favor vocês estão demorando muito. Quero continuação. Porque vocês não recuam no tempo e fala do princípio de vocês. Vai ser ótimo e conheceremos um pouco do passado de vocês. Um beijão no coração dos dois.

0 0
Foto de perfil de Beto Liberal

Respondi ao Black Jhon CG lá embaixo, mas deixar aqui tbem.

Fiquei com a sensação de que uma "pá de cal" foi jogada em cima dos contos do Mark e da Nanda.

Uma saga bem construida e cheia de detalhes, e um final que pareceu meio atropelado.

Entendo o desagrado dos autores com essa meia dúzia de "pela saco" com comentários descabidos.

Mas não dá pra disfarçar a frustração

2 0
Foto de perfil genérica

Bora Mark! Bora dá continuidade a essa saga belíssima!! Parou por que? Por que parou!! Sabemos que vc tem assunto de sogra para nos contar. Tem a possibilidade da Nanda aceitar o curso nos Estamos Unidos e por lá arranjar algum (P.A). Temos também a possibilidade dela se envolver com Paulo ou até mesmo aparecer um novo personagem. Em fim, vcs tem um leque de possibilidades.

0 0
Foto de perfil genérica

Quero à continuação. Está demorando

0 0
Foto de perfil genérica

Se tiver amigo, os autores passaram por um estresse com alguns "leitores" e estão repensando a continuidade da história.

0 0
Foto de perfil de rbsm

So agora consegui comentar essa saga adorei muito bem escrita e principal esse ultimo da Nanda divino.

So um detalhe a ser colocado para vc Nanda sobre esse Rick ele e sim uma ma pessoa , ele e egoísta só por esse fato deixa de ser uma boa pessoa, pessoa esta que se propõe com o Mark a destruir uma família estruturada e feliz e de índole ruim .

No mais saga perfeita como muitas lições de vida

0 0
Foto de perfil de rbsm

"como o Mack falou " correção

0 0
Foto de perfil de Omega Alfa

<p>Bem, pra contrapor a lista de músicas de raiva do Mark, coloco uma lista que excitará o sistema límbico dos mais sensíveis se ouvirem lembrando de uma paixão pois não vai prestar (não recomendado para a Nanda):</p>

<p>* Santana - The Game Of Love (Video) ft. Michelle Branch</p>

<p>* Wow! Angelina Jordan (8): "What a Difference a Day Make"</p>

<p>* Rose Royce - Love don't live here anymore 1978</p>

<p>* Jasmine Thompson - Wanna Know Love (Piano) [Official Video]</p>

<p>* Peter Gabriel - Mercy Street</p>

<p>* RITA COOLIDGE We're all alone (1977)</p>

<p>* Marillion Kayleigh Extended Versión 1985</p>

<p>* Kate Bush - The Sensual World - Official Music Video</p>

<p>* Robert Plant's The Honeydrippers 'Sea of Love' (Official Music Video)</p>

<p>* LOVE IS LOVE by CULTURE CLUB</p>

<p>* George Michael - Careless Whisper (Official Video)</p>

<p>* Culture Club - Victims Official Video HD HQ</p>

<p>* c'est la vie emerson lake and palmer</p>

<p>* all of my love led zeppelin</p>

<p>* Air Supply - All Out Of Love (Official Video)</p>

<p>* Elton John - Tiny Dancer (Greatest Hits 1970-2002 2/34)</p>

<p>* Avril Lavigne - I'm With You (Official Video)</p>

<p>* Dollar - I need your love (HD) Legendado em PT- BR</p>

<p>* The Cars - Drive (Official Music Video)</p>

0 0
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Nanda você precisava explicar o seu lado e esse conto foi perfeito. Poderia falar várias coisas mas você já as falou. Obrigado ao casal por tudo. Essa temporada foi dolorosa para todos nós.

0 0
Foto de perfil genérica

Queria ver se a Denise no começo da relação dela com o casal chamasse a mande de frouxa se ela aceitaria o Mark ser amigo dela, manter um contato.

Mariana não consegue manter a língua dentro da boca kkkk.

Mais um aprendizado, vamos ver até quando teremos águas tranquilas pra esse casal.

0 0
Foto de perfil genérica

Nanda não adianta nada vc construir um murro,se vc deixar o Rick do lado de dentro deste murro.

2 0
Foto de perfil genérica

Bem, eu estava procurando palavras e só agora resolvi deixar meu comentário:

Como disse no último conto, o que importa no final é que vocês superaram e terminaram juntos, no entanto a maneira que chegou nesse desfecho, sem dúvidas não foi a ideal. Acredito que tanto o Mark quanto todos aqui esperavam que a Nanda finalmente iria resolver e dar um basta nessa situação, mas nesse encontro quem teve que decidir foi o Mark e apesar de ter "definido" tudo, teve um efeito colateral na vida do casal.

Tenho visto em alguns comentários sobre a diferença do amor e paixão e também gostei bastante da definição do Doutor Galeano, no entanto lembro da frase do Mark dizendo que é perfeitamente possível alguém amar duas pessoas ao mesmo tempo, como num trisal. Na minha concepção, esse sentimento da Nanda pelo Rick, ultrapassou a linha tênue entre paixão ardente e amor. Ela já tinha um sentimento de amor pelo Rick sim. Se a Nanda amava o Mark e a chance do Rick ocupar o lugar no coração da Nanda caso o Mark não existisse era 100% naquele momento, já era um tipo de "amor" ou no mínimo mais forte do que uma paixão. Inclusive o sentimento de amor é relativo e pode acontecer de várias maneiras. Obviamente o fato de ter metade de uma vida e uma família junto do Mark desequilibra na balança (e tem que ser assim mesmo), mas o próprio Mark disse no capítulo 32 que não queria que ela ficasse com ele pelas filhas e sim por ela o amar. É um fato que a Nanda amava(ama) o Mark, mas se a própria admitiu sentir algo quase tão forte que quase a fez perder a família inteira, me faz pensar que TAMBÉM era amor o que sentiu pelo Rick, talvez menor do que tinha pelo Mark dado o contexto de anos de casamento e família, mas o sentimento estava ali e crescia cada vez mais.

Praticamente todo amor de um casal começa de uma paixão fortíssima que vai sendo alimentada e a chama continua queimando com atitudes diárias. Nesse mês com o Rick além da transa muito boa que causou sensações únicas na Nanda, tiveram vários encontros bons, idas a lugares diferentes saindo de uma "rotina", confissões dos 2 lados da existência de sentimentos fortes etc... com tudo isso sendo feito de maneira sucessiva, um sentimento forte, além de uma simples paixão foi sendo crescendo.

Apesar de isso não ter feito necessariamente diferença na atração da Nanda e de esse ter sido um dos motivos alegados pelo Rick, é mais do que óbvio que o fato dele ser rico conta nessa equação. Não no sentido da Nanda ser interesseira, mas sim no sentido de tempo e disposição que o Rick tinha pra tentar fazer ela feliz. Sei que existe uma demagogia barata das pessoas que afirmam que o dinheiro não traz felicidade e que não importa, mas a realidade é que importa sim! Não é a única coisa, mas ajuda demais. O fato do Rick simplesmente poder se dar ao luxo de largar tudo e ficar 1 mês em Manaus atrás da Nanda, o fato de levar a vários lugares diferentes quando quisesse, dar uma roupa lindíssima e caríssima a Nanda que claramente ela adorou, tudo isso causa um deslumbramento e obviamente facilita o caminho de uma conquista. Alimemta um sentimento de proteção, admiração e desejo que o homem acaba criando em relação a mulher. Por exemplo, se essa "amizade" permanecesse, não tenho dúvidas que o Rick viajaria até os EUA pra ficar com a Nanda (caso ela aceitasse a proposta da empresa) fazendo o sentimento do "carvão em brasas" aumentar e ficar cada vez mais forte. É óbvio também que caso a Nanda trocasse o Mark pelo Rick, não quer dizer que seriam felizes para sempre é que esse sentimento de amor seria constantemente aquecido pra seguir forte da maneira que acontece entre o Mark e Nanda, até porque uma vida inteira a 2 é totalmente diferente de 1 fim de semana ou 1 mês... no entanto ficou mais do que claro que havia um sentimento mais forte que uma paixão. Também não quer dizer que o Rick amava a Nanda, até porque na minha visão ele só era o cara rico de caráter duvidoso que teve uma atração forte pela Nanda e queria por ego ter a sua conquista. Ela confusa com seus sentimentos em relação a ele, correspondeu suas investidas quase sempre e alimentou toda essa situação mesmo que sem perceber.

Sei que essa história obviamente causou muitos problemas pra vocês e pelas palavras da Nanda, até hoje causam. Não sabemos há quanto tempo isso se passou, eu chutaria menos de 2 anos, mas se vocês continuaram firmes e fortes depois disso acredito ter muita história pra contar ainda. Se foram os comentários maldosos de alguns, pelo que vi a maioria que ofendeu vocês nem comenta mais por aqui. Se essa história deu gatilhos em vocês, se deêm um tempo e curtam bem a vida. A grande maioria adora vocês (apesar de terem despertado muita ansiedade em varios aqui kkkkk) e sei que gostariam de ver a continuação dessa e das outras histórias. Eu mesmo lia um ou outro texto no site mas esse conto de vocês me prendeu de um modo que até criei essa conta pra acompanhar e deixar sempre os merecidos elogios nessa história sensacional. Me fez inclusive abrir a cabeça pra novos tipos de "amor" como eu disse acima e enxergar muitas coisas de maneira diferente.

Enfim... desculpem se essa ou alguma análise chegou a ofender vocês, mas sempre vou tentar deixar uma opinião sincera e ao mesmo tempo respeitosa sobre suas histórias. Espero que essa não tenha sido a última, mas se for, obrigado por essa obra. Felicidades aos dois!!!

2 0
Foto de perfil de rbsm

so um detalhe amigo o teu chute foi bem fora se fizer as contas cai em plena pandemia

1 0
Foto de perfil genérica

Verdade... não pensei nisso kkkkkk apesar que em 2021 já tinha aberto quase tudo e até daria, mas aí o que ocorreu antes seria em plena pandemia caso fossem exatos 2 anos atrás. Enfim, se foi antes é até bom, porque assim eles teriam bem mais histórias pra contar até chegar no presente caso decidam continuar

0 0
Foto de perfil genérica

Tá na hora de colocar a Denise nessa jornada .

Tem que dar um gelo na Nanda .

0 0
Foto de perfil genérica

Boa noite .

Porque não fazem a versão da Denise ,ela teve participação muito importante nessa enrascada da Dana .

0 0

Listas em que este conto está presente