Esposa nega o terceiro elemento.

Um conto erótico de Marido Indeciso e Leon Medrado
Categoria: Heterossexual
Contém 8863 palavras
Data: 11/06/2023 13:59:11

Tudo começou com uma mensagem de e-mail:

(M) Marido Indeciso. Bom dia. Estou adorando os contos que você está publicando no Casa dos Contos. Meu sonho era que acontecesse algo do tipo com minha esposa. Continue com os ótimos textos, parabéns.

Para os que dizem que meus contos não são verídicos e com base na realidade, neste conto vou utilizar um formato novo. Usarei como estrutura narrativa a troca de mensagens entre o personagem real da história e o autor narrador. Assim os leitores acompanham como nascem os meus contos.

Minha curiosidade foi despertada e a resposta foi esta:

(L) Olá, Marido Indeciso. Obrigado por escrever. Pode escrever sempre. Eu sempre respondo. A propósito, você disse: ‘Meu sonho era que acontecesse algo do tipo com minha esposa.’ Eu pergunto: A sua esposa já teve alguma aventura extraconjugal? Ou você só sonha com isso? Vocês são liberais? Ou gostariam de ser? Me conte um pouco para eu entender melhor, se é apenas fetiche, ou se já tiveram alguma aventura. Eu gosto de saber. Um abraço. Leon.

Ele respondeu esclarecendo:

(M) Então, minha situação sobre isso é meio complicada. Eu sempre tive vontade de ser corno, sempre tive esse fetiche, mas ela acha isso um absurdo. Bem, na verdade, eu nunca falei diretamente isso que eu sinto para ela, mas sempre que tocamos no assunto, por exemplo, quando aparece alguma matéria na TV, sobre casais liberais que fazem swing e ménage, ela fala que é absurdo, coisa de doente. Porém, ela já me traiu e não admitiu.

Eu percebi que havia ali uma história a ser transformada em conto. Respondi:

(L) Vamos por partes aqui. Veja bem.

1 - Vocês tocaram no assunto e ela disse que é absurdo. Mas em compensação, você tem fortes indícios de que ela o traiu. Aqui nós podemos ter três variantes possíveis:

a) Ela tem um amante eventual, em segredo, e por isso, nega veementemente fazer algo com você e outra pessoa, para não trair o amante. Ela preserva o amante.

b) Ela fez algo escondido, e se recusa a admitir, principalmente porque se admitir, poderá ser levada por você, que deseja isso, a fazer algo com outro, e ela não quer essa situação exposta com você. O casamento ela resguarda e não quer misturar.

c) Pode ter sido algo de que ela se arrepende de ter feito, e nunca vai admitir, quer botar uma pedra sobre esse assunto.

2 – Mas tem mais. Pode ser que ela se conheça muito bem, e sabe que se viver uma aventura sexual com outro, com o seu conhecimento, ela vai partir para o tudo ou nada, e pode ter medo de que isso o afete muito, e acabe com o vosso casamento. Nesse campo das relações conjugais tudo é sempre muito delicado, e somente o cônjuge é capaz de avaliar corretamente o que é correto fazer. É o que posso deduzir da sua narrativa.

Dou um exemplo: Eu tenho um casal de amigos que vivia uma situação parecida com a sua. Ele convenceu a esposa a trocar ideias comigo, apenas para se esclarecer sobre o assunto liberal, dado que eu sou um liberal das antigas e muito experiente. No final, depois de uma conversa bem franca comigo, ela perdeu alguns dos medos e eles foram conhecer uma casa de swing, só para ver como é, e com isso, ela acabou de perder o medo. Aos poucos, mudou sua maneira de ver. Hoje são um casal liberal e muito amigos meus. Abraço. Escreva quanto desejar.

O Marido ficou mais empolgado e contou:

(M) Então, sobre a traição dela, foi com um sujeito que ela dizia que era um amigo de infância, um tal de Genésio, e que nunca tiveram nada, segundo ela. Era somente amizade. Ele começou, meses antes de eu desconfiar, mandando um feliz aniversário, e eles passaram a trocar mensagens. Iam conversando regularmente, cada vez mais, até que eu questionei. Ela falava que não era nada, que só tinha amizade com ele, mas eu percebi que ela conversava bastante e depois apagava as mensagens trocadas com ele. Fui ficando mais atento e enciumado. Um dia, eu consegui acompanhar a conversa. Ela estava no celular e eu estava no notebook que estava logado no Facebook dela. Eu vi os dois trocando mensagens. Assim, o papo era espelhado e eu lia. Nessa conversa, cheia de detalhes, ela já tinha se convidado para ir tomar um café com ele, e ele perguntou se eu não ligava de ela ir. E minha esposa falou que não. Porém, não era verdade, eu sempre fui ciumento sobre esse aspecto, e acho que depois ela não admitiu nada principalmente por isso. Mesmo que eu secretamente sempre queria ser corno, essas mentiras dela me deixaram mais com raiva do que com tesão da situação. Matou o meu interesse.

Depois que eu li aquela narrativa dele, apenas reforcei a minha opinião:

(L) Pois é, Marido. Quando a pessoa escolhe o caminho do fazer escondido, do enganar, fica muito feio e revoltante. A raiva e a mágoa, a sensação de ser enganado é péssima e tira todo o tesão. Aproveito para esclarecer. Eu discordo de quem diz que o marido ou a esposa que são traídos e enganados são cornos. Isso não é ser corno. O corno verdadeiro, sabe, e admite que o parceiro ou parceira tenham outros no sexo. O corno é liberal. Quem é traído e enganado às escondidas, é apenas uma vítima de uma pessoa sem caráter. Uma coisa muito feia de se fazer. Mas, paradoxalmente, mesmo que a maioria detesta essa situação, é uma coisa que muitas pessoas fazem com seus parceiros, sem o menor peso na consciência. Traição é muito comum. E depois, os traidores ainda dizem que gostam do parceiro ou parceira. Podem até gostar, mas trair pode ser algo muito danoso. Me conte, você nunca confrontou isso com ela abertamente? Me conte mais. Um abraço.

Ele me respondeu logo:

(M) Na época, ela se fez de vítima, disse que eu não confiava nela. Discutimos bastante na altura, quase nos separamos, mas depois, eu achei melhor ignorar e seguirmos a vida. Eu gosto muito dela.

Naquele ponto, quase que eu lhe disse:

“Você então, já é corno assumido”. Mas não quis ser tão contundente com ele. Escrevi:

(L) Bom dia. Pois é. Tem isso. Conheço muitos casais que acabam deixando as coisas serenar, e fica tudo bem, assim mesmo. Na verdade, verdade mesmo, sexo não arranca pedaço, e não é tão complicado de aceitar uma pulada de cerca da parceira ou parceiro. É o que prevalece. Mas sempre fica esse fantasma da possibilidade da traição escondida. Faz parte da vida. Mas eu quero saber, isso ainda incomoda você ou é fato superado? Faz tempo? Escreva mais. Abraço.

Ele me retornou:

(M) Hoje em dia eu já superei 99%. Às vezes dá uma recaída, mas nada muito forte. O que foi mais difícil superar era saber que não foi só o encontro no motel, tinha outras coisas também no histórico dela que eram mais difíceis e complicadas para eu relevar. Por exemplo, ela fez pesquisas sobre músicas para amantes secretos, e como seduzir um homem. Isso não foi para mim, certamente. É óbvio.

Diante daquelas narrativas dele eu cheguei à conclusão de que ele tinha mais detalhes a contar:

(L) Amigo, que situação hein? Puxa, isso dá também uma história muito interessante. Se quiser colaborar e contar mais coisas e detalhes, eu posso pensar em criar algo nesse clima de "dúvida" do marido, diante das várias evidências, e ao mesmo tempo o problema da negação permanente dela. O que você acha? Quer colaborar? Abraço.

Ele respondeu de pronto:

(M) Claro, vou adorar. Assim que chegar em casa eu passo mais alguns detalhes, e se quiser também perguntar alguma coisa fique à vontade.

Depois veio outra mensagem:

(M) Então, vou contar melhor como foi no dia que descobri. Estava no começo da pandemia, era final de abril. Ela tinha médico marcado para um dia de manhã, e na véspera até falou que ia aproveitar e se arrumar melhor porque como estava na época da quarentena, ela não estava saindo de casa. Achei aquilo um comportamento bem normal, ela sempre foi vaidosa e queria sair se sentindo bem arrumada. Dormi sossegado e quando acordei ela já tinha saído. Fiquei em casa com nossa filha, e tudo seguia tranquilo. Até que fui recolher roupas do varal e guardar, e quando olhei a gaveta de calcinhas dela vi que uma lingerie específica estava faltando. Foi fácil notar pois ela não tem muitas e aquela era muito mais sexy. Na hora me bateu aquele misto de nervoso, ciúmes, raiva, não sei explicar, e então, fui olhar o histórico de trajeto dela pelo GMaps. Estava constando que ela tinha ficado duas horas no motel. Continuei olhando mais detalhes do histórico e estava indicando que alguns dias antes ela também tinha ido lá. Claro que fiquei muito puto. Quando ela chegou, eu pensava que ia ficar quieto, mas não aguentei e fui confrontar minha esposa. Ela já negou, falando que era erro do celular, reclamou que eu não confiava nela, que não sabia explicar aquilo do GMaps, mas não tinha feito nada. Mesmo diante das evidências, para não brigar muito, eu me afastei bem chateado. Ficamos uns dias nesse clima ruim, eu querendo explicações e ela sempre negando. Nisso, eu continuei a investigar, e vi as pesquisas registradas no histórico dela "músicas para amantes secretos", e "como seduzir um homem", acho que tinha até mais coisas, porém essas foram as que mais me marcaram. Mesmo mostrando o histórico que eu tinha, ela negava e falava que não sabia de nada daquilo. No domingo, da mesma semana, eu acordei, ela já estava de pé e o celular dela ficou ao lado da cama na mesinha. Fui pegar para ver as horas, e tinha uma mensagem do Genésio, o amigo dela: "SDDS". Na mesma hora fui até ela e falei “E agora? O que você vai alegar?” Ela disse que eles antes andavam conversando mesmo todos os dias, porém, era só isso, que desde a nossa briga ela havia parado de falar com ele. Por isso ele devia ter mandado aquela mensagem.

Depois desse acontecimento, ela o bloqueou das redes sociais, e nunca mais deixou vestígios. Pronto. Eu fiquei em dúvida. Porém não confio nela 100% mais. Hoje em dia eu me sinto um pouco mais à vontade em falar sobre isso, mas tem coisas que ainda são difíceis de aceitar, principalmente saber que ela estava se preocupando em agradar a ele de várias maneiras. Isso me dá muito ciúme. Na época, meu medo era ela me largar por ele, já que mesmo ela falando que não, tenho certeza de que eles já foram namorados há bastante tempo. Uma vez, ela me disse que o primeiro namorado dela tinha uma filha com o mesmo nome da nossa. Adivinha o nome da filha desse homem? Bom, se você quiser mais algum detalhe, pode perguntar.

Li com atenção o que ele revelou. Eu achei que ele realmente gostava muito dela para suportar tudo aquilo e respondi:

(L) Marido, caramba, que detalhes incríveis! Primeiro você mostra as evidências, que são provas muito sólidas, e ela nega. Lembre-se da primeira regra de quem trai: "Nunca admita a traição, mesmo se for pego em flagrante”. Por aí você vê que ela foi orientada, ou, sabia bem do que estava fazendo. Não foi um acaso. Segundo: A mensagem do celular confirmou tudo e ela disse que era só amizade. Coisa complicada, ela ter bloqueado depois. Assim, você não saberia mais o que ela falava com ele. Mas ele pode ter mudado o nome, para o de uma mulher e ela criado outro contato. E você não saberá mais quem é quem entre as amigas dela. Terceiro. Você disse: “Depois disso ela o bloqueou das redes sociais e nunca mais deixou vestígios. Porém não confio nela 100% mais”. Comentário: Muitas vezes, a pessoa que trai e mantém isso em segredo, tem medo de revelar que gosta de duas pessoas. Ela pode estar dividida, e teme que ao revelar isso, o marido, por ciúmes, fique abalado e termine a relação. É uma grande dificuldade, por força da formação conservadora e romântica que tiveram, as pessoas admitirem que alguém pode gostar de mais de uma ao mesmo tempo. Mas pode acontecer. Uma pessoa ela ama como parceiro, marido, pai da filha, e a outra como aventura eventual. Gosta de ter intimidade com o amante, e fazer jogos de sedução com ele, mas fica só nisso. Não vai largar o casamento por uma aventura ou um amante casual. E você disse que na época, seu medo era ela o largar por ele, que mesmo ela falando que não, tinha certeza de que já foram namorados. E que uma vez ela disse que o primeiro namorado dela tinha uma filha com o mesmo nome da vossa. Comentário: Sim, essas são evidências muito pouco comuns e significativas. Não é tudo coincidência. Mas, eu acho, sinceramente, que é pouco provável que ela largasse de você. Eu acredito que se você tivesse insistido, e ameaçado perder totalmente a confiança nela se não soubesse da verdade, e que ia criar uma crise grande por causa disso, ela talvez entregasse os pontos e assumisse o caso paralelo. Mas, eu sei que precisa ter muita coragem para ter essa atitude e pagar para ver. Sei que é difícil quando se gosta muito do outro ou outra. E ela apostou nisso. Acredito que ela o conhecendo bem, sabia que você iria ceder. Jogou trancada e venceu. E ela estava certa. Sim, eu acho que tudo isso dá uma bela história, e se tiver mais detalhes para contar eu vou pensar como posso estruturar essa narrativa. Agradeço a sua confiança em compartilhar tudo comigo. Boa noite.

Ele ainda respondeu comentando:

(M) Então, agora eu penso que eu devia ter respondido a mensagem dele no celular como se fosse ela, em vez de ir confrontá-la, e ver se ele falava algo mais. Eu não devia ter tirado logo satisfação com ela. Aí, ela se fechou. Depois que isso aconteceu, nosso sexo até deu uma melhorada, mas hoje já esfriou de novo. Me recordo que em uma das vezes em que estávamos fazendo sexo, depois desse episódio, enquanto eu comia ela de quatro sobre a cama, ela pegou na minha mão e colocou para segurar o cabelo dela na nuca. Na mesma hora já imaginei que o amante a fodeu assim. Isso naquela hora me excitou, mas depois me incomodou saber aquilo e ela não assumir.

Ouvi a narrativa e imaginei como ele havia ficado incomodado. Verifiquei que eu já tinha os principais elementos para criar uma história. Mas continuei a trocar mensagens com ele:

(L) Marido. É interessante clarificar certas coisas. Você disse: "Depois que isso aconteceu, o nosso sexo deu uma melhorada e hoje já esfriou de novo." Por favor, posso não ter prestado a atenção, então me esclareça: Toda relação, tem mesmo essas ondas de esquentar e esfriar. Altos e baixos. Os fatores que esquentam são sempre gatilhos para mudanças. Ao passo que os tempos de esfriamento, são calmarias de acomodação e falta de estímulo. Pode ser que esteja mesmo faltando estímulo e algum gatilho. Então eu pergunto: Como é a relação de vocês hoje? Ela é carinhosa e atenciosa, ou mais pragmática e voltada para a vida profissional? Meio indiferente. Pode descrever as características emocionais e afetivas dela? O que acha que seja a coisa que mantém vocês juntos? O gostar dela por você, ou, ao contrário, o seu gostar dela. Vocês tem quantos filhos? Desculpe a curiosidade ao perguntar, mas sem conhecer, sem saber nada das pessoas envolvidas, fica difícil fazer qualquer tipo de análise. Mas você não é obrigado a contar nada se não desejar. Abraço.

Ele não se negava a responder e escreveu:

(M) Acabei não contextualizando minha relação mesmo, falha minha. Eu estou com 40 anos, ela tem 37. Estamos juntos desde 2012. Temos uma filha de 8 anos. A primeira vez que desconfiei dela foi em outubro de 2019, quando esse amigo mandou mensagem de feliz aniversário para ela. E eles passaram a trocar mensagens. Antes eu nem sabia que o sujeito existia. Mas o tempo passou, eles trocavam mensagens e eu não desconfiei de nada. E esse episódio do motel aconteceu só em abril de 2020. Eu não sei se antes já havia alguma coisa. A gente sempre teve uma relação sexual muito ativa, porém, como sempre acontece na maioria dos casamentos, depois que nossa filha nasceu foi diminuindo nossa atividade sexual. Teve um período no qual passamos também um aperto financeiro, muito estresse, e durante esse período ela me evitava bastante. Nosso sexo ficou mais raro. Depois disso, até hoje, às vezes sinto uma certa "vergonha", receio de a procurar para sexo. Digamos que não tenho mais muita confiança. Não fico à vontade. A minha broxada com ela foi muito traumatizante. Ela não é carinhosa, nunca foi. Mas também, não é o tipo de mulher que se acomoda, sei que se ela estivesse insatisfeita comigo já teríamos separado. Ela já foi casada, pois quando comecei a ficar com ela, foi quando ela estava se separando do primeiro casamento.

Diante daquelas novas afirmações, eu continuei:

(L) Obrigado por responder, Marido. Repare que paulatinamente, pedaço por pedaço, estamos resgatando detalhes, construindo as bases de um conto. É assim mesmo que nascem a maioria das minhas histórias. Baseadas em narrativas reais como a sua. Casos verídicos confessados. Por isso dá trabalho para fazer. Pois vamos coletando pedaços, fragmentos, detalhes, para formar um conjunto sobre o qual eu crio. Você já me passou muita coisa. Mas tem coisas que sempre nos despertam curiosidade. Vou comentar no seu texto abaixo.

Resumo: estão juntos há 11 anos. A filha nasceu três anos depois que se conheceram. Existe um período, de antes de 2019, onde aconteceu alguma crise? São as que você citou? Pode ter sido uma crise de relacionamento, estresse, dificuldades, que foi gatilho para ela buscar outra compensação. Bastou o tal amigo ou ex-namorado, procurar e ela estava carente. De outubro de 2019 quando ele fez o contato, até abril de 2020, são sete meses. Você deve examinar se nesse período coincide com a época em que vocês estiveram mais apagados e distantes. É importante determinar melhor qual é esse período na régua do tempo. Aqui pode ser exatamente onde acontece o gatilho que a leva a buscar alguma compensação, ou fica mais suscetível a algum tipo de sedução. Você mostra duas coisas importantes na sua narrativa: "vergonha" de a procurar para sexo. Perda da confiança – mas que confiança é essa? Nela ou em você? Houve algum momento em que você se sentiu afetado na sua capacidade viril em decorrência dos fatos? O "Depois disso" que você disse é de 2020 para cá, um período de dois a três anos. Outro aspecto que devemos ter atenção é o seguinte: Pessoas menos carinhosas, são, geralmente, mais racionais do que as emocionais, e por conseguinte, agem com mais facilidade sem muita culpa ou remorso. A maioria das pessoas que mantêm relacionamentos alternativos ou paralelos, que eu conheci, eram ou são pessoas mais racionais e menos emocionais. Isso é um indício a ser levado em conta por você. E aqui tem dois elementos importantes. O primeiro elemento que você apontou é de que ela não se acomoda. Pode não estar insatisfeita, mas pode também não se acomodar em um momento menos prazeroso, e buscar compensação. O segundo elemento é que ela tinha um relacionamento anterior que estava se desfazendo, quando conheceu você, e ela mudou. Quem age assim, pode agir de outro modo, tendo uma filha, e não separar o casamento, pela família, mas experimentar algo alternativo. Ainda não temos certeza, mas aos poucos vamos dissecando a história, e recordando os pontos importantes. É um processo detalhado de análise. Obrigado.

O Marido respondeu:

(M) Vamos lá. Eu não lembro exatamente quando foi o período mais complicado da nossa relação, mas tinha começado antes de 2019. Foi um monte de coisa acontecendo ao mesmo tempo, preocupações financeiras, ela engordou e afetou a autoestima, eu estava trabalhando muito também e vivia cansado e estressado. Chegamos a ficar semanas sem namorar, e nossa filha sempre dormindo na nossa cama também atrapalhava. Então, durante esse período é que eu acredito que começaram as trocas de mensagem dela com esse amigo, e já estávamos em um período mais frágil na relação. Já a minha perda de confiança depois disso tudo é meio que geral, tenho receio de a procurar e ela me afastar como já fez antes, e tenho também medo de a procurar e na hora H falhar, atormentado pela mente, e não conseguir dar prazer a ela. No final do ano passado passei por um período em que eu estava broxando fácil, sem motivo aparente. Falhei uma vez, e depois fiquei preocupado e comecei a falhar com frequência, até procurei médico para fazer exames e ele disse que era somente um fator psicológico. Melhorei, mas hoje eu ainda sinto uma certa "pressão" quando temos uma relação. Um detalhe que eu não comentei sobre a época da traição. Além de ela começar a pedir para puxar o cabelo, um dia eu fui tentar fazer anal com ela. Ela não reclamou nada, e eu achei que entrou até com facilidade. Depois disso, nunca mais me meti a fazer assim com ela, porque não parava de pensar que quando ela estava com o Genésio, ele já tinha feito anal com ela.

Fiquei impressionado com as últimas revelações. Mas não respondi logo, só no outro dia.

(L) Olha, Marido, eu demorei a lhe dar um retorno de mensagem porque estava atarantado com outras coisas aqui. Mas lendo a sua narrativa eu sinto a necessidade de lhe dizer algumas coisas. Vou, como sempre, trazer o seu texto para comentar:

Acho que fica mais fácil compreender que esses fatores que você cita interferindo na qualidade e na harmonia da relação, tiveram um peso importante na mudança de comportamento dela e pode sim, ter conexão com a troca de mensagens, e quando ela aceita a troca de papo com um terceiro. Não podemos afirmar que houve logo de cara uma intenção de trair, mas pode ter sido um fator que favoreceu e levou a isso. A PERGUNTA QUE EU TENHO É: Você tem convicção bastante forte de que ela o traiu, e teve um caso, esporádico ou temporário com outro? No caso, o Genésio, um amigo de infância como ela disse? Parece que sim, é uma hipótese, e isso é o que alterou profundamente a sua forma de se relacionar com ela. E o seu medo de rejeição é perda de confiança em você principalmente. E falhar na hora H também. Isso é mais comum do que você imagina. Basta ter um problema psicológico que isso afeta. E ficou provado o psicológico abalado. Novamente, vejo que a falta de confiança se manifesta mais em você. Ainda bem que você melhorou. A pressão sempre vai existir enquanto você não superar esse assunto mal resolvido com ela. Eu acho que você se deixou influenciar e isso prejudica. Se você "admitir" que toda mulher tem o seu lado "safado" e que elas no fundo gostam de uma certa safadeza, você poderá superar esse trauma, tratá-la como "safada" e dar conta de fazer de tudo, pensando que se ela pode fazer com outro, pode fazer com você. Isso ajudará você a agir melhor. Para efeito da história, eu tenho os fatos e os acontecimentos que você me narrou. Mas na estrutura da história eu preciso que você verifique se o que eu estou encadeando como "roteiro" está correto.

MINHA IMPRESSÃO PESSOAL: Não tenho tantas informações para poder saber exatamente a verdade, pois não sei o lado dela. Mas a minha impressão, (repito, uma impressão apenas) diante dos fatos, é a seguinte: Sua esposa, insatisfeita com alguma coisa ou com uma porção de pequenas coisas, buscou ou aceitou uma compensação de ter um caso extraconjugal com um amigo, que pode ser casado também, e ambos buscavam apenas variedade e satisfação no sexo casual, sem afetar seus casamentos. Talvez, não houvesse envolvimento afetivo no início. Era apenas uma aventura excitante. Sempre, na maior parte das vezes, acontece assim mesmo, e acaba sendo bom, pois é diferente, sem obrigações de parte a parte, e vai se repetindo até que ambos se acostumam e gostam de ter esses encontros eventuais. É quando surgem evidências, pois é difícil ocultar muito tempo, um dos cônjuges desconfia e descobre. No seu caso, a esposa nega, sinal de que teme que ao revelar o que fez, vai expor, além de seu comportamento adúltero que a envergonha, e magoa o marido, e um terceiro, outro relacionamento que também poderá expor outras pessoas que ele trai. E ela teme "destruir" a família que ela tem. Mas ela já traiu. Isso é o mais comum. A negação da traição, indica um lado perverso, não sincero, o medo de assumir, e isso cria para o marido uma mácula, uma mancha na imagem daquela pessoa que é amada, que é desejada, mas que traiu e não deu as razões nem assumiu ter feito.

AQUI ESTÁ O GRANDE PROBLEMA QUE ATRAPALHA O MARIDO, E O FAZ SENTIR-SE MAL E DIMINUÍDO. A ponto de afetar a sua capacidade sexual.

Bem, agora, a bola está com você. Se não me municiar com mais informações, a história fica só no território das suposições. A presença do terceiro elemento fica meio oculta. Mas para a sua vida, sinceramente, não sei dizer o que seria melhor fazer. Se é seguir como está ou resolver ir fundo, e mexer debaixo do tapete.

Depois dessa minha mensagem, ele ficou um dia sem escrever. Mas depois mandou outra mensagem:

(M) Bom dia, amigo, posso chamar de amigo já? Vou falar um pouco sobre mim.

Hoje tenho 40 anos, tenho 1,78m e sempre tive peso na casa dos 75-80 kg. Não me considero bonito, mas também não sou feio, sou um sujeito "normal". Sempre fui o nerd clássico, daqueles que não se enturmam fácil, que tem dificuldade com mulheres, essas coisas todas. Nunca fui muito "pegador", minha experiência com mulheres é bem pouca. Antes de conhecer minha esposa, eu tinha namorado por cerca de 10 anos, entre algumas idas e vindas. Eu e minha atual esposa trabalhávamos juntos na mesma atividade, e como ela era casada e eu também namorava, éramos só amigos sem segundas intenções. Porém, quando ela começou a se separar, eu também não estava satisfeito com meu namoro e fomos nos aproximando mais. Mas nós só fomos ficar juntos mesmo quando ela se separou oficialmente, ela não chegou a trair o seu ex-marido comigo. Em seis meses nós já estávamos morando juntos. No começo era aquela maravilha, sexo todo dia, sex shop, motel... Além da parte de sexo, nossa relação era muito boa também, viajamos bastante, aproveitamos bem tudo que podíamos. Naturalmente, o ritmo foi diminuindo, mas ainda não tinha esfriado de vez, nem mesmo quando ela engravidou.

Foi somente uns três anos depois que minha filha nasceu que as coisas foram ficando cada vez mais frias, e aconteceu o que já falei, sobre ela se afastar e eu "permitir" isso. Mas, o meu fetiche, de ser corno, sempre tive isso, mesmo com minha ex-namorada eu já pensava nisso. Porém, ao mesmo tempo, o ciúme era forte. Cheguei a ter algumas discussões com minha esposa por causa de ciúmes, mas nada muito grave, coisas corriqueiras. Só que hoje eu entendo que eu poderia ter evitado e não haveria muitas brigas. Eu não consigo especificar direito se estávamos em muita crise na relação quando as coisas aconteceram, porque eu já estava vendo como "normal" a situação, entende? Mas, é bom lembrar que teve uma coisa que eu não mencionei. Quando ela começou a falar com o Genésio, eu estava em um período em que trabalhava no terceiro turno, então, ela passava as noites sozinhas com nossa filha. Isso durou uns 2 meses. Um detalhe importante. A minha ausência em casa à noite pode ter dado espaço para ela deixar o ex-namorado se aproximar. Não me lembro se falei, mas pouco tempo antes de acontecer a traição, eu estava tentando falar para ela sobre minha fantasia. Cheguei a comentar que gostava quando ela se vestia de forma mais sexy, chamando atenção, que de certa forma eu até gostava de investigar o celular dela para verificar se havia paqueras. A resposta dela foi que era absurdo, que estava chateada e decepcionada, contou que trabalhou com um homem que oferecia a esposa e ela o achava doente. Porém algumas semanas depois, aconteceu tudo isso que eu contei. O confronto com ela foi, digamos, difícil. Me lembro que no dia ela chegou e eu queria evitar, mas não aguentei. Primeiro falei que a tinham visto no motel, ela não acreditou naquilo, e eu admiti que vi pelo celular dela. Foi a deixa para ela me chamar de paranoico, que eu não confiava nela, ameaçar ir embora de casa. No final das contas eu até acabei pedindo desculpas para ela. Eu deixei passar, pelos motivos que acredito serem mais comuns, não queria destruir a família, não queria que minha filha crescesse com pais separados, e porque eu também não deixei de amar minha esposa. Me machucou na época, mas eu sabia que não a poderia pressionar muito e correr o risco de perdê-la. Logo que aconteceu, nosso relacionamento melhorou, tanto sexualmente quanto nas coisas do dia a dia. Não me lembro de ela ter mudado alguma coisa, especificamente. A questão do meu desempenho sexual ter falhado, eu acredito que não tenha a ver com esse caso, pois faz pouco tempo que aconteceu, e eu já havia superado essa história. Espero que com mais essas informações eu ajudei mais um pouco. Abraço.

Eu tratei de responder no mesmo dia:

(L) Salve Marido. Pode me chamar de amigo, claro. Agora, você explicou muitos pontos que estavam obscuros ou desconhecidos. Está tudo mais claro. Verei se ficaram dúvidas. Abraço. Leon

Mais dois dias se passaram. Ele mandou:

(M) Tudo bem, amigo? Faz tempo que não entra em contato.

Uma ótima semana. Espero que esteja tudo bem. Abraços

E eu respondi:

(L) Olá Marido. Desculpe minha ausência. Tenho me dedicado a resolver alguns assuntos que demandam muito tempo. Veja a sinopse que eu penso:

1 - Um homem, meio nerd, com dificuldade de fazer muitos amigos, com 28 anos, e tendo namorado uma única garota por dez anos, conhece no trabalho, uma mulher que estava se separando do noivo com quem morava. Existe uma afinidade.

2 - Se apaixonam e começam um romance, logo passam a viver juntos, o sexo era ótimo (pelo menos para ele que confessou ser meio inexperiente) e três anos depois a vida conjugal resulta numa filha. Até aqui tudo bem, embora sempre existam crises que foram sendo superadas.

3 - Ao longo dos anos o casal passa por mais períodos de crise e talvez entre o quinto e o sétimo ano da relação, ocorrem altos e baixos nesse relacionamento. Esfriamentos e períodos de pouca satisfação, baixa autoestima da mulher, o marido sem pique, dificuldades econômicas, financeiras e outras. Uma boa fórmula para o caos.

4 - Num desses momentos de dificuldades e esfriamento, em 2019, o marido nota que a esposa está se correspondendo com um amigo de infância, segundo ela. Ele sempre foi ciumento, e desconfiado começa a prestar atenção.

5 - Finalmente, alguns meses depois, já em 2020, ele descobre evidências muito fortes de que a esposa está tendo encontros com o tal amigo. Ele com ciúmes e contrariado a confronta e ela nega, sempre negou diante de todas as evidências.

6 – O marido não quis ser muito radical no confronto, e diante da negativa dela, acaba pedindo desculpas por ter desconfiado. Neste episódio ela percebe que terá que negar sempre e ele não irá muito a fundo na apuração, pois gosta dela e não quer desfazer a família. Ela diz que cortou a relação com o tal amigo. Mas pode ter apenas mudado de nome, já sabendo que do lado do marido, ela conseguiu contornar a crise.

7 - Aqui temos um momento de grande importância na história. O marido não rompeu, não foi decisivo, e deixou passar (perdoou). Preservar a unidade da família e gostar da esposa é o mais lógico. Mas isso causou sequelas.

8 - Ficou claro que a dúvida, ou a quase certeza da traição, afetou psicologicamente o marido, não se sabe como afetou a esposa, se ela mudou, ou se continuou do mesmo jeito como se nada estivesse acontecendo, principalmente pelo fato da esposa em vez de assumir, negar.

9 - A partir desse ponto, a relação parece ter sofrido um abalo enorme, com mudança de comportamento do marido, perda da confiança na esposa, e nele mesmo, com insegurança, e um trauma que afetou o desempenho sexual do marido.

10 - O marido relatou que fez um aconselhamento (não sei se foi um tratamento) para superar a dificuldade de manter a ereção e a virilidade. Mas, mesmo dizendo que o seu desempenho sexual voltou a ser como antes, ele mesmo confirma que nunca mais foi o mesmo. E a relação sexual do casal pode ter sido afetada definitivamente.

11 - No início da troca de mensagens o marido contou que sempre teve um certo fetiche Cuckold, mas que em conversas com a esposa, sem revelar a ela o que sentia, ela afirmou não se interessar, não admitir e rejeitar uma prática liberal.

12 - Finalmente - Tem uma base boa para uma história, mas não sabe ainda se caracteriza a esposa como uma traidora. Mas percebe que existe essa fantasia na cabeça do marido.

Depois de enviar a ele esses doze pontos, pensei na história e verifiquei que para fazer um conto com ela, precisava da aprovação para o roteiro. Perguntei o que ele achava. Ele respondeu:

(M) Bom dia. Sim, pode escrever isso que eu autorizo. Outra coisa, eu confio em você, se quiser, eu mando uma foto dela para ajudar na descrição, desde que fique apenas entre nós.

Achei ótima a ideia. Conhecer a personagem sempre ajuda. Respondi:

(L) Sim. Claro que uma foto ajuda para a descrição. Fique tranquilo. Sigilo total. Obrigado.

AS FOTOS FORAM ENVIADAS.

(M) Espero que estejam boas. Adoraria saber sua opinião sobre ela também. Abraço. Ah...Me lembrei de um detalhe que talvez seja interessante. No dia em que ela me traiu, ela estava com esse conjunto de lingerie da foto (a calcinha era fio dental, depois desse dia ela até jogou a calcinha fora, não sei por que). E essa foto do pé dela é do mesmo dia, só depois que eu percebi que até o sapato dela estava combinando com a lingerie de oncinha.

Tratei de agradecer:

(L) Oi Marido. Eu gostei das fotos. A sua mulher é muito bela sim, e se me permite a sinceridade, com todo o respeito, tem jeito de ser safada, (no bom sentido) de ser sensual, de gostar de uma boa sacanagem. Uma mulher dessa leva jeito de gostar muito de sexo e de não ser uma puritana. Se eu a visse em algum lugar, como está na foto, não imaginaria que ela é santinha, pelo contrário, bem safadinha. Entende? Meu olhar é de macho experiente. Sempre é bom conhecer a imagem real da personagem, ajuda mesmo a idealizar as cenas da narrativa. Sobre a lingerie, de "oncinha" combinando com o sapato, eu também acho que é uma roupa íntima que revela as intenções de seu uso, e combinar com o sapato, faz o lance ficar ainda mais significativo. Ela se vestiu para provocar alguém, e não era você. Tudo isso é material de inspiração. Um bom dia. E obrigado. Abraço.

O Marido respondeu:

(M) Que bom que gostou. Eu já mostrei a foto dela algumas vezes, e sempre me falam sobre ela ter cara de safada, mas eu não consigo ver isso. Eu enviei quatro fotos: uma de conjunto rosa, uma de blusinha verde, do sutiã e do sapato. A calcinha não tem mais. Ela se chama Mariela, o meu nome já é menos comum, me chamo Magnus.

Minha resposta:

(L) Marido, eu recebi as fotos. É sempre bom saber os nomes. Estou já escrevendo a história. Em breve estará pronta. No final eu tenho que fazer um suspense pois não sei mais o que aconteceu. Se puder, me responde: Vocês estão bem, vivendo normalmente, o sexo voltou ao normal? E acha que ela parou de vez com aquele caso? Ou acha que ela ainda tem algumas saídas escondidas? Para você ficou tudo bem? Abraço

O Marido respondeu:

(M) OK, tudo bem. Sem crise. Então, no final tudo voltou ao normal, eu nunca mais toquei no assunto e ela também não. Logo que aconteceu, como disse, o sexo deu uma animada, mas com o tempo também voltou à rotina. Vida de casado sabe como é, ainda mais com criança. Eu sinceramente não confio mais 100 % nela, porém não vi nada mais de comprometedor. Ou ela parou mesmo, ou aprendeu a esconder melhor. Escreva como achar melhor. Eu confio na sua narrativa. Abraço.

Eu, finalmente, segui uma intuição. Eu sabia que é muito difícil mulher ter um caso extraconjugal, mesmo que seja um fato isolado, e não compartilhar isso com ninguém. Ou ela escreve em um diário, ou escreve um conto, ou tem alguém para quem ela conta em segredo as suas aventuras. Então, pedi ao Magnus que examinasse qual a amiga que ela poderia confiar mais, e vasculhar tudo, nos arquivos dela, em pen-drives, na nuvem, principalmente entre as conversas com as amigas dela, para verificar se encontrava alguma coisa. Passaram dois dias, quando ele voltou:

(M) Amigo, você realmente é muito experiente. Estava certo. E eu nem sabia como descobrir. Finalmente, aproveitei que ela passou o sábado com nossa filha na casa de outra amiga, que tem uma filha na mesma idade, e já que ela fez contato com essa amiga e eu tinha o histórico, fui rastrear as trocas de mensagens dela com a amiga. Tive que mexer em várias coisas e seguir muitas pistas, e do nada, qual não foi minha surpresa. Finalmente eu descobri. Uma troca de e-mail dela pelo Hotmail, um endereço que ela quase nunca acessava. Eu nem me lembrava. Ela contou tudo num chat com a amiga, e depois fez o print no e-mail. Acho que queria guardar. Vou enviar anexado. Aí você tem aquilo que a gente não sabia.

Eu recebi o material e de fato a história estava lá. Já tinha tudo para continuar a narrativa.

Mariela:

Amiga, socorro, bicho pegou aqui. Você não vai crer, imagina que o Magnus me rastreou no GMaps e me localizou parada por duas horas no motel?

Stefany:

Nusss! E aí? B.O. total? Me conta esse babado! Que safada! Estava com quem?

Mariela:

Ué, com o Ge. Você sabia que eu tive um caso antigo com ele.

Stefany:

Não, como eu ia adivinhar com quem? Podia ser outro. Antigo de quando?

Mariela:

Amiga, já esqueceu? Eu falei para você na época. Que ele me achou no ano passado. Quando o Magnus estava naquele turno à noite, e a gente andava meio distante, o Ge, meu primeiro namorado, me achou no Insta, e a gente começou a conversar.

Stefany:

Bem, isso eu lembro, mas conversa não é crime. Você acabou ficando com ele? Chifrou o marido?

Mariela:

Ah, amiga, pois é. Essa é a parte ruim. Fiz o meu marido de corno. Olha só...

Stefany:

Mulher! Que safada! E dissimulada, nem me disse nada. Conta aí.

Mariela:

No começo era apenas papo mesmo, de amigo, ex-namorado. Amizade. Colocamos as notícias em dia. Mas eu estava muito solitária, minha relação com o Magnus estava fria, distante, e eu fui alimentando aquela amizade. Me fez bem. Eu estava com baixa autoestima, ele também não estava bem com a esposa. A gente foi se aproximando. Pior que a mulher dele também colocou chifre nele, e ele achou que tinha que dar o troco. E foi me envolvendo. Eu fui gostando, era sempre uma pessoa que já me conhecia, que já tinha muita intimidade comigo, foi meu primeiro homem, e essa coisa de amor de pica...

Stefany:

Mariela do céu, que confusão. E você acabou dando para ele? Conta logo mulher.

Mariela:

Então, eu no começo não tinha coragem de trair o Magnus, então resistia, mas encontrei com o Ge num café, e batemos um longo papo. Ele me disse que sentia muita saudade. Eu me separei dele e depois tive um marido, antes de me juntar com o Magnus. Na época do namoro eu era inexperiente, e depois, agora, estava com vontade de sentir aquela rola deliciosa do Ge.

Stefany:

Xi, mulher, babado hein? E o bofe é pauzudo ainda? Que loucura. E foi bom?

Mariela:

Na segunda vez que eu me encontrei com ele num café Starbucks do shopping, a gente se beijou, ele me abraçou e senti aquele negócio todo rijo vibrando. Lembrei de como é gostoso. Me molhei toda.

Stefany:

Mulher, que sem-vergonha, mas você não ama o seu marido? Não resistiu?

Mariela:

Pior que eu amo muito o Magnus, ele é o meu marido. Mas eu estava carente de romance, de atenção, de me sentir desejada por outro, sei lá, eu não pensava em trair o meu marido, mas ao mesmo tempo estava gostando daquele romance discreto que o Ge ia provocando. Me mandava poemas, me mandava links de música para eu ouvir. Ele sabia que eu gostava. E o Magnus mais acomodado, já não seduzia mais igual fazia antes.

Stefany:

Mari, sua maluca. Acabou dando para o ex-namorado de pau gostoso? Vai, me conta, agora eu quero saber tudo. E o Magnus, ficou como? Aceitou ser corno?

Mariela:

Calma, “miga”, não foi logo, eu demorei um tempo para admitir que eu queria. Mas teve um dia que eu saí mais cedo do trabalho, para encontrar o Ge no café. Perto de onde eu trabalho tem um café, então eu vou a pé, nem tiro o carro do estacionamento. E naquele dia eu estava no cio. E ele percebeu, a gente se beijou, foi gostoso, ele me chamou para o motel. Eu disse que não queria trair o Magnus, mas o Ge falou uma coisa que me deixou intrigada. Ele comentou que o corno no fundo gosta de ser corno, e que ele tinha sentido isso quando a esposa passou a dar para os outros. Ele sentia ciúme, mas também ficava excitado de saber e imaginar ela com outros. Imagine só, eu sabia que o Magnus já tinha comentado comigo que não achava nada demais a esposa dar para os outros. Na altura que ele falou isso, eu fiquei muito revoltada, achando que ele não me dava valor. E naquela hora eu achei que tinha que tirar aquele desejo a limpo. Eu topei ir ao motel e fui com o meu carro, para poder ir do motel para casa. Nem me lembrei que poderia ficar registrado isso. E foi muito bom. Um sexo incrível.

Stefany:

Melhor do que com o Magnus? O que você sentiu?

Mariela:

Eu sinto ser diferente. Com o Magnus sempre foi muito bom, mas depois de um tempo já era meio mecânico, eu sentia que ele esperava alguma outra coisa, sei lá, não empolgava tanto. Acho que é a repetição. A novidade tem outro sabor.

Stefany:

Pronto, já fez o marido de corninho, e gostou. Assim que começa.

Mariela:

Não, menina, foi estranho. Eu adorei. O Ge também estava muito mais experiente no sexo, mais safado, e não me tratou com romance, ali no sexo ele me tratou meio como uma mulher da vida, me pegou forte, me fez chupar aquele pau grande dele até eu me engasgar, batia com a rola na minha cara, me chamava de putinha safada. O pior é que eu fiquei muito tarada com aquilo. Eu estava sendo mesmo uma devassa, e aquilo me deu um tesão louco. Ele me chupou também de um jeito muito gostoso. Nossa, fazia tempo que eu não gozava tanto, e o Ge meteu muito e gozou em mim, e dizia que eu ia aprender a ser uma hotwife, e gostar de fazer meu marido de corninho. Na hora eu estava louca de tesão e achei bom. Mas depois que peguei o carro para voltar eu estava com muito remorso. Meu marido não merecia ser enganado. Mas, eu cheguei em casa e o Magnus não desconfiou de nada. Fiquei mais calma, mas também meio deprimida uns dois dias. Aí, fui ler sobre o assunto, pesquisei esse negócio de corno e hotwife.

Stefany:

Caraca, mulher, mexeu com você mesmo!

Mariela:

Sim, eu gostei de ter transado daquele jeito com o Ge. E de fato, verifiquei que muitos homens sentem mesmo muito prazer em serem cornos, ou cuckold, como chamam. A diferença, é que os cornos sabem, e aceitam o outro, tem tesão com isso, como foi o caso do Ge. Ele aceitou que a mulher dê para outros, mesmo com ciúme, e descontou saindo comigo. Estava virando amante dele. Mas, eu notei que o Magnus sentia um pouco de ciúme de eu conversar muito com o Ge, que eu dizia ser apenas um amigo de infância, mas se mantinha na dele, e aceitava. Eu enviava as mensagens para este meu e-mail secreto, e apagava as mensagens do telefone. Mas também notei que quando ele sentia mais ciúme, ou quando alguém me olhava de um jeito mais provocante, na rua, meu marido ficava mais excitado. Nossa transa era melhor. Eu fui acreditando no Ge e achando que o Magnus tinha um certo tesão mesmo de ser corno, embora ele não falasse nada. Eu vivo com ele há muito tempo, e fui percebendo isso. Então, foi me dando mais confiança de continuar a encontrar o Ge, e eu passei a ir toda semana transar com ele no motel, deixava meu carro no estacionamento e ia no dele. E o sexo foi ficando cada vez melhor, eu também estava gostando daquela vida dupla, e fui assumindo a safadeza. Quando eu vi, estava viciada naquilo. Até o meu cu eu aprendi a dar para aquele safado do Ge.

Stefany:

Nossa! Mari, que safada! Aí, estou molhadinha aqui, que louca, eu nem desconfiava.

Mariela

Ah, nem vem, você bem que dá seus pulos, não me faça de boba. Também já fez o seu marido de corno várias vezes. A diferença é que você sempre varia os parceiros.

Stefany:

Mas o meu corninho deixa. Eu não o engano, ele finge que não quer saber, mas sabe e eu não escondo. Ele até gosta de ouvir eu contar depois como foi. A transa fica ótima. Já você, você está enganando. Fazendo escondido.

Mariela:

Ah, "miga", pois é, eu não sabia como resolver isso. Estava angustiada, mas acho que descuidei de propósito. Na véspera eu estava me preparando toda, disse a ele que teria uma consulta no médico, e ele ficou de boa, sem se tocar. No dia seguinte, ele desconfiou e foi olhar no GMaps, acabou rastreando meu carro, quando fui ao motel, naquele dia eu não tinha trabalho, então fui direto ao motel. E o Magnus descobriu.

Stefany:

Nossa! E deu ruim? Como foi? Brigaram?

Mariela:

Deu um pouco. Eu ainda estou em choque. Pior que foi um dia de sexo delicioso, e o Ge depois de me comer de tudo que é jeito, me fazer gozar demais, e me fez colocar a calcinha com a xoxota toda gozada e disse que era para eu voltar gozada para o meu corninho. E a safada aqui achou isso um tesão. Provocar o tesão de corninho no meu marido. Mas não foi bom não. Ele me questionou e mostrou os fatos. Eu neguei, não tive coragem, me caguei toda de medo dele terminar e nunca mais olhar na minha cara. O Magnus não merece, e nem a minha filha. Na hora me caiu a ficha de que eu estava errada, ele é um marido especial, e gosta muito de mim. Eu não tive coragem de assumir. Neguei, neguei. E neguei.

Stefany:

E o corninho acreditou?

Mariela:

Acho que não, não tinha como. As evidências eram muitas. Mas depois de um tempo ele desistiu de discutir. E deixou quieto. Mas está magoado. Estou apavorada. Não sei o que eu faço.

Stefany:

Amiga, é o seguinte, se ele deixou quieto, eu acho que você deve ficar na sua, não revele nada, não precisa, ele já sabe. Não piore as coisas. Com o tempo ele vai aceitar mais. Fique calma e aja como se nada tivesse acontecido.

Mariela:

Menina, imagina se ele resolvesse me examinar? Eu com a boceta cheia de gala do Ge e a tanguinha de oncinha toda melada. Gelei, morri de medo e de vergonha. Mas ele não quis nem mexer, está muito chateado.

Stefany:

Olha, não faça besteira. Aguarde, espera, se ele acabar deixando isso passar, você sabe que ele no fundo, aceita ser seu corninho. Ele gosta mesmo de você, e vocês têm uma filha linda, é melhor preservar o casamento. Mas pode ser que ele seja daqueles que preferem mesmo não saber e fingir que não sabem. Aguente firme e espere.

Mariela:

Ah, amiga, eu vou dar um basta nisso. Não me senti bem quando vi o Magnus transtornado me questionando. Eu me senti péssima, ele não merece, e eu não tive coragem de contar a merda que eu estava fazendo. Estou me sentindo péssima.

Stefany:

Mari, não faça nada precipitado, tenha calma, aguarde as coisas se acalmarem. Em breve o seu corninho processa isso tudo, a vida volta ao normal, e então você vê o que deve fazer. Mas eu duvido que daqui um tempo você não sinta saudade de uma boa foda por fora. Não tem jeito, depois que você prova o gostinho da variedade, fica complicado.

Mariela:

Ah, "miga", não sei. Mas foi bom falar contigo. Me ajudou. Estou mais calma.

Obrigada. Um beijo.

Stefany:

Um beijo. Mas não deixe de me contar o que for. Basta mandar um alô no zap e eu vou encontrar você, ou você vem aqui.

Acabava assim. Havia um segundo arquivo e eu fui ler. Era uma outra conversa.

Stefany:

Então, sua safadinha, não me disse mais nada! Como vão as coisas?

Mariela:

— Amiga, uó, você nem imagina. Você acredita que mesmo depois de eu ter contado para o Ge o B.O. que foi com o meu marido, ele ainda insistiu em me mandar mensagem? E quem você acha que viu?

Stefany:

O corninho, claro, sempre é assim. Lei de Murphy. Vai, me conta...

Mariela:

O meu corninho estava indo bem, a gente tinha até melhorado muito o relacionamento, estávamos mais acesos, mais chegados, mais carinho, mais atenção, quando aconteceu isso. O Ge dizia que eu tinha era que dar mais evidências para ele até que eu tivesse a coragem de contar tudo para o meu marido. Ele tinha certeza de que o meu corninho ia aceitar e me perdoar. Mas eu não tenho cara para assumir o que fiz com o Magnus. Morro de vergonha. E eu disse que era só amizade, e que não havia falado com o Ge por dois dias, e ele devia estar estranhando o meu silêncio. Só isso. Bloqueei o telefone dele e disse que não iria mais falar com o Ge. Meio contrariado, o Magnus aceitou novamente. Ficamos assim, e minha relação com o Magnus depois, melhorou muito. Acho que vocês tem razão, o meu corninho não quer mesmo saber, finge que não sabe, não confia mais na esposa, mas isso fez ele ficar muito mais tarado e me procurar mais.

Stefany:

Então, você tem que aprender a controlar e não dar novas chances de ele desconfiar. E o gostosão pauzudo? O que ele fez?

Mariela:

Ele me ligou de outro número, com um cadastro de um número comercial, Giovana estética e beleza, pensa? Eu o cadastrei assim. Mas eu não queria mais encontrar com ele. Estou resistindo. Amo meu marido, minha família, não quero estragar nossa vida.

Stefany:

Mas como faz com o desejo? Como vai fazer?

Mariela:

Por hora estou evitando. O Ge vai acabar entendendo. Não sei. O Magnus me deu uma nova chance, e eu não quero destruir essa paixão. Estou aguentando.

Stefany:

OK, amiga, segue o seu coração. Qualquer coisa, você vem aqui em casa para a gente conversar mais. Se quiser chamar o seu amante, pode, pois o meu corninho está viajando e ficará umas semanas fora. Venha no sábado. Traga sua filha e ela faz companhia para a minha.

Mariela:

Tá bom, vou pensar. Eu aviso. Obrigada por tudo. Um beijo.

Assim acabava a troca de mensagens delas. Por sorte foram salvas e o Magnus copiou.

Escrevi o resto da história usando parte das conversas das duas. E enviei para o Magnus com a mensagem:

“Marido, veja se está do seu agrado a história!”

Quem sabe, mais adiante, a gente terá novidades para contar mais um pouco? Abraço.

Leon Medrado.

E:mail: leonmedrado@gmail.com

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Comentários

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Já dá para abrir um consultório, hehe. Do jeito que você faz análise, logo vai ficar cheio de clientes. E as esposas safadinhas agradecem 😄🌟🌟🌟

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Gabriellxvc - Eu não tenho facebook. Lamento. Utilize o meu e-mail, por favor. Agradeço.

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Leon, tive que voltar umas três vezes para chegar até o fim, hahaha. Valeu à pena, como sempre!

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Três estrelas, agora vc nos deu uma outra Visão de um casal,gostei perfeito, parabéns

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Situação difícil, melhor esperar para comentar com mais informações.

Por enquanto ⭐⭐⭐

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Top esse conto. Os conto do lukinha e do Max tbm sao bom tu num acha?

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Marcelomotta. Eu sinceramente não sei o quanto você discorda de mim. Pois se é você quem discorda, eu nada sei, você é que deve saber. Mas quando você tem uma questão específica, eu troco ideias sobre. No caso do Leandro Karnal, ele deve estar certo, pois é um estudioso disso. E eu não vou tentar discutir com uma sumidade como ele. Posso ter me equivocado na denominação, usado falta de caráter em vez de desvio de caráter. No meu entender, é um purismo filosófico. No frigir dos ovos deu na mesma aqui na história. Ela traiu o marido e mentiu negando o que fez. Mas eu não faço juízo disso. Só conto como foi. Sobre o conto, é uma conto baseado em fatos verídicos e a maior parte deles narrada pelo marido, que se sentia enganado pela esposa. Eu não inventei a história. Me foi contada desse jeito. O que eu tenho a lhe dizer é: não tente determinar uma espécie de padrão de conduta cuckold. Casa casal é único, e cada pessoa reage de seu jeito. Eu não estou preocupado em fazer julgamento ou traçar algum modelo de conduta dos traídos que tem fetiche cuckold. Se isso é um tipo de reação mais comum, eu não me preocupo, pois o que me interessa é esse casal em específico nesta história e suas reações e atitudes. E pronto. As pessoas erram, e isso é normal. Se outros casais agem parecidos eu nem me preocupo. O caso aqui é este. E a história está no começo, o que eu recebi do marido é o que está aqui. O que o marido vai fazer ou não, teremos que esperar para ver. Eu não entendi foi onde é que você tem alguma divergência ou contradição, comigo. Eu neste conto sou o narrador, o contador da história que o marido veio me contar. E eu mostrei como foi a nossa troca de mensagens e juntei os pedaços para formar um conto. Que ainda está no começo. Minha DICA É, RELAXA, e espera. Ainda estão muito confusas as coisas.

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Uma coisa que eu sempre tenho muita curiosidade é saber como outros criadores (independente da área) trabalham. Agradeço por compartilhar.

Quanto ao desafio, foi uma solução bem criativa. Adorei o texto.

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Obrigado Wammy House. Sim, eu tenho um sistema de trabalho, gosto de trabalhar as histórias a partir de narrativas verdadeiras, e tentei mostrar aqui como é o processo de ir coletando os pedaços da história. Repare que é uma evolução, uma costura, e dá trabalho, mas eu prefiro, do que inventar histórias fantasiosas e mirabolantes de ficção. Gosto da realidade e a vida real já nos dá muita munição.

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Sinceramente, eu fiquei admirado com a história, pois a esposa, acabou errando, se enredou numa conduta totalmente equivocada, cedendo ao desejo com outro, e enganando o marido. O marido a pressiona e ela nega. O medo de assumir o erro e causar uma pane geral a leva a negar. E o marido, mesmo tendo as evidências, não confronta para evitar a ruptura. Não sei se ela preferiu enganar, acho que ela errou e pronto, e quando viu estava num beco sem saída. E por medo não assumiu. O marido, por medo não forçou a verdade. Por hora, é o que temos, mais nada. Acho que as histórias verdadeiras são assim, retratam os erros cometidos, o que é muito comum e natural. O que virá daí é que faz o conto ser interessante. Mas vamos esperar.

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