Meu namorado mafioso - Capitulo 2 – Os Barzini
O Azzurro aportou na Marina di Strongoli pouco depois das 20:00 horas. No cais iluminado por lâmpadas de vapor de sódio havia cerca de 20 homens espalhados ao longo de toda sua extensão nos esperando. Reparei que todos se assemelhavam fisicamente ao Fredo, Salvattore e Stefano, rapagões parrudos entre 25 e 30 anos, nalguns mais descuidados ou talvez mais ostensivos, via-se parcialmente as metralhadoras que tinham sob as vestes. Quase todos ao mesmo tempo, saudaram o Matteo com certa deferência, enquanto o Fredo, Salvattore e Stefano eram recebidos com abraços efusivos de uma camaradagem que já deveria ser antiga. Com o Matteo me conduzindo pelo braço como se eu fosse um inválido ou um incapaz, nos alojamos no banco traseiro de um Mercedes Benz G63 com vidros escuros que certamente eram blindados como o restante da carroceria. Num séquito de quatro veículos, todos SUVs, deixamos o cais passando por ruas estreitas de chão de pedras, ladeadas por construções assobradadas em tons terrosos de uma cidadezinha cuja história deveria ser ainda mais antiga que as das casas.
- Me deixe num hotel, quero voltar amanhã mesmo para Dubrovnik assim que amanhecer! – afirmei, enquanto o motorista manobrava em alta velocidade pelas ruelas deixando a vilazinha para trás. O Matteo não emitiu nenhuma palavra, e eu entendi que aquele silêncio era um sonoro e definitivo, não.
Por uma estrada asfaltada e sinuosa que contornava a cidadezinha fomos subindo uma colina íngreme que, em certos trechos, permitia ver a vilinha encravada nos penhascos cada vez mais funda. Seguiu-se um trecho ladeado por ciprestes altos cujas pontas se vergavam ligeiramente com um vento anunciador de um temporal. E, por fim, num trecho ascendente ainda mais íngreme, onde os pneus dos veículos chiavam nas curvas, começou a surgir um casarão de pedras de três andares que ocupava todo o topo mais alto da colina. Cercado por muralhas, um largo portão de ferro forjado foi aberto automaticamente, após o motorista do primeiro veículo acenar para uma das duas guaritas que o ladeavam. O comboio de veículos estacionou diante do pórtico de entrada do casarão, diante do qual se estendia um jardim bem cuidado com chafarizes e estatuetas brancas de mármore que se destacavam na escuridão da noite.
- Este é o seu hotel! – exclamou o Matteo quando descemos. Ele e o motorista trocaram um risinho sarcástico entre si. – Conduza-o para dentro, Fredo! Você sabe onde! – ordenou quando o Fredo se aproximou de nós.
- Que lugar é esse Fredo? Me diga onde posso encontrar um telefone, preciso avisar meus amigos que fui trazido para cá contra a minha vontade e que posso estar correndo perigo, por favor, me ajude, Fredo! – pensei que por ter cuidado do ferimento dele, ele tivesse um pouco de consideração para comigo e fosse me ajudar.
- O sen... quer dizer, você não poderia estar em lugar mais seguro, Rolf! Isso eu te garanto! Dê um tempo ao Matteo, ele vai te explicar tudo no seu devido tempo. – respondeu.
- Eu estou com medo, Fredo! Pela primeira vez na minha vida estou com medo, nunca passei por algo assim antes, um sequestro, quero dizer, ou seja, lá o que for que o Matteo está fazendo comigo. Me ajude, por favor! – impulsivamente me encaixei em seu tórax quente como se ele fosse um abrigo seguro.
- Não há o que temer, Rolf! Vou te deixar no seu quarto. Você está seguro, confie em mim! – eu não o soltei e seguimos escadaria acima entrando numa das portas de um corredor largo ladeado por espelhos e um mobília luxuosa.
O quarto amplo tinha uma decoração mais moderna e arrojada que o restante dos ambientes pelos quais havia passado, e era dominado por uma cama grande bem ao centro. Ele acendeu apenas algumas luzes, o que criou uma atmosfera acolhedora, mostrou-me o banheiro e um closet anexos e me pediu para relaxar e descansar. Tornei a segurá-lo mais uma vez antes de ele partir, e beijei o canto da boca dele na intenção de conseguir um aliado. Ele me sorriu com candura, afagou meu rosto e tornou a repetir que eu não corria perigo algum. Não acreditei nele.
Por precaução, caso precisasse empreender uma fuga urgente, deitei-me sobre a cama sem me despir e sem a abrir. Sem ter conseguido conciliar o sono nas últimas duas noites, eu estava exausto, meu corpo parecia ainda estar se movendo com o balanço do Azzurro e, antes de o perceber, tinha caído no sono. Acordei com o dia claro e as vozes de alguns homens conversando abaixo das janelas do quarto. Eram quatro daqueles rapagões que, ao me virem na janela, acenaram discretamente. Meti-me debaixo da ducha, a água tépida escorria sobre a minha pele e parecia carregar consigo a aflição que me dominava. Ensaboei-me devagar, deslizando as mãos sobre o corpo para sentir que ainda estava com ele intacto, nem percebi que o Matteo estava parado a menos de dois metros, me observando, metido numa bermuda de pijama na qual enfiara a mão e estava manipulando o caralhão à meia bomba. Quando vi o vulto através do vidro embaçado pelo vapor quase soltei um grito, antes de identificá-lo.
- Posso me juntar a você? – perguntou, abrindo a porta do box, sem tirar a mão do cacetão
- Não! – respondi, fechando a porta.
- Ainda está bravo comigo?
- Quero ir embora daqui! Quero me encontrar com meus amigos! Me deixe sair daqui, Matteo! – pedi
- Pensei que quisesse ficar comigo!
- Pois não quero! Só quero voltar à minha vida normal.
- Isso vai precisar esperar um pouco! No momento não posso te deixar partir! – respondeu contrafeito
- Por que, Matteo? Por que está agindo assim? O que você quer de mim?
- Por que gosto de você e você também gosta de mim! Nós vamos nos entender, você vai ver!
- Você me enrabou, foi bom, foi gostoso, não nego! Mas, foi só isso, uma foda entre dois caras que se sentiram atraídos fisicamente um pelo outro durante uma balada. Acabou, Matteo! Agora cada um segue seu caminho! Me deixe sair daqui! Você não pode deixar que essa sua obsessão doentia me mantenha prisioneiro aqui. – aleguei
- Foi muito mais que uma foda, Rolf! Tanto para mim quanto para você, foi mais que uma simples foda! Não sou obsessivo, muito menos doente, sou apenas persistente naquilo que quero, e eu quero você! Nós nos queremos! – retrucou ele. Era impossível argumentar, ele não ouvia o que eu falava, ou não queria ouvir.
O café foi servido num terraço lateral do casarão cuja vista dava para um vale e algumas colinas suaves cobertas por um vinhedo que se perdia no horizonte. Um septuagenário ligeiramente calvo ocupava uma das cabeceiras da mesa, a sua direita um homem que devia estar perto dos quarenta anos, espadaúdo e atlético como o Matteo parou de falar assim que me viu chegando, era o irmão mais velho do Matteo, Angelo. A sua frente, uma mulher de traços finos e cabelos levemente ondulados que lhe chegavam aos ombros, sorriu ao me ver, era a cunhada do Matteo, Priscila. Duas garotinhas risonhas e falantes estavam sentadas ao lado de cada um dos pais que tentavam controlar seus ânimos exaltados lançando uvas uma na outra por sobre a mesa.
- Rolf, este é Don Barzini, meu pai, Angelo, meu irmão, Priscila, a esposa dele, Catarina e Bianca, são essas duas levadas, minhas sobrinhas prediletas! Família, este é Rolf! – apresentou o Matteo ao me conduzir até a mesa.
- Olá, prazer! – cumprimentei, enquanto era examinado da cabeça aos pés por todos.
- Bom dia! Sente-se! O prazer de receber um amigo do meu filho é nosso! – respondeu o velho que não escondia sua insatisfação com a minha presença por trás daquele sorriso falso.
- Você é o novo namorado do tio Matteo? – perguntou a Bianca, que parecia ser a mais atrevida das duas.
- Seu tio Matteo não tem namorado, Bianca! Trate de se comportar diante da visita ou saia da mesa! – sentenciou o velho, o que fez a garota se recolher entristecida.
- Viu, sua boba! Quem mandou falar besteira? – criticou a Catarina
- Boba e estúpida é você sua chata! – revidou a Bianca
- Quietas, as duas! – ordenou o Angelo.
- Não as leve a mal, Rolf! Estão numa idade difícil de controlar. – alegou a Priscila, indicando que me sentasse na cadeira ao lado dela. Se pudesse, eu queria evaporar no ar, sumir dali sem deixar vestígios.
O Matteo procurava pelo meu olhar; de certo modo, parecia contente por eu estar ali com seus familiares, embora não o demonstrasse. Fui o mais gentil que pude diante da situação bizarra, sem me mostrar satisfeito demais por estar entre eles, apenas e tão somente, para parecer educado. Para qualquer lado que se olhasse, além de inúmeras câmeras, havia um daqueles rapagões vigiando a casa e a estrada sinuosa que levava ao topo da colina, e isso me fazia crer que aquela família precisava ter um esquema tão forte de segurança por que suas vidas estavam em constante perigo. Que tipo de vida era aquela? Quem eram de fato essas pessoas? Cada vez que me fazia essas perguntas, a afirmação do Peter se tornava a resposta mais plausível, eram mafiosos. Eu sentia um frio na barriga cada vez que chegava a essa conclusão. Eu estava no meio de mafiosos, não daqueles caricatos que são exibidos nos filmes, mas daqueles que regem um submundo do crime no mundo real.
- Apreciando meus ragazzi, Rolf? Um garotão como você deve estar encantado com tantos maschi te atentando ao seu redor! – ironizou o velho.
- Sem dúvida, seu plantel é formado por rapazes muito bonitos, só é uma pena que sejam utilizados em funções tão pouco nobres! – respondi. O velho tirou o guardanapo que estava no colo e o atirou sobre a mesa afastando-se sem dizer uma palavra. Eu sabia que tinha cometido um grande erro quando a mesa foi tomada pelo silêncio.
Minutos depois, eu me encontrava apenas com a Priscila e as meninas na mesa, que imploravam para a mãe liberá-las para que pudessem correr pelo jardim. Nem o Angelo, nem o Matteo disseram nada ao nos deixar.
- Don Barzini não tolera ser afrontado! Não quero lhe dizer como agir, mas eu teria mais cuidado com as palavras ao se dirigir a ele. – aconselhou-me a Priscila.
Então percebi em que posição servil ela se colocava, aceitando resignadamente tanto os comentários sarcásticos do sogro, quanto as críticas do marido. O que mantinha essa pobre infeliz ligada àquelas pessoas? O luxo, talvez? A segurança financeira dela e das filhas? Ou, quem sabe, sua índole submissa, característica de mulheres não nascidas em berço de ouro que se uniram a homens com dinheiro?
- O machismo impera nessa família! Como gay, gosto de homens machos, mas não dos machistas. E acho que isso também se aplica às mulheres, elas podem encontrar a felicidade ao lado de um verdadeiro macho, mas não a encontrarão ao lado de um machista. – afirmei.
- Concordo com você! Sou a prova irrefutável do que acaba de afirmar. Pena que só os anos me ensinaram essa realidade. – devolveu ela, sentindo que em mim encontrou alguém com quem pudesse se abrir sem receio das consequências.
- Então não aceite! Me perdoe se estou sendo tão direto, mas você é uma mulher bonita, refinada, não a conheço tão bem, mas percebo que teve uma educação primorosa. Jamais deveria se submeter a qualquer tipo de humilhação! Até porque, suas filhas vão se espelhar em você; você dentro de alguns anos será o espelho no qual elas vão cultivar a própria personalidade.
- Sinto que seremos grandes amigos! Mesmo sendo gay, você não deixa de ser um homem, talvez por isso se sinta com mais coragem de enfrentá-los. Uma mulher não é vista com olhos tão benevolentes se se mostrar rebelde. Estamos sempre nos valendo de subterfúgios para defender nossos interesses, e isso nem sempre funciona. – ponderou
- Toda viagem começa com o primeiro passo! Dá-lo com determinação e um objetivo em mente, é a receita para o sucesso da viagem toda. Você é inteligente e saberá quando e como dar esse primeiro passo! Dê-o por si, dê-o por suas filhas! – argumentei. Ela me sorriu, pegou minha mão entre as dela e inspirou agradecida. Estava ali uma mulher com a qual eu gostaria de conviver.
Não vi o Matteo pelo restante do dia. A Priscila tinha um compromisso na cidade e a partir do meio da manhã fiquei sozinho. Nem com os meus três fiéis escudeiros pude contar, procurei e perguntei aos empregados pelo Fredo, Salvattore e Stefano, mas me disseram que eles estavam a serviço de Don Barzini. Pensei em fazer uma caminhada até o centro da cidadezinha, vesti uma roupa leve, peguei os óculos de sol pois ele despontara forte naquela manhã e me aproximei do portão pelo qual tínhamos entrado na noite anterior. Um dos dois ragazzi que o patrulhavam, me sorriu gentil quando pedi que o abrisse para me deixar sair, e respondeu que lamentava, mas tinha ordens de não permitir que eu deixasse a propriedade.
- Estão me mantendo em cárcere privado? – perguntei com meu parco italiano, mas que ele conseguiu compreender na terceira tentativa. – Sou um prisioneiro, é isso? Eu exijo que me deixe passar, vou apenas fazer uma caminhada até a vila. Diga ao seu patrão que não estou fugindo! – ele me ouvia com atenção, mas percebia-se que não estava entendendo metade do que eu falava naquele tom exaltado e ligeiro.
- Mi dispiace davvero, signore! – devolveu constrangido.
- Un maschio cosÌ bello e cosÌ servile, che peccato! – retruquei com um sorriso, afagando o rosto anguloso dele e sentindo sua barba pinicar a palma da minha mão. Um pouco encabulado, ele fez uma rápida troca de olhares com o parceiro, e ambos sorriam pelas minhas costas quando me afastei.
Recusei o almoço que um empregado anunciou estar servido e passei o restante do dia perambulando pela casa e pelos jardins, ruminando a raiva que despejaria sobre o Matteo assim que o visse. Anoiteceu, as horas passavam e uma fúria quase incontrolável, voltada contra o Matteo, ia se destilando dentro de mim, gota a gota. Pouco antes da meia-noite, das janelas do quarto, avistei o Mercedes Benz G63 chegando até a frente do casarão. O Matteo desceu pelo lado do motorista, enquanto um carinha de rosto liso e bonito descia pela porta do carona. Eles trocaram algumas frases e, o rapaz se aproximou do Matteo, enroscou seus braços ao redor do pescoço dele e o beijou na boca. O Matteo não o refutou, levou as mãos à cintura do rapaz e esperou o beijo terminar, não dava para saber o quanto ele o retribuiu. Quando o rapaz o soltou, um dos seguranças se aproximou, tomou a direção do Mercedes Benz enquanto o rapaz embarcava e o carro descia o caminho até o portão. Minha primeira reação foi de raiva, seguida por vontade de esganar o Matteo, e depois de uma tristeza imensa que fez surgir lágrimas nos meus olhos. Eu nunca tinha sentido nada igual, era ciúme! O mais doloroso e primitivo sentimento que nos domina quando nos sentimos inseguros quanto a alguém de quem gostamos.
- Oi! Como foi seu dia? Já jantou? Estou varado de fome! – foi dizendo ao entrar no quarto, enquanto eu enxugava o rosto molhado das lágrimas.
- Como você acha que é o dia de um prisioneiro? Meu dia foi péssimo! Enjaulado nessa casa, sozinho e sem poder sequer ir até a cidade, pois os ragazzi maschi do teu pai me impediram. Pela centésima vez, Matteo, me deixe ir embora e seguir meu caminho. É um despropósito você continuar me mantendo seu prisioneiro. – respondi, liberando a raiva com o tom de voz aumentado. Ele começou a rir, o que me levou a partir para cima dele com os punhos cerrados.
- Ei, ei, pare já com isso! Não quero te machucar!
- Você debocha da minha agonia e quer que eu não revide!
- Não estou debochando de você! Estou rindo por você usar os mesmos termos que usou esta manhã respondendo ao meu pai, ragazzi maschi. Você o tirou do sério, foi divertido.
- Quem é o sujeitinho que se pendurou em você e não parava de te beijar? Pelo visto vocês são bem íntimos! Foi com ele que passou o dia, se divertindo e certamente fodendo o rabo dele até não querer mais?
- Ora, ora, vejam isso! O Rolf que diz não me suportar, que não faz outra coisa que não me dirigir insultos, que o tempo todo pede para se livrar de mim, está com ciúmes! Ciúme, é mole! É a primeira demonstração genuína e espontânea que tem em relação a mim! Ciúmes! – exclamou contente.
- Não diga besteiras! Onde já se viu eu sentir ciúmes de você, um sujeitinho dominador e insuportável? Meu único sentimento por você é raiva, ódio! Ciúmes, era só o que faltava! Cretino arrogante! – explodi. – Eu perguntei por curiosidade, nada mais.
- Sei, curiosidade! Eu e o Lorenzo já demos alguns amassos, mas isso foi há muito tempo, no colégio, e foram apenas umas três ou quatro transas quando eu ainda estava me decidindo se gostava mais de garotas do que de garotos. Na verdade, depois de foder com algumas garotas, ele foi o primeiro cara com quem transei. Nos encontramos por acaso, no final da tarde e eu o trouxe até aqui porque a casa dele fica próxima e aproveitamos para colocar o papo em dia. Ele embarca para os Estados Unidos na semana que vem, vai morar com o namorado dele. – esclareceu
- Enquanto isso, ele mata a saudade do pintão do colega da adolescência! – exclamei furioso.
- Você já olhou para o meio das minhas pernas? Essa sua cena de ciúmes me deixou de pau duro! Você fica ainda mais tesudo e gostoso quando está com ciúmes! Aposto que seu cuzinho está piscando querendo minha rola, só para me provar o quanto gosta de mim. – retrucou, aproximando-se de mim e querendo enlaçar minha cintura.
- Pode tirar seu cavalinho da chuva! Estou pouco me lixando se seu pauzão está duro e cheio de vontades. Comigo é que não vai rolar! – devolvi, empurrando as mãos dele.
- Tem certeza! Olha que se eu sair do quarto, você fica sem os prazeres que meu pau pode te proporcionar e, você bem sabe, que não são poucos e nem insossos. – proclamou com um olhar devasso.
- Odeio você, Matteo! Juro que odeio!
- Eu sei, mia passione, mio amore! Eu também te amo, e você não faz ideia do quanto, seu tolinho bravo! Mas posso te mostrar o tanto que te amo, agora mesmo! Vem, deixa eu te fazer sentir! – exclamava sedutor de lascivo, me tocando aos poucos e com cautela para que não o rejeitasse.
Como eu havia esperado pelo regresso durante horas e até já havia colocado o pijama crente de que ele passaria a noite fora, foi fácil ele meter as mãos cobiçosas dentro das minhas vestes e ir me apalpando voraz e libidinosamente, ao que minha resistência parecia não estar disposta e recusar. Sua boca quente e molhada lambeu meu mamilo com sensualidade e obstinação. Eu o mandava parar, mas felizmente ele não me ouvia intensificando os movimentos da boca que me chupava a tetinha e lhe dava mordiscadas incendiando meu corpo de desejo.
- Não Matteo, eu não quero! – minha voz saía sussurrada num gemido prazeroso.
Enquanto isso, suas mãos se encarregavam de amassar minhas nádegas ao mesmo tempo em que a bermuda do pijama escorregava pelas minhas pernas. Pelado ele foi se reclinando sobre mim na cama, meu peitinho era mastigado e tracionado entre seus dentes, enquanto as mãos abriam meu rego procurando pelo cuzinho atiçado pelo tesão.
- Não! Pare com isso! Não! – meus gemidos não passavam de uma retórica imposta pela vontade de não ceder à dominação dele, antagonizando com desejo que percorria meu corpo.
Ele apenas sorria ao notar o impasse que eu enfrentava, tentando lutar contra o tesão que me consumia e, não parava de me bolinar roubando beijos que eu retribuía relutante. Também sabia que cada um daqueles meus nãos eram sims que em breve o fariam ser acalentado no meu cuzinho estreito.
O Matteo se esfregava em mim, lenta e sedutoramente. O roçar das nossas peles provocou uma descarga de testosterona em suas veias, e eu começava a sentir sua ereção se comprimindo contra as minhas coxas. Um calor inquietante se espalhava pelo meu corpo, produzindo espasmos nos meus músculos retesados, e contrações involuntárias no meu ânus. Ele se ajoelhou ao lado da minha cabeça e tirou o cacetão para fora da cueca. Grosso, pesado, com a glande enorme e lustrosa babando um pré-gozo espesso, ele pendia de suas coxas peludas a menos de um palmo da minha boca. Tinha um cheiro almiscarado e penetrante. Eu o coloquei lentamente entre os lábios e o fiz penetrar na minha boca comprimindo-os com força ao seu redor. Ele soltou o ar entre os dentes. Encarei-o enquanto ele segurava minha cabeça entre as mãos e a forçava contra sua virilha pentelhuda. Eu lambia e mordiscava delicadamente aquela rola que ia se enrijecendo até que eu não a conseguisse mais mover. Afundei as pontas dos meus dedos suavemente naquele tufo de pentelhos e comecei a brincar com o sacão dele. Apertava suas bolonas com carinho, deleitando-me com sua consistência. Ele se contraía e retirava a pica da minha boca.
- Não brinca assim. Vou acabar gozando na sua boca. Não quero gozar tão já, eu quero inseminar seu cuzinho. – murmurou, tomado de desejo.
Foi minha vez de não lhe dar ouvidos. Continuei mamando, lambendo e chupando o caralhão saboroso, as bolas ingurgitadas, e colocando beijos entre suas coxas.
- Caralho, Rolf! Vai me fazer esporrar, seu veadinho safado! – exclamou, segundos antes de uma potente retesada dos músculos abdominais o fazer gozar.
Ele grunhiu e deixou os jatos de esperma fluírem, enchendo minha boca com seu néctar másculo, enquanto observava deleitado como eu, ávido, os engolia para que não me sufocassem. Mal tinha terminado de engolir a última esporrada, ele me virou de bruços, lambeu minha nuca sentindo eu me entregando. Eu gemia descompassadamente. Suas mãos deslizavam por toda a parte, me faziam carícias, e também judiavam, ora me apertando com força os mamilos, ora puxando minha cabeça para trás pelos cabelos. Ele me mordiscava o pescoço quando introduziu lentamente um dedo no meu cuzinho. Soltei um gemido mais longo e contundente. Quando meu esfíncter relaxou ao redor do primeiro, ele começou a enfiar lenta e torturantemente o segundo dedo, enquanto se deliciava com as minhas preguinhas pulsando ao redor deles. Eu podia desfalecer em seus braços. A bermuda do meu pijama continuava entalada na altura dos meus joelhos, o que me impedia de abrir muito as pernas. Ele mordeu meus glúteos e começou a abrir meu rego. Meu cuzinho rosado, se contraindo no fundo daquela greta estreita e apertada, o enlouquecia. Ele enfiou o rosto com aquela barba dura no meu rego e lambeu meu cuzinho de baixo para cima. Uma, duas, inúmeras e torturantes vezes, meus gemidos se sucediam num desvario incontrolado. A ponta da língua dele, úmida e áspera, se alojou entre as minhas preguinhas. Não consegui sufocar o grito voluptuoso e depravado que aflorou nos meus lábios. A empolgação dele se transformara em sanha animal. Ele se atirou sobre mim e começou a esfregar a pica no meu rego. Apontou a cabeçorra molhada contra as minhas preguinhas e começou a forçar. Eu arfava num misto de desejo e temor, ciente do tamanho colossal daquele caralhão e de como o Matteo se perdia quando dominado pelo tesão. Empurrando o caralho encaixado na portinha do meu cu lentamente para dentro, ele aplacou meus gemidos com um beijo, fazendo sua língua também penetrar minha boca. Depois do grito que a pungência percebida pelo meu cuzinho fez assomar à minha garganta, eu agora apenas tentava controlar minha respiração acelerada e os gemidos que a acompanhavam. Aquela dor lancinante que fizera meu anelzinho anal de contrair violentamente apertando aquele intruso num espasmo involuntário, começava a dar lugar a um tênue sabor de satisfação. Alguns instantes de agonia se passaram até que eu conseguir relaxar o suficiente para que ele continuasse a meter aquela jeba grossa no meu cuzinho. Ele foi enfiando e me preenchendo até eu sentir o sacão dele batendo contra meu reguinho. Os pelos do peito do Matteo roçavam minhas costas e eu me sentia incapaz de resistir à sua investida. Eu senti meu gozo escapando sem controle. Ele começou a bombar cadenciadamente; a pica entrava e saía, enquanto eu gemia alucinadamente, sentindo uma nova onda de tesão se apoderando de mim. Travei o cu, apertando aquele bruto entre meus glúteos, um urro emergindo da garganta dele ecoou pelo quarto. Ele me abraçava pelo tronco e me beijava a nuca num desespero e com uma urgência febril. Senti a pica dele se inchando nas minhas entranhas, o ardor se espalhava por todo meu baixo ventre, ele deu um urro e deixou que o gozo saísse desenfreadamente. Os jatos pegajosos me inundavam com a tepidez de seu néctar viril, a atmosfera do quarto se encheu do cheiro de sexo. Ele se deixou cair pesadamente sobre mim, e eu senti que estava arrombado.
Ele se aconchegou a mim em conchinha, depois que cobri o rosto dele de beijos, envolvendo meu corpo contra o dele. Eu não queria sentir aquilo que estava sentindo, felicidade, paixão, amor por aquele sujeito que, de alguma forma, parecia fazer parte de mim mesmo; algo que eu não podia arrancar sem me sentir mutilado. E disso eu tinha medo, um medo avassalador.
Acordei na manhã seguinte com o safado pincelando o caralhão duro sobre meu ânus lanhado, sonolento e com os reflexos ainda lerdos, ele me penetrou antes de eu conseguir esboçar qualquer reação. Quando ia protestar, ele enfiou o pauzão até o talo no meu cuzinho que só travou quando o bruto já pulsava indômito nas minhas entranhas. Me esporrei todo quando as sacanagens que ele me sussurrava no ouvido acordaram também o meu tesão. Ele não demorou muito mais para se despejar todo dentro de mim. Quando me soltou, eu estava sangrando outra vez, a cada coito aquele caralhão grosso rasgava algumas preguinhas.
Descemos para o café da manhã, onde a família já estava toda reunida, com aquelas caras que denunciavam a devassidão à qual havíamos nos entregado. O Angelo encarou o irmão com uma piscadela e um sorriso cúmplice de um macho que sabia que o outro tinha satisfeito suas necessidades de macho. Tanto ele quanto o Don Barzini nem me cumprimentaram, apenas lançaram seus olhares de superioridade como se eu fosse um mero objeto sexual do Matteo que não merecia seu respeito. Ocupei a mesma cadeira ao lado da Priscila do dia anterior, talvez ela também estivesse ciente do sexo que rolou entre mim e o Matteo, mas me sorriu com candura e afeto. A Catarina e a Bianca logo me requisitaram para brincar com elas como eu tinha feito na tarde anterior, onde fui o convidado de honra para o chá imaginário que serviram para suas bonecas num canto do jardim. Ambas tinham uma carência tão profunda de afeto que ao lhes dar um pouco de atenção, logo se penduraram no meu pescoço, passavam suas mãozinhas sedosas pelo meu rosto e me chamavam de tio Rolf. A Priscila apenas conseguiu controlar a agitação delas na noite anterior depois que as levei para a cama e lhes contei uma estória que fui inventando e enchendo de detalhes que iam fazendo seus olhinhos pesarem até que adormeceram.
- O Rolf e eu vamos até a cidade esta manhã, talvez até Crotone e, provavelmente, vamos passar o dia todo fora, alguém quer alguma coisa? – perguntou o Matteo, me surpreendo com seus planos que não me participou.
- Eu quero um presente, tio Rolf! – exclamaram eufóricas as duas meninas quase ao mesmo tempo.
- Vocês duas estão cheias de bugigangas, não precisam incomodar os estranhos com pedidos bobos! – sentenciou o velho Barzini, que não estava vendo com bons olhos aquela súbita afinidade das netas para comigo.
- Ah, vovô, mas eu quero! – insistiu a Bianca.
- Já disse que não! Não seja teimosa! Isso é culpa da sua mãe que não impõe limites para as besteiras de vocês duas. – alfinetou, fazendo as crianças se retraírem.
- Podem deixar, vou escolher um presente bem bonito para cada uma das duas! – exclamei, afrontando o velho, que me fuzilou com o olhar, mas engoliu as palavras.
- Você não toma jeito, não é? – questionou o Matteo quando ficamos sozinhos ao final do café da manhã. – Já te avisei para não fazer provocações!
- Não provoquei ninguém, apenas me ofereci a dar um presente a cada uma das tuas sobrinhas. – respondi. Ele rosnou, balançou a cabeça e desistiu de iniciar uma discussão, seus colhões desoprimidos pelo sexo de há pouco e meus beijos carinhosos sobre seus lábios o desincentivaram. – Você não me disse que íamos dar um passeio!
- Você não se queixou que eu o deixei sozinho ontem? Também quero te comprar um celular, já que espatifei o seu. – respondeu, me abraçando.
- Por que está tão bonzinho esta manhã, será porque consegui te fazer feliz na noite passada? – indaguei. Ele me respondeu com um sorriso ladino e beijou minha boca.
Quando estávamos prestes a sair, o Mercedes Benz G63 e um Audi A5 estavam enfileirados na entrada do casarão, com o Fredo e o Stefano metidos em ternos escuros e armados até os dentes. Ao tocar casualmente no tronco do Matteo, notei que havia um coldre com uma pistola debaixo de sua camiseta polo.
- O que significa isso? Por acaso estamos indo para uma guerra? Livrem-se imediatamente dessas armas! Vocês agem como se houvesse um inimigo à espreita em cada esquina! Isso é ridículo! – protestei. – Não precisamos de um séquito para fazer um simples passeio! Não menosprezando você Fredo, nem você Stefano, quero passar um tempo sozinho com o Matteo. – ambos se entreolharam e esperaram pela decisão do Matteo.
- Não comece a me irritar, Rolf! Não é você quem dita as regras por aqui! Portanto, trate de se comportar! Eles vão conosco, quer você queira ou não! Entre nesse carro, e não crie confusão! – determinou o Matteo.
- Eu quero dirigir, nunca dirigi um Mercedes Benz G63! Tudo bem que eles venham conosco, mas como seus amigos e não como seguranças. Você não me disse que são amigos desde a infância? Então, não há porque eles ficarem nos seguindo em outro carro, quando cabemos confortavelmente os quatro no Mercedes. E, tire essa pistola inútil daí, não quero sentir esse troço quando for te abraçar. O mesmo vale para vocês dois, livrem-se dessas submetralhadoras, nunca se sabe quando se toca em vocês se estamos pegando numa arma ou nesses cacetões enormes e duros de vocês. – ambos riram do meu comentário, especialmente o Fredo que já havia tido seu caralhão confundido com uma pistola.
- Arre Rolf! Você é o sujeitinho mais intragável que eu já conheci! Se mete em tudo, fala o que não deve e agora deu para dar ordens! Não sei o que faço com você! – resmungou o Matteo.
- Essa noite você soube muito bem o que fazer comigo! Seja gentil e carinhoso que vou recompensá-lo por isso! – o Stefano e o Fredo, se divertiam com o embaraço do Matteo
- Para quem se faz de recatado você fala demais! Não precisa expor nossa intimidade!
- Acho que o Fredo e o Stefano estão cansados de saber o que você apronta por aí. Não foi você mesmo quem fez questão de mostrar o lençol manchando com meu sangue quando estávamos a bordo do Azzurro, só para provar que você tinha transado comigo? – questionei.
- Está bem, entrem aí vocês dois e deixem as armas em casa, ou esse veadinho não vai nos deixar em paz! – sentenciou o Matteo. O Fredo e o Stefano hesitaram em cumprir sua ordem, pois além daquilo ser inusitado, ia contra as determinações de Don Barzini.
- Andem, o que estão esperando? – indaguei aos dois. – Livrem-se desses paletós e dessas gravatas, vocês parecem dois pinguins e está fazendo um calor infernal. Além do mais, olhar para esses torsos esculturais é um deleite do qual ninguém deveria ser privado.
- Estou para conhecer alguém mais espirituoso do que o senhor, senhor Rolf! – atreveu-se o Fredo, sob o olhar nada amistoso do Matteo.
- Trate de não colocar mais lenha nesse safado, já basta o fogo que ele traz consigo! – protestou o Matteo, quando assumi o volante e começamos a descer rumo a cidade. Foi a primeira vez que vi aqueles três tão sorridentes e descontraídos.
Pela hora do almoço estávamos em Crotone sentados numa mesa ao ar livre sob a sombra de limoeiros aguardando nossos pedidos chegarem à mesa. O Matteo me comprou um celular e com um pedido de desculpas, um beijo e uma deliciosa apalpada nas minhas nádegas, colocou-o nas minhas mãos.
- Perdão por ter explodido daquela maneira com você! Sua capacidade de me tirar do sério supera todo meu autocontrole! – disse ele com a voz apaixonada.
- Sabe que eu amo até os teus defeitos? Eu não deveria estar confessando isso, mas te acho sexy quando está zangado. – devolvi. O Fredo e o Stefano, deram umas palmadas nos ombros dele, numa atitude de camaradagem. Acho que eu os tinha conquistado também.
Muito provavelmente, porque os obriguei a escolherem camisas mais esportivas com as quais os presenteei, para que não se parecessem com leões de chácara. A partir do gosto deles, escolhi também uma para o Salvattore, que a receberia quando chegássemos em casa. Nesse interim, o celular do Matteo tocou, ele havia ido ao banheiro, e pela tela vi que era o pai dele.
- Don Barzini! – exclamei ao atender a ligação.
- Onde está o Matteo? Coloque-o imediatamente no telefone! – ordenou, espumando de raiva.
- Lamento, ele não está por perto no momento! Quer deixar algum recado?
- Quero que o faça atender a ligação agora mesmo!
- Como eu disse, ele não está aqui! – respondi encerrando a ligação, enquanto Fredo e Stefano trocavam olhares preocupados.
- Você está brincando com fogo, Rolf! Não queira Don Barzini como seu inimigo, pode ser fatal! – aconselhou o Stefano.
O celular do Matteo voltou a tocar, na tela a palavra Babbo e o rosto sisudo de Don Barzini, que naquele momento deveria estar com uma expressão colérica.
- Sim, Don Barzini! – exclamei, confirmando na tela o rosto enfurecido dele.
- O que pensa que está fazendo? Coloque imediatamente esse telefone nas mãos do meu filho! Você já abusou demais da minha paciência, rapaz! – gritava ele
- Estou lhe explicando que seu filho não está aqui, ele foi ao banheiro. Vou avisar que o senhor ligou quando ele voltar. – respondi calmamente, o que só serviu para deixar o velho ainda mais irritado.
- Frocio del cazzo! Vado scopare quel succhiacazzi di merda! – berrava o velho, deixando Fredo e Stefano de olhos arregalados. Sem compreender o significado das frases, embora suspeitasse que não me eram elogiosas, encerrei a ligação.
Não deu um minuto e o celular do Stefano começou a tocar, na tela, Don Barzini. Tirei-o de suas mãos antes que atendesse. Em seguida, foi o celular do Fredo a tocar, pedi que não atendesse, ele hesitou, mas vendo que o Matteo se aproximava, entregou-o a ele.
- Seu pai está feito histérico querendo falar com você! – exclamei, num tom de voz alto suficiente para que Don Barzini pudesse ouvir.
- Nos falamos quando eu chegar em casa! – foi tudo que o Matteo disse, antes de encerrar a ligação. Levantei-me e o abracei.
- Te amo, mio amore! – ele passou descaradamente a mão na minha bunda.
- Sabe que isso tudo vai ter um preço! – exclamou, antes de colar seus lábios aos meus.
Ficamos passeando pelas ruas de Crotone até o final da tarde, pois o smoking que ele me fizera comprar para uma festa que Don Barzini daria naquela noite, precisava de alguns ajustes.
O sol havia acabado de se pôr quando estacionei o Mercedes junto aos demais carros da família. O velho, cuspindo fogo pelas ventas, me fuzilou com o olhar e chamou o Matteo para uma conversa particular no escritório. Os gritos da discussão dos dois ecoavam pela casa toda. Atraída pela briga, a Priscila veio ao meu encontro, estava trêmula e assustada.
- O velho passou a tarde jurando que te mataria hoje mesmo! – revelou ela. – Dê um jeito de deixar essa casa o quanto antes. Vou ver o que é possível fazer para te ajudar a fugir. – ela atropelava as palavras de tão aflita.
- Não vou fugir, Priscila! Quando pedi, isto é, quando cheguei a implorar para que me deixassem ir embora, não me atenderam. Agora sou eu que não quero mais ir. Quase não entendo o que estão dizendo, meu italiano não é bastante para falas tão rápidas, mas tenho a impressão que o Matteo está me defendendo. – devolvi
- Está, e é por isso que sua situação só está piorando. O velho não admite que o desafiem, nem mesmo os filhos. – afirmou ela.
- Eu amo meu ragazzo, não vou fugir para que sua coragem não seja em vão! Você não amaria um homem assim? – ela apenas riu e balançou a cabeça.
- Você só pode ser doido!
Ao sair do escritório do pai, o humor do Matteo estava péssimo. Perguntei por que tinham discutido, ele primeiro não me respondeu; depois, quando estávamos no quarto e eu acariciei a rola dele sobre a calça, ele grunhiu zangado.
- Por culpa sua, o que haveria de ser! Por esse seu jeito insuportável! – exclamou.
- Amo você, meu ragazzo corajoso! Vem cá, entra em mim, quero te aninhar! – murmurei junto ao ouvido dele, enquanto o beijava e o trazia para a cama me livrando das roupas.
- Não sei o que fazer com você, seu puto tesudo! – sussurrou, enquanto arrancava as roupas do corpão e vinha tarado sobre mim.
Amei-o com paixão e ardor, abrindo meu rabo e deixando-o saciar sua tara e aplacar a exaltação que a discussão com o pai deixara nele. Quando meu cuzinho estava cheio de porra, ele afagou meu rosto e eu o dele, ambos arfando tomados pelo êxtase.
- Me prometa que nunca vai me deixar! – pediu. Eu prometi.
De posse do meu novo celular, liguei para o Jens, pois era o único número do qual me lembrava de cor, uma vez que até o chip do antigo tinha se perdido quando o Matteo o espatifou em seu acesso de fúria. Na primeira tentativa ele não atendeu, não devia estar reconhecendo o número. Na segunda sua voz inquisitiva e sonolenta me indicou que devia ter passado a madrugada na farra.
- Jens! Sou eu, Rolf! Como vocês estão?
- Que porra de número é esse? Onde você está? O Peter e eu ficamos tão preocupados com seu sumiço que ligamos para os teus país, eles estão querendo acionar a Interpol para te localizar. Faz uma semana que você sumiu e não dá notícias! Você está bem? Ainda está com aquele mafioso? Você se meteu em alguma encrenca? – ele despertava assim que ia me enchendo de perguntas.
- É uma longa história! Não fale assim do Matteo! Eu estou bem agora, eu acho. Vocês não deveriam ter ligado para os meus pais, eles devem estar desesperados agora.
- Você some e não dá notícias o que queria que a gente fizesse? E o pior, some com esse italiano mafioso, o queria que a gente pensasse? Aonde você está, ele te sequestrou? Cacete, Rolf! Que merda está acontecendo com você? Desde que conheceu esse sujeito você está irreconhecível. Você sempre foi um amigo pacato, de bom senso, o mais certinho de todos nós, o que deu em você? – a preocupação dele era notória.
- Já falei para não falar dele assim! Eu amo o Matteo! Ele também me ama! Eu estou em Strongoli, na casa da família dele. – esclareci, para aliviar a aflição dele.
- Que merda de lugar é esse? Onde fica essa porra? Você conhece esse mafi ... esse sujeitinho há três semanas, como pode estar apaixonado por alguém que mal conhece? O que esse fulaninho tem para ter virado sua cabeça desse jeito?
- Strongoli fica na Calábria, no sul da Itália! Eu também não sei explicar como fui me apaixonar por ele tão rápido, mas aconteceu. Foi naquele barzinho em Split, foi uma atração mútua e surreal. O que rolou numa simples troca de olhares foi mágico. Nós nos apaixonamos naquele instante. – revelava eu.
- Isso não existe! Você é uma besta iludida! Você está dando o cu para esse mafi ... para esse sujeitinho? Venha se encontrar com a gente, Rolf, pelo amor de tudo que é mais sagrado, larga desse sujeito antes que ele te meta em encrenca. – implorou. – Calábria, só podia ser! Essa merda de lugar não é reduto dos mafiosos? Porra, Rolf, como você se deixou envolver por esse cara? Você sabe que os homens italianos são escroques, uns sedutores baratos, tudo um bando de mafiosos, e você cai na conversa de um sujeitinho assim? Tenha santa paciência, Rolf, você é inteligente o bastante para saber que isso é uma roubada. – a fama sobre a reputação dos italianos sempre foi alvo de muitos comentários pejorativos na Alemanha, e era essa a imagem que ele fazia do Matteo, enquadrando-o nesse protótipo.
- Ele não é assim! Ele é diferente, ele é um homem maravilhoso, eu te garanto!
- Então é um caso raro e único! Ele não pode ser diferente, é você que não consegue racionar direito desde que levou a pica desse sujeito no rabo. Se liga, Rolf! Venha nos encontrar, antes que a Interpol o localize.
- Vou ligar para os meus pais e dizer que estou bem, vocês não deviam ter deixado eles preocupados. Peça para o Peter me ligar, para eu poder colocar o número dele na agenda, eu não me lembrava mais do número. Vamos nos falando! Não se preocupem, eu estou bem! Beijão! – encerrei a ligação aflito com a angustia pela qual meus pais deviam estar passando e liguei em seguida para eles também.
A festa de Don Barzini, dada em comemoração a algum tipo de acordo comercial que renderia alguns milhões de Euros e, provavelmente era tão escuso quanto todos os acordos que aquela família fechava com criminosos da mesma laia, se estendeu madrugada adentro. Dos carrões luxuosos que estacionavam no pátio defronte ao casarão desciam senhores alinhados em ternos caríssimos de aparência insuspeita. Alguns acompanhados de mulheres bem mais novas e um tanto quanto extravagantes, cobertas de joias que cintilavam sob as luzes dos salões. Um ou outro, mais jovem, vinha só ou também acompanhado, mas de uma garota de programa de luxo, que nem os vestidos refinados de grife conseguiam disfarçar a vulgaridade. Eu continuava sem ter encontrado uma explicação para aquela quantidade de homens espetaculares, cujos físicos mal cabiam nos ternos e que esbanjavam uma virilidade e uma sensualidade de deixar a gente transtornado e nosso cuzinho piscando desenfreado.
Deixei que o Matteo descesse na minha frente, fora um pedido dele enquanto estávamos juntos debaixo da ducha depois da transa. Ele não queria abrir nosso caso naquele dia, onde o foco deveria ser outro, e não o novo namorado do filho caçula de Don Barzini. Eu aceitei, tudo o que eu queria dele, depois daquela demonstração de coragem, eu sentia na umidade formigando no meu cuzinho arregaçado e isso me deixava feliz.
Ao passar pelo quarto do Angelo e da Priscila ouvi que estavam numa discussão violenta. Ela reclamava de uma mulher, Carmela, que eu supus ser a mesma com a qual eu o tinha visto aos beijos e acariciando um de seus seios, que ele tirara para fora da blusa, dentro de um carro conversível no qual ela o trouxera para casa, após ele ter passado a noite fora. Eu ia passar direto, não fazia sentido eu me meter numa briga de marido e mulher por causa de ciúmes ou traição. Contudo, pelo vão aberto da porta, eu vi que o Angelo começou a agredi-la, esbofeteando-a brutalmente e a lançando ao chão, onde estava prestes a lhe acertar um chute.
- Pare! Você não tem vergonha de bater na mulher que lhe deu duas filhas, seu animal brutamontes? Covarde desgraçado! É fácil mostrar coragem diante de uma mulher indefesa, não é? Canalha estúpido! – vociferei ao invadir o quarto e acudir a Priscila que se contorcia atordoada no chão.
- O que pensa que está fazendo, veado do caralho? Quem você acha que é para se meter entre mim e minha mulher, sua bicha rameira! Eu vou te mostrar quem é o covarde aqui! Vou acabar com esse seu rostinho lindo, vamos ver se depois disso algum macho ainda vai te desejar! – berrou furioso, dirigindo sua raiva e agressões sobre mim.
O primeiro soco acertou o canto da minha boca em cheio, desviei do segundo ao mesmo tempo em que desferia um na barriga dele, fazendo-o debruçar-se sobre ela. Urrando feito um animal ele me acertou o terceiro no peito, o que quase interrompe minha respiração me derrubando sobre a cama. Com o olhar injetado, ele veio para cima de mim, o punho cerrado estava se aproximando a centímetros do meu rosto quando dei um chute violento entre suas pernas, fazendo-o cair de joelhos com ambas as mãos segurando o saco onde se concentrou toda a dor do meu golpe. Foi nesse momento que Don Barzini surgiu na porta, seguido pelo Matteo.
- Que merda está acontecendo aqui? – perguntou o velho.
- O Angelo estava me batendo quando o Rolf veio me acudir. – revelou a Priscila, que ainda precisava se apoiar na mobília devido a tontura.
- Este covarde do seu filho resolveu bater na mãe de suas filhas! – proclamei.
- Você está bem? Ele te machucou? – perguntou o Matteo, ao se aproximar de mim e me tomar em seus braços.
- Você traz esses veados para dentro da família e eles acham que podem ditar as regras aqui dentro! Vou acabar com esse filho da puta, está me ouvindo, Matteo? Vou acabar com seu maricas do caralho! Anota o que estou falando! – berrava o Angelo que, ainda sem conseguir respirar direito, acreditava que sua virilidade havia sido destruída com meu chute certeiro.
Enfezado, o Matteo foi lhe cobrar explicações. Em questão de segundos os dois estavam se engalfinhando aos socos como dois titãs que faziam a mobília do quarto voar pelos ares.
- Parem imediatamente com isso, seus imbecis! – gritou Don Barzini, intervindo na briga dos filhos, sem sucesso. – Parem, estou mandando! – repetiu colocando-se entre ambos.
Eu me aproximei do Matteo e segurei o braço rijo dele quando estava prestes a desferir outro soco no rosto do irmão caído no chão, onde ele o mantinha com um joelho sobre o peito. Ele só parou quando viu minha aflição estampada no rosto.
- Não Matteo! Chega, não faça isso, por favor! – supliquei, o que o fez parar, enquanto eu o puxava de encontro ao meu corpo e o abraçava, acariciando sua nuca.
- Não vou deixar que ele te machuque! – balbuciou, voltando a tocar meu rosto quando viu meu lábio inferior sangrando.
- Você está bem, Priscila? – perguntei, ao me aproximar dela para lhe dar suporte.
- Sim, acho que sim! Obrigada, Rolf! Eu não sei o que ele faria comigo se você não tivesse aparecido. – disse ela, me abraçando. – Eu não suporto mais isso, não suporto! Eu quero sair dessa casa, quero sair dessa família e esquecer que um dia me entreguei a esse escroque. – choramingava ela, sem me soltar.
- Perca as esperanças! Isso nunca vai acontecer! Não vou te dar o divórcio de mão beijada para você poder procurar outro macho! Esqueça, entendeu, esqueça! – berrou o Angelo, tentando recuperar o orgulho ferido por ter levado a pior no enfrentamento com um gay, apesar da enorme diferença de nossas compleições físicas.
- É você quem está me traindo com aquelas vadias! Nem suas filhas você respeita! – retrucou a Priscila. – Vá de uma vez, a Carmela está lá embaixo esperando que você a preencha! É isso que você quer que suas filhas vejam, como o pai delas fornica com um bando de vadias?
- Você vem comigo para o escritório agora mesmo, Angelo, quero ter uma conversa com você! E esta será a última, você precisa respeitar essa casa e sua mulher! – ordenou Don Barzini, diante dessas novas informações que a Priscila lhe deu.
Antes de acompanhar o pai, derrotado, o Angelo me encarou com a raiva faiscando nos olhos. Eu acabara de conseguir meu segundo inimigo dentro daquela casa.
- Preciso descer, os convidados estão sem nenhum representante da família. – disse o Matteo. – Você está bem, meu amor? E você Priscila, sente-se em condições de descer e ajudar a ciceronear os convidados?
- Só vou limpar o sangue do meu lábio e já desço para te fazer companhia! – respondi.
- Vou me recompor e também já desço Matteo! Obrigado! Obrigado a você e ao Rolf por me acudirem. – confirmou ela.
A discussão entre Don Barzini e o Angelo durou mais de meia hora, quando saíram, o velho tinha uma aparência derrocada e o filho a de quem tinha sido enquadrado por uma autoridade que ele não tinha como contestar. Apesar de todo o glamour da festa, éramos todos personagens interpretando seus papeis, nada daquilo tinha o menor fundo de verdade e espontaneidade.
- O que deu em você para enfrentar meu irmão daquele jeito? É eu virar as costas por alguns segundos e você já está metido em nova confusão! Quando é que vai tomar jeito, Rolf? Ele podia ter acabado com você! Olha só o estado desse lábio! – questionou o Matteo, finda a festa, quando estávamos no quarto nos preparando para dormir, apesar da aurora já ter despontado.
- Você acha que eu sou de aceitar que um homem agrida e bata numa mulher na minha frente e que eu fique calado? Especialmente um brutamontes como seu irmão, batendo na mãe das filhas dele. Homem que é homem não bate em mulher! Eu não podia deixar ele fazer aquilo! – devolvi com convicção. – Vai me dizer que agora vai me criticar pelo que fiz? Não fui eu quem armou a confusão, foi seu irmão.
- Você não toma jeito, não é? Tem sempre uma resposta pronta na ponta da língua e nunca é o culpado de nada! Você é maluco, sabia! – havia um quê de orgulho e satisfação na cara risonha dele.
- É por isso que você me ama? – perguntei, ajudando-o a desabotoar a calça enquanto ele tirava a camisa, e sentia minha mão deslizando em direção a sua virilha.
- Talvez! – sussurrou vindo me beijar. Mas, eu precisei recuar pois assim que a boca dele tocou na minha reacendeu a dor do lábio lacerado. – Isso vai estar tudo inchado amanhã, está sabendo, não é? Quem sabe se com isso você não se arrependa de se meter numa briga tão desigual. – emendou, tocando suavemente as pontas dos dedos no local onde o punho do irmão me acertou.
- A única coisa da qual vou me arrepender é de não poder chupar seu pauzão saboroso com essa boca toda torta e insensível. – respondi.
Ele me agarrou, me carregou até a cama e se deitou em cima de mim, com o cacetão babando, enquanto eu envolvia o tronco maciço dele em meus braços e abria minhas pernas demonstrando o que eu queria dele. A estocada abrupta meteu a cabeçorra do caralhão através dos meus esfíncteres e me fez ganir. Minhas pregas anais ainda não haviam se recuperado das duas fodas do dia anterior, e eu precisei pedir para ele ir com calma.
- Gostei de ver você vindo me defender do seu irmão, meu herói! – murmurrei, enquanto afagava a nuca dele e sentia ele entrando fundo em mim. – Mio maschio arrapato! Mio uomo! – gemi, travando o cuzinho ao redor do cacetão latejante dele.
Esta é uma obra de ficção, qualquer localidade, nome ou situação mencionada ligada com fatos reais, é mera coincidência.