Eu e Laura dormimos até tarde naquele domingo. Já passava das 12:00 horas quando o sol começou a incomodar pela janela e acordei. Estava nua, assim como Laura, as duas, a cdzinha e a mulherona, nuas em pelo.
Levantei-me sem fazer barulho com medo de acordar Laura e fui ao banheiro, fiz minha higiene e tomei um banho quente pra relaxar o corpo. Me sequei e coloquei a calcinha que Laura me deu, pus minha calça jeans e fiquei sem camisa mesmo. Peguei um pouco de creme e ajeitei o cabelo.
- Como vou explicar isso pra minha mãe? – pensei em voz alta.
No dia anterior, quando sai de casa de manhã cedo para visitar Laura, eu ainda era Mario, magrelo, introvertido e que vivia com medo da opinião alheia. Agora, me olhando no espelho, sou o reflexo de duas faces de uma mesma moeda. Mario e Mari. Um envergonhado e a outra safada. Cabia a mim, aprender a dosar que horas eu seria o que.
Nesse momento, dúvidas pairavam sobre a minha cabeça. O que a minha mãe pensaria de mim? O que o pessoal do trabalho pensaria de mim? E meus vizinhos? Nesse momento pude ver que minha personalidade de Mario estava a tona e de certa maneira, com razão, pois hoje, menos de 24 horas depois, me sinto mais feminino, mais solto, mais safado.
Lembrei-me dos momentos maravilhosos que tive naquele quarto de motel com Henrique. O desejo me dominava novamente ao imaginar aquele macho me arrombando, aquele pau preenchendo minha boca e bunda faziam meu grelo de 10 cm ficar duro e a boca encher de saliva.
Meus pensamentos foram interrompidos por Laura.
- Bom dia amiga! – falou ela sonolenta – Dormiu bem?
- Bom dia! – respondi com um sorriso no rosto – Dormi sim!
Laura foi até o banheiro, banhou-se, pôs uma roupa e voltou para a sala.
- Que horas são? – perguntou bocejando.
- Quase 13:00! – respondi – Preciso ir pra casa!
- Já? – perguntou ela com sono.
- Sim! – respondi – A noite ontem foi muito intensa, e as coisas mudaram muito rápido! Preciso ir pra casa, explicar pra minha mãe o que aconteceu e me preparar para amanhã!
Laura entendeu. As coisas foram de 0 a 100 muito rápidas e mesmo aquela safadinha, podia entender a minha apreensão.
- Vamos! – falou ela pegando a bolsa – Vou te levar em casa!
- Não precisa! – falei – Peço um carro no aplicativo!
- Insisto! – falou ela passando a mão no meu rosto com carinho.
Descemos o elevador e fomos conversando até o carro. Entramos e Laura deu a partida, fomos conversando sobre o que estava por vir. Minha mãe, as pessoas no trabalho, tudo o que aquela minha mudança poderia impactar.
- Amiga, não interessa o que aconteça, estou com você tá! – falou Laura pouco antes de eu sair do carro e me dirigir para o portão de casa.
Antes de abrir o portão, respirei fundo, segurei firme a bolsa com as coisas que Laura me deu e entrei em casa, minha mãe não estava, pelo horário, era capaz de ela ter ido na casa de alguma amiga ou até mesmo no shopping.
Fui até o meu quarto para trocar de roupas, me despi, tirei a calcinha e coloquei minhas roupas de sapo novamente. Em casa, Mari não possuía espaço, apenas Mario. Mari agora iria começar a se destacar, as sobrancelhas, o corte de cabelo, meu jeito, tudo agora indica que eu mudei, me restava saber se minha mãe iria aprovar aquilo ou se eu iria arrumar um grande problema.
Coloquei uma roupa bem leve, fui no banheiro, retoquei o cabelo e passei um lápis no olho, queria me sentir bem, mesmo sabendo que aquilo poderia gerar um problema com a minha mãe. Fui até a área de serviço e coloquei as roupas que Laura me deu para lavar na máquina, depois disso, abri a geladeira e fiz algo rápido para comer.
Coloquei a louça na pia e voltei para o meu quarto, liguei o computador e comecei a olhar algumas páginas na internet, queria entender mais sobre o que eu estava me tornando, queria saber o que era uma crossdresser de verdade. Eu estava me tornando uma? Estava virando um transexual? A falta de informação estava me incomodando e a internet estava me ajudando de certa maneira.
Obviamente e infelizmente, a maioria do conteúdo que eu encontrei sobre o assunto vinha de páginas de pornografia, mas também encontrei muitas páginas e artigos sobre o assunto que não eram voltados para a sacanagem e estava me focando neles. Ali tinha muito conteúdo sobre o que era, as questões psicológicas, textos sobre auto afirmação e autoconhecimento e lendo tudo aquilo, entendi no que eu estava me transformando.
Era umas 16:00 horas quando minha mãe chegou.
- Mario! – falou ela da porta – Cheguei. Me ajuda com as compras querido!
Parei o que estava fazendo. Respirei fundo e fui até a entrada.
- Oi mãe! – falei envergonhado.
- Oi filho! – ela falou se concentrando nas bolsas e não olhando pra mim.
Peguei as bolsas da mão dela, foi quando ela viu meus olhos maquiados, meu cabelo cortado e minhas unhas feitas. Fingi que não era nada demais e levei as compras para a cozinha. Coloquei-as no chão e me sentei a mesa, esperando minha mãe chegar.
Minha mãe entrou na cozinha, olhando lenta e detalhadamente pra mim, andou até a mesa e sentou-se de frente pra mim. Ficamos longos minutos um olhando para o outro, um clima tenso dominava, minha boca estava seca e o coração acelerado, estava angustiado com a ausência de diálogo.
- Filho – começou minha mãe – Você tem certeza dessas decisões que você está tomando?
- Acho que sim mãe... – falei apreensivo – estou me sentindo bem assim!
- Não vou dizer que eu concordo com o que você está fazendo... – falou ela com a cara severa – mas respeito, respeito você como ser humano, como meu sangue e principalmente por que te amo...
- Obrigado mãe... – respondi com uma certa esperança.
- Vou precisar de tempo pra me acostumar com isso... – continuou minha mãe – então, tenta maneirar nas mudanças ok, nada muito brusco...
- Tá bom mãe! – falei com um sorriso – Te amo tá!
- Também te amo filho! – respondeu ela.
- FilhA! – falei dando um risinho.
- Não força Mário! – falou ela com a cara emburrada
- Mari! – falei rindo novamente.
- Sai daqui criatura! – gritou ela com a cara de riso – Preciso pensar!
Levantei da cadeira rapidamente dando uma risada e me esquivando de uma chinelada que ela tentou me acertar, corri para o quarto, os olhos lacrimejavam, mas não eram de tristeza, era a felicidade que enchia meu peito por saber que minha mãe me amava e me apoiava, isso era o que eu precisava pra poder me sentir mais confiante com as minhas decisões.
Entrei no meu quarto, fechei a porta e abri meu armário, aquele cenário não me agradava, toneladas e toneladas de roupas de sapo, eu sei que estava acelerando um pouco as coisas, mas precisava dar um jeito naquilo.
- Mãããããeeeee! – gritei de dentro do quarto.
Minha mãe foi até a porta do quarto, abriu e olhou pra mim.
- Quié escandaloso? – falou ela.
- EscandalosA... – falei rindo.
- Mari.... – falou ela antes de ser interrompida.
- Isso aí! Mari! – falei rindo – Viu já tá aprendendo!
Minha mãe me olhou com a cara séria preparada para me dar uma bronca, mas antes disso, cortei ela.
- Vamos no shopping? – perguntei com um sorriso no rosto.
Minha mãe ficou intrigada com a minha pergunta repentina, ficou com a cara de quem estava confusa, mas acabou concordando. Tomei um banho e troquei de roupa, minha mãe fez o mesmo e logo em seguida saímos para o shopping.
Pedi um carro pelo aplicativo e rapidamente fomos para o shopping. Aproveitei a viagem e fui conversando com a minha mãe, contei pra ela os acontecimentos do sábado, a ida ao shopping e saída com Henrique e Jorge, mas omiti a parte do motel, achei que ela ainda não estava preparada para esse tipo de assunto. O motorista do aplicativo ficava olhando pelo retrovisor e vi que o safado ficava prestando atenção, até que ele percebeu que eu estava olhando pra ele e disfarçou.
Chegamos no shopping e começamos a andar procurando lojas que tivessem roupas que me agradassem, não iria mudar da água para o vinho, nem iria me encher de roupas de mulher, mas estava procurando alguma loja que tivesse modelos mais andrógenos o possível, assim como Laura fez no dia anterior.
Encontramos uma lojinha que tinha roupas que se enquadravam naquilo que eu estava querendo, comprei diversas camisas sociais, blusinhas e um conjunto de blazer com calça social que ficava do jeito que eu queria.
Saímos da loja com diversas bolsa, fui em uma sapataria e comprei 2 pares de sapatos sociais com saltos bem leves e 2 tênis mais femininos pros dias de passeio. Depois disso, fui até uma loja de departamentos e comprei roupas mais femininas mesmo, mas para poder ficar em casa, camisetas, shortinhos, e um baby doll. Minha mãe olhava pra tudo aquilo e se mostrava ao mesmo tempo horrorizada e curiosa. Por mais que achasse estranho, em todas as minhas compras, ela me ajudou a escolher e via as que ficariam melhor em mim e as que acentuariam os pontos positivos do meu corpo.
Depois disso, fui a uma loja de cosméticos, minha mãe me ajudou a escolher uma base que combinava bem com o meu tom de pele, comprei mais um lápis de olho e minha mãe me sugeriu que eu comprasse um delineador de cílios, para que pudesse compor um visual mais bonito nos meus olhos. Comprei uma pinça e minha mãe disse que me ensinaria a fazer minhas sobrancelhas.
Paramos por uns minutos na praça de alimentação, comemos um lanche e depois continuamos com a nossa ronda pelo shopping em busca de mais algumas coisas. Pensei em comprar um batom com uma cor mais clara, mas desisti da ideia, minha mãe já estava visivelmente cansada.
- Quer ir pra casa mãe? – perguntei – Posso terminar de comprar as coisas num outro dia!
- Obrigada, filhA! – falou ela dando um riso – Podemos continuar, amanhã eu descanso!
Minha mãe era pensionista da marinha, então todos os dias pra ela eram fim de semana, como ela mesmo dizia. Continuamos o nosso passeio até que passamos em frente a uma loja de lingerie. Minha mãe viu meus olhos quando olhei pra fachada da loja. Não queria fazer com que ela ficasse com vergonha, mas a verdade é que eu queria comprar algumas calcinhas pra mim.
Pressentindo isso, minha mãe falou que precisava ir no banheiro e pediu pra que eu a esperasse ali, dando um risinho, entendi a intenção dela. Quando ela sumiu no meio das pessoas, rapidamente entrei na loja, haviam diversos modelos, uns mais lindos e delicados do que os outros. Optei por comprar 3 calcinhas de renda mais sensuais, que tinham a parte da frente um pouco mais largas, dessa maneira, meu grelo de 10 cm não ficaria pulando pra fora, mas era bem cavada atrás, deixando a bunda bem visível, comprei também, calcinhas box de renda que eram mais sensuais, mas que seriam melhores para o dia-a-dia, comprei o suficiente para ter pelo menos 02 por dia. A cara da lojista quando me viu comprar aquilo era impagável, seu preconceito era marcante, me olhava com repulsa e nojo, mas pelo bem da sua comissão resolveu me atender e até fingiu me tratar bem.
Sabia que aquilo seria uma coisa contra a qual eu teria que enfrentar no meu dia-a-dia a partir daquele momento, mas com a ajuda e apoio da minha mãe e Laura, eu tinha certeza de que conseguiria encarar aquilo de frente e sem vergonha nenhuma. Saí da loja e sentei em um banco que tinha na frente, reparei as pessoas passando por mim, algumas me olhavam com a cara estranha, alguns homens me olhavam com uma cara de raiva e outros homens me olhavam como se eu fosse carne pro abate. Pouco tempo depois que saí da loja, minha mãe voltou da sua suposta ida ao banheiro com uma bolsa o que justificava a demora dela. Olhou pra minhas compras e viu a bolsa com a logo da loja, deu apenas um risinho.
- Vamos pra casa filha? – falou ela normalmente – Tô cansada!
Ver e ouvir minha mãe me tratando daquele jeito era ótimo, concordei com ela, fomos até a entrada do shopping e pedi um carro pelo aplicativo para que pudéssemos voltar pra casa. Pegamos o carro e em pouco tempo estávamos de volta. Entramos em casa e a primeira coisa que eu fiz foi colocar todas as roupas para lavar. Havia feito uma pequena economia com a minha mãe tempos atrás e compramos uma máquina de lavar lava e seca, dessa maneira, eu tinha certeza de que teria uma roupa nova para ir no dia seguinte ao trabalho do jeito que eu queria.
A roupa terminou de bater, abri a máquina e pendurei a maioria na corda para secar, escolhi o conjuntinho de terno, junto com uma camisa salmão e uma calcinha e coloquei de volta na máquina para que pudessem secar. Enquanto secavam, fui tomar um banho. Já passava das 23:00 e precisava ir dormir, no dia seguinte teria que ir para o trabalho.
Terminei meu banho, peguei o baby doll que eu havia comprado e já fui logo colocando para dormir, fui até a sala para dar boa noite para minha mãe. Ela me olhou incrédula.
- Meu Deus! – falou ela boquiaberta – Você é uma menina!
Aquilo me deu um certo orgulho, meu corpo finalmente não me dava vergonha.
- Verdade mãe? – perguntei honestamente e com vergonha.
- Mari... – falou ela – não tem como eu dizer que você é um menino assim. Como nunca reparei nisso...
- Nem eu sabia mãe! – falei honestamente – A senhora também não saberia né!
Fui até o sofá, sentei-me ao lado da minha mãe e dei um abraço apertado nela, aquela sensação de mãe e filha era ótima, dei boa noite e um beijo em sua bochecha e fui até a área de serviço, ainda levaria pouco mais de 01 hora pra roupa estar seca, resolvi ir dormir e pela manhã eu tiraria a roupa de dentro e passaria se fosse necessário. Fui para o meu quarto e adormeci.
Acordei eram 05:30 da manhã, levantei meia hora mais cedo pois fiquei com medo de precisar passar a roupa, por sorte a roupa já saiu sequinha e sem nenhum amassado. Fui tomar um banho, fiz minha higiene, penteei meu cabelo tentando deixar ele bem delineado no corte, coloquei minha calcinha e depois parti pra maquiagem.
Com ajuda de um pincel que vinha junto, passei uma leve camada no rosto, apenas o suficiente para deixa-lo harmonioso, passei o lápis nos olhos, mas deixei pra usar o delineador de cílios depois, ainda não sabia como fazer e não queria acordar minha mãe para que me ensinasse. Coloquei a meia calça e depois o conjuntinho. Até eu estava me achando gostosinha, a calça, apesar de ter um corte mais neutro, era justa o suficiente para empinar a minha bundinha o que me deixava um tesãozinho, coloquei a camisa salmão que combinava bem com o conjunto e depois o blazer. Vesti um sapato novo, com um leve saltinho e bico fino que eu havia comprado e o look estava pronto. Humildade de lado, eu estava uma gostosinha.
Tomei um café da manhã e enquanto comia, resolvi mandar uma mensagem pra Laura no celular.
“Novidades em breve” – escrevi.
Laura me respondeu querendo saber o que era, mas resolvi matar a safada de curiosidade e não respondi. Terminei o meu café e foi nessa hora que eu notei que a minha mentalidade ainda não era de menina. Look pronto, gostosa e cadê a minha bolsa? A única coisa que eu tinha era a minha mochila horrosa que estava com as minhas coisas.
Estava entrando em parafuso, não queria ir para o trabalho, no meu primeiro dia de mudança, toda trabalhada na gostosura com aquela mochila horrível. Resolvi ir até o quarto da minha mãe e pegar uma bolsa emprestada com ela. Entrei no quarto silenciosamente, fazendo esforço para não a acordar, mas de nada valeram os meus esforços, ela já estava acordada e me olhando admirada.
- Já quer roubar minhas bolsas danada? – falou ela brincando.
Dei um sorriso amarelo tentando disfarçar.
- Tenho um presente pra você! – falou ela levantando-se da cama e indo até o armário.
Pegou uma sacola de uma das lojas que fomos e me entregou.
- Não posso deixar você ir pro trabalho com aquela mochila horrível né? – falou ela rindo.
Abri a sacola e estava uma bolsa de couro, linda, preta com detalhes dourados, abri a bolsa e encontrei uma caixinha, olhei pra minha mãe que apontou pra ela, abri e nela tinha um par de brincos de pressão lindos e um colarzinho que fazia par.
- Precisamos dar um jeito nessa orelha depois! – falou ela amorosamente.
Coloquei os brincos e o colar, junto com a bolsa, o pessoal do trabalho ia ter um choque.
Agradeci minha mãe com um longo abraço e tive que segurar a emoção pra não borrar os olhos, tirei as coisas da minha mochila e transferi pra minha bolsa nova, retoquei o penteado e sai de casa.
Passando pelo portão, duas vizinhas estavam no portão de uma delas e quando me viram, simplesmente fingi que nada tinha acontecido, dei um bom dia com um riso de canto de rosto e fui para o ponto de ônibus, tinha certeza de que eu seria o assunto de muitas fofoqueiras da minha rua, mas não podia me importar menos com elas. No ponto de ônibus várias pessoas me olhavam, algumas claramente estavam tentando decifrar se eu era menino ou menina, outras só me ignoraram e um cara que eu comumente via pois pegávamos o mesmo ônibus me olhava incrédulo com a minha mudança.
Meu ônibus chegou e entrei nele, como sempre, ele passava vazio e ia enchendo pelo caminho o que me permitia escolher um lugar, peguei um assento próximo a janela e esse mesmo homem entrou e resolveu sentar-se ao meu lado. Não que não houvesse outros lugares, mas senti que ela me olhava com outros olhos.
- Bom dia! – falou ele educadamente.
- Bom dia! – falei tentando deixar a voz mais feminina.
- Sempre vi você no ponto e te achava bonita! – começou ele – Mas não imaginava que você pudesse ser tão linda!
Essa abordagem direta dele me deixou sem graça. Dei uma leve corada e com um sorriso respondi.
- Obrigada!
Ele aproveitou e se apresentou, se chamava Paulo e era um cara com seus trinta e poucos anos, barba por fazer, uma leve barriguinha, mas bonitinho, passou boa parte da viagem enaltecendo em como eu havia ficado linda. Conversamos pelo caminho e ele perguntou se eu poderia passar meu número de celular pra ele. Relutante, acabei passando, na pior das hipóteses era só ignorar ele.
Cheguei no meu ponto, me despedi de Paulo e desci do ônibus.
- VAI MAMAR ROLA TRAVECÃO!
Isso havia sido um grito de algum babaca de dentro do ônibus. Optei por ignorar e tomei meu rumo para o trabalho, não seria aquilo que iria estragar a minha semana, não iria dar força pra gente preconceituosa, estava orgulhosa demais de mim mesma para deixar aquele tipinho de gente me pôr pra baixo.
Cheguei no prédio do meu trabalho, no momento em que eu entrei, um dos seguranças que sempre me cumprimentava me olhou perplexo.
- Bom dia, Mário? – falou ele reticente.
- Mari! – respondi com um risinho – Bom dia!
Ele deu um riso, entendeu e não falou mais nada. Caminhei até o elevador, na porta dele algumas meninas que trabalhavam no mesmo andar que o meu me olhavam incrédulas, cochicharam alguma coisa e me vendo chegar perto pararam e apenas me cumprimentaram. Entrei no elevador, um homem de terno me olhava com uma cara de desejo, nunca imaginei que tantos caras pudessem olhar pra mim com aquela cara, chegando no meu elevador, me dirigi a minha sala, a porta estava aberta e pude ouvir Laura falando com alguém.
Entrei na sala e Laura e meu chefe estavam conversando.
- Bom dia! – falei com um sorriso no rosto.
Laura e meu chefe me olharam incrédulos. Laura com uma cara de surpresa e um sorriso enorme no rosto. Meu chefe com uma cara de confusão.
Assim começava aquela semana.
Continua...
Desculpem a demora para escreve a parte 4, estava presa no trabalho.
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