ETHAN
O que eu fiz? Eu estava fora de mim. Eu tomei vários banhos depois que cheguei em casa. É como se eu estivesse infectado com algum tipo de doença que me tirasse o controle e consciência. Eu prometi que não ficaria com ninguém. Eu quebrei a promessa. Eu mereço ser castigado. Pego uma gilette e passei na minha perna várias vezes.
O sangue que cai no chão e desce pelo ralo, mas a culpa continua me matando por dentro. Os meus pais vão me mandar para o Centro de Cura Gay. Eu não vou poder escapar desta armadilha maldita. Porém, o toque do Jimmy no meu corpo ainda se mantém presente. São sentimentos conflitantes e difíceis de lidar.
— Filho, — a minha mãe chama. — o café da manhã está pronto.
— Ok, mãe. — eu me assusto e guardo a gillete no armário.
Tudo bem, Ethan. O que aconteceu foi um erro desnecessário e mundano. Eu preciso me voltar para a fé. Jesus é o único que pode ajudar a conter esses vacilos da carne. À mesa, eu finjo normalidade para os meus pais. Aproveito para oferecer ajuda ao meu pai. Ele vai distribuir cobertores em uma comunidade carente.
Na escola, eu faço de tudo para não esbarrar com o Jimmy. Graças aos céus, que o time de futebol está treinando para o primeiro jogo da temporada, ou seja, ele estará ocupado nas próximas semanas.
Aproveitei um intervalo nas aulas e fui para a biblioteca. Quero um livro de mistério, mas o acervo local é péssimo. "No limite da razão", o título do livro chamou a minha atenção, mas uma voz me assustou.
— Todo nerdzinho. — o Jimmy está parado na minha frente. Ele usa a jaqueta do time de futebol e um boné virado para trás.
— Eu preciso ir...
— Ei, espera. — ele me impede de seguir. — Você está bem?
— Eu, eu, ótimo. — eu não consigo formar uma frase. O meu coração parece um tambor em êxtase. — Eu estou ótimo.
— Vamos lanchar. Estou faminto e preciso repor as energias. — Jimmy sorri e os meus pés os seguem.
O Jimmy tem uma força descomunal e não tenho chances de evitar ser arrastado pelos corredores da escola. Ele para em um grupo de pessoas que estão conversando sobre o passeio que vai ter para o Yellow Groove, uma área indígena próximo a cidade. Lógico que meus pais não vão me deixar ir com a turma, então, a minha animação é zero.
As pessoas da minha escola não são tão ruins quanto eu imagino que seriam, mas não consigo me conectar com ninguém, nem mesmo os alunos nerds ou desajustados. Aqui é um terreno diferente, não em um sentido ruim, mas é apenas diferente.
O Jimmy parece conhecer todos. Com certeza, eles estudam desde o primário juntos. Eu sei que o melhor amigo dele é o Brian Trevor, um grafiteiro de mão cheia e que já entrou em conflito com o meu pai por causa dos seus desenhos. Digamos que o Pastor Ward não goste de pênis voadores nas paredes próximas à igreja.
Seguimos em grupo, só que eu não consigo interagir com ninguém, apenas olho para o chão e evito prestar atenção no que eles estão falando. O Jimmy mantém a mão esquerda nas minhas costas, quase me guiando, já que os meus pés estão trêmulos. Se alguém descobrir o que fizemos na cabana, eu nem sei como vai ser.
Os meus colegas escolhem uma mesa bem no meio do refeitório. Alguns guardam os nossos lugares, mas o Jimmy me leva para a fila dos alimentos. Hoje é o dia da comida mexicana, entre as opções temos burritos, guacamole, tortillas, chilli com carne e uma salada de macarrão. O prato do Jimmy é bem servido, acho que ele precisa repor as energias devido ao treino.
Eu não sou fã de pimenta e fico com uma salada de macarrão com alguns burritos. Voltamos para a mesa e o outro grupo vai para a fila. Eles são organizados. Devem fazer isso há muito tempo. O Trevor e Jimmy começam a falar sobre uma garota, a Samantha. Aparentemente, o Trevor quer sair com a moça, entretanto, não achou um bom momento para a convidar.
— E você, novato? — questiona Trevor, querendo esquecer a sua crush. — Qual a sua história?
— Bem, eu... — não consigo formar uma frase e os meus colegas me olham de maneira estranha.
— Deixa, ele, seu bundão. — intervém Jimmy. — Termina de contar da Samantha e como o coração dela é gelado.
— Boa tarde, Betty. — Trevor cumprimenta a moça que falou comigo no dia anterior.
— Vai se foder, otário! — ela exclama mostrando o dedo do meio para o amigo de Jimmy. Eu quase solto uma risada, mas me mantenho sério. — Trevor 0 e Bettany 1.
***
JIMMY
Malditos olhos verdes. Eu odeio como o Ethan me atrai. São poucos os garotos que tem esse feito em mim. Mas não posso negar que a noite de ontem foi perfeita. Eu gostei muito e quero repetir a dose. Na verdade, o meu desejo agora é jogar o Ethan em cima da mesa e o foder sem pena, porém, a escola inteira está lanchando e o refeitório parece mais uma feira.
O Trevor não para de falar da Samantha, o que é algo bom, já que o Jimmy não interage com ninguém. Ele está enrolando para comer e evitar manter contato visual conosco. Os meus amigos são populares e legais, não vejo razão para o Ethan se sentir nervoso ou acuado. Talvez seja o jeito dele.
Após o intervalo, o grupo se separa. Eu continuo ao lado de Ethan. Temos a aula de Algebra 2 no terceiro andar. Decidimos contar caminho pelas escadas internas do prédio. Nossos passos ecoam por todos os cantos. Sinto a respiração ofegante do Ethan.
— Espera. — digo, segurando o seu braço e o colocando contra a parede. — Eu preciso... — me aproximo do Ethan e nossos rostos estão próximos.
— Por favor, não. — ele pede, trêmulo.
— Porque a sua boca diz uma coisa, mas o seu rosto vai para a direção contrária? Eu passei o dia te desejando, Ethan. — solto, o beijando.
Que boca gostosa. Ela é carnuda e tem gosto de burrito e suco de uva. De repente, o Ethan intensifica o beijo e percebo que tenho carta branca para continuar a pegação. Evitamos barulhos altos, afinal, estamos na escola e alguém pode nos flagrar.
Com uma mão, ergo as mãos do Ethan para cima e o deixo vulnerável a mim. Uso a única mão livre para desabotoar sua camisa xadrez e chupar o seu mamilo direito. Ele morde os lábios para não gemer alto. Cara, como isso é divertido, excitante e perigoso.
— Baixa. — ordeno de maneira séria e o Ethan obedece, algo que me deixa com muito tesão. Ele é o meu cachorrinho.
Abro o zíper da minha calça, mas sem desabotoá-la. O pau sai duro e o Ethan logo chupa. "Que boca quentinha", tenho vontade de gritar, por isso, mordo os lábios e aproveito a mamada. Aproveito para bombar na boca do meu safadinho, que não arrega e engole os meus 19cm com facilidade.
Eu amo quando ele usa a língua para massagear a glade. O pré-gozo sai com muita facilidade. De maneira desajeitada, eu tiro uma camisinha da mochila. E puxo o Ethan para cima, antes de lhe beijar na boca.
— Vira e abaixa a calça. — ordeno, de novo, enquanto coloco a camisinha no pau.
O cú dele já está amaciado e entra sem muitas dificuldades. A lubrificação do preservativo ajuda a abrir caminho. As mãos dele arranham a parede e encontro dos nossos corpos ecoam pela escada. Bombo sem pena, pois não temos muito tempo e preciso gozar.
Seguro nas ancas do Ethan e vou apertando cada vez que a ejaculação se aproxima. Rápido. Rápido. Rápido. A camisinha fica cheia e a minha respiração ofegante. O Ethan não fala nada, apenas levanta as calças e sobe as escadas.
— Que incrível. — solto, pegando a camisinha e colocando dentro da embalagem. — Não posso descartar isso aqui. — pego uma sacola dentro da mochila e guardo o preservativo.
Apesar de sentar próximo ao Ethan, a gente não troca nenhuma palavra durante o resto do dia. Ele está com vergonha? Será que ele se machucou? Droga. Eu preciso parar de ser imprudente. Não quero afastar o Ethan. Eu preciso dele.
Preciso esquecer o Ethan. Ele não pode consumir os meus pensamentos 24 horas por dia. No treino, faço todos os exercícios à exaustão. O treinador aproveita para fazer um amistoso, mas os meus colegas de time não tem chance. O relógio marca 6 pm e preciso fazer o inevitável: ir para casa.
Vou caminhando e olhando para outras casas, vejo pessoas felizes com suas famílias perfeitas. Eu nunca tive isso, esse carinho e dedicação. Nunca fizeram uma festa de aniversário para mim. Os natais são sempre iguais, principalmente quando o Trevor viaja para alguma ilha paradisíaca.
Ao chegar em casa, percebo que o meu pai está. Para evitar qualquer tipo de confusão, eu ando em direção ao meu quarto, mas parece que ele escuta e me chama. As minhas mãos começam a tremer. Com o meu pai, tudo é imprevisível e violento.
— Hoje de manhã, eu fui para a oficina e os meus materiais estavam fora do lugar. — ele avisa e fecha a porta atrás de mim.
Sim. Eu nunca tive motivos para ser feliz. Talvez seja por isso que o Ethan me chama a atenção. Enquanto estou no chão, levando chutes do meu pai, eu só penso no Ethan. Infelizmente, a vida não é justa para todos. Estou caído no chão, entregue. Quem sabe um dia eu não encontro o que procuro? Mas no momento, o meu único objetivo é não desmaiar.
— Eu te falei, filho da puta! Não mexa na minha oficina! — meu pai esbraveja, enquanto chuta o meu estômago. — Eu te falei!!!