Pièrre sabia onde encontrar Kieza e, junto com Anthony se dirigiram à mina onde Marcel a torturava. No caminho, ele não conversava com Anthony pois estava confuso sobre o que eles fizeram minutos antes.
- Pièrre, não fica assim. A gente é amigo.
- Anthony, agora não.
- Olha, eu não me arrependo do que fizemos. Você sabe que sempre fui afim de você.
- Por favor, não quero falar sobre isso agora.
- Se te serve de consolo, acho que Jean não se importaria com isso.
- Por favor… Como assim? O que você sabe sobre o que Jean se importa ou não?
- Nada. Deixa pra lá… Olha, lá está a entrada da mina.
Anthony plantou a semente da dúvida na mente de seu amigo, e estava disposto a regá-la até que se tornasse uma erva daninha. Ele estava se afogando em vários sentimentos os quais ele não sabia controlar.
Ao chegar na mina, eles notaram que a porta estava quebrada e entraram. Silenciosamente, andaram pelos túneis à procura de alguma pista sobre Marcel.
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Após quase ter morrido em sua viagem astral, Kieza disse que os espíritos dariam uma chance a Marcel. No mesmo instante, Sébastien contou ao vampiro sobre isso. Marcel retornou com o rapaz, e Frédéric os acompanhava.
- Kieza, o garoto me disse que os espíritos decidiram me dar uma chance e que ele sabe fazer o ritual. Isso é verdade?
- Sim, é verdade.
Marcel olhou para Louis com desconfiança.
- Marcel, não temos escolha. - Disse Louis.
- E do que precisamos?
- Você vai precisar oferecer em sacrifício um vampiro que você mesmo tenha transformado.
- Somente isso?
- Sim. O resto é com o garoto. Ele continuará o ritual, pois estou muito fraca.
- Tudo bem, você tem sido inútil mesmo.
Sébastien invocou os espíritos, que o possuíram naquele instante e falaram pela sua boca.
- Marcel, resolvemos dar essa última oportunidade a você para que possa provar sua lealdade. Não haverá outra chance caso você nos decepcione.
- Sim. Eu não vou falhar.
- Então, se prostre diante de nós e jure lealdade.
Marcel prostrou-se e fez o juramento.
- Agora diga o nome do vampiro a ser oferecido.
- Nathalie Montagne.
- Perfeito. Mande-a para o lugar que eu te disser.
Os espíritos falaram então o lugar Jean Roche estava.
- Frédéric, diga a Nathalie onde Jean Roche está e que ela tem permissão para fazer o que deseja.
- Agora mesmo, senhor!
Frédéric saiu voando em forma de morcego e foi avisar Nathalie. Ela recebeu a notícia e foi atrás de Jean Roche para matá-lo. Porém, Paul Cartier chegou a tempo e a matou.
…
- O sacrifício foi feito. - Disseram os espíritos através de Sébastien.
- Agora me torne poderoso! - Marcel exclamou.
- HAHAHAHA! - Os espírito deram uma gargalhada maligna. - Acha mesmo que apenas uma vampirinha faria expiação pelos meus servos que você matou?
- O que?
- Marcel, eles te enganaram! - Disse Louis.
- Malditos!
Marcel, furioso, deu um salto para atacar Sébastian, mas na mesma hora ele cruzou braços no alto, fazendo um “x”, e os descruzou em seguida, liberando energia que atingiu Marcel e Louis, prendendo-os na parede do túnel. Em seguida, o garoto se aproximou de Kieza para fugir com ela. Porém, ela estava realmente muito fraca.
- Vamos, Kieza!
- Não, vá você. Eu não consigo mais me concentrar. A viagem astral me deixou muito fraca.
- Mas não posso te deixar.
- Você tem que se salvar e garantir que nosso coven continue.
- Não. Venha. Se concentre, por favor.
Nesse instante, Marcel e Louis conseguiram se soltar. Kieza, então se levantou e foi ao encontro deles e se jogou no chão de joelhos. Louis, com fúria, a segurou e mordeu seu pescoço com violência.
- Nãaaaaao! - Gritou Sébastien ao ver a cena.
Marcel voou ao encontro do garoto, mas este, auxiliado pelos espíritos, desapareceu diante dele.
- Marcel, me ajude! Está … queimando… socorro!
Ao olhar para trás, Marcel viu Louis se definhando e entrando em combustão.
- Malditaaaaaaaa!
Nesse instante, Pièrre sentiu que algo terrível estava para acontecer e tentou se apressar nos corredores do túnel.
Kieza, com a mão no pescoço, tentava se levantar para sair dali, mas Marcel veio até ela com um pedaço de madeira nas mãos e o arremessou contra ela, acertando seu abdômen.
- Te encontro no inferno, sua puta maldita!
- Mais cedo do que você pensa! - Ela disse em maio a gemidos de dor. - Paul Cartier virá para você.
Dizendo isso, Kieza cerrou os olhos e morreu. Marcel saiu dali em uma névoa negra.
Quando finalmente Anthony e Pièrre chegaram no local, encontraram o corpo de Kieza e as cinzas de Louis.
- Kieza! Nãaaao!
- Chegamos tarde, Pièrre.
- Acorda, Kieza! Por favor, fale comigo.
- Pièrre! Ela está morta. Não há mais o que fazer. Eu vou tirar o corpo dela daqui, pois os mineiros devem chegar em poucos minutos.
Anthony tirou o pedaço de madeira do peito de Kieza e depois levou seu corpo para fora da mina e o enterrou no meio da floresta próximo dali.
- Pièrre, temos que ir. Vai amanhecer logo.
- Pode ir, eu vou ficar aqui mais um pouco.
- Mas…
- Quero ficar sozinho! Me deixa sozinho, Anthony!!
Anthony ficou preocupado e chateado com a reação de Pièrre, mas o deixou.
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Saint-Denis
Paul levou Jean para sua mansão em Saint-Denis. Mesmo tendo sido salvo por Paul, Jean tinha medo e procurava ficar à certa distância. Paul ordenou a seu mordomo Raul que cuidasse muito bem dele. O mordomo conduziu Jean até um quarto enorme, com uma cama espaçosa e muito confortável.
- Senhor Roche, fique à vontade. O seu banho está preparado, e depois do banho, vamos descer para você comer algo.
- Aham… Obrigado, senhor…?
- Raul Defante. Mas pode me chamar apenas de Raul.
- Obrigado Raul.
- Sr. Roche, não tenha medo de mim. Sou humano também.
- E trabalha para Paul Cartier?
- Por incrível que pareça, sim. Há huito tempo eu mexi com um pessoal perigoso que queria me matar. Paul apareceu e me livrou deles. Como precisava de alguém para cuidar da mansão, eu aceitei morar aqui. Nenhum daqueles homens ousa sequer se aproximar de mim.
- Entendi. Mas não tem medo de morar aqui com vampiros?
- No início eu morria de medo, principalmente quando os via com seus olhos vermelhos e dentes grandes, aquele olhar tenebroso… Fiquei quase uma semana sem dormir à noite. Mas aos poucos me acostumei.
Enquanto conversavam, Jean observou todo o quarto, e como era tão bem decorado. As paredes eram escuras, com detalhes em roxo nos cantos. Havia quadros muito bonitos e um tanto perturbadores. As cortinas nas janelas eram lindas, pesadas, pretas com detalhes lilás. Os móveis eram finos, incrível e detalhadamente trabalhados. Jean entrou no banheiro e ali também ficou admirado com tamanho luxo. Todo o ambiente tinha uma aura sexual muito forte. Quando começou a se despir, ele se assustou com Raul atrás dele dentro do banheiro.
- Sr. Roche. Vamos? Vou te ajudar com o banho.
- Não precisa, Raul.
- Ordens do Sr. Cartier.
Jean se despiu e entrou na banheira. Raul tentava não ficar olhando para o corpo dele, mas teve dificuldades. Ele ensaboou Jean e começou a passar a esponja no corpo dele. Para deixar o clima menos tenso, Raul falava sobre sua vida e vários assuntos, nos quais Jean não prestou atenção. Sem cerimônia nenhuma, Raul passou a esponja no penis de Jean e se admirou com o tamanho, mesmo flácido. Em seguida, o mordomo pediu para Jean ficar de pé, e passou a esponja em suas nádegas. Todo esse contato deixou Raul excitado, com um volume perceptível em suas calças.
Assim que terminou o banho, Raul secou o corpo de Jean com uma toalha muito macia. Jean percebeu que o mordomo o acariciava, especialmente ao secar seu saco e seu penis, mas ele não se importou; pelo contrário, acabou ficando com o pau meia-bomba. Raul percebeu e chegou a salivar de vontade de meter aquele membro em sua boca. Há meses ele não fazia sexo ou sequer via alguém completamente nu em sua frente. Em seguida, penteou os cabelos de Jean e lhe ajudou a se vestir. Quando desceram para a copa, Paul o esperava ao lado da escada.
- Muito bem, Raul! O nosso convidado ficou maravilhoso.
- Ficou mesmo, senhor.
- Vamos Jean, o jantar está servido.
Jean se sentou à mesa e comeu. No início estava receoso, mas Raul o assegurou de que estava tudo bem. Paul o observava atentamente, quando foi interrompido por Jean.
- Eu me lembro de você, anos atrás aqui em Saint-Denis. Você tocou violino no meio da praça e todos ficaram admirados com sua música. Eu percebi como você olhava para Pièrre, e tratei logo de sairmos dali. Mas Pièrre ficou estranho, sempre olhando para trás à medida que nos afastávamos. Na verdade, acho que muitas pessoas sentiram algo estranho naquele dia.
- Muito bem observado, Jean. Eu estava naquele dia me “apresentando” à cidade de Saint-Denis…
- Você quer dizer “marcando território”, não é mesmo?
- É… isso mesmo. Bom, meu caro, venha comigo. Precisamos conversar.
Paul conduziu Jean até o porão. O lugar era muito escuro, iluminado apenas com algumas poucas lanternas à óleo. Jean percebeu, mesmo na escuridão, alguns símbolos desenhados no chão e nas paredes, e uma estante enorme com muitos livros, deduzindo que ali era onde ele fazia rituais. Adiante, havia uma porta de metal, grande e pesada, e entraram por ela; passaram por um corredor, e no final dele, tinha outra porta, e finalmente um quarto totalmente escuro. Apenas Raul segurava uma lanterna para iluminar o local.
- Raul, ilumine aqui, por favor.
Raul levantou a lanterna e iluminou a parede. Quando Jean olhou, assustou-se com o que viu: na parede havia buracos quadrados, protegidos com uma tampa de vidro. Dentro, havia vários crânios de vampiros, 29 para ser preciso.
- Esses eram meus inimigos ao longo dos meus quase cem anos como vampiro. Todos eles quiseram me destruir ou eram perigosos para a sociedade.
- Todos os vampiros que você mata estão aqui?
- Não… aqui eu só coloco os líderes, os vampiros-alfa, ou aqueles que se imaginam assim.
- Por que ainda não destruiu Marcel. Pelo que sei, ele é seu inimigo.
- Deixe-me te contar algo que contei para poucos. Marcel é meu meio-irmão. Quando minha família veio para a França, meu pai se envolveu com uma prostituta negra e a engravidou. Ele se apaixonou por ela e a trouxe para dentro de casa. Minha mãe teve que aceitar, pois meu pai era um homem rude e autoritário. Quando Marcel tinha cinco anos, minha mãe ficou grávida de mim. Crescemos juntos e éramos muito amigos. Um dia, quando eu tinha 25 anos e Marcel 30, nosso pai nos chamou para tratar dos negócios da família. Porém, tudo estava muito estranho, e ele então fechou as portas e janelas do escritório e nos revelou que tinha se tornado um vampiro, e se transformou em nossa frente. Ficamos apavorados e tentamos fugir, mas ele nos pegou e nos transformou. Nos anos que se seguiram, ele nos treinou para sermos fortes e nos ensinou muitas coisas do mundo vampírico. Desde o início, Marcel demonstrou algumas ideias meio radicais e rebeldes, mas meu pai o controlava e o punia quando ele saía dos eixos, e isso era muito frequente. Eu era o oposto, sempre obedeci a meu pai e nunca precisei ser punido. Marcel começou a ter ciúmes de mim, mas mesmo assim, continuávamos amigos. Anos mais tarde, quando nosso pai já tinha morrido, Marcel queria que fizéssemos um exército de vampiros e subjulgássemos as pessoas comuns. Mas eu discordei. Falei que devíamos seguir o que nosso pai nos instruiu, mas ele ficou irritado. Nessa época, eu conheci o pai de Kieza, Erasto, e me apaixonei por ele. Fomos amantes por muitos anos, durante os quais ele me ajudou a desenvolver meus poderes mais rapidamente. No início, Marcel não sabia sobre isso. Erasto morreu… quer dizer, eu o matei, mas isso não vem ao caso agora. Kieza deu continuidade ao que ele fazia comigo e então me tornou o vampiro mais poderoso da França. Marcel notou que eu estava mais forte e começou a ficar irritado e a discordar de mim em tudo. Ele então matou o Sr. Albert Montagne e se declarou meu inimigo. Decidimos nos separar para não causarmos um pânico geral na população. Porém, como você sabe, ultimamente ele tem ficado menos prudente a cada dia desde que descobriu como eu me tornei o mais poderoso e sobre minha ligação com Pièrre. O fato é que, mesmo sendo mais poderoso do que meu irmão, eu não consigo destruí-lo sem que Pièrre se entregue a mim.
Jean ouviu toda a história atentamente, e não sabia o que responder, nem o que pensar. Era informação demais para ele. Enquanto tentava absorver tudo aquilo, Lyana entrou na câmara trazendo a notícia de que Kieza estava morta, mas Paul já sabia.
- Está vendo, Jean Roche, por que eu preciso de seu amado Pièrre? E agora quero que você também se entregue a mim e juntos iremos a Paris para convencer Pièrre para o bem de todos.
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Anthony retornou à mina, pois era um lugar totalmente protegido do sol e da luz do dia. Além do mais, ele estava com sede, e logo os mineiros chegariam.
Vinte minutos depois, um trabalhador da mina chegou no local, resmungando baixinho por estar naquela parte da mina, pois ali era mais afastado dos outros túneis. Além disso, estava bravo porque não sabia onde estava seu colega de trabalho que deveria ajudá-lo com a tarefa. O homem, de 46 anos, forte e parrudo, começou sua árdua tarefa de remover a terra que tinham cavado no dia anterior e a jogar em um carrinho sobre os trilhos. Após alguns minutos, ele ouviu um barulho vindo de um túnel próximo dali. O túnel tinha apenas alguns metros de profundidade, pois foi cavado por engano.
O homem se aproximou e o barulho ficou mais nítido: eram gemidos de prazer. Logo ele reconheceu que era a voz de seu companheiro, e para sua surpresa, o outro gemido era também de homem. Ele ficou por perto ouvindo.
Lá dentro, Anthony em forma vampírica, fodia com força o trabalhador da mina. Este, mesmo com dor, estava com o pau muito duro e babando, enquando seu cu era penetrado pelo grande pau do vampiro. Anthony o colocou de quatro e montou sobre ele, falando obscenidades ao seu ouvido.
- Era isso que você queria? Diga! Um pau grande no seu traseiro?
- Sim, era isso. Continue metendo forte, não para.
- É assim que gosto, seu safado! Pede mais.
O outro mineiro ficou ali ouvindo os gemidos dos dois e pensou em abordá-los, mas sentiu um medo inexplicável; então, resolveu retornar para seu trabalho. Após alguns minutos, ele ouviu um grito e quando se virou, viu seu companheiro ser arremessando para dentro do carrinho de terra, já morto e com sangue na camisa. O mineiro gritou e começou a correr, mas deu de cara com Anthony, que o agarrou pelo pescoço e o ergueu do chão
- Fique tranquilo, só vou te morder!
Anthony o mordeu e sugou todo seu sangue, deixando-o morto sobre o companheiro, e então voltou para o túnel inacabado.
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Pièrre se sentia devastado, sem rumo e a culpa aumentava ainda mais. Além disso, ele tinha saudades de Jean e desejava estar com ele longe dali, como Jean sempre quis. Sentado na grama, ao lado da cova onde enterraram Kieza, ele contemplava o nascer do sol. Por um segundo, ele pensou em ir até Jean e fugir de toda essa situação, mas no fundo ele sabia o que realmente devia ser feito. Pièrre saiu dali e foi até a igreja no centro de Paris e procurou o padre. Chegando lá, foi direto à casa sacerdotal que ficava ao lado da igreja. Foi recebido pelo padre Julien Renouard.
- Bom dia, meu jovem!
- Bom dia, padre Julien! Me chamo Pièrre Montagne. Podemos conversar?
- Pièrre Montagne, do jornal Le Parisien? Eu soube do que aconteceu com seu jornal. Uma lástima! Como você está?
- Não muito bem, padre… Estou tentando me manter de pé.
- Eu entendo. Venha, entre aqui e tome um chá comigo.
Julien tinha 51 anos e era um homem simpático, muito fervoroso em sua fé. Ele era branco, com cabelos castanhos, e olhos verdes, tinha 1,70 m de altura, e era magro. Antes de se tornar padre, ele era soldado do exército, mas abandonou tudo para seguir sua vocação na igreja após uma experiência que mudou sua vida 25 anos antes.
- Padre, eu vou ser rápido, pois tenho algo muito sério para te contar e preciso da sua ajuda.
- Tudo bem, meu filho. Pode dizer.
- O que vou dizer vai parecer loucura, delírio, alucinação, mas eu tenho provas de que é verdade. - Pièrre deu um suspiro profundo e continuou. - Os vampiros não são uma lenda. Eles existem e estão em Paris se infiltrando em toda parte, tentando dominar tudo e todos.
Pièrre então contou toda a sua experiência e o que sabia sobre os vampiros, mas omitiu que ele tinha ligação com um deles, o mais forte. O padre ouviu Pièrre atentamente e então lhe respondeu:
- Meu filho, eu acredito em você. O mal existe mesmo e está por toda parte.
- Exatamente, padre. Precisamos avisar às pessoas para elas se protegerem e também nos unir para combater esses vampiros.
- Sr. Montagne, eu temo que isso cause um tumulto, uma histeria e no final das contas, acabe apenas enfurecendo esses monstros.
- Mas se não dermos uma chance às pessoas, elas poderão morrer.
- Eu entendo a sua preocupação, mas mexer com isso é como colocar a mão dentro de um vespeiro, e eu preciso manter os fiéis a salvo.
- Mas, padre…
- Meu filho, não há nada que eu possa fazer para te ajudar. E na verdade acho que não devia se meter com essas criaturas… Vá em paz e que Deus te ajude.
- Tudo bem, padre. Obrigado pelo seu tempo. Passar bem.
Mesmo sabendo da existência de vampiros e de sua influencia na sociedade francesa, naquele momento, ele preferiu não se envolver por medo do que eles lhe podiam fazer. Dois anos antes, quando começou a alertar os fiéis sobre não fazerem pactos para obterem sucesso e riquezas, ele recebeu uma visita nada agradável de Marcel.
Entretanto, o pedido de Pièrre o deixou inquieto, e ele resolveu ir à sua mansão para conversarem melhor. Porém, enquanto arrumava suas coisas na igreja para sair, um fogo começou a se alastrar pelos bancos e logo por todo local. Quando tentou fugir, as portas estavam todas trancadas. Ele gritou por socorro, mas sufocado pela fumaça, desmaiou. As chamas se alastraram pela igreja e a destruiu quase por completo. Muitas pessoas se juntaram para apagar o fogo e encontraram o padre, milagrosamente ainda vivo debaixo de um banco, e o levaram às pressas para o hospital.
Ao saber do ocorrido em sua casa através de uma visão, Pièrre saiu às pressas em uma charrete. Anthony, que estava na cama, completamente nu, se levantou calmamente e se vestiu. Depois foi atrás de Pièrre.
Fim do décimo sexto capítulo.
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