Os dias foram se passando e eu e Rebeca se via todos os dias. Ela sempre passava para falar comigo antes de ir para faculdade. Às vezes passava na volta também. Nos finais de semana ela dormia aqui comigo e às vezes eu dormia no seu apartamento. O sexo que foi incrível já na primeira vez só foi melhorando. Eu me soltei mais e foi ótimo. Ela me fazia gozar várias vezes e eu retribuía da mesma forma.
Fora da cama, a gente era duas amigas que pareciam se conhecer há vários anos. O papo era muito bom. Ela sempre me fazia sorrir e isso foi muito bom para eu não me afundar em uma crise de dor de cotovelo por causa da Márcia. Eu ainda não tinha superado totalmente o que houve, até porque foi algo que me feriu imensamente.
Comecei a reparar mais no meu tio e cada vez mais eu concordava com Rebeca. Ele era gay. Só não entendia o porquê dele esconder isso de mim. Às vezes dava vontade de perguntar, mas eu ficava com receio dele achar ruim. Eu não queria de forma alguma arrumar um problema com ele.
A patricinha loira não deixava de ir na lanchonete para me irritar. Sempre ia com 4 ou três amigas. Eu evitava de olhar nela, mas às vezes acontecia e ela sempre dava aquele sorrisinho que me irritava.
As outras amigas delas não eram muito diferentes dela, a não ser uma que tinha um estilo um pouco diferente. Ela se vestia muito bem mas tinha um estilo mais despojado. Com certeza era de descendência asiática. Olhos puxados, cabelos pretos lisos e a pele clara.
Ele que sempre vinha pagar a conta no caixa. Algumas vezes falava comigo no balcão para comprar algum chocolate. Sempre muito educada, com um sorriso no rosto e muito simpática. Não tinha nada a ver com suas amigas. A gente já tinha pegado até uma certa intimidade. Ela sabia meu nome. Sabia que eu morava ali. Eu sabia que seu nome era Mayumi, mas todos a chamavam de May.
Um belo dia eu estava na lanchonete conversando com Sandra. Ela era uma das garçonetes. Foi quando Rebeca me ligou pedindo ajuda. Ela disse que tinha torcido o tornozelo e precisava de ajuda para ir pra casa. Perguntou se eu não podia ir de táxi até a faculdade para buscar ela. Me disse que pagaria o táxi.
Eu falei que iria o mais rápido que eu pudesse. Falei com meu tio e perguntei se ele não podia me emprestar dinheiro pro taxi. Ele disse que ele mesmo iria comigo no seu carro buscar a Rebeca. Eu amei a ideia. Ele falou pra Sandra tomar conta do caixa e a gente foi. Rebeca disse que estava na enfermaria me esperando. Eu falei que meu tio estava me levando e a gente ia levar ela para casa.
Quando estava quase chegando ela mandou mensagem perguntando se eu sabia dirigir. Eu disse que sim. Ela disse pra eu deixar meu tio voltar sozinho e a gente iria no carro dela, porque não queria deixar ele ali. Falei com meu tio e ele concordou.
Assim que cheguei me despedi do meu tio. Ele se foi, mas antes disse para eu dar notícias. Eu fui direto para enfermaria e ela estava sentada do lado de fora com uma carinha meio triste.
Quando me viu já abriu um sorriso. Eu ajudei ela a se levantar e saímos com ela apoiada em mim. Ela disse que pisou em falso quando estava indo pra cantina e acabou torcendo o tornozelo. Que pelo jeito não era nada grave, mas que doía muito quando apoiava ele no chão. Me chamou porque o celular do pai estava só dando caixa postal. E provavelmente não iria conseguir dirigir. Ela disse que não tinha ninguém para ajudar ela sair dali para chamar um táxi.
Eu disse que tudo bem. Que ela podia me chamar sempre que precisasse . A gente demorou um bom tempo para chegar na saída. Ela tinha dificuldade para caminhar mesmo com meu apoio.
Quando estava saindo vi meus antigos amigos parados do lado do portão. Márcia e Rogério estavam com eles. Eu abaixei a cabeça e fingi que não vi. Mariana veio até nós e perguntou a Rebeca se ela estava bem. Ela disse que sim. Eu nem olhei na cara dela.
Seguimos até o outro lado da rua. Rebeca desativou o alarme e me entregou as chaves do carro. Eu abri a porta e ajudei ela a entrar. Fui pro lado do motorista e entrei.
Rebeca: Sabe dirigir carro automático?
Ju: Sei sim. O do meu tio é um Civic Ele me deixa dirigir as vezes para eu praticar.
Rebeca: Você tem CNH?
Ju: Tenho. Acho que foi a única coisa boa que meu padrasto fez por mim. Me ensinar a dirigir e pagar para eu tirar minha carteira.
Rebeca: Menos mal.
A gente saiu e Rebeca perguntou se eu estava bem depois de ter visto Márcia e Rogério. Eu disse que sim. Não queria ter visto nenhum deles, mas estava tudo bem sim.
Levei ela ao seu apartamento e ajudei ela fazer tudo que precisava. Ia chamar um táxi, mas ela pediu para eu lavar o carro dela e para pedir meu tio para deixar eu levar e buscar ela na faculdade pelo resto da semana. Se eu pudesse fazer isso, claro.
Eu disse que não tinha problema, mas que não achava uma boa ideia eu ficar com o carro dela. Mas ela me convenceu falando para eu ficar tranquila porque viu que eu dirigia bem e era muito cuidadosa. E também o carro tinha seguro. Seria mais prático ele ficar comigo.
Então comecei a levá-la na faculdade. Ajudava ela entrar e sair. Infelizmente sempre via Márcia e Rogério lá. Mas fingia que não via. Na quinta ela me ligou bem mais cedo e pediu para eu ir lá buscar ela. Sua voz estava meio diferente. Ela parecia irritada. Eu perguntei o que tinha acontecido. Ela disse que quando eu chegasse me contava.
Falei com meu tio e fui. Ela já estava fora do portão esperando. Nem foi preciso ajudar ela a vir ou entrar no carro. Ela já caminhava melhor. Ainda mancava, mas estava conseguindo andar bem sozinha.
Ela já sentou no banco bufando de raiva. Eu nunca tinha visto ela assim e perguntei o que aconteceu.
Rebeca: Fui suspensa por dez dias porque acho que quebrei o nariz da sua ex-namorada.
Ju: Como assim!?!
Rebeca: Eu não quis papo com ela mais depois do que houve. Ela até tentou fazer eu acreditar que vocês não estavam realmente juntas quando você brigou com ela. Mas lógico que não acreditei e cortei relações com ela.
Aí hoje durante o intervalo eu estava no banheiro e chegou ela e a Mariana. Do nada ela veio me xingar. Falando que sabia que a gente estava juntas e mais um monte de merdas. Eu nem falei nada. Só a ignorei como sempre. Mas ela teve a infeliz ideia de puxar meu ombro. Quando ela puxou meu tornozelo doeu. Juntou a dor e a raiva que eu estava dela na hora. Me virei e dei um soco no nariz dela. Saí e deixei ela lá caída gritando de dor. Aí me chamaram na diretoria. Eu não neguei e expliquei o porquê tinha dado um soco nela. Fui suspensa dez dias e ela cinco.
Ju: Poxa, eu sinto muito Rebeca. Eu jamais quis te meter em confusão.
Rebeca: Mas você não tem culpa de nada. Eu que fiquei com ela. Eu que te pedi para me trazer aqui. Ela que veio mexer comigo.
Ju: Assim mesmo eu sinto muito.
Rebeca: Não sinta. Vou ter uns dias livres agora para te encher a paciência. Minhas notas são ótimas e se eu perder alguns pontos não vai mudar em nada. E sinceramente eu gostei de ter socado o nariz dela. 😂
Ju: No fundo eu também gostei dessa parte. 😂
Rebeca me deixou na lanchonete. Disse que já conseguia ir de boa no seu carro. Nos despedimos e eu voltei ao trabalho.
No sábado a tarde meu tio perguntou se eu iria sair ou Rebeca iria ficar ali comigo. Eu disse que a gente não tinha combinado nada. Ele disse que queria que eu ficasse em casa porque ele iria sair e só voltava na segunda. Queria que eu ficasse de olho na casa para ele.
Falei para ele que nem precisava pedir. Que eu ficaria e ele podia ir de boa. Não perguntei onde ele iria, mas fiquei curiosa. Era umas 8 horas e ele me chamou lá dentro da casa para me passar algumas instruções. Ele já estava todo muito bem arrumado para sair.
Enquanto ele me explicava tudo eu fiquei pensando onde ele iria. Será que vai se encontrar com algum namorado? Será que ele realmente é gay? Acabei me perdendo nos meus pensamentos. Mas meu tio me chamou de volta à realidade.
Tio: Ju você ouviu o que falei?
Ju: Desculpa tio, eu viajei aqui e perdi a última parte.
Tio: Você está com algum problema? Fez algo de errado e está me escondendo?
Ju: Não, tio. Está tudo bem. Não fiz nada de errado e não estou te escondendo nada.
Tio: Mas alguma coisa tem. Você anda meio diferente comigo. Já vi você me olhando de um jeito meio estranho. O que está acontecendo?
Eu não sabia o que fazer. Não queria mentir, mas não queria falar para ele o motivo. Odeio mentir, ainda mais pro meu tio. Resolvi falar a verdade.
Ju: Bom é que...
Eu não sei como falar isso.
Tio: Falando Ju. Seja o que for é só falar. Vamos conversar e resolver.
Ju: Bom é que a Rebeca me falou algo naquele dia que a trouxe aqui pela primeira vez.
Tio: O que foi que ela disse?
Rebeca: É que...
Bom tio ela disse que o senhor era gay.
Tio: kkkkkkk Ah é isso. Ela notou de primeira então?
Ju: Então o senhor é mesmo gay?
Tio: Sim. Pensei que você já sabia a muito tempo Ju.
Ju: Não sabia não. O senhor nunca me falou.
Tio: Achei que alguém da família já tinha te contado. Nunca te falei nem toquei no assunto porque você nunca perguntou nada. Eu não escondo de ninguém minha opção sexual, mas não saio falando também.
Ju: Eu realmente não sabia. Eu achei que era tipo segredo e por isso fiquei com medo de perguntar.
Tio: Ju eu não teria segredos com você. Não desse tipo. Algo que só envolve nós dois ou só a mim. Pode me perguntar o que quiser e quando quiser. Eu jurava que você sabia disso.
Ju: Está bem tio. Me desculpe. E já que a gente está falando sobre isso tio. Vai se encontrar com um namorado?
Tio: Vou sim, mas não posso te falar quem é ainda porque é meio recente. E você conhece ele e ele te conhece. Da minha parte eu não vejo problemas porque confio em você. Mas para ele é mais complicado porque ele tem que ser mais discreto por causa do trabalho dele. Mas vou convencer ele a vir aqui pra gente ter um almoço de casais. 😂
Ju: Tio eu a Rebeca não somos um casal. Somos amigas.
Tio: Eu sei. Você já me explicou, mas pelo que entendi quando vocês passam daquele portão para dentro vocês são um casal sim. 😂
Ju: Faz sentido. 😂
E você me deixou curiosa, mas vou esperar seu namorado estar pronto para se revelar. 🤭
Sai dali aliviada de ter esclarecido as coisas com meu tio. Porém muito curiosa. Quem era o namorado do meu tio? E como assim nós nos conhecemos? Eu não fazia a mínima ideia de quem podia ser. Eu tinha poucos amigos. Na verdade, agora não tenho nenhum amigo. Principalmente amigo homem. Apesar que ele disse que nos conhecemos, mas não disse que éramos amigos.
Quem será meu Deus!?!
Mandei msg pra Rebeca perguntando se ela podia vir dormir comigo. Ela disse que sim. Até ia me pedir isso porque o seu pai queria levar uma "amiga" pro apartamento.
Rebeca chegou era umas 21 horas. Comeu dois lanches até a hora que fechar a lanchonete. Ela não engorda de ruim porque comia igual um leão. 😂
A gente entrou e fui tomar um banho. Rebeca ficou na cama me esperando. Quando voltei ela só vestia aquela cara de safada que ela faz quando quer que eu coma ela. 😂
Aquela noite com certeza ia ser bem animada.
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Continua.
