A cama rangia com as arremetidas de Fabiano, me arrombando com seu pau grosso, enquanto eu tentava manter a calma com a destruição em minha fenda. Essa sensação de ser dominado era algo novo. Vivi meus 25 anos sempre buscando estar sobre o controle de tudo, mas, agora com Fabiano, esse homem bruto e as vezes grosseiro, vi as minhas estruturas se ruírem.
Era a nossa terceira vez na semana, o mecânico desprezível se apoderou do meu corpo, se sentindo no direito de dizer quando e onde queria me foder. Era o cúmulo. Mas uma coisa era certa, o brutamontes sabia usar bem o pauzão que carregava no meio das pernas, sendo uma máquina de sexo. Mal estava recuperado de uma transa intensa e lá estava ele de novo — insaciável.
-Aí, Fabiano… - fiz muxoxo quando senti sua pica entrar de uma só vez.
Estava em uma posição que podia sentir cada centímetro rasgando minhas pregas, meu único alento era um travesseiro que encontrei, pois deitado de bruços — esparramado —, com o peso do seu corpo inteiro no meu, a sua pica entrava com toda a liberdade.
-Já tô viciado em foder seu rabo. - Falou no meu ouvido, o hálito fresco e a respiração pesada.
- Eu vou ficar sem andar desse jeito. - O confessei.
- Seu namoradinho vai assustar quando ver seu cu no formato do meu pau - zombou, enquanto se arrumava para estocar mais ainda o meu rabo. - Vou deixar bem arregaçado pra ele ficar com ciúmes.
Se ele não lembrasse de Pedro toda vez que me fodia, certamente esqueceria do meu trágico namoro. Era quase uma válvula que ele usava quando me comia, se apoderando de uma raiva durante o sexo. Alguma coisa me dizia que ele queria me castigar por namorar Pedro.
- Cacete, você ta procurando petróleo? - o mirei com as sobrancelhas em tom de seriedade.
- Você me deixa louco de tesão, moleque. - Disse, mantendo o pau socado no fundo do meu rabo sofrido.
- Moleque? Temos quase a mesma idade, idiota.
Fabiano sorriu, a pele morena transpirando, formando pequenas gotas de suor que o deixava mais sexy. O peitoral subindo e descendo pelo desempenho na cama. Sentia o seu cansaço fisico, mas em nenhum momento ele parecia querer se render, acho que me foder aumentava sua fome.
- Rebola esse rabo no meu caralho. Rebola esse cu. - Mandou, destinando alguns tapas na minha bunda que logo ganharam tons avermelhados.
Assim como ordenado pelo mecânico, rebolei a minha bunda, não ligando para a imensa carne que pulsava em meu anus como um coração. Fabiano foi a loucura com a minha investida, se segurando no meu quadril para seguir o ritmo dos meu movimentos.
- Filho da puta, gostoso! Te fazer de meu putinho. - Disse com os dentes rangendo. Segurando a vontade de gemer com meu rebolado no seu pau.
Em determinados momentos lançava a minha bunda contra ele, indo de encontro com seu mastro, me empalando ainda mais, não ligando se ficaria dias com o cu inchado e sensível de tanto dar.
- Não tem como me segurar! - Fabiano me agarrou pelo pescoço, me deixando em uma posição sexy. A coluna quase formando um “C”. - Te foder tá sendo minha terapia.
- Bruto.
- Frutinha.
De bruços e com o pescoço sendo apertado pelas duas mãos fortes de Fabiano, senti o entra e sai no meu rabo, a essa altura já estava no meu limite. Nem forças para gemer eu tinha. O cheiro de sexo preenchia o quarto em uma aura de pura luxúria, um ambiente pecaminoso, onde o desejo carnal e a traição eram liberados em uma foda intensa.
Dois dias depois que Fabiano me fodeu na área de casa, Pedro me ligou, usando a voz mais inocente que conseguiu, tentou me explicar o que havia acontecido entre ele e Thierry. Tive vontade de esganar os dois, tamanha era a minha raiva. As coisas pioraram ainda mais quando explicou que estava se sentindo sozinho na viagem, que as coisas com o tio estavam difíceis, não chegando a um acordo sobre o restaurante, e que sem mim ao seu lado ficou vulnerável. Tendo a cara de pau de dizer que o ex foi uma válvula de escape para liberar as frustrações, que diante a minha ausência não conseguiu se segurar, sucumbindo as tentações de Thierry. O idiota me culpou pela merda que ele próprio fez, me dizendo que se fosse um bom namorado não o deixaria viajar sozinho e que um homem precisa foder. Era muita coisa para mim ouvir, tive uma crise quando desliguei na cara dele, não deveria ter atendido sua ligação, mas era maior que eu, precisava de repostas do porque da traição.
Fiquei dois dias melancólico, remoendo todo aquele nosso papo, cheguei a pensar que talvez Pedro tivesse razão no que me acusou. Talvez não foi a melhor alternativa ficar no Brasil sabendo que era uma viagem importante, um momento decisivo para nós dois. Me senti um monstro pelo que fiz com meu namorado. Estava quase ligando para ele pedindo desculpas, me rastejando para o seu perdão, mas em meio a bagunça dos meus pensamentos, fiz o improvável, liguei no numero que nem tinha salvado, mas sabia ser de Fabiano. O mecânico atendeu depois de muito chamar, não reconheceu minha voz no início, mas depois que me identifiquei, Fabiano utilizou sua personalidade de macho hétero convencido. Desde esse dia o mecânico se fez presente na minha casa, sempre animado para explorar minha sexualidade, se abastecendo de todo prazer que podia dar para ele como passivo.
Não me sentia usado por ele, mas sim o contrário, eu me via como o explorador na nossa relação de benefícios. Fabiano sanava a sua fome por sexo, e eu tentava cobrir as feridas do meu namoro com o calor e toques daquele macho forte e quente. Era uma troca justa. A minha mente viajava em um mar de luxúria, enquanto o Fabiano macetava meu cuzinho, ansioso, louco para se saciar e derramar o cansaço do dia puxado na oficina.
- Ain, Fabiano… seu pau é muito grosso - o parei com a mão espalmada no seu abdômen.
- Relaxa, depois eu cuido do seu rabo com carinho.
Envolvido no prazer dos movimentos das estocadas, me afundei no travesseiro, empinando o quadril para que Fabiano me comesse com toda a liberdade.
Não demorou muito para que o meu mecânico gozasse, me enchendo com sua gala espessa, quente e pegajosa. O seu leite parecia curar o ardor do sexo pesado que estávamos envolvidos, amenizando a ardência.
- Tô sem forças. - Fabiano tombou do meu lado na cama.
- Eu não sinto minhas pernas - ainda de bruços o olhei do meu lado, igualmente cansado. - Você não tem dó do meu cu.
- Então por que empina o rabo que nem uma puta? - riu, o pau flácido caído no abdômen.
- Idiota, não sou puta. Muito menos sua puta. Se não fosse gostoso nem daria atenção pra você.
O sorriso de macho cafajeste tomou seu lindo rosto.
- E o seu namorado? - perguntou, se deitando de lado para me olhar.
- Ele me ligou mais algumas vezes esses dias - o olhei na mesma intensidade -, não quero mais nada com ele. - Suspirei. - Acredita que ele foi meu primeiro namorado? Ele foi o único cara que me fez ficar cego de paixão.
- Você tem um gosto péssimo pra homem. - Rimos.
- Talvez.
- O que vai fazer quando ele voltar da viagem? - parou de rir, voltando a me olhar curioso.
- Terminar. Chorar. Beber…. - divaguei por alguns minutos, mirando um quadro na parede do quarto. - E fodendo que nem um gay devasso qualquer. - Finalizei, o olhando novamente, caindo na risada logo depois.
- Espero que eu esteja na lista - falou com os braços fortes me envolvendo pela cintura. - Se eu nao tiver vou ficar bem triste.
- Você é o único, mesmo sendo um bruto. - Disse, não imaginando o clima que ia se instaurar na nossa pausa pós sexo.
Havia muito sentimento na nossa troca de olhar, o que não deveria acontecer, pois o acordo era sexo intenso e barato por alguns dias, e não emoções inférteis em uma relação onde nem amizade existia. Fabiano e eu nunca iria rolar. O cara era um bissexual que não se aceitava, se saciando as escondidas com garotos gays, jurando que era apenas pelo prazer de foder, sendo hétero no final das contas. Fora isso, tinha seu temperamento incontrolável, um homem que parou no tempo com ideais discutíveis. Os termos que utilizava no sexo já diziam muito do que se passava em sua cabeça. Mas, por alguns segundos deitados naquela cama de casal, não pude deixar de perceber o quanto ele era lindo, que nosso encaixe no sexo era perfeito, nos completando. Ele era bruto, mas de um jeito bom, sexy. Vivi rodeado de pessoas que me viam como um boneco de porcelana perto a se quebrar caso me manuseassem com grosseria. Acho que essa visão se dava pela minha baixa estatura, o meu corpo delicado, o rosto de garoto mimado e dengoso que escondia minha idade. Mas Fabiano não era desse jeito, ele me via como um homem que pudesse lhe dar prazer, o sentindo com toda sua força.
- Preciso ir, amanhã acordo cedo pra terminar o carro de uma cliente. - Falou após me soltar e sair da cama.
- Falei alguma coisa errada? Não vai ficar pra jantar? Eu fiz a lasanha que tinha prometido. - Disparei a falar, não escondendo o nervosismo.
- Não foi nada, só tô cansando mesmo. A semana foi corrida.
- É só isso? Estamos bem então? - Insisti, mas deveria ter me calado.
- Estamos bem, é só uma trepada gostosa. Nada mais.
Essa sua frase me abalou, sabia que não deveria, mas me atingiu como um soco. Eu tinha chegado ao ponto de ser um objeto de prazer. Não era isso que sonhava na adolescência, nos tempos de um jovem gay que se imaginava em um romance lindo, cheio de carinho e atenção do marido perfeito.
- Está tudo bem? Você parece triste. - Fabiano se aproximou de mim.
- Estou. Por que não estaria, sou só uma puta, não é mesmo? - levantei da cama, o deixando no quarto sozinho.
- Não foi isso que eu disse. Me escuta Samuel.
- Relaxa, a gente nem se conhece direito mesmo. Eu sou abertamente gay, você é hétero. Não somos nem compatíveis para sermos amigos. - soltei o hétero com escárnio.
- Que isso cara? Deixa de ser…
- Mulherzinha? Viadinho? Bicha? Porque eu realmente sou tudo isso, então se esforça para usar uma ofensa melhor.
- Mas que porra Samuel, agora entendi o porque do seu namorado te trair. Não tem como conviver assim. - Falou exasperado, não se limitando.
- Você conhecesse a saída. - Foi a única coisa que falei antes de me trancar no quarto.
Ainda ouvi ele me chamando do lado de fora, mas não dei ouvidos. Esperei que ele fosse embora, me afogando por completo em um mar de solidão. Ele estava certo, não tinha porque sermos mais que uma trepada gostosa, nos conhecíamos a pouco tempo e mal sabíamos os gostos um do outro. Fora que o cara nunca sairia comigo na rua, era quase impossível.
Passei o resto dos meus dias evitando todos na minha vida, exceto os meus pais. Não queria conversar com ninguém. Me fechei no meu mundo, isolado em casa como uma criatura solitária. As coisas não tinham como ser mais trágicas do que já estavam sendo, mas podiam piorar, e pioraram, pois logo o imbecil do meu namorado voltou da viagem. Eu estava sozinho a noite quando ele entrou pela porta da sala, crente que me teria de volta como sempre conseguiu. A verdade era que estava tentado a voltar para ele, não por amá-lo, mas sim não esperança de que tudo voltasse ao normal. Acho que Fabiano havia me quebrado ao ponto de aceitar qualquer relação.
- Amor, eu quero me explicar. O que aconteceu na viagem foi um erro, eu estava com saudades de você. - Desatou a falar com aquela voz suave, quase um canto de sereia.
- Foi a primeira vez? Não minta.
- Sim, foi. Eu nunca trairia você, Samuel. Você é único, eu cometi um deslize, só isso.
- Se lembra da Thais, não lembra? - ele me olhou com um enorme ponto de interrogação. - Ela era minha melhor amiga antes de namorarmos. Você dizia que ela não era uma boa amiga.
- E não era. Mas o que tem a ver com nossa relação?
- Falei com ela esses dias que esteve longe - o olhei, e não me passou despercebido sua preocupação. - Ela me mostrou vários vídeos de você com outros caras em baladas. Alguns até bem sugestivos. Me parece que todos já sabiam que você me traia. Eu só não conseguia enxergar.
Virei meu celular para que visse todos os flagras que havia em meu celular. Não foi uma e nem duas, mas sim várias. O prêmio de maior infiel podia ser dado a Pedro. E o de corno, ao idiota aqui.
- Eu quero terminar. - Disse, o olhando com desprezo.
- Terminar? - perguntou, debochando de mim. - O que vai fazer da vida? Onde vai morar? Vai voltar pra casa dos seus pais? - se aproximou. - Você não tem nada Samuel. Você devia dar graças a Deus por eu ter namorado com você. Sabe o quando me esforcei pra aguentar aqueles eventos idiotas que você ia, e os seus amigos nerds chatos. A sua sorte foi sempre ser bonito e fofo, fora isso é um saco te aguentar. Ninguém suporta esse seu jeitinho de bom moço, se liga. A culpa é daqueles velhos idiotas que te mimaram pra caralho.
- Cala boca, você não tem direito de falar deles. E eu não quero nada de você, pode ficar com essa casa, com tudo se quiser. - Falei me segurando para não chorar, não podia mostrar fraqueza.
Não aguentando mais ficar naquele ambiente sufocante, sai da casa, indo para a área pegar minha moto e fugir para longe.
- Onde se pensa que vai? Essa moto é minha, eu comprei no meu nome. Se quiser ir embora, vai ir a pé. E reza pra não ser assaltado a essa hora.
- Vai pro inferno. - joguei a chave na sua direção.
Deixei a casa com apenas o celular no bolso. Estava perdido, sem ninguém para recorrer a essa hora da madrugada. Caminhei até um posto de gasolina movimentado e chamei um Uber que logo chegou. Fui para a casa dos meus pais. O lugar que nunca deveria ter saído.
A pior parte foi ter que acorda-los, trazendo eles para a bagunça que estava sendo minha vida. A minha força se esvaiu assim que meu pai me abraçou.
- Vai ficar tudo bem. - Meu pai repetia enquanto me apertava em seus braços.
Estava contente em não ouvir um enorme “EU TE DISSE”, mas ele não fez isso, meu pai apenas me levou para dentro de casa em seus braços, me dando tempo para chorar o quanto precisava. Quando estava mais calmo, contei a eles o que aconteceu, evitando apenas de mencionar sobre Fabiano, pois não era importante para eles saberem do meu lance das férias.
A vida tinha que continuar, eu precisava aceitar que tinha voltado para a estaca zero. Era a primeira vez que vi aquele lado de Pedro, o que me deixou apavorado e com ódio de mim mesmo por ser tão idiota e não percebe o quando ele era tóxico.
Continua…