Oswaldo, 35 anos, boa pinta e corpo atlético, após trabalhar desde a adolescência em uma corretora de seguros, aprendeu tudo sobre o negócio, fez cursos, se qualificou e, aos 28 anos, abriu a própria corretora. Rapidamente, pelo conhecimento que tinha da antiga empresa, conseguiu captar muitos clientes. Em seis anos, já tinha uma carteira com 350 deles.
Não nadava em dinheiro, mas o que ganhava, dava para suas farras, o churrasco com os amigos e a putaria sem limites. Oswaldo era um putanheiro de primeira grandeza. Não dispensava uma suruba nem que fosse no Polo Norte. Mas isso um dia mudou.
Ao parar em um cruzamento, onde o trânsito estava engessado, devido a um acidente. Oswaldo viu um pastor pregando no canteiro central da avenida, sob uma grande tenda, ladeado por uma senhora muito bonita e uma jovem mais linda ainda, de belas formas, “corpo torneado em academia”, pensou, e olhou diretamente para ela.
A jovem, filha do pastor, como que atraída por um imã, também olhou diretamente para Oswaldo. Em seguida, pegou panfletos com mensagens bíblicas e passou a distribuir para os condutores já um tanto impacientes, dizendo-lhes “leia, irmão, vai ajudá-lo a ter calma”.
Ao chegar ao carro de Oswaldo, a jovem, com um sorriso, o entregou o papel, com o mesmo conselho. E seguiu pelo corredor formado pelos carros, enquanto o pai e a mãe cantavam louvores.
Ao passar de volta pelo carro de Oswaldo, ele entregou-lhe um cartão de visitas, onde escreveu, “me liga, tá?, acho que estou apaixonado”. Ela leu rapidamente, sorriu e apertou o retângulo de papel no peito esquerdo. Antes de se afastar, falou “prazer, Oswaldo Valadares, eu sou a Ester” e seguiu para perto dos pais. Poucos minutos depois, o pessoal do Departamento de Trânsito liberou a avenida.
Não se passaram 24 horas e Oswaldo recebeu uma mensagem de WhatsApp: “Me adiciona, sou eu, Ester”. Imediatamente ele respondeu: “Quem? Rainha Ester [se referindo à personagem bíblica]? A do cruzamento? O que desejas deste súdito que não consegue tirar tua imagem do pensamento?”. Seguiram-se emojis de sorrisos com coraçõezinhos e uma longa conversa se iniciou.
Dali, para o namoro e noivado, não levou seis meses. Oswaldo, quando apresentado aos pais de Ester, pastor Eliseu e missionária Raquel, foi bem sincero. Disse que não tinha religião, mas era de família cristã, uns católicos e outros evangélicos, e se considerava também cristão.
E garantiu que, a partir do momento em que conheceu a filha deles, sua vida mudou radicalmente. Em verdade, quis dizer que esqueceu as farras, as putarias, os churrascos seguidos de surubas e as garotas de programa. Não o fez com essas palavras, mas o pastor Eliseu entendeu perfeitamente.
A lua de mel foi em uma das ilhas da Polinésia Francesa, escolhida por Ester. Foi lá que ela perdeu a virgindade. Oswaldo, muito experiente em matéria de sexo, fez com que o momento fosse quase indolor à esposinha. Os primeiros 15 dias foram de só de papai e mamãe, com a casadinha gozando várias vezes ao dia. Nos demais, ela experimentou novas posições e adorou e gozou em todas. Mas o casal não passou disso.
Na volta ao Brasil, porém, Oswaldo, que estava acostumado a todas as delícias do sexo, começou a enfrentar limitações. Ester rejeitou, logo na primeira tentativa, ser chupada pelo marido. À exceção dos seus belos seios, ele não chupava mais nada. Ela dizia que sexo oral era prática pecaminosa, “condenada nas sagradas escrituras”, assim como sexo oral no marido e sexo anal, este, “nem pensar”, era “prática imunda, repudiada pelos patriarcas, nas escrituras”.
Oswaldo era realmente apaixonado por Ester e acabou, embora frustrado, aceitando aquela situação. Respeitaria os preceitos religiosos dela. Afinal, Ester, além de muito bonita e jovial, era uma boa mulher, cuidava bem dele, com muito carinho e esmero. Formada em Administração, passou a ajudá-lo na empresa, embora remotamente.
E, com a economia que fez após o casamento, seu patrimônio cresceu. Os negócios prosperaram e sua carteira de clientes chegou a 800 em um ano, fazendo com que Oswaldo, embora tentado muitas vezes, conseguisse conter o desejo das velhas e deliciosas taras. Paralelamente, além de ajudar o marido, nas tardes livres, Ester se dedicava às obras sociais da igreja e à evangelização de “novas ovelhas”. Após um ano e meio de casamento, a vida seguia seu curso.
Porém (lá vem esse tal de “porém”!), em uma tarde, Oswaldo saiu do escritório a fim de atender a um cliente, distante do centro da cidade, já quase no limite urbano. E, ao passar pelo Motel Delícias das Arábias, viu um carro saindo, um modelo igualzinho ao qual havia dado para Ester, dois dias antes, em mais um aniversário dela.
Desacelerou e tentou ver quem estava no automóvel, mas a pessoa do banco traseiro estava abaixada. E quem dirigia o carro? O Julinho Jumento, antigo companheiro de putarias, que diziam ter “uma trolha comprida e grossa, que amedrontava até as mais experientes putas velhas”. Oswaldo ainda tentou ver a placa do carro, mas um caminhão passou ao lado dele e lhe tirou a visão. Bem, ele não deu mais atenção ao fato e seguiu na sua missão. Jamais desconfiaria da “Rainha Ester”.
No fim de semana, no sábado, precisou ir ao centro da cidade e ali, encontrou, em um bar, outro amigo de farras, o Serginho Etanol, um bon vivant de família abastada, cuja única e principal ocupação era beber, daí o apelido, pois era “movido a álcool”. Serginho era muito amigo de Julinho Jumento e Oswaldo aproveitou para indagar dele quem o Julinho “andava pegando, ultimamente? Quem era a destemida?”.
Etanol deu uma boa gargalha e, imediatamente, ligou para Jumento e colocou no viva voz: “Rapaz, eu soube que estás arrombando uma doida aí. Quem é essa guerreira ninja?”. Indagou e deu uma sonora gargalhada. Do ouro lado, Julinho respondeu: “Rapaz, como é que tu sabes dessas coisas? Bem, é uma crentezinha, gostosa pra caralho. Eu já conhecia ela, quando era solteira e cabaço. Ela só chupava a minha rola e eu comia, quer dizer, arrebentava o cu dela, e ela gritava quando o monstro entrava naquele rabinho apertado, mas gozava com a trolha no cu que era uma beleza. Até que ela casou com um cara aí e agora faço barba, cabelo e bigode”.
Seguiram-se novas gargalhadas e Julinho continuou a falar: “Mas ela diz pro marido que sexo oral e dar o cu é pecado. Pra tu ver que crente safada, Etanol. Essa semana mesmo fomos pro motel no carro que ela ganhou de aniversário”. Foi o suficiente para Oswaldo saber com quem era a moça religiosa e pura com quem havia casado. Sem deixar transparecer alguma coisa, foi um excelente ator: sorriu da história, gargalhou com Serginho Etanol e foi embora, puto da vida, por dentro, e muito decepcionado.
Ao chegar em casa nada demonstrou. Pelo contrário, ao ser recebido por Ester, linda e cheirosinha, como sempre, fez um belo e gostoso papai e mamãe com a mulher. No crânio, seu cérebro maquinava uma vingança exemplar. E, na noite de domingo, quando a mulher chegou do culto, ele disse que gostaria de falar com ela, mas na cama.
Ester se mostrou um pouco surpresa, mas não desconfiou de nada. Horas depois, já deitados e depois de mais um papai e mamãe, Oswaldo disse: “Minha Rainha Ester, eu te amo como nunca amei outra mulher, mas, mesmo assim, estou pensando em pedir o divórcio”. Ester deu um pulo e sentou-se na cama: “O que foi, o que está acontecendo, meu amor?”, perguntou, pálida, imaginando mil coisas.
“Nada aconteceu, Ester, mas você sabe, eu já te contei, que eu tinha uma vida sexual muito ativa, muito diversa, desfrutando de prazeres que você – e isso eu entendo perfeitamente – não pode me proporcionar. És uma mulher pura, conforme exigem as sagradas escrituras. E, para não te trair nem procurar esses prazeres fora de casa, tomei essa decisão. Sei que será sofrida para os dois, mas será melhor assim. Nunca faltarei ao respeito com você, enquanto estivermos juntos”.
Ester, em uma cachoeira de lágrimas e com voz embargada, disse que jamais aceitaria aquilo, que morreria sem ele. “Está bem, meu marido, estou disposta a levar uma vida sexual pecaminosa, sei que serei julgada por isso, no grande julgamento, mas não quero perder você”.
Naquela noite, Oswaldo, como diz a música do Chico, “lambuzou-se a noite inteira, até ficar saciado”, assim como saciada ficou Ester, depois de gozar fartamente sendo chupada pelo marido, de chupar mais de uma vez o pau dele e engolir todo o esperma e de gozar pelo cu, tudo em meio a fingidos choramingos, mesmo com a boceta encharcada. Depois de tudo, ela pegou a Bíblia e, sempre fingindo choro e arrependimento, leu alguns versículos e pediu perdão!
Oswaldo, na madrugada, acordou a mulher e, mais uma vez, repetiu tudo. Novamente Ester gozou como nunca, com ele. E mais uma vez fingiu estar pecando “contra a palavra”, com choramingos fingidos. Mas não parou por aí. Às 7 horas, antes de se levantarem, o marido traído novamente partiu para nova rodada de fodas. E, naquele mesmo dia, antes sair para o trabalho, já pronto, Oswaldo, fez com que a mulher, gozasse mais três vezes com chupadas na boceta.
Naquela segunda-feira, o encontro com Julinho Jumento seria pela manhã e Ester, na hora combinada, se dirigiu ao motel com o amante. Mas, após o primeiro orgasmo proporcionado pela língua do Jumento, ela simplesmente, caiu para o lado e adormeceu. Exausta, como estava, não conseguiu fazer mais nada. Por mais que Julinho se esforçasse, ela simplesmente desmaiou.
Ainda na segunda, à noite, Oswaldo, mesmo sendo atlético e jovem, ainda tomou uma “azulzinha”, e fez sexo de todas as formas com Ester, quase a noite toda. E, ao acordar, na terça, e também no intervalo do almoço, a fez gozar pelo cu antes de sair de casa. À tarde, no encontro com Julinho, Ester nem ao menos reagiu às preliminares, novamente “desmaiou” no motel.
Terça à noite: nova rodada de fodas. Oswaldo fez um sessenta e nove com Ester, a fez gozar várias vezes na boca dele e gozou na boca da mulher, que chupava com maestria e nem percebia que o marido notava que ela fazia sexo oral com muita experiência. Mas ele notou. Depois, a colocou de quatro, a enrabou e ela gozou pelo cu. Aquilo se repetiu mais duas vezes até amanhecer.
Na quarta, pela manhã, antes de sair para o escritório, mais uma sessão de putaria completa. Ester estava acabada! Tanto assim, que no encontro com o amante, mais uma vez não deu conta nem de chupá-lo. Revoltado, Julinho Cavalo sacudiu Ester que despertou assustada. “O que está acontecendo sua vaca, sua cadela? Eu pago caro por essa porra dessa suíte e agora você vem dormir”, esbravejava.
Ester, com raiva daquele tratamento, reagiu: “Vaca e cadela é a tua mãe, seu filho de uma puta”, gritou e jogou um vaso na cara de Julinho, quando ele levantou a mão para bater nela. A partir desse momento, o que se seguiu naquela suíte foram gritos e palavrões de ambas as partes e objetos sendo quebrados.
Ao perceber a confusão, o gerente do motel chamou a Polícia Militar. Quando os policiais invadiram a suíte, semidestruída, Julinho estava com a cara coberta de sangue, devido um corte no supercílio, e armava um soco para aplicar em Ester, que foi salva pelos PMs. Todos foram para a Delegacia de Polícia Civil, onde vários repórteres setoristas filmavam e tiravam fotos do casal, algemado.
No carro, Oswaldo dava gargalhadas ao ouvir no rádio: “E agora as notícias da hora: escândalo e vandalismo no Motel Delícias das Arábias. O empresário Júlio Almada Ribeiro, vulgo Julinho Jumento, e sua amante, Ester Rocha Valadares, provocaram um quebra-quebra em uma das suítes do luxuoso motel, por motivos ainda não esclarecidos, mas parece que ela só queria dormir e nada de sexo, o que revoltou o amante. Ester, inclusive, seria casada e evangélica, caros ouvintes. Que coisa, hein?! Daqui a pouco voltamos com mais detalhes sobre o caso”.
Foi o fim do casamento com a falsa puritana. Pastor Eliseu e missionária Raquel queriam que um buraco se abrisse sob seus pés, Ester nem voltou para casa, depois do escândalo pipocar em rádios e TVs, em grupos de WhatsApp e, o pior, em fotos de primeira página do único jornal impresso da cidade.
Oswaldo, o corno maquiavélico e vingativo, tomou de Ester o carro novo, que ainda estava no nome dele, cancelou o cartão de crédito com um robusto limite, deixou-lhe a casa, e nada mais. E ainda mandou um recado no WhatsApp da “Rainha Ester”: “Você não passa de uma puta, de uma plebeia desclassificada. Se quiser mais, vá procurar seus direitos na Justiça. O que for decidido, será cumprido”.
Julinho Jumento, que tinha uma empresa de eventos, depois do escândalo que saiu em todos os noticiários, perdeu metade dos clientes que havia conquistado durante quase dez anos e teve sérias dificuldades financeiras. Acabou vendendo a empresa e foi trabalhar para o novo dono como empregado. Ele ainda foi procurado por Ester, a quem mandou “pra puta que pariu” e bloqueou o contato dela.