Fui fruto de uma família sem posses criado no meio rural em uma época que estudar era apenas para os ricos e afortunados; meu pai era lenhador e carpinteiro e sua lida começava antes do sol nascer e terminava quando o manto da noite cobria todo o firmamento; minha mãe cuidava da casa e de suas crias, eu e uma irmã mais velha; desde cedo aprendi o valor do trabalho e da importância de ajudar meus pais embora nutrisse o sonho impossível de estudar para ser alguém; com muito esforço consegui cursar uma bolsa e estudei com afinco sem perder de vista as responsabilidades familiares; foi nessa época que conheci Belle e por ela também descobri o real significado da palavra preconceito.
Belle era uma linda jovem negra filha de mãe solteira que crescera à sombra da família que as empregava de maneira humilhante; não sei explicar as razões que nos aproximaram, mas nos tornamos amigos e depois íntimos desfrutando de uma cumplicidade tão harmônica que muitas vezes palavras eram desnecessárias; um domingo após o culto ela almoçou com meus pais e depois passamos a tarde juntos. Fomos até o lago que ficava próximo de casa.
Entardecia rapidamente, mas Belle insistiu para que déssemos um mergulho no lago e sem cerimônia despiu-se olhando para mim com uma expressão coquete; fiquei pasmo com a beleza de Belle com sua pele negra reluzente, suas formas de angulosa sensualidade somavam-se ao rosto fino e suave com lábios finos e grandes olhos reluzentes que pareciam iluminar tudo ao seu redor. Ela permaneceu me fitando por alguns minutos e como eu não esboçava qualquer reação, Belle sorriu, me deu as costas e correu em direção ao lago.
Assim que me recobrei do choque inicial tirei minhas roupas e pulei no lago; eu e Belle nadamos por algum tempo até ela me provocar dando tapas na água molhando meu rosto; revidei e continuamos na brincadeira até ela tentar sair do lago; eu a impedi abraçando-a; nos entreolhamos com uma expressão repleta de intenções até selarmos nosso primeiro beijo; ficamos dentro da água nos beijando e também nos tocando e eu senti um arrepio gostoso quando ela roçou seu ventre no meu membro que estava rijo como pedra.
-Você já esteve com mulher alguma vez? - ela perguntou assim que saímos da água mirando meu rosto.
Encabulado, baixei o rosto meneando a cabeça; Belle segurou meu queixo elevando meu rosto para que pudesse me beijar mais uma vez. "Eu não sou mais virgem! Meu patrão me fez mulher contra a minha vontade ..., mas, se você quiser serei sua!", ela balbuciou com a voz embargada; olhei para seu rosto e notei seus olhos marejados e não contive o ímpeto de beijá-los; Belle tomou minha mão e fomos para debaixo de uma árvore e nos deitamos na relva macia com ela subindo sobre mim me beijando e esfregando seu corpo sobre o meu.
Logo ela se pôs de cócoras sobre mim e cuidou de segurar meu membro descendo sobre ele até sua vulva roçar a glande; Belle se esfregou algumas vezes e seguiu em sua descida até conseguir enluvar minha vara dentro de sua gruta que era quente, úmida, macia e um pouco apertada; apoiando suas mãos sobre meus ombros ela se inclinou e começou a gingar sua cintura e quadril de modo que erguia e abaixava em um movimento cadenciado como se sua gruta engolisse e cuspisse meu membro causando uma sensação alucinante que fazia meu corpo vibrar e minha pele arrepiar.
-Se você quiser, pode pegar nos meus peitos - murmurou ela com voz adocicada - pode beijá-los e chupá-los ..., eu vou gostar muito!
Não perdi tempo em atender ao seu pedido segurando suas mamas com minhas mãos apertando-as de leve e brincando com seus mamilos intumescidos antes de começar a beijá-los; passei dos beijos para as lambidas e depois para chupá-los avidamente ouvindo Belle gemer de tesão sem perder o ritmo de seus movimentos; e foi nesse clima delirante que ela gozou pela primeira vez tremelicando descontrolada soltando gritinhos e gemidos.
Somente muito tempo depois eu vim a saber que eu fora o primeiro homem com quem ela tivera um orgasmo ..., Belle não arrefeceu os movimentos que se tornaram mais intensos e profundos permitindo que ela desfrutasse de mais gozadas que fizeram seu corpo vibrar de maneira tão contundente que cheguei a pensar que ela poderia desfalecer; no entanto e para minha alegria isso não aconteceu e prosseguimos usufruindo daquele momento único e especial que culminou com a chegada de meu clímax. "Goza, meu amor! Goza dentro de mim, meu querido ..., ahnnn!", balbuciou ela quando lhe alertei da aproximação de meu orgasmo.
Foi então que eu a segurei com firmeza impedindo seus movimentos enquanto assumia o controle projetando minha pélvis com veemência para cima e para baixo, até sentir meu corpo estremecer tomado por um espasmo involuntário que resultando em um gozo abundante que se projetava em jatos dentro de Belle que reagia gemendo e gritando alucinada aproveitando uma derradeira sequência de gozadas que correspondiam ao meu ímpeto.
Ela desabou sobre mim; estávamos ambos suados, exaustos e ofegantes, mas invadidos por uma felicidade indescritível que nos fazia sorrir um para o outro; trocamos beijos e carícias e acabamos dormitando sobre a árvore frondosa alheios ao mundo que permanecia real em nosso entorno. Infelizmente fomos arrancados de nosso idílio quando ouvimos o ronco ensurdecedor aproximando-se com enorme rapidez; olhamos e vimos um par de faróis vindo a toda velocidade em nossa direção e no último instante o veículo freou bruscamente guinando para a esquerda até parar em posição invertida.
Não demorou para que eu reconhecesse aquela caminhonete preta com um raio vermelho pintado na porta do motorista como sendo de Dylan, mais conhecido como “Thunderbolt”; esse sujeitinho abusado era filho do ricaço que acolhia Belle e sua mãe e se considerava dono da cidade fazendo o que bem entendesse sem qualquer repreensão; ele saltou do veículo vindo em nossa direção impondo que nos puséssemos de pé comigo colocando Belle atrás de mim para protegê-la.
-Quer dizer que a putinha do papai arrumou um bronco idiota pra fuder! - comentou ele com tom sarcástico enquanto se aproximava de nós - bom ..., já que é assim ..., eu também quero minha parte!
Dylan era bem mais alto e mais forte que eu, porém não tinha a intenção de permitir que ele abusasse de Belle e poderia até apanhar mais do que bater e mesmo assim eu não recuaria; foi nesse momento em que se ouviu um tiro; quando olhamos na direção oposta vimos um homem portando um rifle; era meu pai com sua velha winchester. “Você parece longe de casa, moleque!”, disse ele com tom elevado enquanto puxava a alavanca da arma para recarregá-la. Dylan fitou meu pai com uma expressão raivosa e ameaçadora mantendo-se imóvel.
-Bom, a escolha é toda sua – alertou meu pai empunhando a arma e apontando na direção de Dylan – você está na minha propriedade e isso é invasão! Estou apenas me defendendo! ..., então ..., como vai ser, moleque?
Dylan exibiu uma expressão feroz seguida de desdém enquanto retornava para dentro de seu veículo arrancando com toda a velocidade não demorando a desaparecer; assim que ele se foi meu pai olhou para nós mantendo-se em silêncio; pediu que nos vestíssemos e deu as costas voltando pelo caminho onde viera. Quando chegamos em casa ele estava sentado em sua velha cadeira de balanço com os pés apoiados sobre um banquinho enquanto fumava um cigarro segurando um copo de uísque em uma das mãos.
-Olha, moça, eu conheço sua mãe há muito tempo – comentou ele com tom impessoal sem olhar para o rosto de Belle – tenho muito respeito por ela e sei dos sacrifícios que foi obrigada a fazer mesmo convivendo com aquele calhorda do patrão dela ..., você sempre será bem-vinda em minha casa, mas tome muito cuidado com aquele rapaz, o Dylan ..., ele presta menos que o pai dele ..., e você, rapaz, digo o mesmo ..., tome cuidado com ele ..., na primeira oportunidade que ele tiver ele vai revidar e será bem violento.
Depois desse discurso meu pai chamou por minha mãe que veio até nós pedindo que entrássemos para jantar. Levei Belle até perto da casa onde morava e nos beijamos várias vezes antes da despedida. “Você não sabe o quanto me fez feliz no dia de hoje ..., aconteça o que acontecer, jamais me esquecerei dos momentos em que estivemos juntos!”, disse ela com tom carinhoso antes de saltar do caminhão; nos dias, semanas e meses que se seguiram eu e Belle nos tornamos ainda mais próximos quase como um casal de namorados, mesmo sob os olhares reprovadores dos demais que consideravam aquilo um abuso inaceitável; naquela época eu não compreendia a razão de tanto preconceito e confesso que até hoje não compreendo, porém o fato é que esse preconceito nos feria em todos os momentos.
Certo dia, Belle me disse que precisávamos conversar e pediu que nos encontrássemos mais tarde perto do lago onde ficamos juntos pela primeira vez. No final da tarde, meu pai percebia meu açodamento e depois de algum tempo chamou minha atenção. "Vá para seu encontro! Não temos nada de urgente para hoje ..., e preste bem atenção: cuide de não ferir os sentimentos daquela moça! É o que ela menos precisa na vida!", asseverou ele com tom enérgico. Depois de me lavar corri para a região do lago e ao chegar encontrei Belle a minha espera, que ao me ver correu em minha direção me abraçando com força colando seus lábios aos meus sedentos por um beijo.
-Me faz tua fêmea mais uma vez? Por favor! – pediu ela em tom de súplica quando nos desvencilhamos momentaneamente entre beijos e carícias – eu preciso muito sentir isso de alguém que me deseja de verdade!
Eu fiquei mirando aquele rostinho lindo entristecido com olhos marejados e senti que precisava atender ao pedido de Belle; estávamos no início do outono e o orvalho resfriado do finzinho da tarde caía sobre nós provocando arrepios enquanto eu pensava para onde poderíamos ir a fim de realizar o desejo de Belle que já se tornara nosso desejo; peguei em sua mão e corremos em direção ao velho depósito abandonado onde meu pai costumava guardar aquilo que não tinha mais utilidade. Entramos e de cara vi a minha antiga cama ainda montada e com o colchão de molas sobre ela; nos entreolhamos e Belle pediu que eu a despisse.
Atendi ao seu pedido saboreando cada movimento até deixá-la nua diante de mim; por alguns minutos quedei-me embasbacado com sua beleza e sensualidade naturais; seu corpo era uma obra de arte concebida divinamente capaz de excitar com docilidade arrebatadora; ela retribuiu o gesto e logo estávamos deitados e colados sobre a cama estreita ao som dos rangidos do colchão lamuriento envoltos de beijos e apalpações arredias; Belle abriu um pouco suas pernas enquanto colava seu ventre ao meu fazendo com que minha vara fosse aprisionada entre elas roçando sua vulva quente e úmida.
Nos esfregamos por algum tempo até eu girar o corpo ficando por cima dela que imediatamente segurou minha ferramenta puxando-a na direção de sua vulva pedindo que eu a penetrasse; projetei minha pélvis num movimento que enterrou com profundidade o membro rijo dentro da gruta causando tal impacto que Belle não resistiu em gritar entre suspiros e sibilos. Adotei um ritmo mais cadenciado desejando degustar de nossa cópula e permitindo que também ela aproveitasse ao máximo e isso colaborou para que minha parceira logo atingisse seu primeiro orgasmo gemendo sem parar e suplicando por mais sensações alucinantes.
Segui com meus movimentos pélvicos veementes extasiando-me com o gozo contínuo experimentado por Belle que sussurrava palavras de estímulo em meu ouvido entre mais gemidos e suspiros; levei minha boca até seus mamilos dando lambidas demoradas e sugando-os com alternância dentro de minha boca gulosa pelo seu doce sabor; Belle não tinha mais controle sobre seu corpo que era chacoalhado por meus arremessos pélvicos cada vez mais contundentes e profundos que redundavam em mais orgasmos cuja intensidade chegava a provocar um quase desfalecimento de sua consciência entorpecida pelo frenesi luxurioso que nos envolvia e enlevava para um estado de subconsciência onde imperavam apenas o desejo e o prazer.
A medida em que a noite avançava nossos corpos executavam uma delirante dança libidinosa que não tinha fim e eu me surpreendia com minha performance já que não havia sinais de arrefecimento; em algumas vezes eu e Belle mudamos de posição com ela me cavalgando chegando mesmo a quicar seu traseiro sobre meu ventre obtendo como recompensa uma nova abundância orgásmica que tornava a enlouquecê-la a quase beirar o desfalecimento. Por fim, após um périplo tão rigoroso pressenti a sobrevinda do meu ápice e num movimento calculado tornei a ficar por cima de Belle tornando meus movimentos ainda mais céleres até culminarem em um gozo febril orquestrado por jatos de sêmen sendo lançados dentro de minha parceira que por sua vez jogava a cabeça para trás ora gemendo, ora gritando, ora suspirando.
Exauridos e ofegantes acabamos adormecendo com Belle deitada sobre mim enquanto eu sentia meu membro murchar escorrendo para fora de sua gruta lambuzada; fui acordado no meio da madrugada sentindo a boca de Belle beijando e lambendo minha vara que iniciou uma ereção pujante permitindo que ela a abocanhasse sugando com um apetite voraz despertando uma até então desconhecida e delirante experiência sensorial que fazia meu corpo todo estremecer e vibrar involuntariamente; vez por outra eu olhava para ela e via a expressão de regozijo estampada em seu rosto. Belle deliciou-se em sugar e lamber minha pistola cuja rigidez impressionava até a mim próprio e em dado momento tornou a subir sobre mim com sua vulva tornando a abrir-se para receber meu membro em seu interior; mais uma vez, Belle mostrou-se uma fêmea dotada e incrível habilidade em cavalgar um macho subindo e descendo com movimentos sempre rápidos e profundos.
Concentrei-me e dar a ela todo o gozo que merecia, sabendo que nossa união transcendia o mero aspecto carnal gerando uma cumplicidade emocional e espiritual que jamais eu tornaria a experimentar novamente ao longo de minha vida; tornamos a nos engalfinhar em uma alucinante troca de posições enquanto eu me deleitava com a sucessão interminável de orgasmos que Belle desfrutava entre gemidos, suspiros e juras de paixão eterna. Um novo orgasmo floresceu dentro de mim, pondo fim ao nosso novo embate corporal vertido por indescritível sedução. Por fim, extenuados desabamos em um sono profundo e necessário.
Uma lufada de vento frio arrepiou minha pele fazendo-me acordar buscando alguma forma de me proteger da surpresa gelada; foi quando descobri que estava sozinho naquela velha cama; olhei ao redor e não vi sinal de Belle; pensei que talvez ela tivesse ido embora sem me avisar porque assim seria melhor para ambos; mesmo inconformado com sua atitude tratei de me vestir e voltei para casa; nos dias seguintes, Belle não compareceu às aulas o que chamou a atenção de todos que a conheciam; tentei buscar informações, mas infelizmente não obtive sucesso. Não demorou para a notícia correr a cidade: Belle e sua mãe haviam fugido dos desmandos da família a quem serviam; sem deixar rastros ou indicações de seu paradeiro me vi perdendo a mulher que me fizera homem e se por um lado me sentia revoltado e frustrado, por outro ponderei que elas deviam ter suas razões para terem agido daquela forma.
Coube ao meu pai entregar-me uma carta que Belle havia deixado com ele e que era destinada a mim; em seu conteúdo ela contou que decidira fugir com sua mãe, pois ambas estavam cansadas de serem abusadas pelo pai de Dylan e exploradas por sua mãe; contou ainda que o limite foi ultrapassado quando o próprio Dylan currou sua mãe obrigando Belle e assistir tal humilhação. “Me perdoe por fazer isso, espero que me entenda. Você é o homem da minha vida e jamais te esquecerei …, levo comigo um pedaço de você e deixo em ti um pedaço de mim. Da tua Belle”, terminava a missiva. Ao lê-la senti-me invadido por um amálgama de sentimentos que oscilavam entre a dor, o ódio, a revolta e o desejo de vingança.
-O que você decidir fazer, tome cuidado – disse meu pai percebendo meus sentimentos ambíguos – Sempre vou te apoiar, mas tenho certeza que Belle não quer que você se prejudique por ela …, mas, ainda assim, se decidir fazer o que eu penso que quer fazer …, seja rápido e não deixe rastros!