AVISO!
Meus caros,
As partes 23, 24 e 25 foram reformadas com a ajuda do meu escritor favorito para corrigir alguns pontos que ficaram muito superficiais e causaram um certo desconforto em boa parte dos leitores.
Explico que ele inseriu e alterou algumas boas partes do texto para deixa-lo mais fluído.
Aconselhado por um leitor, vou abandonar a inserção de palavras em inglês para o texto não ficar muito maçante, só utilizado um ou outra expressão caso seja muito necessária.
Não mudarei a linha principal de minha história, nem apagarei os trechos do conto “Casa de Cartas” que surrupiei do Mark. Já me acertei com ele e estou pagando direitinho as parcelas de seu direito autoral, por isso sumi no sábado, domingo e quase não saio da cama hoje.
Espero que gostem.
Beijão procês,
Da Nanda.
Ri de chorar com ela contando da experiência e desligamos pouco depois. Eu estava com o coração leve, feliz, quase saltitante, tanto que me permiti explorar a noite americana acompanhada da Suzy, uma típica americana loira e peituda, amiga que havia feito no escritório da empresa. Entretanto, o que aconteceria nesse dia mudaria completamente a minha forma de me ver como mulher, inclusive para o Mark.
PARTE 23 - EMBALOS DE SEXTA À NOITE
Já estava em Nova Iorque há alguns dias e nunca havia me aventurado na noite local. Também pudera, não conhecia ninguém e nunca fui fã de sair sozinha, nem mesmo nos meus tempos de moleca. Conhecer Suzy foi uma mão na roda, porque, além de linda e gostosa, tinha todo um charme que despertava para si a atenção. Imaginem então ela, loira, toda gostosona e disponível e eu, morena, toda Nanda da vida, seria uma coisa de louco! Combinamos de sair naquela sexta e ela vibrou ao saber que teria com quem dividir a atenção dos “amigos”:
- Nã, na, ni, na, não! Devagar com o andor aí, cara pálida! - Falei no meu melhor português, deixando-a sem entender nada, voltando a explicar em inglês: - Esqueça! Eu só disse que não estou entendendo essa sua história aí.
- Ah, não, não, Nanda! Eu tenho um grupo de amigos e amigas que sai junto para as noitadas. Só que, como chamo mais a atenção, às vezes tenho que ficar tomando conta deles. É bom você estar junto para me ajudar.
- Mas como assim ajudar? É como algo do tipo levar para casa depois de uma bebedeira? - Insisti.
- Isso! E, às vezes, a gente termina na casa de um ou outro para transar também. Só sexo, sem envolvimento, entende?
- Como é que é!? Você está de brincadeira, né, Suzy? Não conheço ninguém e você acha que já vou chegar assim e liberando minha buceta? Vai rolar isso não, hein! - Falei, atropelando as palavras do meu inglês, assombrada com sua tranquilidade em me fazer aquela proposta indecente.
Ela riu de se acabar com minha caretice, deixando-me vermelha, envergonhada de mim mesma. O pior é que ela estava certa, pois, se eu fizesse uma auto análise de quem era a Nanda, eu teria muito mais “bagagem cultural” que ela para participar de uma transa com desapego.
Combinamos de nos encontrar as vinte horas num “pub” cujo endereço ela me passou. Arrumei-me de uma forma a chamar atenção, mas não causar demais, com uma calça jeans, um blusinha com um decote bonito, um rabo de cavalo, maquiagem marcante e uma bolsa com documentos, cartões e camisinhas, claro! Cheguei no endereço combinado às vinte e dez e a Suzy já estava me ligando, preocupada com meu atraso. Avisei que estava na porta e ela veio me buscar.
Entrei e ela foi me apresentar seus amigos: uma loira bonita, mas franzina, chamada Katherine e Maya, uma mulata com cabelo “black power”. Na hora pensei que o Mark adoraria conhecê-la, afinal, aquele safado sempre teve uma queda por mulatas e aquela ali chamava a atenção, pois, apesar da pele bem escura, seus traços puxavam para os brancos, com lábios finos e um nariz mais fino que o meu. Pouco depois, chegou outra moça, Emma, outra loira peituda e dois rapazes morenos bastante simpáticos, Jacob e Bruce.
Passamos a conversar e logo eu já estava enturmada. Todos me trataram maravilhosamente bem, principalmente a Maya que pareceu ter despertado para um interesse mais que uma simples amizade comigo. “Cadê o Mark nessas horas?”, pensei, sorrindo para mim mesma, já imaginando a bagunça que nós dois faríamos com ela. Bruce também dedicou uma boa atenção para mim, inclusive me tirando duas vezes para dançar, parecendo mais que interessado em algo mais comigo, o que chegou a causar um certo atrito entre ele e Maya a certa altura, mas do qual me desvencilhei, fazendo-me de desentendida.
A certa altura e boas doses depois, ferrei num papo cabeça com a Suzy. Falávamos de nossas famílias:
- Marido!? Você é casada? – Ela me perguntou surpresa, enquanto eu confirmava, mostrando minha aliança.
- Sou, Suzy, há quase quinze anos, ou era, não sei... Eu cometi um erro com ele e isso pode ter custado meu casamento e minha família.
- Família, que família o quê, Nanda!? Homem você arruma em qualquer lugar, basta estalar os dedos. Se ele não te quer, tem quem queira.
- Meu Mark não é só um homem, ele é o melhor que eu já conheci. - Fiz questão de explicar, porque era o que eu sentia realmente: - Além disso, eu tenho duas filhas com ele...
- Você está brincando!? - Falou, agora mais que surpresa, com olhos arregalados.
- Não, não estou. - Disse e lhe mostrei fotos das minhas filhas e, por fim, do Mark.
Ela olhou algumas fotos dele, com bastante interesse e curiosidade, afinal, o Mark não era nenhum deus grego, mas também passava longe da média geral dos homens, pois era alto, com um corpo bonito, um rosto que acho lindo com aqueles olhos amendoados e, apesar de careca, sua barba lhe confere um ar de maturidade e imponência únicos. Apesar disso, ela não fez nenhum comentário especificamente quanto a ele.
Depois de uma ida ao banheiro, em que aproveitamos para retocar os nossos batons, voltamos a nossa mesa e a conversa continuou quente, ora com a Maya dando indiretinhas, ora o Bruce fazendo o mesmo. Não sei exatamente quanto tempo depois, um homem maduro aparentando mais de cinquenta anos, com cabelos pretos, mas mechas grisalhas, alto, talvez um metro e noventa, se aproximou de nosso grupo. Todos se calaram e olharam surpresos para ele, pareciam até mesmo assustadas. Usando de uma deferência incomum para os dias de hoje, ele nos cumprimentou e se apresentou:
- Minhas queridas, meu nome é John, John Callaghan. E qual seria o nome dessas estrelas que decidiram abrilhantar a noite destes meros mortais?
Os rapazes se olharam e ele remendou, dizendo que se referia às mulheres, pois não gostava daquele outro fruto. Eles deram uma risada estranha, mas o clima de tensão não parecia ceder. Eu me apresentei e a todos na mesa para aquele homem que pegou minha mão e levou a sua boca, dizendo um “enchanté”, o que me levou a corar, pois não conhecia aquela palavra. Estranhamente ele não fez o mesmo com nenhuma das outras meninas. Ele notou meu constrangimento e se corrigiu:
- Encantado em conhece-la, minha querida?
- Ah, obrigada.
Ele se convidou para se sentar à mesa conosco e antes que pudéssemos dizer algo, estalou os dedos e um rapaz apareceu correndo para atende-lo:
- Não sabia que tinha garçom aqui! - Cochichei para a Suzy.
- E não tem!
- Uai, mas então quem é esse carinha?
- Sei lá. Deve ser empregado do Callaghan...
Ele se virou para nós e começamos a conversar, aliás, ele monopolizou a conversa comigo, deixando aquele clima tensão um pouco chato. Essa situação mudou quando aquele rapaz voltou com uma garrafa de um whisky que eu nunca havia visto antes: um “Macallan 1926 Fine and Rare” e um balde de gelo, além de diversos copos. Os rapazes ficaram surpresos e eufóricos ao mesmo tempo. As meninas pareceram também não ter entendido nada. Ele fez questão de servir uma boa dose para cada um, sem gelo e fez um brinde:
- As novas amizades!
- As novas amizades! – Brindamos todos.
Eu nunca fui amante de whisky e tomei beberiquei uma dose apenas para não fazer desfeita, deixando isso bem claro para ele quando tentou me servir uma segunda dose e eu recusei:
- Querida, imagino que seu paladar deva estar acostumado a bebidas melhores, mas era o melhor whisky na carta disponível neste estabelecimento.
- Ah, não, senhor Callaghan, eu não gosto muito de whisky. Prefiro bebidas mais doces.
- Ah... Ora, peça então o que quiser, será por minha conta.
- Grata, mas já bebi bastante. Acho que vou tomar um pouco de água agora...
Ele estalou novamente os dedos e o rapaz surgiu do nada ao seu lado. Pediu a melhor água da casa para mim e a carta das bebidas doces. O rapaz foi e voltou com uma garrafa de “Veen” que eu bebi como se bebesse uma água qualquer. Ele insistiu para que eu pedisse qualquer bebida que eu quisesse, mesmo que não estivesse na carta, que ele providenciaria. Recusei novamente e ele me encarou, inconformado com minha negativa:
- Não quer beber comigo? Está com medo de mim?
- E por que eu teria medo do senhor? Até agora está sendo extremamente gentil e atencioso, não tenho porque teme-lo, ou tenho?
- Claro que não, querida, é que... é que, normalmente, as pessoas tentam abusar um pouco de mim quando estão em minha companhia. - Disse e apontou para o Jacob e Bruce que bebiam sem qualquer limite o whisky que ele havia trazido à mesa.
- As outras pessoas são as outras pessoas, eu sou eu, senhor Callaghan.
- Vejo que sim! E isso me encanta cada vez mais...
A conversa enveredou para o lado família. Ele passou a contar sobre si e sua esposa, filhos, inclusive mostrando fotos em seu celular. Achei legal da parte dele e fiz o mesmo com a minha, apenas ocultando que meu marido talvez não fosse mais tão meu marido assim. Como ele estava me monopolizando demais, comecei a me envolver na conversa dos demais, trazendo-o junto de mim, que não recusou participar. Por volta das três horas, o sono começou a me abater e avisei a todos que estava indo embora:
- Eu a levo, Fernanda.
- Obrigada, mas vou de Uber, senhor Callaghan.
- Deixa disso, menina, eu te levo. Não irá me custar nada. - Insistiu, levantando um pouco sua voz.
- Grata, mas não! - Rebati no mesmo tom.
Levantei-me e comecei a me despedir de todos. Quando chegou a vez dele, ele foi direto:
- Tem algum compromisso para amanhã, Fernanda?
- Nada em vista ainda...
- Sou mantenedor de uma fraternidade e teremos uma grande confraternização amanhã. Eu gostaria de convidá-la. - Falou olhando em meus olhos, mas se corrigindo imediatamente, agora olhando para os demais: - Aliás, convidar todos vocês, naturalmente.
Os rapazes vibraram, aceitando imediatamente. As meninas pareceram ficar em dúvida, mas foram convencidas rapidinho pelos rapazes. Acabei aceitando também e ele me passou seu cartão, fazendo o mesmo com os demais, e pediu que eu o chamasse no WhatsApp para passar o endereço. Concordei e me despedi dele com um beijo no rosto:
- Vou aguardar seu contato ansiosamente, Fernanda.
Sorri para ele e saí. Na porta, antes de chamar um Uber, a Suzy me alcançou e disse que me daria uma carona. Aceitei e saímos. No caminho, uma conversa me deixou curiosa:
- Ah, meu Deus! Eu não sei se é uma boa ideia a gente ir nessa festa, Nanda. É muita bebida, hormônios e homens gostosos, dificilmente você sairia sem transar com alguém.
- Deixa disso, Suzy, é só uma festa e eu... bem, eu estou precisando sair, sei lá, conhecer gente nova, conversar, beber um pouco. Mas como eu te disse, dificilmente vou transar com alguém, só quero curtir um pouco.
- Tem certeza? O Callaghan pareceu ter ficado bem interessado em você.
- Claro que tenho certeza e se ele ficou interessado, não posso fazer nada, né? Bom gosto ele tem!
- Ok, ok… - Falou, aparentando dúvida e depois de pensar um pouco, falou: - Bem, vou te dar uns toques: Primeiro, beba só sua bebida e não aceite de estranhos, nem mesmo de alguns amigos meus. Quando quiser, vá direto no bar e não beba ponche, nem experimente, entendeu!? A última vez que experimentei aquilo, acordei pelada na casa de um cara que eu nunca vi na minha vida! Então, foge do ponche.
Eu a olhava curiosa por ver uma moça bem mais nova que eu me dando conselhos, sem bem que em se tratando de mim, conselho nunca era demais. Ela continuou:
- Segundo, os carinhas vão querer te foder. Isso é certo! Você vai ser a novata da noite e bonitona como é, vai ser tentada a noite toda. Acho que até algumas meninas vão dar em cima de você. Alguns podem ser bem ousados, outros bem atrevidos, mas você não é obrigada a nada: se não quiser, diga "não"! Se ele insistir, dê um esporro bem dado nele e grite "fogo"! Assim você chamará a atenção de todos e ele ficará com vergonha, provavelmente te deixando em paz.
- Porra! Que festinha legal essa, hein? - Falei, surpresa com o nível da galera.
- Nanda, é uma festa de fraternidade! Você nunca foi em uma? - Balancei a cabeça negativamente, afinal, brasileira, nunca havia ido mesmo, o que a fez arregalar os olhos e continuar: - Muitos jovens, jogadores de futebol americano, empresários mantenedores das fraternidades, todos transbordando hormônios, o que você acha que eles querem? É nos foder, é lógico!
Um conflito de base formado pela minha diabinha, residente no meu ombro esquerdo e a anjinha do meu ombro direito teve início. A anjinha tentava me convencer a não ir, já conhecendo meu currículo com bebidas, homens e sexo. A diabinha, por sua vez, concordou, mas disse que era realmente uma pena perdemos a oportunidade de conhecer uma tradicional festa de fraternidade americana. Pensei na argumentação de ambas e decidi arriscar, afinal, eu tinha idade, maturidade, experiência e cicatrizes suficientes para saber me portar num ambiente como aquele.
Antes mesmo de chegar em meu apartamento, mandei uma mensagem para o Callaghan, identificando-me e avisando que havia registrado seu número, então, pedi o endereço da festa. Ele me respondeu quase que imediatamente, comemorando minha consideração por ele e também avisando que havia registrado meu número. Por fim, passou-me o endereço de onde seria realizada a tal festa e, ousando, pediu que eu fosse com um vestido de noite, mas curto, porque achava que combinaria muito comigo. Não disse sim, nem não, apenas dizendo que ele ficaria satisfeito.
Mostrei as mensagens para a Suzy que me olhou como dizendo “ele quer te comer e vai!”. Fiz-me de desentendida, mas entendi bem o seu olhar, pensando: “vai nada, boba!”. Combinamos os detalhes e ela ficou de passar no meu “apart hotel” por volta das vinte horas.
Despedimo-nos e tive uma ótima noite de sono, aliás, resto de noite. No sábado, sem nenhuma obrigação, aproveitei para descansar. À tarde, liguei para minhas filhas e depois conversei um pouco com o Mark, contando do convite para a festa:
- O que você acha: devo ir ou não?
- Faça o que achar melhor, Fernanda, não estamos mais juntos.
- Poxa! Você ainda é o meu marido, e liberal, e companheiro, Cadê a cumplicidade?
- Ficou num certo restaurante em São Paulo há uns meses atrás.
- Puta que pariu, Mark! Para! Eu já te pedi desculpas um milhão de vezes, quando é que você vai me perdoar?
- Tá... Você está certa. Eu preciso aprender a superar isso. Desculpa também. - Falou e se calou, mas complementando: - Aproveite a festa, mas tenha juízo. Você é mãe e suas filhas precisam de você.
- Vá e não faça nada, Fernanda... - Resmunguei.
- Não! Vá e se divirta, mas com responsabilidade.
Despedimo-nos e fui me arrumar. Tomei um delicioso banho, maquiei-me com cores um pouco mais intensas, mas não tanto biscate, retoquei minhas unhas que já estavam vermelhas há tempos e fui escolher a roupa. Decidi que vestido e saia estavam descartados, justamente para não dar a entender para o Callaghan que eu estava “facinha”. Coloquei uma lingerie preta mínima rendada sob uma calça jeans preta, justa e colada. Além disso, vesti uma blusinha com um decote bonito, mais ousado, que, dependendo do movimento, mostrava parte do meu sutiã. Amarrei meu cabelo num rabo de cavalo alto e, por fim, coloquei uma jaquetinha de couro, finalizando meu “look”.
Pontualmente às dez para as oito, Suzy me ligou, dizendo que já me esperava na porta. Desci e ela estava acompanhada pela Katherine e pela Maya. Após os cumprimentos, seguimos para uma estação do metrô próxima. De lá seguimos para outra estação e andamos dois quarteirões até a casa da Emma, com quem iríamos de carro até a festa.
Chegamos com a festa já bombando. Apesar de cheia, a chegada de cinco mulheres sozinhas era algo para chamar a atenção e chamamos mais do que eu imaginava. De todas nós, somente Emma e Kat estavam de vestido, aliás, a minoria ali usava vestido, não sei se por uma questão cultural ou gosto mesmo. Fomos pegar bebidas e optei pela conhecida cervejinha para não decolar rápido demais. Suzy falou algo com a Maya e ambas me grudaram pelo braço, justificando que iriam me vigiar para evitar alguns abusados. A disposição delas não durou dez minutos sequer, pois logo um grupo de rapazes se aproximou da gente e cada uma foi se ajeitando com cada um, sobrando um loiro de quase dois metros de altura para me fazer companhia. Mathew era o seu nome e ele me contou que fazia administração numa faculdade local. Contei que também era administradora e o papo engrenou a partir de então.
Já passava das onze e dez cervejas quando a natureza me chamou e precisei ir ao banheiro. Ele me indicou o caminho e fui, tropeçando por pés, pernas, pessoas e paredes. O banheiro estava imundo, pois alguém havia passado mal e vomitado nele todo. Não consegui fazer o que precisava e saí de lá quase vomitando também. Como a casa era grande e é normal que tenham mais de um banheiro, saí procurando outro, quando uma moça me falou que na parte superior tinha mais três. Subi as escadas e vi um corredor com seis portas, todas fechadas. “Caralho, e agora?” pensei, limitada pela minha timidez, mas apertada pelas cervejas, acabei decidindo abrir porta por porta.
A primeira estava trancada e, pelo barulho característico lá de dentro, havia alguém transando e não parecia ser um casal apenas.
A segunda estava destrancada. Abri silenciosa e lentamente para ver uma moça cavalgando um cara com uma vontade fora do normal. A cama rangia a cada descida de seu corpo e os gemidos dele e dela se misturavam numa ode à safadeza. Acabei me surpreendendo com sua desenvoltura e me perdi assistindo um pouco aquela cena, nem notando que uma outra moça chupava um cara sentado numa poltrona ao lado da cama, meio no fundo do quarto:
- Entre, gata, vem curtir com a gente. - Disse o cara que estava sendo chupado ao me ver estática vendo a cena da trepada na cama.
Naturalmente, todos pararam para ver que eu estava bisbilhotando e a única coisa que consegui dizer foi um simples “Sorry!”, saindo e fechando a porta.
Segui para a terceira porta, também destrancada, e este estava vazio, mas pela bagunça de lençóis sobre a cama, ele havia sido bem utilizado e não há muito tempo atrás.
Abri a quarta porta e dei de cara num armário de lençóis.
A quinta porta me revelou um banheiro, limpo, cheiroso, higienizado e com um baita papel em cima do vaso sanitário: “Fora de uso!!! Não mije, não cague, nem sente! Por favor, use o da suíte.” Só tinha mais uma porta, então a suíte e meu alívio estavam logo ali. Sorte não era o meu forte, mas a urgência impunha que eu fosse imponente. Aproximei-me e ouvi sons de uma foda forte. Respirei fundo e bati na porta. Logo, um negro alto e forte a abriu e, ao me ver ali parada, sorriu maliciosamente:
- A festa é aqui mesmo, gata. Entra e vem curtir com o Troy.
- Preciso usar o banheiro, urgentemente! - Falei, quase chorando.
- Ah, entra aí. É ali, naquela porta.
Entrei e, mesmo de soslaio, vi que tinha uma loira sendo empalada por dois outros negros igualmente forte. Um a fodia com vontade, dando sonoros tapas em sua bunda. Ela gemia alto e só não gritava porque o outro a sufocava com um baita pau, literalmente entalando-a até a garganta. Fui ligeira para o banheiro e me tranquei. Este também estava limpo e fiz o que precisava fazer, aliás, se ele estivesse sujo, eu teria feito no box, tamanho o meu aperto. Esgotei até a última gota e só quando não tinha mais nada o que fazer comecei a me preocupar em como sair daquele quarto sem ser fodida até a alma. Dois toques na porta fizeram minhas preocupações redobrarem:
- Tudo bem aí, morena? Quer que eu te ajude a se aliviar? - Perguntou uma voz grossa e grave, provavelmente do Troy.
- Estou bem. Já estou saindo...
Abri a porta e o Troy e o negro que estava fodendo a loira estavam a minha espera:
- Valeu, gata, já vou lavar meu pau para brincar um pouco com você também. - Disse o carinha, balançando um pau meia bomba que deveria ser maior que o do Mark quando duro.
Não o respondi e, séria, agradeci ao Troy por ter me ajudado. Ele parecia querer algo mais como pagamento:
- O que é isso!? Fica aí. Vamos curtir um pouco. Aposto que eu posso fazer uma ou duas coisinhas para te deixar bem feliz.
- Valeu, Troy, mas tenho alguém me esperando lá embaixo nesse exato instante.
- Qual é, gata? Curte o Troy aí! Já, já o Jerome sai e a gente pode fazer uma farrinha gostosa, o que acha? - Insistiu, já colocando a mão em minha cintura e esfregando um belo, grande e grosso pau em minha perna que já dava sinais de querer farra.
- Deixa ela em paz, Troy! - Ouvi uma voz meio conhecida e ao prestar melhor atenção, vi que na cama, estava a Katherine, que, apesar de franzina, se mostrou como uma trepadeira de primeira: - Se a minha amiga falou não, é não, cara! Além disso, ela é convidada do Callaghan...
- Mas, Kat, ela não disse "não"! - Ele insistiu.
Antes que eu dissesse um claro e audível “não”, a porta do banheiro se abriu e o Jerome saiu com seu pai a setenta e cinco por cento, perguntando o que estava acontecendo. Troy explicou a situação e ele me olhou, meio surpreso, mas não incomodado. Resmungou algo com o Troy sobre eu ser uma convidada do “King” e pegou então em uma das minhas mãos:
- Ninguém vai te obrigar a nada, gata, mas se quiser curtir, estaremos aqui à sua inteira disposição. - Beijou minha mão, sem tirar os olhos de mim: - Ou lá embaixo, não sei onde eu vou estar, mas basta me chamar que eu arrumo um lugar para a gente se divertir.
- Obrigada, Jerome! Eu vou pensar, prometo.
- Beleza, morena! - Falou, alisando minha mão e a encostando de leve em seu pau: - Ah, não fica brava com o Troy, ele é gente boa, só ficou abobado com a tua beleza.
Puxei minha mão da dele, olhando-o como quem diz “para de me tentar, seu safado” e lhe dei um beijo no rosto. Olhei para o Troy que parecia meio chateado e também lhe dei um beijo no rosto. Ganhei um sorriso e brinquei:
- Agora eu gostei, bom garoto!
Saí dali e desci para onde a festa bombava, nem sinal das meninas, aliás, nem sinal do Mathew. Não sei se eu havia demorado muito, mas ele havia desaparecido. Comecei a andar por tudo e logo via a Suzy correndo para cima e para baixo feito uma louca. Quando ela me viu, veio correndo até mim, desesperada, explicando que imaginava que alguma coisa tivesse me acontecido. Resumi para ela minhas peripécias e ela começou a rir alto, quase gargalhando:
- Você é muito lerda, Nanda! Olha ali, do lado da piscina... - Indicou uma espécie de ranchinho: - Tem dois banheiros ali, sua boba!
Eu olhei inconformada para aquela direção e vi duas moças saindo e depois outra entrando. Só consegui sorrir, consternada. Seguimos conversando e bebendo e logo a Maya se juntou ao nosso grupo com o batom totalmente borrado. Acabei ajudando ela se ajeitar e ela me agradeceu com um beijo na boca, borrando o seu e agora o meu batom. Eu a olhei inconformada e balancei negativamente minha cabeça:
- Não vou mais te ajudar!
Retoquei, aliás, retocamos nossos batons, dessa vez ela se virou sozinha e seguimos conversando. Pouco depois, o Callaghan surgiu do nada e se juntou ao nosso grupo. As emoções da noite estava apenas começando...
OS NOMES UTILIZADOS NESTE CONTO E OS FATOS MENCIONADOS SÃO, EM PARTE, FICTÍCIOS E EVENTUAIS SEMELHANÇAS COM A VIDA REAL NÃO É MERA COINCIDÊNCIA, PELO MENOS PARA NÓS.
FICA PROIBIDA A CÓPIA, REPRODUÇÃO E/OU EXIBIÇÃO FORA DO “CASA DOS CONTOS” SEM A EXPRESSA PERMISSÃO DA AUTORA, SOB AS PENAS DA LEI.