O cais estava apinhado de gente acenando lenços brancos no ar e gritando saudações em uma alegria desconcertantemente frenética; no parapeito do convés centenas de nós respondiam aos acenos sem sequer reconhecer alguém naquela multidão; eu estava afoito para desembarcar, pois sabia que Natálie não viria me receber; assim que o navio atracou após a ancoragem as rampas de desembarque foram fixadas e aos trancos e barrancos descemos sendo engolidos pela multidão que fazia questão de nos cumprimentar com apertos de mão, abraços e alguns beijos fortuitos de mulheres desconhecidas; tudo era comemoração, mas eu precisava sair dali, pois não desejava contaminar aquela euforia com a minha tristeza.
Depois de muito esforço, finalmente, consegui chegar na pequena rodoviária improvisada numa área de escape procurando pelo ônibus que me levaria para casa. “Sinto muito, meu rapaz, mas o seu destino não está na lista que tenho aqui …, acho que você precisa pegar um trem!”, alertou o controlador, um senhor idoso trajando terno e gravata usando um chapéu de abas estreitas. Vendo meu desespero pela notícia que havia me dado ele sorriu apontando na direção de um dos veículos que parecia estar de partida.
-Corra, rapaz! – gritou ele com tom entusiasmado – aquele ônibus vai para a Grand Central!
Desembestei como um louco aloprado gritando para o motorista achando que ele me ouviria; para minha sorte Tom estava na porta e conseguiu segurá-la para mim; no caminho conversamos sobre a alegria de estarmos de volta para nosso país e em breve para nossos lares; Tom era um sujeito do meio-oeste com ar interiorano e sempre de bom humor. “A primeira mulher que eu encontrar vai ter que aguentar uma noite de boa foda!”, alardeava ele com seu tom de voz sempre elevado recebendo aplausos e apupos de volta dos demais passageiros. Nos despedimos na estação e eu mais uma vez me pus a correr buscando por um rosto amigo. Repentinamente ouvi pessoas aplaudindo efusivamente e me cercado de homens e mulheres batendo palmas e assovios dirigidos a mim.
“Muito obrigado pelo seus serviços, meu rapaz e seja bem vindo!”, diziam os homens que quase se enfileiraram para apertar minha mão; confesso que embora aquela recepção além de inesperada e emocionante tocasse meu coração, minha mente estava desfocada e somente quando vislumbrei o rosto de meu pai me senti um pouco mais aliviado. Nos abraçamos efusivamente e pela primeira vez notei seus olhos marejados. Conversamos rapidamente, pois ele parecia agitado para voltarmos para nossa casa em Lancaster; eu o contive e disse que ficaria em Nova Iorque por alguns dias. “Sabe, pai, não tenho vontade de voltar!”, confessei com voz embargada; ele me segurou pelos ombros e sorriu aquiescendo com meu desejo. Ele sugeriu que fossemos até a cafeteria situada no mezanino ao que eu aquiesci.
-Olá, soldado! O que vai querer? – perguntou uma morena de sorriso cativante segurando nas mãos um bloco de papel e um lápis – o chefe avisou que café para os veteranos é por conta da casa! Ah! E para os pais também!
Por um momento me senti tomado por uma sensação de arrebatamento diante da beleza estonteante daquela mulher madura cujo olhar parecia hipnótico tal era o seu brilho; mesmo trajando o uniforme da lanchonete com os cabelos negros enrolados para trás em um coque cobertos pela viseira de lona ela era encantadora exibindo uma expressão doce e envolvente. eu estava tão perdido em meio aquele olhar palpitante que ela dirigia a mim que não fui capaz de esboçar uma resposta adequada a sua pergunta.
-Vocês querem mais tempo para olhar o cardápio? - insistiu ela com o mesmo tom doce e amável – Fiquem à vontade que vou te trazer as canecas com café.
Minha reação limitou-se a um desconcertante aceno de cabeça; pouco depois ela retornou trazendo as canecas com café fumegante; tomamos o café trocando poucas palavras, pois não havia muito a ser dito. “Olhe, filho, tome esse tíquete …, fique aqui hoje, mas volte pra casa!”, disse meu pai estendendo o bilhete de embarque reservado para o dia seguinte no último trem para casa; eu não tive coragem de recusar e me limitei a pegá-lo colocando no bolso da jaqueta. Terminamos a nossa bebida e quando nos levantávamos para ir embora a garçonete veio até nós. “Olhe, o chefe disse para agradecer pelos seus serviços …, e eu digo o mesmo, soldado!”, anunciou ela com tom alegre e meigo abrindo um largo sorriso.
Acompanhei meu pai até o embarque onde nos despedimos entristecidos e segui caminhando pela Grand Central sem saber para onde ir; na hora do almoço, procurei algum lugar decente e barato onde me alimentei tornando e perambular pela cidade; passava um pouco das cinco horas quando me deparei com a garçonete que agora, sem o uniforme e com os cabelos soltos destacava-se em meio a multidão tal era sua beleza; usando um vestido com alças estreitas, de fundo vermelho com bolas brancas e calçando sapatos também vermelhos de saltos altos, ela caminhava um tanto perdida em pensamentos.
Aproximei-me com discrição e ao me ver ela imediatamente me reconheceu; conversamos um pouco e perguntei se podia lhe fazer companhia em sua caminhada ao que aceitou com um lindo sorriso; disse chamar-se Gladys, natural da Baltimore e vivendo em Nova Iorque desde o início da guerra, já que seu marido, um fuzileiro naval embarcara para o combate no Pacífico. Almoçamos em um pequeno restaurante que ela costumava frequentar e conversamos muito procurando nos conhecer melhor; a certa altura, quando o tema versou sobre sentimentos, acabei contando a ela do meu infortúnio ao descobrir que minha namorada arrumara outro homem. “Não se ofenda, querido, mas eu entendo sua namorada …, veja o meu caso é o mesmo …, esperando pelo meu homem que pode jamais retornar com vida!”, comentou ela com tom meigo e uma ponta de resignação.
Depois do almoço caminhamos a esmo pela cidade e fomos pegos de surpresa por uma chuva pesada que nos fez correr molhados em busca de um abrigo; nos protegemos sob a marquise de um prédio público olhando a chuva esperando que ela anuviasse; naquele momento Gladys instintivamente encostou-se em mim como querendo se sentir protegida; eu me deixei levar pelo momento em enlacei-a com meus braços sentindo o doce aroma de seu perfume e o calor gostoso de seu corpo; embora vestida ela me deixou excitado tolhido por uma sensação que há muito não experimentava tendo uma mulher em meus braços.
Repentinamente, ela voltou-se para mim, segurou meu rosto e colou seus lábios aos meus; e aquele foi o primeiro de uma tórrida sucessão de beijos que tornavam-se cada vez mais intensos e descontrolados. "Venha comigo!", disse ela a certa altura com tom exasperado enquanto segurava minha mão caminhando a passos rápidos; a chuva havia diminuído não o suficiente para que não molhássemos ainda mais enquanto descíamos as escadarias da estação do Metrô; chegamos ao nosso destino em poucos minutos; Gladys morava em um minúsculo apartamento nos fundos de um velho edifício residencial e cuja frequência era duvidosa e incerta.
Entramos no apartamento encharcados, mas, ainda assim, cheios de desejo; nos engalfinhamos em beijos e carícias que não tinham fim, até que ela tomou a iniciativa de me despir o que fez com gestos atabalhoados demonstrando sua ansiedade.
Retribuí sua ajuda deixando-a nua diante dos meus olhos estupefatos ante a sua beleza deslumbrante; Gladys era uma mulher madura dotada de um corpo com formas esguias destacando-se as mamas fartas, cuja firmeza intrigava e excitava do mesmo modo que seu ventre largo e sinuoso protegendo uma vulva coberta por fina camada de pelos pubianos encaracolados deixava-me absolutamente arrebatado e encantado. Fomos para o quarto onde ela se deitou sobre a cama abrindo as pernas acariciando os grandes lábios da sua gruta cujo brilho denunciava uma umidade vertente.
Sem perda de tempo eu me coloquei entre suas pernas mergulhando meu rosto entre elas até minha língua ávida encontrar a gruta saboreando o doce néctar que vertia copioso de seu interior; não foi preciso muito mais que algumas enfáticas lambidas para que ela soltasse gemidos entrecortados denunciando os primeiros orgasmos que sacudiam seu corpo fazendo-a tremelicar involuntariamente; creio que ambos estávamos tão ávidos e sedentos por prazer que nosso idílio oral perdurou por muito tempo sem que qualquer um de nós exibisse sinais de arrefecimento.
-Ahnnn! …., deixe eu te sentir também? - pediu ela com tom gaguejante e embargado ao que aquiesci, tomando posição sobre a cama com ela se aninhando sobre mim, cingindo meu membro com as mãos explorando suas dimensões antes de tê-lo em sua boca quente e suculenta.
Experimentei indescritíveis e renovadas sensações que me fizeram ver o quanto a guerra havia me desumanizado e graças às carícias de Gladys tive também a oportunidade de valorizar o lado mais sensível da vida; algum tempo depois ela deitou-se ao meu lado e nos beijamos mais vezes, intervalando momentos em que ela apenas fitava meu rosto com uma expressão amena e plena.
-Quero você dentro de mim – sussurrou ela em meu ouvido acariciando meu rosto – mas, por favor, seja gentil …., faz tanto tempo que tenho receio ….
-Confie em mim …., faz tempo para mim também – respondi com tom suave – porém, mesmo assim, vou procurar ser o homem que você merece!
Subi sobre ela guiando meu membro na direção de sua gruta esfregando a glande algumas vezes e provocando reações engraçadas em Gladys que ria nervosamente; projetei minha pélvis com cuidado afundando o membro no interior da gruta lentamente e a medida em que ele a invadia, ela reagia gemendo e se contorcendo como uma gata no cio; por fim eu estava com a vara inteiramente enterrada em sua vulva e permaneci imóvel enquanto saboreava seus mamilos intumescidos que pareciam pequenas frutas suculentas.
Quando dei início a uma sequência de movimentos sacando e tornando a enfiar meu membro rijo em suas entranhas a reação de Gladys foi imediata repercutindo em gritinhos e gemidos denunciadores dos novos orgasmos que causavam enorme alvoroço sensorial impondo que ela abrisse ainda mais suas pernas desejando que eu fosse o mais fundo possível. Nossa cópula seguiu um curso alucinante com o ambiente carregado de lascívia e excitação; eu delirava a cada gozo desfrutado por ela que me suplicava por mais beijos em sua boca e em seus mamilos.
A medida em que a noite avançava e a chuva tornava-se mais vigorosa com relâmpagos cortando o firmamento escuro e pesado, eu a Gladys prosseguíamos copulando como dois seres insaciáveis culminando com meu gozo profuso encharcando sua gruta tal era o volume de esperma que vertia em jatos quentes e espessos reverberando em mais uma última onda orgásmica chacoalhando alucinadamente seu corpo; permaneci dentro dela que reagia com beijos demorados numa inebriante troca de salivas com nossas línguas ensejando uma dança luxuriosa.
O cansaço não foi suficiente para abrandar o desejo cuja chama ainda ardia dentro de nós e após um breve cochilo, voltamos ao delicioso embate sexual; desta vez Gladys ficou por cima de mim, de cócoras cuidando de manter meu membro já novamente enrijecido na posição para que ela pudesse descer sobre ele permitindo que sua vulva sequiosa tornasse a tê-lo em seu interior; apoiando as mãos em meus ombros Gladys inclinou o corpo de tal maneira a permitir movimentos de sua cintura e pélvis golpeando para cima e para baixo ora engolindo, ora cuspindo o membro em um ritmo frenético e delirante.
Noutro momento, ela me cavalgava enquanto eu mantinha seus peitos em minhas mãos apertando-os e chegando a beliscar seus mamilos provocando novos orgasmos voluptuosos que culminavam em gritinhos e gemidos infindáveis; nesse ritmo permanecemos entregues sem que notássemos que havia um mundo ao nosso redor e eu me sentia feliz em proporcionar a ela todo o merecido prazer represado por tanto tempo. Mudamos de posição com ela se pondo de quatro sobre a cama pedindo que eu viesse por trás; segurei suas nádegas roliças e encaixei o membro dentro de sua greta mais uma vez passando e desferir estocadas impetuosas que imediatamente resultaram em mais orgasmos deixando-a ensandecida de prazer. Aquele assédio renovado durou tempo suficiente para que Gladys ainda experimentasse gozadas homéricas que a deixaram exaurida quase beirando o desfalecimento. E foi nesse clima alucinante que também eu capitulei em mais um orgasmo encharcando suas entranhas.
Finalmente, exaustos, suados e ofegantes nos rendemos ao cansaço que tomou conta de nossos corpos e também de nossas mentes; a manhã do dia seguinte irrompeu fria e úmida com Gladys me acordando com beijos antes de se levantar para acionar a calefação e fazer um café para nós; fomos para a cozinha ainda nus e sorvemos a bebida preparada por ela sendo que logo depois disso voltamos para a cama onde tornamos a nos engalfinhar em novos beijos lascivos que prenunciavam o início de um novo embate sensual. Ela então se pôs deitada de costas para mim em uma posição que pedia meu engate em forma de concha; Gladys incumbiu-se de levar sua mão quente a macia até meu membro dotado de rigidez renovada conduzindo-o na direção de sua gruta; projeitei minha cintura permitindo uma nova penetração que a fez gemer baixinho seguindo-se meus movimentos impetuosos que não demoraram a fazê-la desfrutar de orgasmos inéditos enquanto que segurava seus seios com minhas mãos. Meu gozo eclodiu de súbito e nos quedamos agarrados um ao outro até ela se levantar atarantada alertando que precisava ir trabalhar.
“Vou comprar um bilhete e te espero na Grand Central no final da noite …., nosso trem parte às onze e meia!”, anunciei depois que nos beijamos; Gladys fitou meu rosto exibindo um sorriso incerto, embora acenasse com a cabeça em sinal de concordância com o convite; eu disse a ela que poderíamos viver em Lancaster e que seríamos felizes juntos comigo fazendo questão de insinuar que seu marido jamais retornaria da batalha (algo que eu não tinha a menor certeza!); Gladys permaneceu em silêncio e depois de pegar sua bolsa beijou-me apaixonadamente e saiu sem dizer uma palavra sequer.
A noite, na lanchonete, o proprietário disse que ela saíra mais cedo dizendo que tinha negócios a resolver ainda pedindo seu pagamento adiantado; aquilo me encheu de certeza que ela viria ao meu encontro no horário combinado. Faltavam pouco menos de cinco minutos para a partida e o chefe de embarque já soava seu apito derradeiro; na gare com minha bagpack nas costas olhei ao redor e não a vi; desiludido embarquei retornando para minha cidade; nos dias que se seguiram procurei organizar minha vida até a notícia do fim da guerra no Pacífico indicando que o fuzileiros retornariam para casa ..., em minha alma desejei que Gladys reencontrasse seu marido ...