Cuckold: aceitei que minha esposa se envolvesse com outros homens (2ª parte)

Um conto erótico de Lael
Categoria: Heterossexual
Contém 2624 palavras
Data: 14/08/2023 17:52:56
Última revisão: 14/08/2023 18:52:08

Neste capítulo, terei que explicar melhor quem era o doutor Adamastor Araújo, pois se trata de um personagem importante da trama, entretanto, em breve, os conflitos sobre seguir ou não no mundo liberal entrarão com muito sexo e tensões.

Quando voltei ao apartamento e contei a Samanta o que tinha ocorrido, ela ficou espantada, pois entrar no mar para salvar alguém tem seus riscos. Em seguida, falei que os rapazes do quiosque disseram que a pessoa que salvei era Adamastor Araújo, minha esposa demonstrou incredulidade:

-Você está falando daquele meio já meio velhinho e mafioso que vira e mexe aparece na TV sendo tratado como doutor e bajulado por meio mundo?

-Sim, mas ele não é velho, deve ter uns 60, é que o cabelinho branco, os óculos fundo de garrafa e o corpo frágil, o fazem parecer ter mais idade. Mas também não deu para ter certeza, com toda aquela tensão.

-Claro que não era ele! Um cara podre de rico daqueles iria passar a virada do ano em Santos? Deve estar no Caribe ou se gosta de frio, nos Estados Unidos, Europa...

-Bem, o que eu sei é que ele está sempre aqui por um motivo óbvio, o porto de Santos, onde chegam os “negocinhos” dele e um dos rapazes do quiosque disse que o Adamastor passa todo dia por ali fazendo caminhadas.

Ela seguiu descrente e aquele fim de tarde seguiu chuvoso e com um vento gelado. No outro dia, o mau tempo prosseguiu, decidimos encurtar a viagem em um dia e voltar para São Paulo

Voltei à minha rotina, mas as lembranças do que rolou naquele swing inesperado se tornaram um fantasma em minha cabeça. O modo fácil com que Samanta aceitou transar com outro, apesar do contexto todo antes, me deixou bem inseguro. Senti muito tesão na hora, mas as imagens agora vinham e faziam meu coração ficar sobressaltado.

Na 2ª transa, que começou no banheiro, a naturalidade dela beijando o cara como se fosse um grande amor, depois se agachando para chupá-lo, a língua deslizando pela cabeça da pica, enquanto a mesma me olhava nos olhos, e finalmente, já na cama, dando uma arrebitada para que seu comedor pudesse encaixar melhor, como se fosse uma cadelinha com fogo se esfregando, essas e outras cenas me deixaram agoniado.

Resolvi ter uma conversa franca com Samanta e disse que não iria querer repetir mais aquilo, pois estava sentindo um aperto no peito uma sensação ruim de que a perderia no futuro. Ela entendeu e concordou.

Num sábado pela manhã, exatamente duas semanas depois de ter salvado a vida de Adamastor Araújo, o interfone tocou e o porteiro disse que o homem tinha pedido para subir. Surpreso por ele ter descoberto meu endereço, mas deduzindo que fosse para me agradecer, disse que tudo bem.

Quando abri a porta, deparei-me de perto com a figura que já tinha visto inúmeras vezes na TV, seja se safando de alguma gigantesca operação contra o contrabando ou dando entrevistas em programas como Amaury Jr., Jô Soares, Otávio Mesquita e outros, onde divulgava suas festas e eventos esportivos.

Na época, ele tinha 62 anos, e, como já citado, era o barão do contrabando, um “negócio” que começou com seu pai, que foi o responsável por trazer vários aparelhos de TV no começo dos anos 50 para o Brasil e vendê-los para a elite do Rio e de São Paulo. Naquele tempo, um aparelho de televisão importado ou mesmo depois que passou a ser fabricado aqui custava uma fortuna, e foi assim que o velho Araújo deu um jeito de contrabandear aparelhos em navios e fazer grandes negócios por alguns bons anos.

O carioca Adamastor, que era adolescente na época, ficou fascinado com a inteligência do pai e decidiu que seguiria o mesmo caminho. Entretanto, estudou Direito, aprendeu 3 ou 4 idiomas, e só depois assumiu os negócios do pai. Apesar de culto, mantinha as gírias dignas de um malandro dos velhos tempos.

Ficou realmente milionário nos anos 1970, porque o governo militar, anunciou uma série de sanções contra produtos importados, isso foi música para os ouvidos dele que ganhou milhões e milhões de dólares, trazendo praticamente todo tipo de produto dos EUA, Europa e Ásia (eletrônicos, roupas e acessórios de grife, joias, relógios, brinquedos, vinhos raros, alguns tipos de alimentos etc.). Não confundam esse tipo de contrabando com aquele vindo do Paraguai que também explodiu nas décadas de 70, 80 e 90, o doutor Adamastor Araújo desprezava mercadorias falsificadas ou de péssima qualidade, optava por pagar mais caro por algo bom e depois revender para clientes das classes A, B e algumas coisinhas para a C.

Ao longo das décadas, montou um esquema onde raramente “a casa caía”, pois de fiscais de portos, policiais, juízes e até grandes políticos, todos que pudessem atrapalhar seus negócios já eram ou logo se tornariam amigos do doutor Adamastor e recebiam muitos agrados pela amizade.

Cada vez mais milionário, nos anos 1980 e 1990, comprou muitos imóveis de luxo, ações na Bolsa e casas noturnas vips. Utilizando-se de laranjas também montou algumas falsas agências em São Paulo e no Rio de modelos, que na verdade eram garotas de programa somente de nível 5 estrelas (mil dólares o programa mais barato).

Tinha um ego enorme, gostava de aparecer, de preferência com mulheres famosas, exatamente por isso, se envolveu no meio artístico dando dinheiro para filmes, peças e concursos de “miss isso, miss aquilo” onde transava com todas que queria, era só darem um preço, ele pagava. O homem era insaciável e seu lema era: um dia sem sexo é um dia perdido.

Apesar de milionário, seu jeito de se vestir era exótico, usava ternos cafonas que pareciam ser dos anos 1960, camisas e calças tão empresepadas que lembravam o personagem Augustinho da Grande Família, usava óculos fundo de garrafa ou escuros enormes. Sua aparência física também não era das melhores, os cabelos quase todos brancos e penteados de lado pareciam uma peruca de má qualidade, seu tipo físico era frágil, no máximo 1,70m, magro e olhos miúdos.

Na segunda metade dos anos 80, mas principalmente nos anos 90, Adamastor deve ter perdido as contas do quanto ganhou contrabandeando computadores que na época eram novidades e caros para cacete (um pc chegou a custar quase 4 mil dólares se comprando legalmente nos anos 90). O barão se fartou recebendo containers com milhares deles toda semana e vendendo para empresas e pessoas que podiam pagar.

Apenas para finalizar essa biografia, vale lembrar que ele nunca foi o único grande contrabandista, mas era o maior, no topo da pirâmide estava o doutor Adamastor, mais abaixo vinham 4 ou 5 também milionários que o respeitavam e literalmente beijavam sua mão, depois vinham algumas dezenas que procuravam não atrapalhar o barão e abaixo disso era pequenos e médios, chamados por ele de muambeirinhos insignificantes. Em 3 ou 4 ocasiões tentaram tomar o seu espaço e o resultado foi que os “atrevidos” foram mortos com requintes de crueldade.

E era esse homem que estava na minha porta com par enorme de óculos escuros, paletó e calças brancas e uma camisa verde, preta e branca, cujos desenhos lembravam um tapete persa. Com um largo sorriso, me estendeu a mão e disse:

-Que prazer conhecê-lo, meu jovem! Perdoe-me por não avisar, mas sou impetuoso, depois que consegui descobrir seu paradeiro vim imediatamente.

Adamastor colocou as mãos em meu rosto e me deu um beijo no rosto, um gesto que ele repetia com frequência com muitos. Convidei-o para entrar, apresentei Samanta, ele me agradeceu longamente, explicou que apesar do tempo feio, resolveu dar um mergulho para comemorar o 1º dia do ano, mas a maré estava brava e o derrubou.

Após aceitar um café, Adamastor fez várias perguntas sobre a minha vida, bancou o educado com Samanta e depois disse se eu poderia acompanhá-lo até lá embaixo.

Espantei-me ao ver que o homem estava com uma limusine branca e ele me chamou para entrar.

-Entra, meu jovem, vamos conversar mais um pouquinho.

Aceitei e sem enrolação, Adamastor me veio com uma proposta.

-Não sabia que você tinha uma formação tão boa, ia te propor um emprego mais modesto, porém com um salário diferenciado se é que me entende, como agradecimento por salvar minha vida, mas como estou diante de um administrador e com MBA, me vejo na obrigação de te arrumar uma colocação melhor e, claro, com um salário digno.

Eu era medroso demais para trabalhar ou mexer com qualquer tipo de coisa errada e tentei, de maneira educada, cortar a proposta:

-O que é isso, doutor Adamastor, o senhor não me deve nada, ali eu não sabia nem que era o senhor, o que fiz foi tentar salvar alguém em perigo.

Com voz imponente contrastando com seu jeito até então calmo:

-Mas é exatamente o que te coloca na frente dos incontáveis lambe sacos que tenho aguentar, desde meus funcionários, até todos que cruzo diariamente, empresários, políticos, atrizes e modelos putinhas, diretores de TV e cinema ou mesmo os populares, todos, sem exceção querem me lamber em troca de vantagem, já você se arriscou entrando naquele mar bravo para salvar um total estranho, só que se tratava da minha vida e não pode ser vista como um gestinho qualquer. Diga lá, o que você ganha hoje, se converter em dólares, dá o quê, 5 mil, 10 mil?

Fiquei embaraçado, pois meu salário batia uns 800 dólares na época. Quando contei, notei o ar de surpresa de Adamastor que ficou alguns segundos com a boca entreaberta:

-Ninguém valoriza mais um diploma neste país! Vamos deixar de enrolação, meu jovem, faço questão que venha trabalhar em uma de minhas empresas, negócio limpo, o que acha para começar, multiplicar o que você ganha por 20? Depois de uns três meses, se mostrar competência, triplico isso, palavra de Adamastor Araújo.

Não era o salário mais alto no mundo da administração, mas se fosse hoje, é como se eu ganhasse 4 mil reais e passasse para 80 mil. Um puta salto e com a possibilidade de vir a ganhar mais. Ainda assim, meu medo de mexer com coisa errada falou mais alto.

-Agradeço muito, Doutor Adamastor Araújo, mas não sei se me daria bem no seu ramo de atividade...

O barão do contrabando sorriu debochado:

-Já saquei qual é a tua, tem medo de trabalhar comigo e ir em canaaaaa, comerem o teu loló no xadrez, não é? Mas fique tranquilo, vou te botar num negócio legal, melzinho na chupeta, malandro. Empresa toda regularizada, você vai mais passar o dia sentado e fazendo uns telefonemas para o Sul do Brasil. Tem gente que trabalha comigo há mais de 20 anos e nunca nem viu polícia na frente, pode confiar.

Vendo minha expressão desconfortável, Adamastor pegou no outro bando da limusine uma bolsa grande comum, mas que dentro tinha o equivalente a 50 mil dólares, porém em reais. Ele me mostrou e disse:

-Minha vida vale muito mais do que tem aqui, mas encare isso apenas como uma lembrancinha para você e sua senhora, pensa na minha proposta e me liga até a semana que vem, tá aqui meu cartão, mas já adianto, não sou de desistir fácil.

Fiquei com receio de recusar também o dinheiro que viria em uma ótima hora e aceitei. Agradeci e quando já estava do lado de fora, ele me chamou e disse:

-Você acha que existem coincidências na vida?

-Sim.

-Pois eu não, e quando vi que o nome de quem me salvou era David, tive certeza de que era algo espiritual, mas isso fica para a próxima conversa que teremos um dia. Por ora, pega a sua senhora e vão jantar num local bacana hoje, espairecer a cuca. Abraços, meu querido.

Subi com a bolsa pesada na mão e quando contei a Samanta, ela ficou feliz pelo dinheiro, que nos daria um ótimo respiro, mas preocupada em me ver trabalhando com o barão do contrabando.

Pensei muito, eu sabia que Adamastor deveria ter negócios legais e se ele me botasse em um deles, não sobraria nada para mim, caso estourasse uma bomba no futuro. Na verdade, estava cansado de ser ético e só me foder, no meu prédio quase todo mundo roubava sinal de TV por assinatura, até o síndico, mas eu não. Um cavalo selado estava passando na minha frente, tinha que montá-lo, por isso, mesmo a contragosto de Samanta decidi que aceitaria.

Já com o dinheiro que recebi naquela bolsa, quitei minhas dívidas, compramos algumas coisas e guardamos um pouco no banco.

Na semana seguinte, acertei com Adamastor e ele disse que eu faria um treinamento para me inteirar dos negócios dele que eram feitos para o Sul do Brasil. Tirando São Paulo e Rio, os três estados daquela região eram o filé em termos de compras de “importados”.

Fiquei com muito receio, mas quem já atuava nesse escritório, já estava lá há anos e confirmaram a versão de Adamastor de que nunca tinha batido polícia ali. Notei que muitos passaram a me olhar meio contrariados no escritório, pois meu cargo, mesmo não sendo de um diretor, lhes causava raiva.

Compreendi bem o que precisava ser feito, a logística nos envios de cargas, as notas, os feedbacks dos compradores sobre novas demandas etc. Em um mês e meio já entendia absolutamente tudo.

Adamastor gostou do meu desempenho e começou a me levar com ele a vários eventos que sempre terminavam com farrinhas com mulheres estonteantes. Eu me recusava a trair Samanta e ele ficava puto:

-Se liga, malandro! Lavou tá novo! A sua senhora nunca saberá de nada.

Eu ria e tentava desviar o assunto, mas a verdade é que estava cada vez mais difícil recusar passar umas horas agradáveis com uma capa de revista masculina, uma atriz começando carreira ou ainda uma das muitas garotas que eram selecionadas para trabalharem como acompanhantes de luxo. Já o barão, todo santo dia, ia com duas para cama.

Três meses depois, graças ao meu desempenho, Adamastor cumpriu sua promessa e me deu um aumento que equivaleria hoje a uns 50 mil dólares. Decidi mudar para um apartamento maior, trocar todos os móveis, não sei se aquilo duraria muito, mas eu queria aproveitar.

Samanta estava chateada por não estar trabalhando. A gente não precisava de dinheiro naquele momento, mas comigo fora de casa grande parte do dia, era bom que ela se ocupasse de algo.

Alguns dias depois, conversei com Adamastor que ficou pensativo ao saber que ela era publicitária e no dia seguinte, me entregou um cartão e disse:

-Toma, o dono dessa agência me deve muitos favores, manda a sua senhora procura-lo e quem sabe ele arruma algo para ela.

Na mesma semana, Samanta começou a trabalhar numa das melhores agências de publicidade de São Paulo e do Brasil, o que a deixou radiante.

Aproximadamente um mês e meio depois de começar a trabalhar na agência, Samanta retomou lentamente a falar sobre mundo liberal, mas apenas como fantasia na cama. Fui dando corda, um lado meu até que que estava topando a ideia, pois assim poderia transar sem remorso com aquelas mulheres espetaculares que 2, 3 vezes por semana me eram oferecidas por Adamastor e eu recusava. Entretanto, eu senti o quão confusa foi a única experiência que tivemos, na hora, muito tesão em vê-la levando rola de outro, mas depois veio a insegurança e um amargor muito grande.

Deixei a coisa rolar na cama, até que já se sentindo mais segura, ela disse que o diretor da agência, um tal de Ricardo Esteban era, segundo palavras da própria: “Além de inteligente, criativo e cativante, ainda era forte, bonitão e muito sensual”.

Não demoraria muito para que eu começasse a ficar preocupado com esse "relacionamento profissional".

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Foto de perfil de Lael Lael Contos: 250Seguidores: 750Seguindo: 11Mensagem Devido a correria, não tenho conseguido escrever na mesma frequência. Peço desculpas aos que acompanham meus contos.

Comentários

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Excelente historia cimo todas as anteriores.

Aguardando proximos capitulos.

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cada vez seu conto é muito bom e nos envolve em sua trama,parabéns

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Como sempre uma ótima, bem escrita e melhor contada estória. Um abraço deste seu lusoadmirador de Azeitão, berço do bom vinho e do bom queijo.

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...como sempre ! , este Lael é foda mesmo, consegue nos colocar como espectadores na cena do crime rs...há pessoas que conseguem viver de Boa no mundo liberal e à outras que tentam até por um tempo é depois desistem ...rs...sem falar nas que nem tentam por não gostarem e outras que querem ficar com os pés em duas canoas...ou seja ; o mundo liberal e seus cônjuges sem que seus respectivos parceiros (as) saibam...rs... eu nem opino sobre o destino de alguma personagens e nem tento adivinhar ...rs...nestas histórias do Lael eu apenas sento e aprecio o desenrolar da trama...rs...👁

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Owww estão aumentando as expectativas de fortes emoções.

Lael com certeza vai arrebentar novamente.

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Voltando com tudo! Esse é o Lael... Mais um para se aguardar com ansiedade... Muito bom.

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As coisas vão piorar daqui pra frente, tá na cara que o cara não é do meio liberal, e com certeza o meio disso tudo o "barão" vai transar com a esposa dele ! Excelente Lael!

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Olha agora a coisa vai pegar fogo hein amigão!

Mas no lugar do cara ali, com essa grana toda era um favor a ela dela arrumar outro e cair fora kkk

Grande lael, The best

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